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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 04, 2010

Cúpula exige que os EUA coloquem fim ao bloqueio a Cuba





Na 20ª Cúpula Ibero-Americana, em Mar del Plata, na Argentina, os chefes de Estado e do Governo reiteraram neste sábado sua exigência aos Estados Unidos para que coloquem um ponto final no embargo a Cuba.
Pedimos que os Estados Unidos da América coloquem fim ao bloqueio", diz o documento que pede para Washington cumprir "com o disposto em 19 sucessivas resoluções aprovadas na Assembleia Geral das Nações Unidas" sobre a questão.
O comunicado é uma reafirmação e atualização de textos muito similares aprovados nas cúpulas de Salamanca em 2005, Montevidéu em 2006, Santiago do Chile em 2007, San Salvador em 2008 e Estoril em 2009. A declaração final da cúpula de Mar del Plata, que tem como lema "Educação para a inclusão social", incluirá também uma cláusula democrática contra tentativas golpistas na região, entre outros pontos.
*cappacete

Turma da AMAN do Johnbim rende homenagem a Médici?!?






Viva o Brasil do Johnbim !
O Conversa Afiada reproduz e-mail do amigo navegante Stanley Burburinho (o reparador de iniquidades):

Assunto: AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras – Declaração de Aspirantes a Oficial da Turma General Emílio Garrastazu Médici.

AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras – Declaração de Aspirantes a Oficial da Turma General Emílio Garrastazu Médici.

A AMAN realiza, no dia 04 de dezembro  2010, a cerimônia de Declaração de Aspirantes a Oficial da Turma General Emílio Garrastazu Médici.

“Cerimônia de Entrega de Espadas e Declaração de Aspirantes a Oficial

29/11/2010

A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) realiza, no dia 04 de dezembro  2010, acerimônia de Declaração de Aspirantes a Oficial da Turma General Emílio Garrastazu Médici. A cerimônia é uma das mais importantes da nossa Escola e representa o cumprimento da missão, que é a de formar o oficial de carreira combatente, futuro líder do Exército Brasileiro.

O momento é de bastante vibração para todos os militares, mas, sobretudo, de muita expectativa e emoção para os futuros oficiais, seus familiares e amigos. Compartilham dos mesmos sentimentos os Oficiais, Praças e servidores civis da AMAN.

Recebem a espada de Oficial do Exército Brasileiro, 360 cadetes das mais distintas regiões do Brasil, sendo 11 de Resende. Esse ano, cinco formandos são, ainda, de nações amigas (dois da República Dominicana, um de Guiné Bissau, um do Paraguai e um da Venezuela).

Ao passar pelo Portão Monumental, os mais novos oficiais da Força seguirão destino para as diferentes localidades do País, disseminando novos e consolidados conceitos e colaborando, assim, para a modernização e progresso da Instituição. O “Sangue Novo” também carregará, para onde for, alegres e saudáveis recordações dos quatro anos de formação.

A ocasião nesse ano marca, ainda, o início das comemorações do Bicentenário da Academia Militar no Brasil, a ser consolidada em 23 de abril de 2011.

Programação:

(…)”

http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_content&task=view&id=343&Itemid=1

A partir de dica do Blog do Mello: http://blogdomello.blogspot.com/2010/12/otavio-ditabranda-frias-vai-aman-para.html

Navalha


Viva o Brasil !



Paulo Henrique Amorim




Geisy Arruda prova que burrice não é obstáculo para fama e dinheiro



*esquerdonews
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
No fim desta legislatura Marx estará careca!

Folha fica surda na homenagem a Stédile




Do Blog da Reforma Agrária via Vi o Mundo
“João Stédile, fundador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), recebe homenagem na Câmara dos Deputados; ao ser anunciado, ouviu vaias”, afirma nota do Painel da Folha de S. Paulo.
Não poderia ser diferente.
No Brasil, existe um número grande de parlamentares que são donos de grandes propriedades que não cumprem a sua função social.
Ou seja, proprietários de áreas que são improdutivas, desmatam o meio ambiente ou desrespeitam a legislação trabalhista.
E lá na Câmara dos Deputados onde está parada desde 2004 a PEC do Trabalho Escravo, que obriga a expropriação de terras de quem explora trabalho escravo.
Essa máfia de deputados ruralistas tem nome e sobrenome: bancada ruralista.
De acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos ( Inesc), há 117 deputados na atual legislatura.
Esses parlamentares vaiaram João Pedro Stedile, assim como vaiaram aquele que indicou o militante do MST, Brizola Neto, assim como vão vaiar qualquer lutador do povo que questione as bases da desigualdade social do Brasil.
Ou seja, a nota do painel da Folha poderia constatar também a existência da gravidade.
Essa foi a conclusão, mais do que óbvia, que chegou o jornal Estado de Minas, em nota da coluna de Baptista Chagas de Almeida: “Líder e fundador do Movimento dos Trabalhadores sem terra (MST), João Pedro Stedile foi homenageado na Câmara dos Deputados. Ficou entre vaias e aplausos. Nenhuma surpresa numa casa que tem a bancada ruralista”.
A Folha esqueceu de registrar que as vaias dos parlamentares latifundiários foram sufocadas pelos aplausos à premiação do coordenador do MST.
A Folha conhece menos o Brasil que o Estado de Minas, e só ouviu vaias ao João Pedro Stedile*.
Isso não é novidade também.
Já conhecida como “Falha de S. Paulo”, está caminhando para se tornar um “Diário Veja”, na mesma linha de um panfleto semanal vendido no nosso país.
* No mesmo mundo em que vive a Folha, vivem pessoas valorosas como o escritor Eduardo Galeano, que mandou a seguinte mensagem ao MST e ao João Pedro Stedile: “qué boa notícia, essa. medalha! boa e rara. nao é frequente encontrar evidencias de que a justiça existe. te abraça, teu irmao”

Em nome do MST, Stédile recebe medalha das mãos do deputado Brizola Neto 

O grande conglomerado EUA-Israel Terrorismo S/A










Laerte Braga
A insanidade e o terrorismo andam de mãos dadas. A matriz é em Washington e a sucursal em Tel Aviv. Há filiais em colônias (Grã Bretanha e Itália, na Europa. Colômbia e Honduras na América Latina. Paquistão na Ásia e outras), em protetorados como a Alemanha, Bélgica, além de escritórios e agências em todos os cantos do mundo.
O site WikiLeaks trouxe mais de duzentos mil documentos secretos do núcleo central do terrorismo em Washington a público e ali estão contidas desde operações de assassinato puro e simples de adversários, até meticulosos e doentios estudos sobre líderes mundiais.
A maior organização terrorista do mundo EUA-Israel Terrorismo S/A dispõe de um banco de dados completos sobre chefes de governos, estados, lideres partidários e até a presidente eleita Dilma Rousseff é contemplada na obsessão norte-americana/sionista pelo controle absoluto de todos os negócios em todos os cantos do mundo.
Fica-se sabendo, por exemplo, que o terrorista Meir Dagan, chefe do Mossad para o exterior, propôs aos EUA um golpe de estado contra o governo do Irã e contava com apoio de governos árabes corruptos como o da Jordânia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Boa parte dos documentos foi divulgada pelos jornais The New York Times e o inglês The Guardian e, Hillary Clinton, versão branca de Condoleezza Rice, não dorme há dias na tentativa de apagar os incêndios.
Sílvio Berlusconi segundo documentos secretos dos EUA revelados pelo site é descrito como um "irresponsável, vão e pouco eficaz como líder moderno europeu... Frágil, física e politicamente, que não descansa apropriadamente por causa das festas que dá até altas horas da madrugada"
Há dúvidas sobre o "estado de saúde mental" da presidente da Argentina Cristina Kirchner e o líder bolivariano da Venezuela Hugo Chávez é chamado de "louco."
Kadafi não viaja sem estar acompanhado de uma "voluptuosa enfermeira ucraniana", a alemã Angela Merkel "não corre riscos."
Os documentos revelam que os EUA consideram que o governo do Brasil disfarça a prisão de "terroristas" e que a então ministra Dilma Rousseff, presidente eleita do País, foi um obstáculo a uma lei antiterrorista que Washington desejava que fosse proposta ao Parlamento brasileiro.
Por mais repetitivo que possa parecer a ideia que os Estados Unidos se constituem como nação é equivocada. Não passa de um conglomerado terrorista associado ao governo sionista de Israel, é o que o site WikiLeaks vem revelando ao mundo, daí a preocupação do governo de Washington em desmentir e atenuar o impacto dos tais documentos.
Uma organização mafiosa de porte nunca visto dantes e cujos objetivos são manter o controle absoluto dos negócios. Montada num arsenal nuclear capaz de destruir o mundo cem vezes.
No caso específico do Brasil, os norte-americanos trabalham com a velha máxima do terrorista Richard Nixon, à época da ditadura militar brasileira. "Para onde inclinar-se o Brasil, inclina-se a América Latina".
Em 1989, com uma estrutura montada a partir de um dos seus braços mais poderosos por aqui, as Organizações Globo, elegeu um tresloucado para a presidência da República, Collor de Mello. Como era de se esperar meteu os pés pelas mãos, as carreirinhas foram em excesso e acabou sendo necessário um período de dois anos e meio de transição, o governo Itamar Franco (pensa que foi presidente até hoje) até que conseguissem retomar o controle dos "negócios" com Fernando Henrique Cardoso.
Quase todos os setores políticos e econômicos estratégicos foram entregues aos EUA sob o disfarce de companhias das mais variadas bandeiras (são bandeiras piratas, a caveira e duas tíbias). Os estragos causados ao Brasil pela privatização da Vale e da EMBRAER ainda não foram percebidos pela maior parte dos políticos de esquerda até hoje. E muito menos os gerados pelo SIVAM (Sistema de Monitoramento da Amazônia)
O controle das forças armadas brasileiras a partir da missão no Haiti e dos acordos militares frustraram esforços, por exemplo, da Marinha brasileira de dispor de submarinos a propulsão nuclear com tecnologia nacional. Sem falar nos 16 anos de espera, até agora, para reequipar a Força Aérea Brasileira com caças capazes de assegurarem a integridade do território nacional e a soberania brasileira.
No governo FHC era permanente a intervenção da CIA – Agência Central de Inteligência –, companhia norte-americana de sequestros, assassinatos, etc, e do FBI – Federal Bureau of Investigation – e em vários momentos o governo foi pressionado a permitir a instalação de bases militares na região Sul, a pretexto de controlar o "terrorismo", além da cessão da base espacial de Alcântara.
Foi a reação de setores do movimento popular e militares não subordinados a Washington que impediu a consumação desses crimes.
Pela vontade de FHC as concessões seriam totais, eternas e o inglês a língua oficial.
No governo Lula diminuiu esse nível de pressão, ou direcionou-se a outros campos, já que o presidente petista optou por escapar de armadilhas como a ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas –, apostando num "capitalismo a brasileira", expressão de Ivan Pinheiro, secretário geral do PCB – Partido Comunista Brasileiro – para caracterizar os contornos do governo Lula diante da chamada "herança maldita" deixada por FHC.
Essa realidade mundial chamada de "nova ordem econômica", gerada a partir do fim da União Soviética, ganha outros contornos no dia de hoje, mantém a essência terrorista norte-americana/sionista, o fascismo vendido por Hollywood, e lança um desafio extremo para a presidente eleita Dilma Rousseff.
O de avançar no caminho de mudanças políticas e econômicas, com profundas alterações em setores ainda sob controle da organização EUA-Israel Terrorismo S/A (burocracia, parte ponderável do Poder Judiciário e do Poder Legislativo) e buscar cada vez mais políticas de integração com países latino-americanos.
O que os documentos do site WikiLeaks revelam no seu todo é que a única ameaça real à paz mundial é o conglomerado de empresas que forma a EUA-Israel Terrorismo S/A.
A face visível é o suposto presidente da extinta nação norte-americana, o branco Barack Obama, e a face invisível é todo esse leque de milhares de documentos que exibem o caráter terrorista do conglomerado.
Só um detalhe para arrematar: Obama pensa que é negro.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Lula não quer deixar para Dilma decisão sobre extradição de Battisti


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer deixar para a sucessora Dilma Rousseff a decisão sobre a extradição do italiano Cezare Battisti. Em entrevista a correspondentes internacionais, no Rio de Janeiro, Lula disse que aguarda, apenas, parecer do advogado-geral da União sobre o assunto.
“O parecer é o que vai balizar a minha decisão. Tivemos um processo eleitoral, um segundo turno e tudo isso atrasou um pouco o trabalho”, disse Lula aos jornalistas estrangeiros.
“Espero que o meu advogado-geral possa me apresentar a proposta da decisão antes de terminar o mandato. Não gostaria de deixar para Dilma tomar a decisão”, completou.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de Battisti, que responde a vários processos na Itália e está preso no Brasil, mas deixou a decisão para o presidente da República.
*comtextolivre

LULA DIZ QUE JÁ CHEGOU A UMA CONCLUSÃO SOBRE O CASO BATTISTI

Celso Lungaretti (*)
Entrevistado nesta 6ª feira (03/12) por correspondentes internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou já ter chegado a uma conclusão sobre o pedido italiano de extradição do escritor e perseguido político Cesare Battisti, devendo anunciá-la ainda neste mês de dezembro:
"Eu espero que o meu advogado-geral possa me apresentar a proposta da decisão antes de terminar o meu mandato. Não gostaria de deixar esse assunto para a companheira Dilma tomar a decisão em janeiro ou fevereiro. Preferia tomar eu mesmo a decisão. Aliás, eu já tenho a decisão na minha cabeça, só não posso antecipar".
A expectativa da imprensa e dos círculos políticos é de que Lula rechace o pedido do Governo Berlusconi -- a revista IstoÉ já fez até matéria sobre os planos para a liberdade  de Battisti --, pondo fim a um pesadelo que já dura quase 46 meses, desde sua detenção no Brasil por causa de crimes ocorridos há mais de três décadas na Itália.
Crimes de que não foi acusado no seu primeiro julgamento, em julho de 1979, quando recebeu a exageradíssima sentença de 12 anos de prisão, por mera subversão contra o Estado italiano.
Crimes que lhe foram jogados nas costas quando o processo, já transitado em julgado, foi reaberto em 1987 por conta das delações premiadas de Pietro Mutti, o líder do grupo de ultraesquerda do qual Battisti havia participado.
Acusado por um juiz, noutro processo, de mentir sistematica e descaradamente à Justiça, distribuindo culpas de acordo com suas conveniências, Mutti inculpou Battisti por quatro assassinatos -- e, pateticamente, a acusação teve de ser reescrita pelos promotores quando se constatou que dois desses episódios haviam ocorrido com intervalo de tempo insuficiente para que Cesare pudesse ter se locomovido de uma a outra cidade.
Em vez de jogarem esse amontoado de mentiras no lixo, inventaram que Battisti teria sido só o autor intelectual de um desses homicídios. Poderiam também ter-lhe atribuído o dom da ubiquidade, por que não? As fábulas aceitam tudo...
Com o único respaldo de outros interessados em favores da Justiça italiana, cujos depoimentos  magicamente  se casaram com os de Mutti, Battisti foi condenado em 1987 à prisão perpétua.
Depois ficou indiscutivelmente provado que, foragido no México, ele esteve representado nesse julgamento por advogados que não constituíra para tanto, os quais fraudaram procurações para apresentarem-se como seus patronos (embora houvesse conflito de interesses entre Battisti e os co-réus que eles também defendiam).
Nem sequer isto foi levado em conta pela Justiça italiana, que lhe nega o direito líquido e certo a novo julgamento, como qualquer sentenciado à pena máxima cuja condenação tenha se dado à revelia.
O quadro se completa:
com as pressões políticas e caríssimas campanhas de mídia que a Itália desenvolveu para convencer a França a renegar o compromissso solene que assumira com os perseguidos políticos italianos, de deixá-los em paz desde que se abstivessem de interferir na política de sua pátria; com as descabidas pressões políticas sobre o governo brasileiro, depois que este, soberanamente, concedeu refúgio a Battisti; e com a interferência exorbitante nos trâmites do caso no STF, servilmente consentidas por Cezar Peluso, que em momento algum mostrou a isenção inerente a um relator, tomando invariavelmente partido pela posição italiana contra Battisti e contra o ministro da Justiça do Brasil (que sempre deu e deveria continuar dando a última palavra nos casos de asilo político e refúgio humanitário).
Nem sequer a GRITANTE prescrição do caso foi levada em conta por Peluso, que recorreu a filigranas jurídicas para confundir o óbvio, com a anuência de outros ministros reacionários do Supremo.
Depois de rasgar a Lei do Refúgio e desconsiderar a jurisprudência consolidada em vários outros casos, o STF não ousou, contudo, consumar o linchamento de Battisti: contra a vontade dos ministros alinhados com a posição italiana, reconheceu que continuava cabendo ao presidente da República dar a última palavra no assunto.
Já se roubaram quase quatro anos da vida de Cesare Battisti, cidadão que  foi mais do que punido pelo que realmente fez, mas quiseram transformar em bode expiatório do que não fez, como um símbolo do triunfo da pior direita européia sobre os ideais de 1968.
Os brasileiros ciosos da soberania nacional e inspirados pelo espírito de Justiça estão certos de que o presidente Lula dará um fim a essa jornada kafkiana, confirmando o direito que nosso Ministério da Justiça já reconheceu, de Battisti morar e trabalhar no Brasil, definitivamente a salvo da vendetta  dos neofascistas italianos. 
* Jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

Lula com o povo

Fotógrafo oficial da presidência desde o início do mandato, em 2002, Ricardo Stuckert mostra uma seleção de fotos da relação do Presidente Lula com a população. 
Presidente Lula discursa para populares.
Presidente Lula cumprimenta populares durante viagem inaugural do Trem do Pantanal, em Aquidauana. Mato Grosso do Sul, 8 de maio
Presidente Lula cumprimenta crianças durante cerimônia de assinatura do PAC, no município de Lauro de Freitas. Bahia, 9 de maio
Presidente Lula em refinaria da Petrobras.
Presidente Lula na comunidade de Lagoa Seca. Paraíba, 30 de outubro de 2003.
Presidente Lula cumprimenta populares na cerimônia de instalação do Comitê Estadual de Articulação, do programa Territórios da C
Presidente Lula durante cerimônia de entrega de ampliação das instalações do IFPI no Piauí. Teresina, 14 de outubro de 2010.
Presidente Lula participa da inauguração de usina de biodiesel em Iraquara. Bahia, 10 de fevereiro de 2007.
Presidente Lula na cerimônia de inauguração de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida no Residencial Casas do
Presidente Lula ajuda na colheita da mamona destinada à produção de biodiesel, em Eliseu Martins. Piauí, 4 de agosto de 2005
Presidente Lula na cerimônia de Lançamento do Programa Territórios de Paz, no Complexo do Alemão. Rio de Janeiro, 4 de dezembro
Presidente Lula cumprimenta crianças durante comício em Timon. Maranhão, 24 de outubro de 2006.
Presidente Lula durante viagem inaugural do Trem do Pantanal. Mato Grosso do Sul, 8 de maio de 2009.

Brasil reconhece o estado Palestino com as fronteiras de 1967


Brasil fica com os BRICs
e apóia a Palestina

 



 


    Lula e Abbas: FHC acha um horror ! Horror !
    Antes que o PiG (*) – como fez o Estadão na primeira página de hoje – se estrebuche até o desenlace, o Brasil adotou posição que poderia ter adotado muito antes: reconhecer o espaço físico do Estado Palestino, como o que era antes da Guerra de 1967.

    O que, evidentemente, desagrada Israel e, talvez, os Estados Unidos.

    (Tem muita gente boa que acha que a política externa americana de apoiar incondicional mente Israel é contra o interesse nacional americano. Mas, o Estadão não sabe disso.)

    Desde o lamentável  “voto sionista” do Presidente Geisel – clique aqui para ler –, a política externa brasileira procurou enfatizar que Israel e palestinos deveriam  chegar a um acordo que respeitasse o interesse nacional de Israel, mas não endossou QUALQUER governo de Israel, como o do falcão Bibi Netanyahu.

    Lula foi o presidente brasileiro que mais se empenhou pessoalmente por uma solução de paz no Oriente Médio.

    Também,  nunca dantes na história desse país, o Brasil se aproximou tanto dos árabes e muçulmanos.

    A ponto de arriscar-se com a Turquia num acordo de paz entre os Estados Unidos e o Irã.

    E os documentos do WikiLeaks (que o Bonner chama de “uaiquiliqis” e que o Johnbim não leva a sério), o WikiLeaks demonstrou que, cedo ou tarde, os Estados Unidos terão que conviver com a bomba do Irã – como convivem com as 44 de Israel.

    O Brasil reconhece o Estado Palestino de antes de 67 como os outros três dos BRICs e muito país europeu.

    Não adianta o Estadão ficar nervoso.

    Nem o Fernando Henrique, líder da política externa da “dependência”, ou do “tirar o sapato”, cortar os pulsos.

    Nunca dantes !

    Vamos ao Vermelho, que não estrebucha :

    Palestinos: Brasil reconhecer Estado é prova de solidariedade

    A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) considera a decisão do governo brasileiro de reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967 como uma prova de “solidariedade” e uma “resposta não violenta ao unilateralismo israelense”.

    “Quero agradecer ao meu amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por cumprir com sua palavra de pôr a solidariedade em ação e dar uma resposta não violenta ao unilateralismo israelense”, afirmou o dirigente palestino Nabil Shaaz em uma declaração.


    Shaaz, membro do Comitê Central do Fatah a cargo das Relações Internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores palestino, vê também na decisão um “reflexo da histórica amizade e da fraternidade entre os povos brasileiro e palestino”. “Trata-se também de uma confirmação do importante papel do Brasil na comunidade internacional”, conclui a declaração, divulgada pouco depois que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou o reconhecimento em comunicado.


    O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al Zeben, também comemorou a decisão.“É um momento de alegria para o povo palestino, porque vem em concordância com o justo direito de nosso povo ter nosso próprio Estado e é um reflexo da política justa e equilibrada do governo brasileiro, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e de seu chanceler, Celso Amorim”, afirmou.


    Iniciativa coerente


    Luiz Inácio Lula da Silva transmitiu a decisão por carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na quarta-feira passada. O reconhecimento foi uma resposta à solicitação realizada por Abbas em 24 de novembro. “A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas”, afirmou o Itamaraty em nota.


    “A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis as negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito”, destaca a nota, que diz ainda que “(a decisão) está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967.”


    Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a região oriental de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza -territórios agora reconhecidos pelo governo brasileiro como parte do Estado palestino.


    Palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado independente, mas Israel considera a cidade como sua capital eterna e indivisível.


    Amplo respaldo


    Com a medida, o Brasil se soma a uma lista de mais de 100 países que reconhecem o Estado palestino que inclui todos os árabes, a grande maioria da África, boa parte dos asiáticos e alguns do leste da Europa. China, Rússia e Índia também fazem parte deste grupo.


    O porta-voz oficial do departamento de Assuntos Relacionados com a Negociação da OLP, Xavier Abu Eid, afirmou que outros sete países latino-americanos se mostraram dispostos a reconhecer a independência palestina nas fronteiras de 1967 no momento adequado.


    “Esperamos que a decisão do Brasil dê origem a uma onda de reconhecimentos latino-americanos, como a que houve após 1988 (por ocasião da Declaração de Independência Palestina) em outras partes do planeta”, afirmou.


    Desde 1975, o governo brasileiro reconhece a OLP como “legítima representante do povo palestino”. Em 1993, o Brasil abriu sua primeira sede diplomática em território palestino, cujas atribuições foram equiparadas às de uma embaixada cinco anos depois.


    As negociações de paz entre israelenses e palestinos foram reiniciadas em setembro com a mediação dos Estados Unidos, mas foram interrompidas pouco depois com o fim da moratória de Israel na expansão de assentamentos judeus em território palestino ocupado.


    Fonte: EFE e agências

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    Dia histórico: Em carta ao Presidente da Autoridade Palestina, Lula diz que 'Brasil reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967'
    Notícia saiu agora há pouco no Itamaraty:
    Cartas dos Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Abbas a respeito do Reconhecimento pelo Governo Brasileiro do Estado Palestino nas Fronteiras de 1967
    03/12/2010 -
    Carta do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
    “À Sua Excelência
    Mahmoud Abbas
    Presidente da Autoridade Nacional Palestina
    Senhor Presidente,
    Li com atenção a carta de 24 de novembro, por meio da qual Vossa Excelência solicita que o Brasil reconheça o Estado palestino nas fronteiras de 1967.
    Como sabe Vossa Excelência, o Brasil tem defendido historicamente, e em particular durante meu Governo, a concretização da legítima aspiração do povo palestino a um Estado coeso, seguro, democrático e economicamente viável, coexistindo em paz com Israel.
    Temos nos empenhado em favorecer as negociações de paz, buscar a estabilidade na região e aliviar a crise humanitária por que passa boa parte do povo palestino. Condenamos quaisquer atos terroristas, praticados sob qualquer pretexto.
    Nos últimos anos, o Brasil intensificou suas relações diplomáticas com todos os países da região, seja pela abertura de novos postos, inclusive um Escritório de Representação em Ramalá; por uma maior freqüência de visitas de alto nível, de que é exemplo minha visita a Israel, Palestina e Jordânia em março último; ou pelo aprofundamento das relações comerciais, como mostra a série de acordos de livre comércio assinados ou em negociação.
    Nos contatos bilaterais, o Governo brasileiro notou os esforços bem sucedidos da Autoridade Nacional Palestina para dinamizar a economia da Cisjordânia, prestar serviços à sua população e melhorar as condições de segurança nos Territórios Ocupados.
    Por considerar que a solicitação apresentada por Vossa Excelência é justa e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a Questão Palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967.
    Ao fazê-lo, quero reiterar o entendimento do Governo brasileiro de que somente o diálogo e a convivência pacífica com os vizinhos farão avançar verdadeiramente a causa palestina. Estou seguro de que este é também o pensamento de Vossa Excelência
    O reconhecimento do Estado palestino é parte da convicção brasileira de que um processo negociador que resulte em dois Estados convivendo pacificamente e em segurança é o melhor caminho para a paz no Oriente Médio, objetivo que interessa a toda a humanidade. O Brasil estará sempre pronto a ajudar no que for necessário.
    Desejo a Vossa Excelência e à Autoridade Nacional Palestina êxito na condução de um processo que leve à construção do Estado palestino democrático, próspero e pacífico a que todos aspiramos.
    Aproveito a ocasião para reiterar a Vossa Excelência a minha mais alta estima e consideração.”
    Carta do Presidente Mahmoud Abbas ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
    (Tradução não-oficial)
    “Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Federativa do Brasil Brasília
    24/11/2010
    Saudações,
    Inicialmente, gostaríamos de estender a Vossa Excelência nossas felicitações pelo sucesso das eleições gerais no Brasil, louváveis por sua elevada transparência e pelo alto nível do processo democrático, que levaram à vitória a candidata de seu partido como nova Presidente da República Federativa do Brasil. É com satisfação que também saudamos entusiasticamente o seu Governo, testemunha de um período de prosperidade econômica e mudança política qualitativa, que inscreve Vossa Excelência na história política moderna do Brasil.
    Senhor Presidente,
    A atual situação nos territórios palestinos evidencia uma grande escalada das ações israelenses. O Governo de Israel recusa-se a interromper suas atividades em assentamentos. Isso paralisou o lançamento de negociações diretas, apesar das posições e dos pedidos de países de todo o mundo para que Israel ponha fim aos assentamentos, e, dessa forma, não apenas torne possíveis as negociações, como também dê uma chance à paz. No entanto, Israel ainda desafia o mundo inteiro e insiste em suas atividades colonizadoras. Tal posição dificulta qualquer possibilidade de se alcançar um acordo por meio de negociações e cria também uma nova realidade no terreno, que inviabiliza a solução de dois Estados.
    Enquanto expressamos a Vossa Excelência o nosso orgulho das valorosas e históricas relações brasileiro-palestinas, que refletem suas posições firmes em relação ao nosso povo ao longo dos anos e em nossos recentes encontros, esperamos, nosso caro amigo, que Vossa Excelência decida tomar a iniciativa de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967. Essa será uma decisão importante e histórica, porque encorajará outros países em seu continente e em outras regiões do mundo a seguir a sua posição de reconhecer o Estado palestino. Essa decisão levará também ao avanço do processo de paz e à promoção da posição palestina, que busca o reconhecimento internacional do Estado da Palestina. Esperamos que o nosso pedido possa receber sua bondosa aceitação e esperamos também que essa iniciativa possa ser tomada antes do fim de seu mandato presidencial.
    Queira aceitar os protestos de nossa mais alta estima e consideração.
    Mahmoud Abbas
    Presidente do Estado da Palestina
    Presidente do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina Presidente da Autoridade Nacional Palestina”


    Reconhecimento do Estado palestino pelo Brasil pode gerar ''efeito dominó'' no mundo





    Para centro palestino nos EUA, reconhecimento do Brasil pode ser decisivo

    O Itamaraty divulgou nesta sexta-feira (03/12) carta em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz “reconhecer o Estado Palestino nas fronteiras de 1967”, em resposta a pedido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Os territórios palestinos em questão incluem a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
    Para Yousef Munayyer, escritor e analista político palestino, diretor do Palestine Center, em Washington, o reconhecimento pelo governo do Brasil do Estado palestino tem potencial para criar um "efeito dominó" entre outros países e contribuir para a formação definitiva de um país palestino.
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    "O Brasil é um país muito importante na arena internacional e é extremamente respeitado no Oriente Médio. A atitude do governo Lula pode encorajar outros países a fazerem o mesmo e assim provocar um efeito dominó, com outros países reconhecendo o Estado palestino, aumentando a pressão para a busca de uma solução pró-palestina", afirmou ao Opera Mundi.
    "Essa será uma decisão importante e histórica, porque encorajará outros países em seu continente e em outras regiões do mundo a seguir a sua posição de reconhecer o Estado palestino. Essa decisão levará também ao avanço do processo de paz e à promoção da posição palestina, que busca o reconhecimento internacional do Estado da Palestina", escreveu em carta datada de 24 de novembro Mahmoud Abbas.
    “É um momento de alegria para o povo palestino, porque vem em concordância com o justo direito de nosso povo ter nosso próprio Estado e é um reflexo da política justa e equilibrada do governo brasileiro, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e de seu chanceler, Celso Amorim”, afirmou o embaixador Ibrahim Al Zeben ao UOL Notícias.
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    O Brasil é o quinto país na América a reconhecer o Estado palestino, ao lado de Cuba, Nicarágua, Venezuela e Bolívia. Ao todo, mais de 100 países reconhecem o Estado palestino.
    Legalidade
    De acordo com o advogado Durval Noronha de Goyos, especialista em direito internacional, uma carta do presidente é suficiente para oficializar o reconhecimento de outro Estado, já que esta é uma atribuição do Poder Executivo. Para ele, a nação palestina já cumpre todos os requesitos para ser tratada como um Estado soberano.
    "Os quesitos para a existência um país são ter uma população permanente, território, governo e ser reconhecido por outros Estados. O Estado paelstino tem todas essas características e o reconhecimento pelo governo do Brasil é perfeitamente legal", avaliou, em entrevista ao Opera Mundi.
    Segundo o advogado, os próximos passos devem ser, "provavelmente", que a representação da Autoridade Nacional Palestina em Brasília ganhe status de embaixada.
    "Agora", acrescentou, "resta apenas definir se o Brasil vai fazer o embaixador brasileiro na Jordânia acumular o posto na Palestina ou se vai abrir uma nova embaixada em Ramallah", que é onde os palestinos mantêm sua capital provisoriamente, já que a capital nominal, Jerusalém Oriental, está sob ocupação de Israel.
    Alternativas
    De acordo com Munayyer, a carta enviada por Abbas a Lula faz parte de uma ampla estratégia da Autoridade Palestina para afastar as discussões do processo de paz da esfera dos Estados Unidos e da Europa e concentrar sua diplomacia em alternativas, como o Brasil.
    "Devido à crescente frustação dos palestinos com os EUA, que nunca realmente se empenharam em uma solução satisfatória para a questão palestina, os líderes palestinos apelaram à comunidade internacional para ter de volta os territórios anteriores a 1967. O gesto do Brasil contribui para isso", disse Munayyer.


    Inconveniente é o muro que Israel construiu em Gaza

    Israel diz que reconhecimento brasileiro é inconveniente
    O governo israelense condenou nesta sexta-feira o anúncio do governo brasileiro de que reconhece o Estado palestino com as fronteiras anteriores a 1967, ao considerar que pode minar o processo de paz. A comunidade muçulmana e a liderança palestina, por sua vez, viram na decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma iniciativa que pode contribuir para o fim da violência na região.
    A decisão brasileira envolve identificar todos os territórios ocupados na Cisjordânia (Jerusalém Oriental e arredores) como parte da nação palestina. Comunicado no início da tarde desta sexta-feira pelo Itamaraty, o anúncio atendeu um pedido formal do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, feito a Lula em novembro.
    - Nós lamentamos e expressamos nossa lástima e decepção quanto ao comunicado do Brasil. Com esse anúncio, o presidente do Brasil não contribui, mas prejudica o processo de paz - disse Andy David, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
    O rechaço de Israel foi reforçado por Osias Wurman, seu cônsul honorário no Rio de Janeiro. Ele tachou o anúncio de inconveniente e inoportuno, por ser feito no momento em que seu país enfrenta "a maior crise ecológica e humanitária de sua história" - um incêndio florestal no norte israelense já deixou 42 mortos.
    - Recebi a nota com profunda tristeza. É um momento infeliz para divulgar qualquer iniciativa que fere a tradição das conversações diretas entre palestinos e israelenses que vem se desenvolvendo há quase uma década. É lamentável de todos os aspectos - afirmou Wurman.
    O diplomata cobrou neutralidade do Brasil no caso e disse esperar que a atitude possa contribuir para as negociações de paz.
    - O Itamaraty infelizmente tomou uma posição unilateral favorável à ideia de alguns palestinos e totalmente contrária aos princípios do Estado de Israel. Se o Brasil deseja participar como parceiro nas negociações de paz no Oriente Médio, devia manter uma posição neutra - completou.