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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 13, 2010

SS erra só ele é dono da verdade vixe











O exterminador de vice

José Serra deve ter perdido hoje até o voto do seu vice. Em palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília, contou ter feito uma emenda para não ter vice, que considera “uma coisa que vem do passado”.

O tucano não devia se preocupar muito com isso pela irrelevância do seu vice, mas com sua “sutileza” e desprezo aos aliados atingiu diretamente seu companheiro de chapa e também ao DEM, responsável pela indicação.

“O vice hoje é para composição política. Muitas vezes soma ao contrário”, afirmou Serra, certamente querendo jogar nas costas do Da Costa a culpa pela seu inexorável despencar

Coitado do Da Costa, nem bem pôs as asinhas de fora e já foi atingido por flecha amiga. Muy amiga.

*Tijolaço


Todo mundo ficou sabendo que filha de Serra tinha negócios em paraísos fiscais no dia 4 de junho

Os "blogs sujos" como o nosso e o Conversa Afiada, no dia 4 de junho deste ano,mostramos a introdução do livro de Amaury Ribeiro Júnior, que repetimos abaixo.
Introdução ao livro que aloprou o Serra:
Os porões da privataria
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior.
Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

Ninguém é melhor que ninguém go home yankees



Competência, brilhantismo, identidade com o povo, simplicidade, verdade, e firmeza e humildade.
Esta foi a Dilma que vi, absolutamente no paredão levando ferroadas de tôdos os lados, de insetos hostis mas ela como Mulher treinada, guerreira lutou bravamente e venceu inteligência e tranquilidade, Venceu mais uma 'ALELUIA' as pesquisas vão mostrar. O ssErra ao lado da sua espôsa no final e a Dilma ao lado do Mercadante, nas suas entrevistas finais, só mostram para onde vai o ss Erra, lavar louça,e o Mercadante se eleger se Deus quiser. E para mim o ponto alto de não tratar o Irã com o fígado e sim como estadista, buscando a PAZ entre as nações.
Nossa Presidenta com muita honra

*Chebola

domingo, setembro 12, 2010

Mario Lago

Por Edson Joanni
http://www.advivo.com.br/index.php?q=sites/default/files/imagecache/imagens_blog/imagens/CapaLPBack_26.jpg

Outro belo LP recuperado lá no Loronix.

Mario Lago foi ator, compositor, poeta, radialista e advogado... que mais? Um dos boêmios mais famosos do Rio. Destaco pra vocês 3 músicas:

1- Nada Além - Gal Costa 2- Número Um - Ney Matogrosso 3- Caluda Tamborins - Eduardo Dusek

Vale a pena ver também matéria de Leneide Duarte no IstoÉ Gente de dezembro de 99:

Ator por acaso, comunista por opção
Neto de anarquista, ele formou-se em Direito, compôs sambas famosos, como “Amélia”, e conheceu a mulher num comício do PCB
Tributo a Mario Lago - contracapa

*LuisNassif


Interessante que em uma entrevista, vi o Mario Lago, dizendo: Todo mundo achava que eu era boemio, e que vivia bêbado e ficam me perguntando como cheguei até esta idade sendo boemio.
Na verdade eu gostava dos bares das companhias só que eu nunca gostei de beber bebida alcoólica, e passava a noite bebendo água.
Inteligente como sempre se manteve lúcido até o fim.
*CHEbola

Soninha famintinha, uma malinha sem alcinha



SONINHA FAMINTINHA...
Ricardo Soares
Soninha tem fome. Faminta essa Soninha. Mal soube que Quércia não vai sair pelo Senado por São Paulo já apresentou seu "invejável" currículo à direção do seu "notável" partido, o PPS, para concorrer no lugar do Lando Buzzanca de Pedregulho. Aliás , alguém lembra aqui do Lando Buzzanca?

Pois lembremos depois que agora o assunto é Soninha,a famintinha. Como vocês podem ler aqui O Jardim Pantanal e a lógica de Soninha Francine essa criatura já foi falada nesse blog mais de uma vez e me honrou com um sonoro "bleargh" quando apontei as suas coerênciazinhas oportunistas. Ela não gosta de mim e eu fiz beicinho pra ela.

Isso posto estão dizendo que o camaleão de caráter Roberto Freire, presidente do hediondo PPS, quer Soninha no lugar do Quércia. Mas afinal é o Robertinho do Recife (agora virou paulistano quatrocentão) que quer Soninha na disputa ou é a Soninha famintinha que quer a vaguinha ? Pelo sim, pelo não, só podemos dizer que Robertinho e Soninha se merecem nesse bizarro circo oposicionista e pró-Serra que é a cambada do PPS, uma sigla a serviço do nada. Soninha famintinha, que malinha sem alcinha.
*esquerdopata

Noam Chomsky na China


Embora o desenvolvimento da China tenha retirado milhões da pobreza, os custos, como a degradação ambiental, são elevados, diz Noam Chomsky nesta entrevista ao Southern Metropolitan Daily.

"Para os países com grandes recursos, como o Brasil e o Peru, um dos problemas é a sua dependência das exportações de recursos primários, o que não é um bom modelo de desenvolvimento. Para alterarem o seu modo de desenvolvimento, têm de começar por resolver os seus problemas internos e transformarem-se em produtores, não apenas exportar produtos primários para outros países produtores".

Chomsky entrevistado na China

Chomsky entrevistado na China

A 13 de Agosto, Noam Chomsky fez um discurso na Universidade de Pequim. Chomsky, um dos intelectuais mais influentes do nosso tempo, é célebre pelo seu activismo político e pelas suas contribuições linguísticas e filosóficas. A palestra, intitulada Contours of World Order: Continuities and Changes (Contornos da Ordem Mundial: continuidades e mudanças), versou principalmente sobre as duas principais ameaças que a humanidade enfrenta: guerras nucleares e degradação ambiental.

Embora Chomsky tenha voltado a colocar a tónica das suas críticas nos Estados Unidos, também expressou as suas opiniões sobre a China. Na opinião de Chomsky, os países emergentes, como a China e a Índia, ainda têm um longo caminho a percorrer para desafiar a América. Especialmente preocupante é o custo ambiental do modelo de desenvolvimento da China e os muitos problemas internos e sociais que o país tem de enfrentar. Esta semana, o Southern Metropolitan Daily publica uma entrevista com Chomsky. Um trecho da entrevista está traduzido abaixo.

A maioria dos chineses aceitou a globalização. Nas últimas três décadas, especialmente depois de a China ter aderido à Organização Mundial do Comércio (OMC), muitos chineses beneficiaram extraordinariamente. Mas parece que o senhor encara a globalização com maus olhos.

O sucesso económico da China tem pouco a ver com a globalização. Está relacionado com o comércio e a exportação. A China tem vindo a tornar-se um país orientado para a exportação. Ninguém, inclusive eu, se opõe às exportações. Mas isso não é globalização. De facto, a China tornou-se uma fábrica no sistema de produção do nordeste asiático. Olhando para o conjunto da região, constata-se que é muito dinâmico. O volume de exportações da China é enorme. Mas há algo que temos negligenciado. As exportações da China dependem muito das do Japão, da Coreia e dos EUA. Estes países fornecem à China componentes e tecnologias de ponta. A China está apenas a fazer a montagem e a rotular os produtos finais como "Made in China".

A China desenvolveu-se rapidamente por seguir políticas perspicazes. Mas, embora milhões de pessoas tenham sido retiradas da pobreza, os custos, tais como a degradação ambiental, são elevados. Estão simplesmente a ser adiados para a próxima geração. Os economistas não se irão preocupar com eles, mas estes são custos que alguém vai ter de pagar um dia. Podem ser os seus filhos ou netos. Isto não tem nada a ver com globalização nem com a OMC.

Pensa que a ascensão da China irá mudar a ordem mundial? A China irá desempenhar o papel que os E.U. estão agora a desempenhar?

Não penso que isso vá acontecer, nem o desejo. Será realmente desejável ver a China com 800 bases militares no exterior, a invadir e a derrubar outros governos ou a cometer actos terroristas? Que é o que a América está a fazer agora. Penso que isso não irá, nem poderá, acontecer na China. Também não o desejo. A China já está a mudar o mundo. A China e a Índia, juntas, são responsáveis por quase metade da população mundial. Estão a crescer e a desenvolver-se. Mas comparativamente, a sua riqueza é apenas uma pequena parte da riqueza mundial. Estes dois países têm ainda longos caminhos a percorrer e enfrentam problemas internos muito graves, que espero que sejam gradualmente resolvidos. Não faz sentido comparar a sua influência global com as dos países ricos. Tenho a esperança de que venham a exercer alguma influência positiva no mundo, mas temos de estar atentos a isto.

A China deveria questionar-se sobre o papel que pretende assumir no mundo. Felizmente, a China não está a assumir o papel de agressor, com um grande orçamento militar, etc. Mas a China tem um papel a desempenhar. É um gigantesco consumidor de recursos, e existem prós e contras. Por exemplo, o Brasil irá beneficiar economicamente se exportar para a China. Por outro lado, a sua economia também sofrerá danos. Para os países com grandes recursos, como o Brasil e o Peru, um dos problemas é a sua dependência das exportações de recursos primários, o que não é um bom modelo de desenvolvimento. Para alterarem o seu modo de desenvolvimento, têm de começar por resolver os seus problemas internos e transformarem-se em produtores, não apenas exportar produtos primários para outros países produtores.

O sucesso da China é um desafio para as democracias ocidentais?

Façamos uma comparação histórica. A ascensão dos Estados Unidos foi uma ameaça para a Grã-Bretanha democrática? Os Estados Unidos foram fundados com base no massacre de populações indígenas e no sistema esclavagista. É desejável que a China assimile este modelo? É verdade que os EUA progrediram para um país democrático, poderoso em muitos aspectos, mas a sua democracia não evoluiu a partir deste modelo que ninguém de bom senso quereria imitar.

A China está a desenvolver-se, mas não há nenhuma evidência que prove que o seu desenvolvimento interno seja uma ameaça para o Ocidente. O que está a desafiar os EUA não é o desenvolvimento da China, mas a sua independência. Esse é o verdadeiro desafio.

Pode dizer-se, pelas manchetes diárias dos jornais, que a política externa dos EUA se centra actualmente no Irão. O ano de 2010 é chamado “O Ano do Irão”. O Irão é descrito como uma ameaça para a política externa dos EUA e para a ordem mundial. Os EUA impuseram sanções severas e unilaterais, mas a China não lhe seguiu o exemplo. A China nunca seguiu o exemplo dos EUA. Em vez disso, apoia as sanções da ONU, que são demasiado débeis para terem importância. Poucos dias antes de deixar a China, o Departamento de Estado dos EUA advertiu a China de uma maneira muito interessante. Disse que a China tem de assumir as responsabilidades internacionais, ou seja, seguir as ordens EUA. São estas as responsabilidades internacionais da China.

Isto é o imperialismo típico: os outros países têm de agir de acordo com os nossos desejos. Se não, são irresponsáveis. Acho que os funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês devem rir-se quando ouvem isto. Mas essa é a lógica típica do imperialismo. De facto, o Irão constitui uma ameaça, porque não segue as instruções dos EUA. A China é uma ameaça maior, porque o facto de uma grande potência se recusar a obedecer a ordens constitui um grande problema. Este é o desafio que os EUA enfrentam.

Retirado de Global Voices

Tradução de Paula Coelho para o Esquerda.net

Mercadante

20 milhões de paulistas ficam fora do SAMU

Estado governado pelo PSDB é um dos poucos a não investir no Samu e nas UPAs, que Dilma promete ampliar. Governo paulista afirma que decisão de não dar recursos aos programas não é política e que a prioridade são os AMEs.
O governo de São Paulo ignora o Samu (ambulâncias de resgate) e as UPAs (prontos-socorros 24 horas), as principais "vitrines" do governo Lula na saúde.
Ao contrário do que ocorre na maior parte do país, as cidades paulistas não recebem dinheiro estadual para colocar e manter os dois programas em funcionamento. São financiados só com verbas federais e municipais.
São Paulo foi governado até março por José Serra, o postulante do PSDB. O governo paulista nega motivação política e justifica que sua prioridade são os AMEs.
Só três estados não investem no SAMU
O jornal Folha de S.Paulo consultou todos os 27 governos e constatou que apenas três não investem no Samu: São Paulo, Rondônia e Amazonas. E que são quatro os que não aplicam nas UPAs: São Paulo, Rondônia, Espírito Santo e Santa Catarina.
O presidente Lula apontou Serra como culpado por não ter apoiado o Samu quando era governador. Os Estados, porém, não são obrigados a financiar os programas do ministério. Pelas regras do SUS, cada ente federado (União, Estados e municípios) é independente.
A maioria dos Estados tem sido solidária. Nesses locais, o Samu e as UPAs funcionam com 50% dos custos cobertos pelo ministério, 25% pelo Estado e 25% pela prefeitura. São Paulo tem 32 centrais municipais ou regionais do Samu, suficiente para atender somente 50% da população, e a outra metade está descoberta. Estados como Rio Grande do Sul e Goiás já são 100% atendidos.
O sanitarista Nelson Rodrigues dos Santos, diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, critica a influência dos partidos na saúde. "Há uma possibilidade muito grande [de ser decisão política] porque São Paulo é governado pela oposição. Isso ocorre em todo o país e nos dois lados [oposição e situação]. Mostra o atraso da nossa política."
O Estado de São Paulo considerado o mais rico do país no quesito atendimento de urgência e operação resgate é igual aos estados de Amazonas e Rondônia. Como as unidades do SAMU atingem somente 50% da população a outra metade dos 42 milhões de paulistas ficam sem atendimentos das ambulâncias resgate que são bem equipadas e com equipe médica especializada para pronto atendimento.
*CelsoJardim

Luis Nassif explica este lixolândia midiática

Twitcam/Youtube - A bala de prata

Por Nicolas Timoshenko

Comentário

No trecho que falo das eleições de 1982, menciono apenas dois partidos: o MDB e a Arena. Na verdade, o bipartidarismo já tinha terminado e, além dois dois anteriores, havia outros partidos, como o proprio PDT do Brizolla, responsável por denunciar o esquema Proconsult.






Aulas de política de Peron


JUAN DOMINGO PERON - Aulas de Politica - Um dos grandes politicos da America Latina no Seculo XX, Juan Domingo Peron projeta sua figura sobre a Histoira da Argentina desde os anos 40 até hoje. Como Vargas nunca teve ideologia, operava de acordo com as circunstancias, podia usar um instrumental fascitoide ou esquerdizante, de acordo com o ciclo da ordem mundial. Sempre mal visto nos Estados Unidos, na esquerda ou na direita, sua personalidade nunca foi confiavel para Washington, Peron era um personagem extremamente interessante, habil, carismatico, simpatico, manipulador. Faltava-lhe um elemento para ser estadista, uma visão de futuro para seu Pais.


*LuisNassif

São Paulo, ascender socialmente é . Contrate seus próprios seguranças, seu próprio atendimento médico e sua própria educação






São Paulo: para quem pode

Um dos argumentos mais frequentes que o eleitor da dupla Serra & Alckmin consegue formular para legitimar o assalto que sofre nas rodovias de São Paulo, é que, ao pagar o pedágio para as empresas que exploram a concessão abusivamente, recebe rodovias de “primeiro mundo”, superiores às do resto do país. Acrescenta, orgulhoso, que o pacote dá direito a polícia rodoviária e socorro em caso de necessidade…
Antes de mais nada, é preciso ressaltar que mais do que qualquer outro povo do planeta, o paulista tem uma adoração sagrada pelo seu automóvel. Talvez seja em decorrência das várias horas diárias em que convivem – ele e seu “possante” – nos congestionamentos sempre recordistas do nosso trânsito. O automóvel é como um filho. Se o seu filho ficasse doente e precisasse de um tratamento caro, você certamente faria qualquer coisa por ele. Venderia tudo que tem para salvá-lo. Muitos paulistas fariam o mesmo por seu automóvel. Xingue suas mães, humilhe-os, engane-os, transe com suas mulheres – mas não lhes arranhe o carro! Como já vimos, chegam a matarem-se uns aos outros em brigas de trânsito. Sendo assim, pagar pedágio sem questionar, parece normal para essa gente. Até porque, toda despesa que o cidadão tem com seu automóvel lhe dá a sensação de estar fazendo um investimento no seu patrimônio.
Construir e manter rodovias em perfeitas condições (incluindo polícia rodoviária e socorro em caso de acidentes) é obrigação do governo do estado. Não deveria custar nada. Pois estes serviços já são pagos através dos impostos recolhidos. Assim como a saúde, segurança, educação, saneamento, transporte, limpeza urbana, etc. Mas na prática, o paulista paga dois e leva um. E muitos quase sentem prazer em serem explorados pelo esquema privatista dos seguidos governos do PSDB. Imaginam-se vivendo em algum “paraíso” europeu repleto do que há de mais moderno em matéria de desenvolvimento urbano e civilidade. O paulista engole taxas e arrota a arrogância de se considerar VIP.
Então qual é o dever do estado? Para onde vão os R$ 125 bilhões previstos no orçamento de 2010 – se o governo terceiriza os serviços e as concessionárias cobram taxas extorsivas do contribuinte? Em 2009 o governo do PSDB de São Paulo chegou a aplicar o dinheiro do seu caixa. Não, não aplicou em benefícios à população, e sim, no mercado financeiro. Porque apostava (leia-se torcia) que a “marolinha” viraria um “tsunami” e queria estar preparado para o “pior”…
Além do governo tucano terceirizar suas obrigações – muitas vezes através de licitações irregulares para consórcios mafiosos, “parceiros de longa data” – a cada ano que passa a cidade recebe serviços piorados. Principalmente quando se trata de atender a população de baixa renda. Um exemplo disso foi o caso das merendas escolares produzidas nas cozinhas imundas da empresa contratada pela gestão Serra/Kassab que rendeu sua interdição. O mais surreal naquele episódio, foi a instituição de prêmio para as cozinheiras que conseguissem reduzir os custos suprimindo carnes e outras proteínas das refeições!
Enquanto os cidadãos motorizados passam 3 horas diárias dentro dos seus automóveis em congestionamentos recordistas para ir e vir ao trabalho, os pobres são enlatados no transporte público que também lhes consome, em média, 3 horas diárias. Nisso, ao menos o governo do PSDB é justo: ao priorizar o transporte individual, retira 3 horas de convívio familiar de todos por igual. Democraticamente.
Em São Paulo, ascender socialmente é entrar na onda da terceirização. Contrate seus próprios seguranças, seu próprio atendimento médico e sua própria educação para seus filhos. Pague taxas e pedágios para ter algum “extra” VIP. Depois de 16 anos de PSDB, o paulista simplesmente não conhece outra maneira de viver. Entendem que usufruir do status de viver no estado mais desenvolvido do país, “é para quem pode e não para quem quer”.
Para o paulista, que dá o sangue para manter-se VIP, é igualmente importante manter o estado sob controle do PSDB. Sente que essa ascendência social que se dá no resto do país é uma ameaça cada vez mais perigosa para o seus privilégios. Afinal, o que seria dos ricos se não fossem os miseráveis?
Em São Paulo, só os ricos são paulistas.
Roni Chira
*comtextolivre