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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 19, 2010

Não querem só calar Carta Capital. Querem matá-la






Não querem só calar Carta Capital. Querem matá-la

Os donos da grande mídia no Brasil adoram montar seminários para dizer que a liberdade de imprensa está ameçada no país. Seus argumentos são ridídulos e nem mesmo eles acreditam nisso, tanto que ousam as maiores irresponsabilidades com a certeza de que nada lhes acontecerá. Jornalistas estrangeiros, que trabalham em veículos respeitáveis, afirmam que o Brasil desfruta de uma liberdade de imprensa difícil de ver em outros lugares.

Se alguém acredita no apreço que esse grupo tem pela liberdade de imprensa ,veja o que acontece agora, quando a revista Carta Capital é intimada por ofício da procuradora eleitoral Sandra Cureau a apresentar a relação da publicidade e dos valores recebidos do governo federal em 2009 e 2010. Ninguém deu um pio. Pior ainda, nem uma linha. O assunto só circulou na blogosfera, já que a grande mídia tenta aparentar que Carta Capital não existe.

Se tal medida fosse tomada em relação à Veja ou Folha de S.Paulo, por exemplo, todos os jornais estariam escrevendo editoriais, o instituto Millenium já teria convocado o Reinaldo Azevedo e o Jabor para bradarem contra censura e o totalitarismo no país e a Sociedade Interamericana de Imprensa alardearia o fato além das nossas fronteiras.

É claro que dessa turma não podemos esperar nada. Mas temos que exigir que a sociedade e principalmente os órgãos de classe se manifestem. Cadê a Associação Brasileira de Imprensa? Onde estão os sindicatos de jornalistas? A Ordem dos Advogados do Brasil? É preciso denunciar a tentativa de censura que fazem a um veículo da imprensa brasileira que ousa desafiar a voz comum e pratica um jornalismo de personalidade e qualidade únicos.

Disse mais cedo: quem cria um estado de intimidação e vassalagem no Brasil não é o Estado, mas o statablishment, o poder empresarial.

Mino Carta, diretor de redação da Carta Capital, não pode ficar se defendendo sozinho, embora tenha talento bastante para isso, como ao responder a Bob Fernandes, do Terra Magazine, sobre a intenção do ofício da dra. Cureau. “A senhora Cureau entende que nós somos comprados pelo governo federal, via publicidade. Se ela se dedicasse, ou se dedicar, porém, à mesma investigação junto às demais editoras de jornais, revista, e outros órgãos da mídia verificaria, verificará, talvez com alguma surpresa, que todos eles têm publicidade de instituições do governo em quantidade muito maior e com valor maior do que Carta Capital.”

E ainda completou: “Aliás, me ocorre recordar que durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, dito FHC, fomos literalmente perseguidos pela absoluta ausência de publicidade do governo federal. E a pergunta que faço é a seguinte: então, alguém, inclusive na mídia, se incomodou com isso? Ninguém considerou esse fato estranho? Uma revista de alcance nacional não receber publicidade alguma enquanto todas as demais recebiam?”

A indagação de Mino Carta é óbvia. Se hoje a grande mídia busca silenciar Carta Capital, no governo dos tucanos ela tinha o apoio do governo para isso. Não só silenciá-la, mas se possível asfixiá-la economicamente até a morte.

Mas enganam-se. Em pouco tempo, se houver uma ação aguda de um governo comprometido com a liberdade de informação, e a internet chegar à toda a população, eles estarão reduzidos ao monopólio do…. nada…

Escrevam o que digo, vamos enfrentar uma batalha pesadíssima no Congresso para abrir a internet a todos os brasileiros. Os “donos” da informação farão de tudo – como vocês já viram que eles são capazes – para, em nome de sua arrogância empresarial, continuarem negando ao povo brasileiro o direito de saber a verdade.

*Tijolaço

Tarso nocauteia entrevistador da RBS grobo








O candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, deu um bom chega pra lá num jornalista da RBS, que tentou constrangê-lo com as recentes histórias divulgadas pela mídia. Sem perder a calma, Genro citou a matéria de Carta Capital sobre o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros quebrados pela filha de Serra e disse que esses casos merecem ser investigados mas que não contribuem para o momento do debate eleitoral. O entrevistador mudou de assunto rapidinho.
*Tijolaço

Serra, o golpista

Há horas em que a gente tem de falar as coisas sem meias palavras.

Serra e a grande imprensa estão pressionando as instituições da República para que se deflagre um golpe político-eleitoral de dimensões catastróficas.

Hoje de manhã, Serra patrocinou uma reunião com o senador Álvaro Dias para montar uma “convocação” de Dilma ao Senado para explicar. Explicar o quê? Do que ela é acusada?

As instâncias legítimas para qualquer investigação, de qualquer ato, de quem quer que seja, estão funcionando.

Tudo está sendo investigado pelas regras da legalidade democrática, mesmo as situações mais inverossímeis, como esta história de um cidadão chegar e encontrar R$ 200 mil numa gaveta como “presente” não solicitado. Mesmo as denúncias de um receptador de carga e de carro roubado, condenado pela Justiça. Mesmo o “favorecimento” do único laboratório que produz o remédio contra a gripe suína.

Não há acobertamento de coisa alguma. Se há alguma irregularidade, alguma desonestidade, alguma prevaricação, as autoridades públicas não dão sinal algum de que isso possa ser acobertado.

Lacerda fez isso com Vargas, até levá-lo à morte.

Os métodos são os mesmos.Mas não é, agora, o Corvo, mas a Democracia que diz: nunca mais, nunca mais…

Não temos nenhuma crise, econômica, política ou institucional.

O que temos é um processo de terrorismo de mídia. Uma completa irresponsabilidade de publicar algo – não discutindo se procedente ou não – sem qualquer prova senão acusações pessoais.

Qualquer coisa vai para a primeira página. Qualquer coisa vai para o Jornal Nacional.

Nem Collor, com Míriam Cordeiro chegou ao ponto que a grande mídia chegou.

O Ministério Público, que mediu cada sílaba pronunciada por Lula em cada evento público, para ver se havia “propaganda indevida” ignora o que se faz, todos os dias, em cada banca de jornal e aparelho de tevê. Vai, é incrível, atrás de achar favorecimentos inexistentes na única revista que não age como agente de José Serra.

O relógio, o calendário, as horas e dias passando sem que apareça uma chance à direita deste país, os açula.

Não, José Serra, você não vai transformar o Senado da República na República do Galeão. Não vai fazer ali o linchamento moral que os jornais, revistas e tevês que são, hoje, seus únicos apoios, os eleitores de um candidato que percorre ruas vazias, visita favelas cenográficas e cumprimenta populares a pedido dos cinegrafistas da Globo, fazem por você.

Somos, senhor José Serra, homens e mulheres civilizados. Queremos enfrentá-lo nas urnas. Nem mesmo queremos destruí-lo, apenas desejamos que se reduza à sua verdadeira estatura, a de um anão moral e político, de um homem a quem a sede de poder e mando encolheu, minguou, deformou até transforma-lo numa mórbida caricatura de seu passado.

O senhor, José Serra, é um cadáver insepulto, que exala os miasmas do golpismo.

As urnas o exorcizarão. O povo brasileiro poderá viver a luz do progresso. E o senhor, finalmente, descansará em paz , retornado ao pó em que sua ambição moeu um ser humano.

*Tijolaço

ss ERRA






Votar no PSDB/DEM é votar contra o país

O número de deputados do PSDB na Câmara Federal vem caindo a cada eleição, com exceção de São Paulo onde a miopia eleitoral predomina.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo 70% dos deputados, formam ampla maioria que faz parte da bancada de apoio ao governo estadual, e foram eles que aprovaram entre outras leis, a da OSs que terceirizou os serviços de saúde em prejuízo aos usuários do SUS.
Não apoiaram a criação do plano de carreira dos professores da rede estadual de ensino, aumento salarial para os policiais e nem para o funcionalismo público estadual.
As cinco centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho - CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB - denunciam o candidato tucano José Serra da coligação (PSDB/DEM) como inimigo dos trabalhadores e suas organizações.
As centrais sindicais alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB/DEM à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora.
Eles, os demotucanos, são responsáveis pela privataria que Serra ajudou a criar, com a aprovação no Congresso Nacional pela venda em leilões de mais de 120 estatais durante o governo de FHC (1995 a 2002), e se dependerem deles vão tentar vender o que ainda não conseguiram.
Votar em candidatos do PSDB e DEM que apoiam Serra é um risco para a classe trabalhadora, pois até a extinção do 13º salário eles tentam aprovar no Congresso Nacional.
O DEM tenta há 4 anos acabar com o ProUni que permite e dá bolsas de estudos para mais de 700 mil jovens estudantes de classes mais pobres poderem entrar em uma faculdade.
Eles, os demotucanos sempre foram contra o Bolsa Família que distribui renda para mais de 12 milhões de famílias, ou mais de 60 milhões de brasileiros, hoje mentem na TV dizendo que vão manter e ampliar.
Que vão aumentar o salário mínimo e a aposentadoria, o que não fizeram quando governaram o país por oito anos, (1995 a 2002) pelo contrário diminuíram o salário mínimo e achataram o valor da aposentadoria.
Votar nos candidatos do PSDB e do DEM é voltar a ficar nas mãos do FMI, é votar contra a nacionalização total do pré-sal, contra os movimentos sociais do país, é uma tentativa de acabar com a soberania nacional e as conquistas da classe trabalhadora.

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*comtextolivre/celsojardim

sábado, setembro 18, 2010

A velha midia ja morreu e não sabe






O fim um ciclo em que a velha mídia foi soberana

Dia após dia, episódio após episódio, vem se confirmando o cenário que traçamos aqui desde meados do ano passado: o suicídio do PSDB apostando as fichas em José Serra; a reestruturação partidária pós-eleições; o novo papel de Aécio Neves no cenário político; o pacto espúrio de Serra com a velha mídia, destruindo a oposição e a reputação dos jornais; os riscos para a liberdade de opinião, caso ele fosse eleito; a perda gradativa de influência da velha mídia.

O provável anúncio da saída de Aécio Neves marca oficialmente o fim do PSDB e da aliança com a velha mídia carioca-paulista que lhe forneceu a hegemonia política de 1994 a 2002 e a hegemonia sobre a oposição no período posterior.

Daqui para frente, o outrora glorioso PSDB, que em outros tempos encarnou a esperança de racionalidade administrativa, de não-sectarismo, será reduzido a uma reedição do velho PRP (Partido Republicano Paulista), encastelado em São Paulo e comandado por um político – Geraldo Alckmin – sem expressão nacional.

Fim de um período odioso

Restarão os ecos da mais odiosa campanha política da moderna história brasileira – um processo que se iniciou cinco anos atrás, com o uso intensivo da injúria, o exercício recorrente do assassinato de reputações, conseguindo suplantar em baixaria e falta de escrúpulos até a campanha de Fernando Collor em 1989.

As quarenta capas de Veja – culminando com a que aparece chutando o presidente – entrarão para a história do anti-jornalismo nacional. Os ataques de parajornalistas a jornalistas, patrocinados por Serra e admitidos por Roberto Civita, marcarão a categoria por décadas, como símbolo do período mais abjeto de uma história que começa gloriosa, com a campanha das diretas, e se encerra melancólica, exibindo um esgoto a céu aberto.

Levará anos para que o rancor seja extirpado da comunidade dos jornalistas, diluindo o envenenamento geral que tomou conta da classe.

A verdadeira história desse desastre ainda levará algum tempo para ser contada, o pacto com diretores da velha mídia, a noite de São Bartolomeu, para afastar os dissidentes, os assassinatos de reputação de jornalistas e políticos, adversários e até aliados, bancados diretamente por Serra, a tentativa de criar dossiês contra Aécio, da mesma maneira que utilizou contra Roseana, Tasso e Paulo Renato.

O general que traiu seu exército

Do cenário político desaparecerá também o DEM, com seus militantes distribuindo-se pelo PMDB e pelo PV.

Encerra-se a carreira de Freire, Jungman, Itagiba, Guerra, Álvaro Dias, Virgilio, Heráclito, Bornhausen, do meu amigo Vellozo Lucas, de Márcio Fortes e tantos outros que apostaram suas fichas em uma liderança destrambelhada e egocêntrica, atuando à sombra das conspirações subterrâneas.

Em todo esse período, Serra pensou apenas nele. Sua campanha foi montada para blindá-lo e à família das informações que virão à tona com o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr e da exposição de suas ligações com Daniel Dantas.

Todos os dias, obsessivamente, preocupou-se em vitimizar a filha e a ele, para que qualquer investigação futura sobre seus negócios possa ser rebatida com o argumento de perseguição política.

A interrupção da entrevista à CNT expôs de maneira didática essa estratégia que vinha sendo cantada há tempos aqui, para explicar uma campanha eleitoral sem pé nem cabeça. Seu argumento para Márcia Peltier foi: ocorreu um desrespeito aos direitos individuais da minha filha; o resto é desculpa para esconder o crime principal.

Para salvar a pele, não vacilou em destruir a oposição, em tentar destruir a estabilidade política, em liquidar com a carreira de seus seguidores mais fiéis.

Mesmo depois que todas as pesquisas qualitativas falavam na perda de votos com o denuncismo exacerbado, mesmo com o clima político tornando-se irrespirável, prosseguiu nessa aventura insana, afundando os aliados a cada nova pesquisa e a cada nova denúncia.

Com isso, expôs de tal maneira a filha, que não será mais possível varrer suas estripulias para debaixo do tapete.

A marcha da história

Os episódios dos últimos dias me lembram a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim. Dejetos, lixo, figuras soturnas, almas penadas, todos sendo varridos pela água abundante e revitalizadora da marcha da história.

Dia após dia, mês após mês, quem tem sensibilidade analítica percebia movimentos tectônicos irresistíveis da história.

Primeiro, o desabrochar de uma nova sociedade de consumo de massas, a ascensão dos novos brasileiros ao mercado de consumo e ao mercado político, o Bolsa Família com seu cartão eletrônico, libertando os eleitores dos currais controlados por coronéis regionais.

Depois, a construção gradativa de uma nova sociedade civil, organizando-se em torno de conselhos municipais, estaduais, ONGs, pontos de cultura, associações, sindicatos, conselhos de secretários, pela periferia e pela Internet, sepultando o velho modelo autárquico de governar sem conversar.

Mesmo debaixo do tiroteio cerrado, a nova opinião pública florescia através da blogosfera.

Foi de extremo simbolismo o episódio com o deputado do interior do Rio Grande do Sul, integrante do baixo clero, que resolveu enfrentar a poderosa Rede Globo.

Durante dias, jornalistas vociferantes investiram contra UM deputado inexpressivo, para puni-lo pelo atrevimento de enfrentar os deuses do Olimpo. Matérias no Jornal Nacional, reportagens em O Globo, ataques pela CBN, parecia o exército dos Estados Unidos se valendo das mais poderosas armas de destruição contra um pequeno povoado perdido.

E o gauchão, dando de ombros: meus eleitores não ligam para essa imprensa. Nem me lembro do seu nome. Mas seu desprezo pela força da velha mídia, sem nenhuma presunção de heroísmo, de fazer história, ainda será reconhecido como o momento mais simbólico dessa nova era.

Os novos tempos

A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização.

As ameaças à liberdade de opinião

Dia desses, me perguntaram no Twitter qual a probabilidade da imprensa ser calada pelo próximo governo. Disse que era de 25% - o percentual de votos de Serra. Espero, agora, que caia abaixo dos 20% e que seja ultrapassado pela umidade relativa do ar, para que um vento refrescante e revitalizador venha aliviar a política brasileira e o clima de São Paulo.

O Bom Judeu

sexta-feira, setembro 17, 2010

SS erra, Aickmico e a cracolândia







GilsonSampaio

Zé Pedágio, desesperado por realizar seu sonho desde pequenininho – ser Presidente do Brasil – prometeu que o combate ao crack seria uma das suas prioridades. Prometeu até apoiar com recursos as “fazendas” de recuperação das igrejas evangélicas (será que é daí que vem a onda contra a Dilma?).

O crack véi de guerra virou, subitamente, estrela da campanha tucana, das televisões e dos jornais. De repente, não mais do que de repente, o tema caiu no ostracismo. Ao distinto público não foi dito que o crack se difundiu a partir de São Paulo, ao longo de muitas administrações tucanas e demomíacas. Também não ficou sabendo que o empresariado carioca, ops, narcotraficantes cariocas tinham proibido o comércio, ops, o tráfico do crack pelos efeitos devastadores que causam no usuário. Ixpertos, sabiam que a fonte de dinheiro deles secaria por falência ou morte do dependente.

Eis que, de repente, não mais do que de repente, o Bom Dia Brasil(?) volta ao tema, certamente, esquecido da campanha de Zé Pedágio. Um lapso, lamentável, mas, um lapso. O fundo da matéria é a desocupação do centro de São Paulo para ser entregue `especulação imobiliária, o demo Kassab, por exemplo, premiou a região com os maiores aumentos de IPTU, acabou sobrando fogo amigo para Zé Pedágio e Alckmin.

Agora, vejam o vídeo antes que o retirem do ar e constatem a enooooooorme preocupação dos governantes paulistas com os dependentes de crack.

Dá-lhe, Alckmin!

Dá-lhe, Zé Pedágio!



Olha o Mico do SS erra em Itabaiana Sergipe ela manda o cara calar.



Lula fala e diz sempre uma satisfação ouvi-lo



Opinião pública versus Fomadores de opinião


Quebrando preconceitos: a opinião pública versus formadores de opinião

Por Izaías Almada

“O tempo passou na janela e só Carolina não viu…”
Chico Buarque de Holanda

O pensamento e a realidade se interrelacionam de maneira viva, dinâmica. O debate e o confronto de idéias não devem em princípio ignorar a realidade em que estão inseridos. Quando isso acontece, corremos o risco de nos colocarmos diante do inevitável diálogo de surdos, o diálogo que termina por se transformar num monólogo que leva a atitudes preconceituosas, ironias inconseqüentes, opiniões baseadas no “achismo”, acusações e suspeitas infundadas, misturando-se no mesmo saco alhos e bugalhos.

Essa simples reflexão ocorreu-me a propósito dos últimos oito anos vividos pelo país, tempo em que o Brasil esteve entregue nas mãos de um governo eleito por maioria democrática, mas diária e covardemente combatido pelos principais órgãos de comunicação social, com inequívocas reações e conseqüências, muitas delas até irresponsáveis, sobre a opinião de milhares de cidadãos e cidadãs do país.

Provavelmente não tenha existido um, nesses quase 2920 dias, em que um jornal, uma revista semanal, um telejornal não tenha se dedicado a criticar, levantar as mais variadas suspeitas, achincalhar, ridicularizar, chantagear, desrespeitar, mentir, ironizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e – mais recentemente – a candidata Dilma Roussef, escolhida por ele à sua sucessão no comando da nação.

Ainda haverá quem um dia faça o levantamento mais exato e ponderado desse “massacre”, mas já é possível distinguir aqui e ali que tal batalha não resultou aos seus idealizadores os resultados previstos. O atual governo e o presidente que o lidera chegam, após inúmeras e espaçadas pesquisas, a índices insuspeitos de 80% ou mais de popularidade.

O que acontece? Por quê o povo brasileiro anda tão refratário aos “formadores de opinião”? A primeira resposta tentadora é óbvia: porque os atuais “formadores de opinião” já não formam a opinião da maioria, se é que um dia a formaram como julgavam. E por qual razão? Porque, como dissemos acima, o confronto de idéias não deve desprezar a realidade em que os mesmos atores sociais vivem. Quando isso ocorre, rompe-se o diálogo, periga a democracia.

Enquanto o governo Lula comia nesses oitos anos o mingau pela beirada do prato, os tais pretensos formadores de opinião deleitavam-se em refletir sobre uma realidade que não ultrapassava as fronteiras de suas limitações intelectuais e ideológicas encontradiças em alguns guetos da elite brasileira incrustados em redações, bares e clubes muito bem identificados em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Não era possível passar o atestado da incompetência administrativa para um metalúrgico semi-analfabeto. Jamais… Menos ainda, ver o país sair do atoleiro provocado pelo governo de um sociólogo narcisista e entreguista da riqueza nacional entrar numa era de grandes avanços econômicos e sociais.

E aí, foi que se viu: de um lado do espectro da inteligência brasileira, seus balcões de redação e bancas acadêmicas, juntaram-se nomes sejam ditos sonantes como Demétrio Magnoli, Arnaldo Jabor, Miriam Leitão, Merval Pereira, Diego Mainardi, Roberto Romano, José Neumane, Clóvis Rossi, Lúcia Hipólito, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Elio Gaspari, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso, Eugênio di Franco e outros menos votados, mas de não menos brilho em erudição e inteligência…

Do outro lado do espectro, embora ofuscados pelo brilho mediático do pensamento dominante, mas a sustentar teoricamente as iniciativas de inúmeros jornalistas, blogueiros e pensadores, heróis “fora de contexto”, para dizer o menos, vamos encontrar cabeças e exemplos da estirpe de Sartre, Mandela, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Marx, Ignácio Ramonet, Cláudio Abramo, Noam Chomsky, Paulo Arantes, Maria da Conceição Tavares, Inês Nassif, Paulo Freire, Celso Amorim, Guevara, Eduardo Galeano e, por que não dizer – o próprio presidente Lula?

Essa é apenas uma das diferenças e é preciso dar nome aos bois. O Brasil está mudando e vai mudar ainda mais. Pode não ser no tempo em que muitos de nós esperamos e que seria preciso, mas basta colocar nos pratos da nossa balança política, como futura nação soberana, os valores e os pensamentos expressos por cada um dos grupos acima. E projetá-los numa perspectiva de confiança.

O que tem que ser tem muita força…

Mercadante São Paulo + Humana

A defesa da diversidade de pensamento em tempos de controle e manipulação da realidade por parte de vozes únicas e ultrapassadas é algo urgente

Da Agência Educação Política


Neste interessante artigo, que segue abaixo, do arquiteto argentino e ganhador do Nobel da Paz em 1980, Adolfo Perez Esquivel, publicado na Carta Maior; está presente a defesa argumentativa e analítica de uma das mais urgentes lutas da, essencialmente informativa, sociedade contemporânea: a defesa da pluralidade de vozes contra os monopólios da informação que controlam os meios de informação e tentam eliminar a liberdade de imprensa.

Como Adolfo mostra ao longo do artigo, os monopólios da informação querem reduzir a liberdade de imprensa a uma mera e simples liberdade de empresa, termo e prática totalmente incompatível com a natureza de uma imprensa realmente plural e livre.

A defesa da diversidade de pensamento em tempos de controle e manipulação da realidade por parte de vozes únicas e ultrapassadas é algo urgente e sempre bem-vindo! E nesse ponto, podemos ir além da liberdade de imprensa, que é uma coisa, e falar em liberdade de expressão, que é outra coisa. Os oligopólios da informação sufocam também a liberdade de expressão, não só a liberdade de imprensa, pois ele dizem o que os outros devem dizer, portanto, impedem a capacidade desse outro de dizer por si mesmo! O espírio da liberdade de expressão é justamente o oposto.

Já diria Voltaire: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-la! Os oligopólios diriam: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas tentarei até a morte te dizer e convencer do que deverias ter dito!

A contaminação informativa
Agência Carta Maior
Por Adolfo Perez Esquivel, com tradução de Katarina Peixoto

A Lei de Meios Audiovisuais sancionada pelo Parlamento argentino é necessária, já que permite romper o controle dos monopólios informativos, gerar o pluralismo jornalístico e recuperar a liberdade de imprensa. A reação das corporações, como o grupo Clarín, desatou uma campanha virulenta contra o governo acompanhada pela voracidade de uma oposição sem idéias, que busca unicamente golpear o governo e que tem todos os meios de comunicação à sua disposição, como a pitonisa que anuncia todo tipo de catástrofes. O artigo é de Adolfo Perez Esquivel.

A vida dos povos está submetida aos impactos ambientais, à contaminação auditiva e visual da palavra e das idéias, que impõem o monocultivo das mentes. Os avanços tecnológicos são utilizados muitas vezes para o controle dos meios de comunicação e, assim, para o condicionamento e a manipulação dos povos. Nenhum meio informativo é asséptico, mas deve basear-se na ética e em valores a serviço dos povos e não para se servir dos mesmos.

Uma das grandes conquistas das lutas sociais foi a liberdade de imprensa, o direito de informar e ser informado, mas os grandes monopólios econômicos, ideológicos e políticos que controlam os meios de informação mataram a liberdade de imprensa e querem confundi-la e reduzi-la à liberdade de empresa, duas expressões que não são sinônimas. (Texto Completo)

http://glaucocortez.files.wordpress.com/2010/09/capas-carta-capita-e-veja.jpg

Das duas matérias, uma delas teve total repercussão na mídia nos últimos dias. Fácil de imaginar qual delas quando se pensa no modelo de comunicação que toma conta do país: a reportagem da primorosa e limpa revista Veja.
Sobre a denúncia contra a filha de Serra publicada na Carta Capital, nem uma linha nos principais jornais, nenhuma chamada nos telejornais da Rede Globo. Nada! É como se ela nem existisse! Assim age a mídia brasileira!


Essa atitude da velha mídia só ajuda a perceber claramente quem ela é. Repercutir a matéria de uma revista que já provou de inúmeras formas não saber nada do que seja um jornalismo de fato, inventando coisas, distorcendo ou armando entrevistas, criando fontes que não existem, muito menos se reconhecem nas páginas da revista, tudo isso sem o menor escrúpulo ou pudor; é a mesma coisa que se associar a esse tipo de jornalismo, reconhecendo ser essa a comunicação válida no nosso país!

Agora, uma revista como a Carta Capital não merece uma linha desses veículos. De fato, ela não tem nenhuma credibilidade, os jornalistas que escrevem são péssimos, suas denúncias não devem ser levadas em consideração. Ela não passa de uma reunião de socialistas ressentidos que fazem campanha para o PT, e por aí vai o discurso conservador….

Ainda bem que a velha mídia pensa assim. Sinal de que o jornalismo da Carta Capital em nada se parece com o pseudo-jornalismo feito nesses veículos! Apenas é triste pensar que a maioria das pessoas se informa por essa grande e velha mídia, ou melhor, se desinforma, pois do público é tirado o legítimo direito de conhecer os dois lados da questão e a partir daí tirar suas próprias conclusões! Aula básica de qualquer manual de jornalismo!

A Velha Mídia reproduz o discurso mais fajuto do Brasil, mas o pior nem é isso. Até aí nenhuma surpresa. O mais grave é sentir que a realidade chega cada vez menos à maioria das pessoas e que o que se gesta com tudo isso é uma censura da informação contrária aos ideais conservadores da velha mídia. Ou seja, em última instância, o que se tem é uma ditadura da informação, uma imprensa que se acha munida de todo arsenal para fabricar o real e alienar corações e mentes a seu bel-prazer. É a reprodução do pior dos autoritarismos, com a diferença de que agora, as vozes da verdade se multiplicam em plataformas que não podem ser controladas! Felizmente, o mundo não é mais o mesmo…

Velha mídia ignora denúncia envolvendo filha de Serra
Rede Brasil Atual
*educaçãopolítica

A IMPRENSA BRASILEIRA AGE COMO UMA MÁFIA.É UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA TRAVESTIDA DE ARAUTO DA DEMOCRACIA

TODAS ESSAS EMPRESAS QUE FORMAM A ORGANIZAÇÃO TERRORISTA IMPRENSA CORRUPTA , GOLPISTA E RACISTA BRASILEIRA , SE QUISEREM SE REDIMIR VENHAM A PÚBLICO E DIGAM SEM DEIXAR DÚVIDAS : "EU QUERO ELEGER JOSÉ SERRA PRESIDENTE".
NÓS NÃO VAMOS NEM PERGUNTAR OS MOTIVOS E CONTINUAREMOS A VOTAR EM DILMA ROUSSEFF , MAS AGORA COM A CERTEZA DE QUEM SÃO NOSSOS INIMIGOS. ALGUNS DIRÃO , NÃO SÃO INIMIGOS , SÃO ADVERSÁRIOS , MAS ISSO SÓ SERIA VERDADE SE ELES AGISSEM DEMOCRATICAMENTE.