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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 23, 2010

Conversa Afiada

Dilma vai ganhar.
Datafalha e PiG (*) não dão Golpe

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Na foto, o meu amigo com o Docinho

Lula não é Jango.

Serra não é Lacerda.

E o Eduardo Jorge não é o Golbery.

O dia de ontem, dez dias antes da eleição, expôs os três “argumentos” da elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) para tentar evitar o inevitável: a vitória de Lula/Dilma.

O Datafalha, que não falha, operou na margem de erro para mostrar que as denúncias da Folha (**) vão levar a eleição para o segundo turno.

Isso, sem contar com o Ali Kamel, que, no dia 1º. de outubro, poderá repetir 2006: “o primeiro golpe já houve, falta o segundo”.

A manipulação do Datafalha e do Globope no jornal nacional é um instrumento central do Golpe.

Sempre foi.

O outro elemento desta estratégia suicída é a criminalização do PT, através de um vídeo odiento, divulgado na internet, e que os marqueteiros do Serra inevitavelmente vão jogar no horário eleitoral.

Eles não conseguirão conter a sordidez intrínseca à pretensão de Serra.

Este vídeo será exibido no horário eleitoral, em tabelinha com o jornal nacional do Ali Kamel – prevê este ordinário blogueiro.

Eles não têm mais bala na agulha.

A não ser a baixaria, como este ordinário blogueiro sempre imaginou: Serra numa campanha é garantia de baixaria – diz o Ciro.

Ou do mesmo autor: Serra é inescrupuloso; se preciso fôr, passa com um trator em cima da cabeça da mãe.

Clique aqui para ler “O PT e a Dilma vão à Justiça contra o vídeo sórdido”.

Lula conseguiu segurar os rotweillers do PT: a Dilma não conseguirá – diz o vídeo.

É uma velha acusação, que recupera 2002: Lula conseguirá segurar o PT ?

Dilma conseguirá segurar o José Dirceu ?

A Regina Duarte morria de medo.

Hoje é o Vereza.

A manipulação do PiG (*) e dos institutos de pesquisa; a criminalização do PT; e o renascimento da UDN

A UDN renasce em São Paulo – onde mais seria ? – , com o apoio de manifestações “de massa”, como as do “Cansei” – clique aqui para ler “”Cansei” defende Tradição, Família e Propriedade – terá o apoio do CCC ? ”.

A campanha de Serra reproduz a sordidez da campanha de Collor contra Lula.

Com algumas diferenças, é óbvio.

Uma delas é que o ódio do PiG (*), hoje, é mais intenso e se manifesta mais desinibidamente do que quando criminalizou Lula para eleger o Collor.

A famosa edição do jornal nacional, na véspera da eleição do segundo turno, com a edição do debate e o editorial do Alexandre Maluf Garcia, seria, hoje, uma BBC.

Só tem um problema.

Dilma ganhou a eleição.

E o PT é o único partido que vai sobreviver ao suicídio em massa produzido pelo Jim Jones, o jenio.

Clique aqui para ler o excelente – como sempre – artigo de Maria Inês Nassif, no Valor de hoje, pág. A8, “Quadro partidário paga o preço do passado – no pós-64, os partidos repetiram o quadro do pré-golpe.”

“ … o que sobrar da oposição (com a vitória da Dilma – PHA) terá uma força mínima no Congresso. A tentação do udenismo, nessa situação, aumenta muito. A instabilidade partidária, nesse caso, pode ser um fator de desestabilização da própria democracia.”

Dilma terá maioria no Senado.

O que fará a UDN ?

Vai para o Golpe, 365 dias por ano.

Agora, mais fraca, sem o cartão Visa do Arthur Virgilio Cardoso, a estreita relevância do Marco Maciel e a Ética apolínea do Heráclito Fortes.

E pode até ficar sem o Tasso “tenho jatinho porque posso” Jereissati, cuja eleição já não é tão segura.

A intervenção militar (***) de 64 se deu, em boa parte, para evitar que, na eleição de 1966, o PTB de Vargas, Jango e Brizola se tornasse a maior bancada da Câmara.

Agora, não adianta, o PT vai crescer, a base da Dilma vai aumentar e a UDN vai diminuir.

Outro argumento importante para explicar a vitória da Dilma, em oposição à derrota do Lula contra o Collor: essa eleição é “casada”.

O Oráculo de Delfos sempre disse que o Collor se elegeu porque era uma eleição “descasada”.

Era uma eleição só para Presidente da República.

Agora, não.

A eleição da Dilma está “casada” com a eleição do Eduardo Campos (coitado do Jarbas !), do Jacques Wagner, do Osmar Dias, com o Dilmasia, do Tarso Genro, do Netinho e da Marta, do Sergio Cabral etc etc.

Como diz o Brizola Neto – eleição se ganha no voto.

Como diz o Lula: o eleitor já sabe quando eles mentem.

Clique aqui para ler “Lula subiu um degrau no ataque ao PiG”.

O eleitor estudou mais, o filho foi para a faculdade, se tornou consumidor e cidadão, tem carteira assinada, compra carro, casa própria, viaja de avião, a auto-estima se reforçou.

“Formador” de opinião não forma mais nada.

Como diz a Inês Nassif: o PiG (*) fala para a UDN, a UDN fala para o PiG (*).

É uma cerimônia de celebração a Onan.

E tem a internet.

Esses blogueiros independentes que tanto irritam o Serra, a imparcial Dra Cureau e o “Cansei”.

Acabou o monopólio do PiG (*).

Falta extirpar o PiG (*) do centro da política brasileira.

O PiG (*) sabe que a Dilma vai fazer a Ley de Medios, porque ela não é suicida.

Ou ela faz uma Ley de Medios, ou cai, porque ela não é metalúrgica, como diz o Mino Carta.

E tem um pequeno problema: a UDN não tem voto.

A UDN controla a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo).

Controla o PiG (*), o Datafalha e o Globope, mas não tem voto.

Um amigo meu tem um cachorro de nome “Docinho”.

De manhã, ele sai com o “Docinho” para passear na Praça Villaboim, no coração de Higienópolis.

“Docinho” é uma cruza bizarra de raças, um desajeitado e muito doce.

Um encanto.

Chama a atenção.

Muitas vezes, o passeio do “Docinho” coincide com a promenade matinal do Fernando Henrique Cardoso.

FHC vai à banca de jornal.

À padaria.

Às vezes passa na farmácia.

Solitário como pardal na chuva.

O “Docinho” recebe mais cumprimentos e carinho do que o Fernando Henrique.

A UDN só dá Golpe.

Dava.

A Dilma está eleita.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Este ordinário blog evita a expressão “ditadura militar” que, no Brasil, foi conspurcada.


Palestina Livre abaixo usa







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porrada cultural

Os últimos cartuchos da velha mídia golpista






Os últimos cartuchos da velha mídia golpista


Depois de oito anos de implacável perseguição ao atual governo, a todos os sintomas de progresso, da farta distribuição de preconceitos contra o povo brasileiro, a velha mídia tenta seus últimos disparos nos instantes finais de sua agonizante batalha. Ela sabe que o futuro chegou. A informação não tem mais mão única. Uma farsa construída pode agora ser rebatida rapidamente. Algo que era inimaginável para os candidatos a Cidadão Kane. Seus impérios estão em risco em todo o planeta. Aqui, a nossa provinciana e comprometida imprensa estrebucha com o pé na cova

Um exemplo de hoje. Leiam a reporcagem do Estadão para criar mais um factóide contra a candidatura de Dilma, implicando o ministro Franklin Martins com favorecimento ilícito para seu filho. Leram? Agora leiam a rápida resposta do Franklin. Jornalista experiente, desmonta a farsa ponto a ponto. E mais, dá a informação sobre a fonte da reporcagem, um tal de Angelo Varela de Albuquerque Neto, que já havia tentado chantagear funcionários da EBC por interesses comerciais. Esta informação foi omitida pelo jornal.

Vamos protestar contra a velha e comprometida mídia, que ainda imagina viver seu esplendor golpista dos anos 50 e 60:

São Paulo:
Ato nesta quinta-feira, 23 de setembro, às 19 horas, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (rua Rego Freitas, 530, centro de São Paulo)

Rio de Janeiro:
Nesta quinta-feira, ato "Contra o golpismo midiático e em defesa da democracia", às 15 horas, em frente ao Clube Militar (Av. Rio Branco, Nº 251, Centro, RJ).

Manipulação da mídia e antidemocracia

Via Direto da Redação

Rodolpho Motta Lima

O assunto "liberdade de imprensa” é sempre delicado e, se não apresentado com o cuidado que merece, tende ao explosivo. Em um país que viveu quase duas décadas submetido a um processo de censura da mídia não cabe admitir , em nenhuma hipotese, o cerceamento da liberdade de informar. O problema é saber como fazer diante da manipulação dos fatos, que acaba virando desinformação, ou de um quase monopólio da comunicação midiática, que seleciona apenas o que convém aos seus interesses de grupo. Como lidar com esse comportamento escancarado, por exemplo, no meio de um processo eleitoral?
Essa reflexão nos vem a propósito do excelente artigo de Mário Augusto Jakobskind, publicado aqui no DR e, também, das recentes palavras do presidente Lula sobre a imprensa, que motivaram manifestações contrárias da OAB e da Associação Nacional dos Jornais. O posicionamento do Presidente, feliz ou infeliz na escolha das palavras, não foi bem digerido por essas duas associações. Mas vale refletir sobre ele.
Em primeiro lugar, penso na nossa justiça eleitoral, aparentemente tão ciosa na defesa da igualdade de oportunidades para os candidatos, tão cuidadosa quando se trata de usos que considera descabidos na propaganda, seja no tempo seja no espaço, mas omissa diante desse subliminar "metralhar" de denúncias , algumas requentadas, outras descabidas, mas todas objetivando nitidamente influenciar o voto dos cidadãos. E não se trata aqui de desqualificar o aspecto investigativo e de vigilância que a imprensa deve mesmo exercitar permanentemente. Trata-se de discutir se é aceitável que essa preocupada justiça eleitoral permita que o denuncismo vincule gratuitamente acusações não comprovadas a uma candidatura que, não por acaso, lidera as pesquisas.
Usa-se o discurso da imparcialidade e da democracia e selecionam-se notícias para praticar a política partidária sem assumir os ônus dessa posição. Achei engraçado, numa recente edição do jornal “O Globo”, a carta de uma leitora que se refere à falta de oposição no Brasil como um perigo para a democracia. Falta de oposição? Ela quer mais do que essa que já existe, numa orquestrada e indisfarçada escalada da grande mídia no Brasil inteiro? O que o inconsciente dela estava lamentando não era a falta de oposição, mas a falta de votos nos candidatos dessa oposição falida. O que ela não estava entendendo , penso eu, é como as análises dos jornalistas que ela lê diariamente não estavam se ajustando à realidade das pesquisas, ao comportamento dos eleitores.
Causa estranheza, aliás, dentro desse cenário, a postura de alguns profissionais que não se comportam como o ideário do jornalismo o exige, que se deixam usar como instrumentos de interesses outros, que parecem trocar imparcialidade e boa informação, inteligência e saber, pela comodidade de um cargo Sobre isso, vejo poucas observações a respeito por parte dos órgãos de classe.
Uma vez, escrevi sobre esse assunto para um jornalista de um conhecido períódico aqui do Rio – pessoa cujo nível de inteligência não discuto, mas cujo posicionamento , no âmbito da imprensa, vejo com grande desconfiança. Disse-lhe (em uma carta naturalmente sem resposta) que, na minha condição de professor, o que lamentava mesmo era o processo de formação dos diversos estagíários do jornal, com repetidos exemplos negativos que lhes estariam sendo passados diariamente, inclusive por esse profissional. Um processo que, certamente, não geraria bons jornalistas e, consequentemente, um bom jornalismo no futuro.
Uma pena isso, porque sei como saem dos bancos escolares, rumo ao sonho de uma profissão inegavelmente fascinante, os vestibulandos de comunicação e jornalismo. Percebo-lhes o brilho no olhar, o brilho de quem espera poder constribuir para a formação da cidadania e afirmação do ideal democrático que só a informação confiável e descompromissada é capaz de produzir. Um olhar de brilho que, infelizmente, a julgar pelo que percebemos, eles terão que trocar pela visão opaca da inverdade, da hipocrisia, da subserviência, se quiserem pertencer aos quadros da nossa mídia majoritária.
Voltando ao início, a conclusão inevitável disso tudo é de que a republicana liberdade de expressão e de informação – pilar da democracia - não se pode confundir com um espúrio direito à manipulação dos fatos, que deixa nas mãos de uns poucos um poder negativo que a sociedade não lhes conferiu.
Nada, portanto, mais antidemocrático.

zé SS erra tenta o golpe convocando o cansei das dondocas enfadadas e sonegadores de impostos






José Serra tenta o golpe convocando o cansei das dondocas enfadadas e sonegadores de impostos

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Ilmos. (as) Srs. (Sras)

1. O Clube Militar, preocupado com o panorama político brasileiro, nestes últimos anos vem realizando uma série de atividades voltadas para a preservação da unidade nacional e da democracia no nosso País. Assim, além de eventos que colocou em discussão a defesa da Amazônia, particularmente o problema em Roraima, também tratou de reunir grupos de civis e militares da reserva, de diferentes estados, em três “Encontros Pela Democracia”, sendo dois em 2009 e um em março do corrente ano. Neste último, realizou-se o painel denominado “PNDH-3: A Democracia Ameaçada”, com a participação do Jornalista Antonio Carlos Pereira, do Dr. Ives Gandra Martins e do Min. Waldemar Zveiter.

2. Agora, apesar de premidos pelo tempo, mas em face do previsto naquele PNDH-3 e da última reunião do “Foro de São Paulo”, que tornam clara a intenção de restringir a liberdade de expressão nos países latino-americanos, inclusive no nosso, realizaremos o Painel “A DEMOCRACIA AMEAÇADA: RESTRIÇÕES À LIBERDADE DE EXPRESSÃO”, no próximo dia 23 de setembro (5ª Feira), no horário das 15:00 às 17:00 horas, no Salão Nobre da Sede Principal do Clube Militar (Av. Rio Branco, Nº 251, Centro, RJ).

3. Considerando o trabalho sério, competente e de elevado profissionalismo que o evento exige, foram convidados três painelistas de alto gabarito e um mediador de reconhecida competência e experiência nesse mister. Assim, foram confirmadas as participações dos Jornalistas MERVAL PEREIRA e REINALDO AZEVEDO e do Diretor de Assuntos Legais da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Dr. RODOLFO MACHADO MOURA, restando pendente a confirmação de apenas um dos quatro convidados.

4. Em face do acima exposto, o Presidente do Clube Militar convida V.Exa/V.Sa. para o referido Painel, que contará com o apoio do “Instituto Millenium” e de “THEMAS” (Centro de Estudos Políticos, Estratégicos e de Relações Internacionais).

CLUBE MILITAR
“A Casa da República”
DEMOCRACIA – SOBERANIA – UNIDADE NACIONAL – PATRIOTISMO
COLABOROU: Marco Balbi

*EstadoAnarquista



Vocês já repararam que a imprensa está dando o tom do golpe?. Note que em todas as matérias publicadas na Folha durante a semana, inclusive as manchetes, ditaram o tom a ser usado no programa eleitoral de TV do candidato José Serra (PSDB)

A mídia convocou durante toda campanha eleitoral a turninha do cansei. E hoje, eis que meia dúzia de desocupados anunciaram que vão ressuscitar o velho partido dos golpistas lançando um manifesto em "defesa da democracia" (Aqui) O ato foi organizado por advogados ligados ao PSDB.A PM calculou que cerca cem pessoas participaram do evento

Quem são os patéticos tucanos cansados?..."Cansei" é um termo muito usado por dondocas enfadadas em algum momento das vidas enfadonhas que vivem, disse certa vez Cláudio Lembo

Veja quem assina o manifesto.Nomes conduzido por figuras conhecidas que sempre possuíram e possuem uma visão elitista do país e da sociedade.


01. Hélio Bicudo - (Jurista, deixou o PT em 2005, apóia Marina Silva)

02. D. Paulo Evaristo Arns

03. Carlos Velloso - (Ex-ministro do STF, indicado por Collor)

04. René Ariel Dotti - (Jurista. Penalista)

05. Therezinha de Jesus Zerbini

06. Celso Lafer - (Ministro das Relações Exteriores no governo FHC - que tirou o sapato no aeroporto dos EUA para ser revistado)

07. Adilson Dallari - (Professor titular de Direito Administrativo da PUC/SP)

08. Miguel Reali Jr.- (Ministro da Justiça no governo FHC - Foi tesoureiro da campanha do Geraldo Alkmin em 2006)

09. Ricardo Dalla - (Advogado. Presidente do IBDTI – Instituto Brasileiro de DireitoTributário)

10. José Carlos Dias - (Ministro da Justiça durante o governo FHC, de jul/99 a abr/2000)

11. Maílson da Nóbrega - (Ministro da Fazenda na Ditadura, colunista da FSP, Veja e Estadão)

12. Ferreira Gullar -(Poeta - de boca fechada)

13. Carlos Vereza - (Ator da Globo, apóia César Maia - candidato ao Senado pelo DEM)

14. Zelito Viana - Cineasta, irmão do comediante Chico Anysio e pai do ator global Marcos Palmeira)

15. Everardo Maciel - (Ex-secretário da Receita Federal nos 08 anos de governo FHC)

16. Marco Antonio Villa - (Historiador. Escreve na Folha de São Paulo)

17. Haroldo Costa - (Ator, escritor, produtor e sambista brasileiro)

18. Terezinha Sodré - (Ex- atriz da Globo. Mora em Miami, tem um programa semanal, "Planet Flórida")

19. Mauro Mendonça - ( Tucano declarado. Ator da Globo casado com a signatária abaixo)

20. Rosamaria Murtinho - ( Tucana declarada. Atriz da Globo casada com a signatário acima)

21. Marta Grostein - (Mãe do Luciano Huck, apresentador da Globo)

22. Marcelo Cerqueira - (Político. Filiado ao partido PPS)

23. Boris Fausto - ( Se diz, historiador e cientista político brasileiro)

24. José Alvaro Moisés - (Secretário Nacional de Apoio à Cultura (1995-1998), Secretário Nacional de Audiovisual (1999-2002) – governo FHC)

25. Leôncio Martins Rodrigues (Cientista Político)

26. José A. Gianotti - (Cientista Político)

27. Lurdes Solla - ( Diz que é Socióloga Cientista Política)

28. Gilda Portugal Gouvea - (Socióloga, diversos cargos na área da educação no governo PSDB em São Paulo)

29. Regina Meyer

30. Jorge Hilário Gouvea Vieira -(Empresário, marido da vereadora Andréa Gouvêa Vieira – do PSDB)

31. Omar Carneiro da Cunha - (Economista, ex-presidente de multinacionais como a Shell e AT&T)

32. Rodrigo Paulo de Pádua Lopes - (Engenheiro, consultor da empresa Dragagem Fluvial Ltda.)

33. Leonel Kaz - (Jornalista, foi diretor editorial adjunto da Abril e Secretário de Cultura e Esportes do Estado do Rio de Janeiro. Curador do Museu do Futebol, em São Paulo)

34. Jacob Kligerman - (Medico. Foi nomeado diretor-geral do INCA pelo Ministro da Saúde Jose Serra, sendo substituído por Jamil Haddad no governo Lula)

35. Ana Maria Tornaghi-(Promoter Carioca)

36. Alice Tamborindeguy - (Política. Filiada ao PSDB desde 1995)

37. Tereza Mascarenhas -(?)

38. Carlos Leal-(???)

39. Maristela Kubitschek -(Filha adotiva de Juscelino Kubitschek)

40. Verônica Nieckele - (Socialite e empresária, esposa de Cesar Ramos Filho)

41. Cláudio Botelho - (Diretor de teatro)

42. Jorge Ramos - (?)

43. Fábio Cuiabano - (Dermatologista de atrizes da Globo como,Malu Mader e Luana Piovani)

44. Luiz Alberto Py -(Medico Psiquiatra, psicanalista, palestrante. Colunista do jornal O Dia, e da revista Caras. Consultor de diversos programas da TV Globo - Amigo e Linha Direta, Domingão do Faustão, Luciano Hulck etc)

45. Gabriela Camarão - (???)

46. Romeu Cortes - (???)

47. Maria Amélia de Andrade Pinto - (???)

48. Geraldo Guimarães - (???)

49. Verônica Nieckele - (?)

50. Martha Maria Kubitschek - (???)

51. Gilza Maria Villela - (???)

52. Mary Costa

53. Silvia Maria Melo Franco Cristóvão (???)

54. Glória de Castro

55. Risoleta Medrado Cruz

56. Gracinda Garcez - (???) aparece uma Gracinda Garcez no blog da promoter Ana Maria Tornaghi (n.º 35)

57. Josier Vilar

58. Jussarah Kubitschek

59. Luiz Eduardo da Costa Carvalho- (Presidente do Jockey Club Brasileiro)

60. Tereza Maria de Britto Pereira - (Filha do diretor-geral da Imprensa Nacional Alberto Sá Souza de Britto Pereira, no governo JK)

Ou seja,essa gente tem o objetivo é retomar o controle do poder, que sempre esteve nas mãos da elite branca, má e perversa, para usar uma definição do ex-governador Cláudio Lembo.Sabem que se não fizerem nada desde já, os partidos que os representam serão escurraçados nas urnas. Sendo que um deles, o dos demos, pode se tornar um nanico já em 2011.

Golpistas

"Golpista é alguém que defende um golpe de Estado, ou seja, defende a derrubada de um governo legitimamente eleito por meio de um putsch anticonstitucional, um golpe de força." É sobretudo - preparar o imaginário da população para a derrubada de um governo legitimamente eleito.

É também repercutir com intensidade uma notícia, mesmo sabendo que ela se desmentirá depois, e não dar o mesmo espaço ao desmentido.

É, por exemplo, comparar a classe média nas filas dos aeroportos com as vítimas dos campos de concentração nazistas, como fez Alexandre Garcia. É o apelo fácil ao sentimentalismo, na tentativa de manipular as consciências de leitores e telespectadores. No jogo do "fala e esquece" da midia, muitas perguntas ficam sem reposta.

Do que reclama a imprensa?

A Imprensa escolhe e protege seus candidatos, malhando impiedosamente seus adversários, distorcendo os fatos, fazendo ilações maldosas, acusando e já dando apressadamente o veredito que lhe interessa. E quando é questionada - simplesmente questionada! - já se faz de vítima, sente-se ameaçada e faz novas ilações, achando que a democracia está sob ameaça. Ora, democracia é um regime em que todos podem questionar e ser questionados. Por que a imprensa, que mais questiona, acha que não pode?
*amigosdoPresidenteLula

Lula repudia acusação de que ameaça a democracia

O presidente Lula repudiou ontem, durante comício na periferia de Curitiba (PR), as acusações oposicionistas de que ele, o PT e Dilma ameaçam a democracia.
“Agora inventam o discurso que nós ameaçamos a democracia. Os donos do engenho são os democratas e os moradores da senzala são contra a democracia. Para eles, democracia era bom no tempo em que a gente podia se reunir em praça pública apenas para gritar que estava com fome. Para nós, democracia é comer, estudar, trabalhar, ter acesso à cultura e lazer. É isso que incomoda”, afirmou o presidente.
A reação de Lula coincidiu com a realização, no centro de São Paulo, de um ato denominado Se Liga Brasil, estrelado por alguns ministros do Governo Fernando Henrique, assim como por dissidentes petistas, anunciado e filmado pela assessoria da campanha do candidato tucano José Serra.
O ato foi promovido em nome da defesa da democracia, da liberdade de imprensa e de expressão e dos direitos individuais.
Manifesto lido pelo jurista Hélio Bicudo, dissidente do PT, condenou a participação do presidente Lula na campanha da petista Dilma Rousseff e a “ação de grupos” que atuariam contra a imprensa.
“É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e de empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses”.
Outra personalidade, o advogado Reale Júnior, que foi ministro da Justiça no Governo FHC, acusou o PT de fazer ameaças a jornalistas.
“A imprensa, quando denuncia a corrupção, é transformada no partido da imprensa golpista. Ou seja, não existe mais liberdade de denunciar aquilo que envergonha o país, que é a maracutaia dentro do Palácio do Planalto”, afirmou.
José Carlos Dias, também ministro da Justiça de FHC, disse que se instalou no país o que chamou de um caudilhismo assustador.
Em Curitiba, a presidenciável Dilma Rousseff acusou a campanha oposicionista de, “na hora do desespero, levantar falsidades e mentiras” e “tentar criar clima de ódio no Brasil”.
Tanto Dilma quanto Lula criticaram também as promessas de José Serra, de aumentar o salário mínimo e o público beneficiário do Bolsa Família.
”Meu adversário vive prometendo, mas a gente tem que sempre lembrar: quando estavam no governo, não criaram Bolsa Família coisíssima nenhuma, não aumentaram o salário mínimo. Hoje, perto da eleição, vão e prometem mundos e fundos pensando que o povo é tolo”, disse Dilma.
*comtextolivre



“Ódio é como droga, quem entra não sai mais”, diz Dilma

Marli Lima e Paulo de Tarso Lyra – VALOR

De Curitiba e Brasília

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, atribuiu ontem ao “desespero” a onda de denúncias contra o governo das duas últimas semanas. Em comício realizado à noite em Curitiba, a petista disse que “quando aumenta o desespero, eles levantam falsidades e mentiras. Usam o desespero para tentar criar um clima de ódio. Mas o Brasil não tem capacidade de ser um país que odeia”.

Dilma lembrou que, no passado, o PT teve que combater o medo que as pessoas tinham de votar no então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva. “Agora, vamos combater o ódio que tentam destilar com esperança no futuro e amor ao povo brasileiro”, afirmou a candidata. Presente ao comício ao qual chegou às 20h40, o presidente Lula disse que em três meses vai entregar a faixa presidencial a Dilma.

Mesmo em se tratando de um evento fora da agenda presidencial, cuidados com a segurança de Lula foram tomados. Por exemplo, seis detectores de metais foram instalados e todos os participantes do ato tiveram que passar por um deles.

À tarde, em Brasília, Dilma reforçou a estratégia definida pelo governo e pelo comando da campanha de, na reta final, transferir à imprensa o foco de atenção às denúncias de tráfico de influência na Casa Civil e de quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB. “Chegaram [a coligação PSDB-DEM-PPS] a entrar no TSE para tentar impugnar a minha candidatura. Para mim, o ódio é como uma droga. A pessoa entra no ódio e não sai dele nunca mais”.

A candidata, no entanto, não quis dar apoio explícito ao ato que o PT e as centrais sindicais promovem hoje em São Paulo contra a imprensa e o que chamam de “golpe midiático”. Declarou que a imprensa está no direito de fazer as críticas que achar necessárias e classificou como “exagero” falar em golpe promovido pela mídia. Brincou que, se eleita presidente, “os jornalistas poderão reclamar e criticar o dia inteiro”. Mas alertou. “Se eu achar que está errado, ou é uma injustiça, eu vou falar: meus jovenzinhos, isso não é bem assim”.

A candidata do PT também buscou desvencilhar-se de relações pessoais com a ex-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, demitida após várias denúncias de tráfico de influência. Afirmou ser contra a nomeação de servidores baseada em critérios de parentesco e amizade. “Eu indiquei a ministra Erenice Guerra porque ela é uma militante histórica do PT do Distrito Federal e uma advogada competente, especialmente no setor elétrico.”

*Luis Favre

Tecnologia em triciclo ideal para quem tem problema de locomoção

é preciso reinventar



Denuncie a baixaria


Estamos chegando à reta final da campanha. Faltam poucos dias para irmos às urnas eleger Dilma Rousseff presidente. As pesquisas continuam mostrando crescimento e apontam para uma possível vitória no 1º turno.

Diante desse cenário de vitória, inúmeras mentiras sobre Dilma tem sido inventadas e espalhadas na internet. Chega-se ao absurdo de e-mails com frases, atribuídas a Dilma, que ela nunca disse.

A baixaria também reeditou a tática do medo, utilizada contra Lula em 2002. E espalhou, por exemplo, que o PT seria contra a liberdade de culto e a liberdade de imprensa, o que também não é verdade.

Já vimos este filme. Em 2002, após a bela vitória de Lula, o presidente foi muito feliz ao resumir a situação: "A esperança venceu o medo". E vai ser assim novamente, com a eleição de Dilma presidente.

Em todos os eventos de que tem participado, Dilma demonstra coerência e valores como responsabilidade, compromisso e, principalmente, respeito aos eleitores e aos adversários.

É isso o que tem norteado a campanha de Dilma. É inadmissível que queiram vencer as eleições com base em calúnias e difamações. Não se deixe enganar. Denuncie a baixaria na internet!
*comtextolivre

ENQUANTO O BRASIL QUEIMA, A CIDADE DE SÃO PAULO VAI A LUGAR NENHUM _click no título



Este foi o ano que triplicaram as queimadas no Brasil...óbvio que tem a ver com as mudanças climáticas...mas não há dúvida que só em pensar a mudança do CÓDIGO FLORESTAL
tem contribuido.
Sobretudo depois da anistia aos ruralistas.Penso que vale muito olhar de perto este grande desastre socioambiental.
http://www.oeco.com.br/images/stories/flash/queimadas2010/queimadas2010.swf
Este caos e desespero foram acionados num toque de botão! São Paulo parou! Este é o grande "modelo de desenvolvimento" . Pensar? Parecemos gado abestalhados !!!!

quarta-feira, setembro 22, 2010

América Latina, pela primeira vez, está mais próxima de sua independência.







TeleSUR entrevista Noam Chomsky: 'Os Estados Unidos estão perdendo o controle'

Via DiarioLiberdade

220910_chomsky

Brasil de Fato - Para o escritor e filósofo estadunidense a América Latina, pela primeira vez, está mais próxima de sua independência.

O escritor e filósofo estadunidense Noam Chomsky assinalou que os Estados Unidos estão perdendo o controle no mundo e indicou que a América Latina, região que a nação norteamericana considerou por décadas como "quintal", está se aproximando da sua independência e da integração.

"Agora estamos em um momento dramático porque os Estados Unidos estão perdendo o controle em todas as partes. O Oriente Médio é o lugar mais importante. Mas a China é outro caso, assim como é o hemisfério ocidental", indicou Chomsky.

Acrescentou que "sempre se deu por certo que o chamado quintal estaria sob controle. Se você olhar os documentos internos, durante os anos de [ex-presidente estadunidense Richard ] Nixon, quando estavam planejando a derrocada do governo de [Salvador] Allende [ex-presidente chileno derrubado pelo ditador Augusto Pinochet], disseram exatamente que, se não podiam controlar a América Latina, como iriam controlar o resto do mundo".

"Já não podem controlar a América Latina. De fato, passo a passo, a América Latina, pela primeira vez, está se aproximando da sua independência e da integração", sublinhou.

Recordou que, em fevereiro, realizou-se a Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe, em Cancún, no México, em que foi aprovado um organismo regional que reúne os países da América Latina e Caribe sem a participação dos Estados Unidos nem Canadá, com o objetivo de integrar a região, isso "foi um tapa" para ambos países norteamericanos.

"Por enquanto, somente é formal. Mas se chega a ser operativo, elimina a OEA [Organização dos Estados Americanos] que é dirigida pelos Estados Unidos. É como se dissessem aos Estados Unidos que se retirem de nossos assuntos. E há outras medidas que estão sendo tomadas. Por exemplo, a China superou os Estados Unidos como importador do Brasil e provavelmente o superará como sócio comercial. É uma grande notícia", acrescentou.

A seguir, a entrevista na íntegra realizada com o escritor e filósofo estadunidense Noam Chomsky.

TeleSUR - Quero começar perguntando-lhe sobre o Irã, os Estados Unidos estão pressionando para que o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] imponha-lhe sanções mais duras. Até onde vão os Estados Unidos ou Israel, poderiam invadir ou atacar o Irã?

Noam Chomsky - Israel não é previsível. Particularmente, nos últimos dois anos, tem agido de maneira muito irracional, com muita paranóia, em uma situação em que não se pode saber o que vão fazer. Não creio que nem eles saibam o que vão fazer. Estão chegando a um ponto onde podem não ter outra saída a não ser bombardear o Irã. Mas não podem fazer isso sem o apoio dos Estados Unidos. Assim, a pergunta é se os Estados Unidos autorizarão.

Tecnicamente, Israel poderia fazê-lo. Tem submarinos, que conseguiram da Alemanha, com mísseis nucleares profundamente submersos no Golfo Pérsico.

Teoricamente, poderiam atacar ao Irã sem passar pelo espaço aéreo. Mas quase todos os ataques que se podem conceber passariam pelo espaço aéreo de algum país, assim seria difícil o fazerem sem algum tipo de autorização pelo menos tácita. A Turquia não vai consentir. A pergunta é se os Estados Unidos a autorizaria contra o Iraque. E a outra pergunta é a Arábia Saudita. É concebível que tentaria. Eu acredito que seria uma loucura. E os Estados Unidos? [Barack] Obama, que avançou com os programas de [George W.] Bush, junto com seus assessores, também está se metendo em uma situação onde poderia não ter opção. Porque criaram essa ideia de ameaça do Irã. A ilha mais importante é Diogo García, uma ilha africana onde a Grã-Bretanha expulsou todos os habitantes para que os Estados Unidos pudessem construir uma base militar grande, e é uma das bases militares para atacar o Oriente Médio na Ásia Central. E Obama avançou ali. Enviou centenas de artilharia com penetração profunda chamada "rompe-bunkers", que estão apontados para o Irã. Enviou instalações para apoiar submarinos nucleares com mísseis Tomahawk. Tudo isso representa uma ameaça direta ao Irã. E as sanções estadunidenses estão ficando mais duras. Mas chama a atenção que fora da Europa e do Japão ninguém está prestando muita atenção. Esses países estão de acordo em ser servis aos Estados Unidos.

Não é o caso do resto do mundo. Os países não alinhados, que são a maioria dos países do mundo, têm apoiado fortemente o direito do Irã em enriquecer o urânio. Mas ninguém presta atenção a eles. São as colônias. Mas é cada vez mais difícil de evitá-los. Turquia, o poder regional mais importante, está construindo oleodutos através do Irã. Está aumentando o comércio com o Irã. Opuseram-se às sanções. O Paquistão acaba de abrir oleodutos para o Irã. Mas o que mais preocupa os Estados Unidos é a China. A China simplesmente não presta atenção às ordens dos Estados Unidos. E se acreditam que são o dono do mundo, isso dará medo. De fato, o governo de Obama está desesperado por isso. Apenas há duas semanas, o Departamento de Estado emitiu advertências à China, dizendo que, se querem ser aceitos no mundo civilizado, tem que cumprir com suas responsabilidades internacionais. O que são as responsabilidades internacionais? Seguir as ordens dos Estados Unidos. Obedecer às sanções dos Estados Unidos. Essas sanções não têm nenhuma força, exceto os meios de violência por detrás delas.

A China está satisfeita em obedecer às sanções da ONU [Organização das Nações Unidas] porque são fracas. Os Estados Unidos não podem fazer com que aprovem sanções sérias na ONU. Assim, a China aprova as sanções da ONU e não tem nenhuma responsabilidade de seguir as sanções dos Estados Unidos. O mais provável é que estejam rindo na Chancelaria porque os Estados Unidos não podem fazer nada.

Igual à Rússia, seguem com suas relações econômicas. Estão desenvolvendo suas terras para gás natural etc. É provável que a China esteja de acordo com as sanções dos Estados Unidos porque abre oportunidades a eles. Não tem que competir com empresas dos Estados Unidos e Europa. E as empresas estadunidenses e europeias provavelmente estão furiosas por isso. Mas é uma política de Estado. Isso também está se passando com as manobras navais. A China criticou que os Estados Unidos estejam fazendo manobras navais perto da costa da China. Estavam muito incomodados pelo plano de enviar um porta-aviões nuclear Aircraf avançado, com o nome de George Washington, ao mar Amarelo com capacidade para atacar Pequim [capital da China] com mísseis, segundo os chineses. Aqui nos Estados Unidos não dão importância. Mas nós não reagiríamos dessa forma se a China estivesse realizando manobras no Caribe. De fato, a reação dos Estados Unidos é muito interessante, tanto do governo como da imprensa. A China não está sendo razoável. Estão interferindo na liberdade dos mares, é dizer, nossa liberdade de realizar manobras militares perto de sua costa.

Claro que ninguém tem esse direito, somente nós. E estão possivelmente estão interferindo com nosso desenvolvimento avançado perto da sua costa. Ninguém tem esse direito perto da nossa costa. Todas essas coisas são reflexo de uma ideologia imperialista profundamente arraigada, que diz que é nosso mundo, nós somos os donos e, se alguém interfere com nosso direito de fazer o que queremos, é sua culpa. E quando a China não aceita, a China é considerada uma ameaça. Não seguem ordens e exercem sua própria soberania, e isso não se pode tolerar. E se nos voltarmos para o Irã, é a mesma coisa.

Segunda-feira [13], o Wall Street Journal anunciou que os Estados Unidos estão acelerando seus planos para um enorme envio de armas a Arábia Saudita. Helicópteros, aviões F-15 etc, projetado cuidadosamente para que Israel consiga armas avançadas e a Arábia Saudita consiga as armas inferiores. No entanto, é enorme. Talvez a maior venda de armas na história. Supostamente é para se defender contra o Irã. Mas o que é exatamente a ameaça iraniana? É interesante. Sempre se fala disso.

É considerado, pelos analistas da política externa dos Estados Unidos e pelo governo estadunidense, de ser um problema maior para a ordem mundial. De fato, tem se chamado o ano do Iraque porque é um problema tão grande. Assim, qual é a ameaça? Na verdade, temos uma resposta definitiva para isso.

Desgraçadamente os meios não a cubrirão. Porém está. A cada ano, o Pentágono e os Serviços de Inteligência nos Estados Unidos entregam informes ao Congresso analisando a situação global de insegurança.

Acabam de fazê-lo em abril passado. Há uma seção sobre o Irã. O que dizem é muito interessante e, por isso, os meios não cobrem. Dizem que o Irã tem gastos militares muito baixos, inclusive em comparação com outros países da região. Portanto não está claro por que a Arábia Saudita necessita de helicópteros e F-15. O Irã não tem praticamente nenhuma capacidade de mobilizar forças no exterior. Sua doutrina militar é puramente defensiva, projetada para postergar uma invasão do Irã por tempo suficiente para permitir a diplomacia.

Os informes afirmam também que se o Irã está desenvolvendo uma capacidade nuclear, que não quer dizer uma arma nuclear necessariamente, seria parte da estratégia de uma força dissuasiva. Necessitam uma força dissuasiva que não é surpreendente porque há dois países em suas fronteiras ocupados por uma superpotência hostil. Israel e Paquistão têm armas nucleares. Assim, estão em uma situação de perigo. Portanto, se supõe que isso seria parte de sua estratégia de uma força dissuasiva, se estão fazendo isso. Assim, qual a ameaça? Os informes explicam a ameaça. A ameaça é que estão exercendo sua soberania. Estão tentando estender sua influência para países vizinhos, como o Afeganistão e o Iraque. E isso não se pode tolerar porque nós somos os donos desses países. Se nós invadimos esses países, está tudo bem. Mas se eles tentam influenciá-los, chama-se de desestabilização. Impomos a estabilidade. É uma terminologia comum. É tão comum que um editor de uma publicação de relações internacionais uma vez escreveu, sobre o golpe de Estado no Chile contra Allende, que desgraçadamente tivemos que desestabilizar o Chile para estabelecer a estabilidade. E não estava se contradizendo porque tivemos que desestabilizar ao depor o governo e impor uma ditadura, e o resultado é estabilidade porque o novo governo segue ordens e sua visão do mundo. Cada artigo do jornal que lê, cada publicação acadêmica sobre as relações internacionais, dão por certa essa perspectiva. É uma perspectiva natural se acredita que é o dono do mundo. E se você olha os documentos internos dos Estados Unidos, têm suas origens há muito tempo, desde a Segunda Guerra Mundial, quando os assessores de Roosevelt se deram conta de que os Estados Unidos saíam de uma guerra com um poder mundial dominante substituindo a Grã-Bretanha. E estabeleceram diretrizes que são explícitas e nunca são discutidas porque são demasiado explícitas. Dizem que os Estados Unidos devem controlar uma vasta área, pelo menos no hemisfério ocidental, o anterior império britânico, que inclui o Oriente Médio, o Extremo Oriente e, talvez mais, e dentro dessa área nenhum país pode exercer sua soberania se interfere com os planos dos Estados Unidos. Os Estados Unidos devem ter poder absoluto.

Professor Chomsky, o império dos Estados Unidos está acabando?

Agora estamos em um momento dramático porque os Estados Unidos estão perdendo o controle em todas as partes. O Oriente Médio é o lugar mais importante. Mas a China é outro caso, assim como é o hemisfério ocidental.

Sempre se deu por certo que o chamado pátio estaria sob controle. Se você olhar os documentos internos, durante os anos de [ex-presidente estadunidense Richard] Nixon, quando estavam planejando a derrocada do governo de [Salvador] Allende [ex-presidente chileno derrubado pelo ditador Augusto Pinochet], disseram exatamente que, se não podiam controlar a América Latina, como iriam controlar o resto do mundo.

Já não podem controlar a América Latina. De fato, passo a passo, a América Latina, pela primeira vez, está se aproximando da sua independência e da integração.

Por ahora, sólo es formal. Pero si llega a ser operativo, elimina la OEA (Organización de Estados Americanos), que es dirigido por EE.UU. Es como si dijeran a EE.UU. que se retire de nuestros asuntos. Y hay otros pasos que se están tomando. Por ejemplo, China ha superado a EE.UU. como importador de Brasil y probablemente lo superará como socio comercial. Es una noticia grande.

Por enquanto, somente é formal. Mas se chega a ser operativo, elimina a OEA [Organização dos Estados Americanos] que é dirigida pelos Estados Unidos. É como se dissessem aos Estados Unidos que se retirem de nossos assuntos. E há outras medidas que estão sendo tomadas. Por exemplo, a China superou os Estados Unidos como importador do Brasil e provavelmente o superará como sócio comercial. É uma grande notícia.

Professor Chomsky, no caso de Honduras, o golpe de Estado do ano passado. Esse não foi um golpe duro para a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e uma grande vitória para os Estados Unidos?

A América do Sul avançou em direção à independência e a integração. A Unasul [União de Nações Sul-americanas], por exemplo, não é uma organização somente escrita no papel. Não faz muito, mas se opôs às bases estadunidenses na Colômbia. Apoiou a [presidente boliviano Evo] Morales quando estava sob atraque da velha elite nas províncias do leste.

O Banco do Sul poderia chegar a ter importância e o Mercosul [Mercado Comum do Sul] está se formando. Assim a América do Sul está saindo do controle dos Estados Unidos, o que é muito significativo. Mas a América Central está sob controle até agora. Foi devastada pelas guerras terroristas de [Ronald] Reagan, incluindo Honduras, e apenas está emergindo disso. Porém tem estado disciplinada pelos Estados Unidos.

Com a Nicarágua tem sido um pouco diferente, mas também não tem incomodado muito os Estados Unidos. Honduras é sério. E uma razão é a base de Palmerola. É a única base militar importante que os Estados Unidos têm nessa região. Foi a principal base para atacar a Nicarágua durante a guerra dos Contras. E os Estados Unidos querem mantê-la. E como disse, Honduras é a república bananeira tradicional. Se não podemos mantê-la, estamos com problemas sérios.

Assim, Obama apoiou o golpe de Estado astutamente. Nas palavras, estavam contra, mas nas ações, mostravam que apoiavam. E conseguiram fazer isso. Foi um golpe militar de Estado exitoso. Mas se você fizer uma comparação com o passado, a forma como foi realizado explica muito.

Em anos passados, se os Estados Unidos quisessem apoiar um golpe militar de Estado, simplesmente diriam às Forças Armadas que derrubassem o Governo, e o fariam por si mesmos. Desta vez, se obrigaram a fazê-lo de uma forma mais astuta e indireta que poderia chegar a ser aprovada na Europa.

A Europa é tão obediente aos Estados Unidos. A Europa poderia dizer que não gostou, mas poderia dizer que se manteve dentro da lei, o que por certo não é verdade por certo. Mas não puderam fazer algo assim com o resto do mundo e não puderam fazer como faziam no passado.

São sinais da debilidade crescente dos Estados Unidos, de impor o que chamam de estabilidade no hemisfério. Se fixar nesta década, houve três tentativas de golpe de Estado. O primeiro na Venezuela, apoiado abertamente pelos Estados Unidos, foi revertido. O segundo, no Haiti, os Estados Unidos conseguiram levar a cabo. Estados Unidos, França e Canadá, de fato, levaram a cabo um golpe militar no Hati. Sequestraram o presidente e o enviaram á África Central e baniram seu partido, que ganharia qualquer eleição. Foi um golpe militar de Estado verdadeiro. O Haiti é um Estado fraco, assim puderam fazer isso. E o terceiro foi em Honduras.

São três em uma década. Mas não tem nada a ver com a época em que os Estados Unidos podiam derrubar governos à vontade.

Nada a ver, por exemplo, com John F. Kennedy, que pôde organizar um golpe militar de Estado no Brasil, que ocorreu justamente depois de seu assassinato, mas foi organizado pelos Kennedy. O Brasil é um país grande, não é um lugar pequeno, e não foi um grande problema. Instalaram um de seus primeiro países assassinos de segurança nacional que depois se estendeu como uma praga por todo o continente.

Esses dias acabaram. E está causando muita preocupação entre os formadores da política externa dos Estados Unidos. Inclusive um país tão poderoso como os Estados Unidos já não podem manter o tipo de dominação mundial que foi projetada depois da Segunda Guerra Mundial e implementá-la em grande medida.

Professor Chomsky, você escreveu um livro muito importante há 20 anos sobre a fabricação do consenso feito por grandes meios comerciais. A capacidade dessas empresas de controlar o pensamento das pessoas mudou nesse período?

Tomamos os exemplos da Telesur, RT, Press TV ou Al-Jazeera, que é o maior. Vemos um exemplo real, como a invasão israelense a Gaza, que foi uma invasão israelense e estadunidense a Gaza porque os Estados Unidos participaram plenamente. Foi possível conseguir uma cobertura ao vivo 24 horas de Gaza da Al Jazeera. E havia dois povos nos Estados Unidos de onde se poderia ver. Um está em Michigan [centro-norte] onde há uma grande população árabe e outro é um pequeno povo no norte de Nova Hampshire.

No resto do mundo, foi possível ver a cobertura 24 horas do evento mais importante desse período. Nos Estados Unidos, foi proibido. Se por acaso estivesse nesses povos, poderia ver pela televisão a cabo. Se foi suficientemente inteligente para encontrar pela internet, podia encontrar pela internet. Mas quanto ao impacto sobre a população, teve mais êxito sobre os que viviam na União Soviética. Havia muito mais gente escutando a BBC na União Soviética, escutando fontes no exterior.

Um grande número estava conseguindo suas notícias da BBC e pela Voz da América. Sabemos isso por estudos que foram realizados. Aqui está essa voz alternativa, e se sabe o que busca e faz um esforço, pode encontrar. Isso é bom, porém só alguns aproveitam.

A internet tem muito valor se você sabe o que está fazendo. Mas para a maioria da população, é como se você quisesse ser biólogo e eu diga que vá a bibliotecas de Harvard e leia todas as revistas sobre biologia. Não vai aprender nada. Estão ali. No entanto, tem que saber o que está buscando. E as pessoas nos Estados Unidos não sabem porque tem havido uma campanha extremamente exitosa, especialmente nos últimos 20 anos, de fragmentação para as pessoas, subordinando-as.

Professor Chomsky e a mudança climática, a possibilidade de uma guerra nuclear, a crise alimentar, os desastres naturais, nesse sentido o mundo é assustador. Você tem esperança?

O mais surpreendente é que quase não há uma forma de abordar a mudança climática com as instituições já existentes. Os Estados Unidos realmente não têm um sistema de mercados, nenhum país poderia sobreviver com um sistema de mercados. Mas têm um sistema de mercados parcial. E na medida em que funciona um sistema de mercados, você perdeu. Se você é executivo de uma empresa, está obrigado por lei a maximizar as ganâncias em curto prazo e ignorar as externalidades, por exemplo, o destino da espécie humana.

Não faz isso porque é uma pessoa má, talvez lhe importe o destino da espécie. Mas não pode importar em teus negócios. Se você decide ser uma pessoa decente, está fora, e se incorpora outra pessoa que vai fazer o que se requer institucionalmente. O efeito nos Estados Unidos é que há campanhas de propaganda importantes dirigidas a um mundo dos negócios que tentam convencer as pessoas a esquecer. O que não está se passando, o que os humanos não têm que ver, o que seja. É uma sentença de morte.

E as mesmas pessoas que estão fazendo essa campanha sabem bem disso. Sabem igualmente como eu, você e outros que é muito sério. Mas estão presos. Estão nessa estrutura institucional e não podem sair. E isso é sério. Se você vê o mundo, há duas trajetórias. Há a trajetória que está sendo perseguida, lentamente, irregular, de que na América Latina há mais independência em direção aos horríveis problemas internos da pobreza massiva e o sofrimento e a desigualdade. Há passos tímidos para essa direção. É uma trajetória positiva. Há outra trajetória que conduz à destruição. A mudança climática é um caso. A guerra nuclear é outro. E há outros. A pergunta é qual trajetória acabará dominando. Não tem sentido especular.

Tradução: Patrícia Benvenuti

Socorro São Paulo não merece isso



Metrô de São Paulo está em colapso

por Conceição Lemes

Hoje, das 7h51 às 10h40, a linha Leste/Oeste do Metrô de São Paulo – também conhecida como Vermelha, ou linha 3 — parou totalmente. Quase três horas de caos, medo, desconforto, tumulto. Algumas pessoas passaram mal. Vidros de janelas foram quebrados, para que outras pudessem sair de vagões, mantidos com as portas fechadas. Dezessete composições acabaram depredadas.

“O que aconteceu foi uma falha de porta entre a estação Pedro II e a Sé”, afirma Bene Barbosa, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo. “Uma pane técnica fez com que a porta se abrisse fora da plataforma, em pleno túnel. ”

Uma blusa foi colocada na porta para travar o fechamento“, diz o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB). Acrescenta que é estranho que isso tenha ocorrido e deixa no ar a hipótese de sabotagem com fins eleitorais.

“Uma blusa não acarretaria a abertura da porta”, explica Barbosa. “Quando algo obstrui o fechamento, e isso todo mundo que anda de metrô já viu, o operador vai lá, resolve, a porta fecha e a composição segue. Só que hoje a pane ocorreu entre uma estação e outra. Insinuar sabotagem é má-fé. É tentar jogar nas costas dos outros uma responsabilidade que é única e exclusivamente do governo de São Paulo.”

Soninha Francine (PPS), ex-subprefeita de São Paulo e atual coordenadora da campanha de internet do tucano José Serra (PSDB), seguiu a linha de Goldman. Pela manhã, cogitou no twitter que a paralisação foi provocada por “sabotagem” do PT, como mostrou Conceição Oliveira no blog Maria-Frô.

A mensagem virou na piada na internet. Às 15h, o assunto já estava entre os mais comentados no dia no Twitter (Trending Topics – TT).

Surgiu até o movimento SoninhaFacts, a exemplo do que aconteceu recentemente com uma manchete absurda da Folha de S. Paulo. “Soninha acusa PT de mandar militantes lotarem o metrô da ZL todos os dias para criar caos”, satiriza um. “Ih! Vai cair um mega temporal aqui em SP. Vai alagar tudo, certeza, e a culpa vai ser do PT né”, brinca outro.

Ao Terra Magazine, Soninha justifica a acusação: “É absurdo para um sistema que é referência em São Paulo”.

A ex-petista ouviu o tucano cantar mas não sabe aonde. Ou melhor, sabe, mas ouviu de uma penosa mentirosa. Bastaria tomar uma só vez o metrô às seis da tarde na Sé ou às 6 da manhã em Itaquera para descobrir a verdade.

Aliás, para quem utiliza a linha Leste/Oeste do metrô, o caos de hoje não foi surpresa. Paradas ao longo do percurso são cada vez mais freqüentes por diversos motivos, entre os quais: pane elétrica; usuário que, devido à superlotação, escorrega no vão que se forma entre a plataforma e o trem; sobrecarga de passageiros. A linhaVermelha, que pega a região mais pobre da cidade, é também a com a maior lotação e a mais penalizada.

“Andar hoje na linha Leste/Oeste do metrô é uma verdadeira aventura”, avalia Barbosa. “O aceitável é transportar 6 pessoas em pé por metro quadrado. A Linha Vermelha transporta 11! É um dos metrôs mais carregados do mundo.”

“A lotação da linha Vermelha é quase o dobro do recomendado”, reforça Leonardo Sakamoto, no seu blog. ” A aquisição de composições não tem acompanhado o ritmo da demanda e a sensação é de lata de sardinha. Ou pior, de atum moído.”

“O metrô de São Paulo está em colapso”, denuncia Barbosa ao Viomundo. “Está transportando 3,5 milhões de pessoas por dia. Não tem condições de carregar mais gente.”

De 2007 para cá, já registrou 34 panes. Há 11 dias, por exemplo, uma falha de duas horas na linha Azul provocou lentidão e tumulto na estação Sé. Elas resultam de uma combinação perversa: redução de investimentos na manutenção com superlotação.

“Hoje tivemos a pane da blusa ‘vermelha’”, ironiza o deputado estadual Antonio Mentor, líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo. “Seria cômico se não fosse trágico. Só que nem sempre é véspera de eleição, como agora, e se tenta desesperadamente encontrar uma digital ‘vermelha’ para incriminar.”

“Na verdade, o que aconteceu mostra a fragilidade do metrô paulistano”, considera Mentor. “O fato de o governador aventar que uma simples blusa possa ter causado a pane inicial dá a dimensão do quão vulnerável é o sistema.”

“Mostrou também que o metrô não está preparado para lidar adequadamente com situações de emergência”, salienta Mentor. “Imaginem a situação. As pessoas trancadas no escuro [o trem que teve problema na porta parou a 150 metros da plataforma da Sé, no meio do túnel], sem informações, querendo saber o que havia acontecido à frente, e ninguém para explicar. É natural que algumas tenham se desesperado e quebrado vidros, para sair dos vagões.”

“Este foi o 12º incidente nos trens da CPTM e no Metrô-SP, em apenas dois meses, ou seja, em média, um a cada 3,6 dias. E não há planos de contingência”, atenta José Augusto Valente, no Portal T1 – Logística e Transportes. “Como consequência, cada vez que ocorre um problema, a CPTM e o Metrô-SP são incapazes de reagir para minimizar os danos e evitar o caos. É simples assim. Falar em sabotagem com fins eleitorais é subestimar demais a nossa inteligência.”

“O que aconteceu hoje foi em efeito cascata. O primeiro trem parou no horário de pico, justamente quando o intervalo entre um e outro é muito reduzido. Logo, todos os que vinham atrás foram parando”, esclarece Barbosa. “Como o problema inicial demorou para ser solucionado, passageiros de outros trens começaram a sair também dos vagões e andar pelos trilhos, levando os operadores a cortar completamente a energia. Por isso toda a linha Leste/Oeste parou.”

Agora, já que Goldman e Soninha estão tão “por dentro” do que acontece no metrô de São Paulo, seria bom que explicassem aos usuários dois fatos comprovados:

1) Por que o governador José Serra deixou de investir no metrô R$ 1,7 bilhão em 2008 e 2009?

2) Por que o metrô de São Paulo tem uma das tarifas mais caras da América Latina ( R$2,65)? A da cidade do México, por exemplo, custa o equivalente a R$ 0,40. A cobrada na vizinha Buenos Aires, Argentina, corresponde a R$0,48.

Enquanto isso, fiquem com a mensagem e os vídeos que o Emerson Luis, do blog Nas Retinas, nos enviou. Ele foi o primeiro a divulgar no twitter esse caos: Jornalismo cidadão não falha.

Poucas horas depois do caos desta manhã, ocorrido no Metro de SP devido a falhas na linha Leste/Oeste, que deixou todo o sistema parado e as autoridades públicas ainda não se explicaram (a mídia não cobra deles), os cidadãos estão postando no YouTube imagens gravadas no local. Nos vídeos abaixo, gravados pelo usuário do Metro (e do YouTube) williamfcosta, pode-se ver os passageiros andando na linha, em elevado e nos túneis, no meio da escuridão. Na era da mobilidade, não dá pra esconder essas imagens. Os cidadãos, com os meios digitais, possuem mídia para se comunicar e enfrentar as barreiras da velha mídia.

*Viomundo

Nota do Viomundo de atualização: Nesta quarta-feira, 22 de setembro, houve nova pane. Desta vez foi falha no sistema pneumático, na estação Sé do metrô.