A Federal Reserve, também conhecida como Fed: o maior banco central do mundo. Por enquanto, claro.
Como nasceu? Qual a sua história?
O artigo que segue não quer ser exaustivo: só relata os acontecimentos essenciais duma instituição que, afinal, influencia de forma determinante a economia do nosso mundo.
1. A história
Antes da Federal Reserve existiram outros dois bancos centrais nos Estados Unidos.
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First Bank Of United States |
A primeira tentativa foi a
First Bank Of United States, fundada após uma reunião do Congresso com não pouca resistência em 1791.
Funcionou tão bem que em 1811 a licença não foi renovada.
A segunda tentativa aconteceu em 1816, com a Second Bank of United States.
Também esta foi um sucesso, ao ponto de Andrew Jackson ter ganho as eleições presidenciais com a promessa de fecha-la. Coisa que efectivamente fez.em 1836.
Poucos anos antes, Thomas Jefferson tinha afirmado:
Se o povo americano alguma vez permitir que os bancos privados controlem a emissão de moeda, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e as empresas que surgem tirarão ás pessoas a prosperidade até que filhos acordem sem casa no continente que os seus pais conquistaram.
1.1 A Ilha Jekyll e os Sete Hides
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Jekyll Island |
Ao largo da costa da Georgia, nos Estados Unidos, há quatro pequenas ilhas: uma desta é a Ilha Jekyll, 18 quilómetros quadrados rodeados por uma larga faixa de areal.
Não existem relevos, e a actividade principal é o turismo. Hoje plácidas garças descansam perto do mar, enquanto se ouvem os tacos baterem nas bolas de quem tenta emular Tiger Woods.
Pode não parecer, mas esta ilha foi testemunha dum dos eventos mais importantes do '900, um evento cujas consequências ainda podemos observar: a fundação da Federal Reserve e do actual sistema bancário internacional.
A Ilha de Jekill foi escolhida para a reunião decisiva: em 1910, os sete banqueiros mais potentes do mundo optaram pela criação dum cartel, o maior cartel do planeta, o dos bancos.
Nelson Aldrich e Frank Valderclip representavam o império financeiro dos Rockefeller;
Henry Davidson, Charles Norton e Benjamin Strong representavam J.P. Morgan;
Paul Warberg representava a dinastia dos Rothschilds, a família que também geria a riqueza do Vaticano; A.P.Andrews representava a facção política enquanto Secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
A ideia era simples: um cartel bancário para controlar a emissão da moeda, tomar posse dar reservas áureas dos Estados, anular a convertibilidade e pôr em circulação moedas que não tivessem uma adequada cobertura em ouro. Este teria ficado assim nos cofres dos bancos privados.
De facto, até 1912 existiam, no caso dos Estados Unidos, Dólares de ouro e Dólares de prata, que davam direito, respectivamente, a meia onça de metal amarelo e uma onça de prata.
Era dinheiro com um valor real.
Mas havia um problema: três homens eram contrários ao projecto de abolir a convertibilidade da moeda. E não eram homens quaisquer.
- Benjamin Guggenheim era o herdeiro do homónimo império, fundado pelo pai Meyer na segunda metade de '800. Um dois homens mais ricos do planeta.
- John Jacob Astor IV, industrial e inventor, o mais importante representante da família Astor, outro dos homens mais ricos e influentes do mundo.
- Isidor Straus, co-fundador do império Macy's, ex embaixador em França e Congressista dos EUA.
Guggenheim, Astor e Straus representavam um obstáculo difícil de superar.
1.2 Uma companhia azarada
O acaso, se assim desejamos pensar, encarregou-se de resolver o assunto.
Guggenheim, Astor e Straus morreram todos no mesmo dia e no mesmo navio: o Titanic.
Que, reportamos só como curiosidade, era de propriedade da companhia White Star Line, controlada pela International Mercantile Marine Co.: uma sociedade de J.P.Morgan.
O mesmo Morgan deveria ter participado na viagem inaugural do Titanic, mas em cima da hora decidiu abdicar.
Outra curiosidade: da International Mercantile Marine Co. era também o navio Lusitania, supostamente afundado pelos Alemães, facto que contribuiu de forma decisiva para a entrada dos Estados Unidos na I Guerra Mundial.
Alguns chamam isso de casualidade. Outros não.
Pontos de vista.
1.3 "Tenho arruinado o meu País"
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Woodrow Wilson e o seu chapéu |
Uma vez ultrapassado o obstáculo, a Federal Reserve foi criada no dia 23 de Dezembro de 1913, com uma proposta do Presidente dos Estados Unidos,
Woodrow Wilson. No entanto, o mesmo "pai" queria matar a própria criatura.
Um grupo de banqueiros cuidou da campanha de Woodrow Wilson, pois ele tinha prometido assinar a lei para a criação da futura Fed.
Em 1913, o senador Nelson Aldrich (o mesmo da reunião na Ilha Jeckill), avô materno do Rockefeller, promoveu o
Federal Reserve Act no Congresso um pouco antes do Natal, quando o Congresso estava de férias . Uma vez eleito, Wilson aprovou a lei.
Mais tarde, arrependido Wilson, disse: "Tenho inadvertidamente arruinado o meu País"
Excelente previsão, que pecou só por ser tardia.
1.4 A Fed e a Grande Depressão
Uma das críticas acerca da qual o consenso é maior é que a Fed tenha sido parcialmente responsável (e talvez não só: ver a frente o capitulo "4. Documento") pela Grande Depressão
A Fed, de facto, agravou a recessão de 1929, desencadeando a Grande Depressão.
Depois do mercado das acções ter caído em 1929, a Fed continuou a contrair a oferta de dinheiro e recusou-se a salvar os bancos que estavam lutando nas dificuldades por causa da falta de dinheiro. Este erro, acusam os críticos, transformou uma possível recessão suave numa autêntica catástrofe.
Louis T. McFadden, que foi presidente do Comité House Banking nos anos '30 denunciou o poder do Fed. Descrevendo a Fed, realçou nos registos do Congresso, (páginas 1295 e 1296 de 10 de Junho de 1932):
Senhor Presidente, neste País, temos uma das instituições mais corruptas que o mundo já viu. Refiro-me ao Federal Reserve Board, um comité governamental, que traiu o povo e o Governo dos Estados Unidos do dinheiro suficiente para liquidar a dívida nacional.
O saque e as iniquidades do Federal Reserve Board e dos bancos da Federal Reserve custaram ao País dinheiro suficiente para pagar a dívida nacional várias vezes.
Esta instituição tem empobrecido e arruinado o povo dos Estados Unidos: faliu e tem praticamente falido o nosso governo. Fez isso através da má administração e de práticas corruptas dos abutres que a controlam.
McFadden não gostava muito da Fed.
E os problemas para o banco central não tinham acabado.
Uma história envolvida numa cortina de dúvidas vê no Presidente J.F.Kennedy um dos inimigos da Fed.
1.5 A controversa Ordem Executiva 11110
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O assassinato de JFK |
Com a Ordem Executiva 11110, de 4 de Junho de 1963, o Presidente delegava ao Secretario do Tesouro a faculdade de imprimir notas. Coisa que foi feita até a morte de
Kennedy, 5 meses mais tarde.
Com o novo Presidente,
Lyndon Johnson, a prática acabou, embora a Ordem 11110 tenha sido eliminada oficialmente só com o Presidente
Reagan em 1987.
Um ano após a morte de Kennedy, em 1964, a Comissão da Câmara sobre a Prática Bancária e a Moeda, Subcomissão da Finança Doméstica, na segunda sessão do 88º Congresso, publicou um estudo intitulado "Factos acerca da Moeda" que explicava a essência da Fed:
A Federal Reserve é uma máquina que cria dinheiro. Pode emitir dinheiro ou cheques. Não tem o problema de cobrir os cheques, pois pode obter as notas de 5 e 10 Dólares, necessárias para cobri-los, simplesmente pedindo para imprimi-las.
1.6 A Fed hoje
Alguns economistas, como John Taylor, especulam que a Fed foi responsável, ou pelo menos parcialmente responsável, pela bolha imobiliária dos Estados Unidos. Eles alegam que a Fed manteve as taxas de juros muito baixas após a recessão de 2001.
Este facto, por sua vez, levou os que contraíram mútuos a ser imprudentes.
A bolha da habitação, em seguida, levou à crise de crédito, cujos efeitos ainda não acabaram.
A versão obviamente desmentida pelo então presidente Alan Greenspan.
Ron Paul, Congressista dos Estados Unidos e ex-candidato à Presidência:
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Alan Greenspan |
Os mesmos parlamentares, é o que diz a minha experiência, são muito ingénuos e não entendem, excepto aqueles poucos que têm que saber como o presidente da 'Comissão Bancária': está consciente de tudo, mas não quer saber e continua a perpetuar o mito que a Fed cria estabilidade e faz coisas boas para o crescimento económico ao mesmo tempo enquanto, pelo contrário, é culpada.
É ela que causou todos os problemas, que causou a recessão e o desemprego, o encolhimento dos mercados e todos os desastres que temos sofrido, mas em termos de relações públicas é excelente, pois tem convencido a maioria dos parlamentares de que é realmente necessária para manter a estabilidade, o crescimento económico e todas essas coisas bonitas.
Estas foram as palavras do professor Murray N. Rothbard, economista e vice-presidente do Ludwig von Mises Institute, instituto que dedica-se aos princípios do livre mercado e de dinheiro real:
O Sistema da Reserva Federal controla de facto o sistema monetário nacional, mas não presta contas a ninguém. Ela tem seu próprio orçamento, não está sujeita a auditoria e nenhuma comissão do governo pode realmente controlar as suas acções.
Uma recente tentativa de abrir a Fed para um controlo público foi feita em 1993.
O Presidente da "Comissão Bancária" do parlamento",
Henry Gonzales do Texas, pediu uma revisão independente das operações da Fed: queria filmadas as sessões da "Comissão do Livre Mercado" e relatórios detalhados entregues dentro de uma semana, em vez de vagos relatórios publicados várias semanas mais tarde.
Gonzales também propôs que fosse o Presidente [dos EUA] a escolher os 12 directores dos bancos regionais da Fed, em vez dos potentes banqueiros.
Previsivelmente, o presidente da Fed, Alan Greenspan, opôs-se à mudança, e houve a surpreendente posição do Presidente Clinton. Ele declarou que a reforma teria feito "correr o risco de minar a confiança do mercado na Fed".
Segunda parte do artigo acerca da Federal Reserve.
Boa leitura.
2. Quem é a Federal Reserve?
Mas quem realmente é o dono da Federal Reserve, o banco central dos EUA?
A resposta parece óbvia: deveria ser uma instituição pública, independente do governo.
Mas não: é privada e os seus accionistas são os grandes bancos dos EUA.
Sim, os mesmos bancos que a Fed salvou um ano e meio atrás, de acordo com o Tesouro, após ter imprimido vagões de dólares e Títulos de Estado, arrastando os governos e as instituições centrais do mundo ocidental na mesma direcção, com consequências que hoje conhecemos bem: a explosão da dívida pública nos Países mais avançados.
É como se a controlar a Federação dos árbitros fossem as equipas de futebol.
Surpresos?
No entanto, não é a única anomalia.
Para entender o que acontece nos mercados hoje em dia podemos utilizar as explicações habituais, ou perguntar se na causa das reviravoltas brutais, e nem sempre justificadas, existem assimetrias, falhas do sistema, interesses de
lobby.
Que fique claro: não se trata de caçar Grandes Irmãos, mas entender como vai o mundo e, consequentemente, nas finanças, como vai a América. A resposta não é reconfortante.
O País que estamos acostumados a considerar como um modelo, apresenta lacunas perturbadoras para aqueles que, ao seguir os princípios liberais, consideram essencial a transparência das regras e a absoluta independência de quem governa ou estabelece as regras.
Infelizmente, a crise de 2008 parece ter chegado em vão. As falhas emersas desde então não foram corrigidas. Ao contrário: a Federal Reserve não é um actor imparcial nem transparente.
Não está sujeita a qualquer organismo de controlo e não responde ao Congresso das próprias acções. É uma enorme caixa preta que não quer abrir-se, mesmo depois de muitos anos.
Ainda hoje, por exemplo, os cidadãos americanos não sabem como foram usados centenas de biliões de Dólares ordenados pelo governo para socorrer os bancos. Foram apresentadas petições, o Congresso votou, os juízes emitiram sentenças: tudo inútil. A Federal Reserve não explica como ajudou...os seus accionistas.
Os sócios, isso é, os bancos, ainda estão muito poderosos, demasiados poderosos, ao ponto de influenciar o mundo político.
Ao observar a lista dos últimos Ministros do Tesouro percebemos que:
Clinton nomeou
Robert Rubin, antes banqueiro da
Goldman Sachs e em seguida da
Citigroup;
Bush escolheu
Heny Paulson, presidente da
Goldman Sachs;
o reformista
Obama pediu conselho ao mesmo
Rubin e este colocou como superconsultor
Lawrence Summers e, no comando, o seu pupilo, o altamente recomendado
Timothy Geithner, que como presidente do Federal Reserve Bank of New York era notável pela sua estreita amizade com os grandes banqueiros de Wall Street (em 2008 trabalhava na Bear Stearns, recém aquisição da J.P.Morgan).
Resultado: nos últimos 15 anos não foi aprovada nem uma lei contrária aos interesses do mundo financeiro, que ainda conseguiu o que queria, a partir da abolição da
Glass Steagal Act, o que impediu a separação entre os bancos comerciais e bancos de
business.
Os Hedge Funds continuam a operar sem regras, muitas vezes desde paraísos fiscais.
Nenhum limite foi colocado para os Otc, os mercados fora dos circuitos bolsisticos tradicionais. E os bancos que estavam perto de falir em 2008 não foram forçados a recapitalizar adequadamente.
Tudo permaneceu como antes. Uma grande festa para os especuladores, que, depois de terem descarregado acima da comunidade delícias como os
subprime, agora atiram-se sobre o Euro.
2.1 Os accionistas
O Artigo 1 º, Secção 8 da Constituição americana estabelece que o Congresso tem o poder de cunhar (criar) moeda e estabelecer o seu valor. No entanto, neste momento, é a Federal Reserve, uma empresa privada, que controla e obtém lucros da produção de dinheiro, controlando também o valor do mesmo.
É possível conhecer os nomes dos accionistas da Fed? Não. A identidade dos accionistas é mantida secreta.
No entanto há muito circula um elenco elaborado em 1991 por Gary Kah, o seguinte:
Banco Rothschild de Londres
Banco Warburg de Hamburgo
Banco Rothschild de Berlim
Lehman Brothers de New York
Lazard Brothers de Paris
Banco Kuhln Loeb de New York
Banco Israel Moses Seif de Italia
Goldman Sachs de New York
Banco Warburg de Amsterdão
Banco Chase Manhattam de New York
Outra lista, divulgada por Eustace Mullins em 1983:
Citibank
Chase Manhatten Bank
Morgan Guaranty Trust
Chemical Bank
Manufacturers Hanover Trust
Bankers Trust Company
National Bank of North America
Bank of New York.
No entanto, ambas as listas são, por diferentes motivos, incorrectas. E os nomes dos reais accionistas permanecem um mistério bem guardado. A única coisa que podemos saber com certeza é o facto que as acções da Fed são mantidas por bancos dos Estados Unidos.
2.2 A estrutura
A Federal Reserve, de facto, é formada por 12 bancos centrais.
Na prática, a Federal Reserve de New York é a mais importante, que condiciona as escolhas das restantes.
E é interessante analisar a lista dos 9 nomes que constituem o actual Conselho de Administração (Maio de 2010).
Richard L. Carrion
É ao mesmo tempo director do
Banco Popular Foundation e membro do Concelho da Administração da empresa
Verizon Communications, ex Bell Atlantic, colosso das telecomunicações (uma das 30 maiores empresas dos EUA).
Charles V. Wait
Presidente da
The Adirondack Trust Company, Director da
New York Bankers Association.
Jamie Dimon
Ex Presidente da
Citigroup, actualmente é Presidente do Concelho de Administração da
JPMorgan Chase
Jeffrey R. Immelt
Ex Presidente da
GE Medical System, actualmente membro do Concelho de Administração da
General Electric (a segunda maior empresa do mundo).
Jeffrey B. Kindler
Presidente da
Pfizer, a maior empresa farmacêutica do mundo.
James S. Tisch
Presidente da
Loews Corporation, é também Presidente do Concelho de Administração da
Diamond Offshore Drilling, membro do Concelho da Administração da
CNA Financial Corporation, Presidente do Concelho de Administração da
WNET.org
Denis M. Hughes
Presidente do The New York State American Federation of Labor and Congress of Industrial Organisation
Kathryn S. Wylde
Presidente do Partnership for New York City.
Lee C. Bollinger
Presidente da Columbia University de New York
Resumindo: além dos últimos três membros, cuja função é evidentemente ornamental, os restantes têm todos fortes ligações com bancos (Banco Popular Foundation, JPMorgan Chase, Citigroup), e/ou empresas multinacionais, cujos interesses variam desde os medicamentos (Pfizer) ao petróleo (Diamond Offshore Drilling), as televisões (WNET), seguros e hotelaria (CNA Financial Corporation, Loews), comunicações (Verizon), serviços e tecnologia (General Electric).
Naturalmente as ligações não acabam aqui.
As empresas e os bancos citados têm também participações em outras actividades.
A
Loews Corporation, por exemplo, uma das empresas citadas, detém a totalidade ou parte das seguintes empresas:
- Lorillard Tobacco Company (tabacos)
- Dominion Resources (elecricidade e gás entregues em 11 Estados)
- Diamond Offshore Drilling (petróleo e gás: empresa fundada com o nome de Zapata Petroleum Company nos primeiros anos '50 pelo futuro Presidente dos EUA George H.W.Bush e pelo futuro Director Financeiro do Texas na campanha eleitoral de Richard Nixon, Bill Liedtke)
- Bulova (relógios)
- CNA Financial Corporation (produtos financeiros)
- Texas Gas Transmission (pipelines)
- Boardwork GP (pipelines)
- Loews Hotel (hotelaria)
Ainda mais impressionantes são os campos de interesse da General Electric; aliás, neste caso o difícil é encontrar uma área na qual a General Electric não esteja envolvida.
Tudo isso pode dar uma boa ideia acerca do nível de independência com o qual opera a Federal Reserve de New York
Mas até aqui falámos só da principal "filial" da Fed.
A situação não muda se olharmos para os outros 11 bancos centrais.
Aqui podemos encontrar, entre os outros, representantes de:
Allstate (a segunda seguradora nos EUA, com ligações não claras aos Cientologistas),
Dominion (uma companhia que trata de energia, que em 2008 doou 539.038 dólares à política - 50% aos Republicanos, 47% aos Democratas - e em 2009 815.885 dólares - 56% Republicanos, 41% Democratas),
BorgWarner (componentes automobilísticos; tem filiais em todo o mundo e ligações com as principais casas automobilísticas),
McKinsey & C. (management),
Pentair (multinacional da água),
Energizer Holding (multinacional da energia),
Wesco (multinacional da electrónica),
Chevron
Levi Strauss
Delta Airlines
Southwest Airlines
ReMax
mais companhias petrolíferas e bancos de cada tipo.
Como é possível pôr ainda em causa a independência da Federal Reserve? Com nomes assim, "transparência" e "imparcialidade" com certeza são as palavras de ordem.
E um bom exemplo desta imparcialidade foi dado na década '90 do século passado.
Em 1995, depois do governo mexicano ter desvalorizado e inflacionado o Peso, a economia mexicana entrou em queda livre. Alan Greenspan (o então presidente do banco central) fez pressões sobre o Congresso e a administração Clinton para conceder um empréstimo de 52 biliões de dólares às desastradas finanças mexicanas; só mais tarde foi descoberto que os bancos membros da Fed detinham até 26 biliões de dólares da dívida mexicana.
Sem possibilidade de saber a verdade, os contribuintes americanos tiveram que pagar a conta.
Em cima: uma nota de 1869. Em baixo: uma nota moderna.
A mais antiga era uma nota do Tesouro dos Estados Unidos. segunda não.
*InfIncor