A Batalha do Chile
11 de setembro de 1973, Santiago do Chile
A estratégia do golpe e o advento do neoliberalismo
Neste documentário, chamado A Batalha do Chile, o diretor Patricio Guzmán conta com grande realidade e crueza o golpe civil-militar de 11 de setembro de 1973 que derrubou o governo constitucional de Salvador Allende, no Chile. Sempre, claro, com a inestimável ajuda dos Estados Unidos.
O Chile acabou servindo de laboratório do neoliberalismo para as suas políticas de submissão às economias centrais e ao sistema financeiro mundial.
Quando Pinochet dá o golpe em 11 de setembro, já o faz em nome de um plano econômico chamado El ladrillo, formulado por economistas chilenos e estadunidenses egressos da Universidade de Chicago, os chamados Chicago-boys, devotos da conhecida escola econômica austríaca, que visa glorificar a moeda e promover a hegemonia completa do capital financeiro, em detrimento da produção, do trabalho e da promoção de políticas sociais que diminuam a desigualdade.
Assim, o ciclo ultraliberal, a hegemonia avassaladora do capital financeiro e a ideologia do pensamento único, iniciado em 11 de setembro de 1973, no Chile, contamina o mundo inteiro através do fenômeno da globalização (aliado à aplicação intensiva das novíssimas tecnologias da informação) e se fecha simbolicamente em 15 de setembro de 2008 com a liquidação do banco Lehman Brothers e o abalo estrutural do sistema capitalista que se estende até os nossos dias, num arco temporal de quase quatro décadas.
O vídeo tem 1h25min. A rigor, esta é a segunda parte de um documentário de mais de quatro horas. A primeira parte deste filme (Insurreição da burguesia) pode ser visto aqui. Vale a pena. Ainda tem uma terceira parte denominada El poder popular. Você pode baixar todos os três vídeos aqui.
Para matar o Homem da Paz
Para matar al hombre de la paz
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz
tuvieron que congregar todos los odios
y además los aviones y los tanques,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que bombardearlo, hacerlo llama,
porque el hombre de la paz era una fortaleza
Para matar al hombre de la paz
tuvieron que desatar la guerra turbia,
para vencer al hombre de la paz
y acallar su voz modesta y taladrante
tuvieron que empujar el terror hasta el abismo
y matar mas para seguir matando,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que asesinarlo muchas veces
porque el hombre de la paz era una fortaleza,
Para matar al hombre de la paz
tuvieron que imaginar que era una tropa,
una armada, una hueste, una brigada,
tuvieron que creer que era otro ejercito,
pero el hombre de la paz era tan solo un pueblo
y tenia en sus manos un fusil y un mandato
y eran necesarios mas tanques mas rencores
mas bombas mas aviones mas oprobios
porque el hombre de la paz era una fortaleza
Para matar al hombre de la paz
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz
tuvieron que afiliarse para siempre a la muerte
matar y matar mas para seguir matando
y condenarse a la blindada soledad,
para matar al hombre que era un pueblo
tuvieron que quedarse sin el pueblo.
Mario Benedetti