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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Uma imaginação engajada

http://blogdofavre.ig.com.br/wp-content/uploads/2011/01/Aleida_March_Che1.jpg

10-Voltarei
Imaginemos…
Imaginemos por um instante que
Perón e Evita tivessem nascido
no Brasil e governado o Brasil.
Também imaginemos que Getúlio
Vargas e sua esposa Darcy Vargas
tivessem nascido nos Pampas
Argentinos e também
tivessem governado os Argentinos.
É a proposta do artista Juan Maresca, 39 anos. Nascido no barrio de “La Boca” em Buenos Aires. Hoje, vive no Brasil, na cidade de São Paulo. Suas obras ganharam exposição no Museu Evita, de Buenos Aires
*Luis Favre

Cesare Battisti, refém do STF?

Justiça instrumentalizada pela direita raivosa e golpista

GilsonSampaio
Neste excelente artigo, Rui Martins nos mostra o que está por detrás das posições de Peluzo e Gilmar Dantas no caso de Cesare Battisti.
É a justiça instrumentalizada pela direita raivosa e golpista.
Tendo em vista que o caso Cesare Battisti saltou da esfera meramente judicial  para as masmorras golpistas, faz-se necessário uma grande pressão da blogosfera e dos movimentos socias a favor da Presidenta Dilma.
Não se trata apenas de assegurar a liberdade para Cesare Battisti, devemos assegurar a liberdade para a Presidenta Dilma.
Rui Martins
Cesare Battisti, refém do STF?
Berna (Suiça) - Quem manda no Brasil ? Cesar Peluzo, presidente do Supremo Tribunal Federal pode provocar neste começo do mandato de Dilma Rousseff uma crise institucional, negando-se a assinar o alvará de soltura de Cesare Battisti para tentar, com Gilmar Mendes, anular a decisão de Lula, tomada nas suas últimas horas de seu mandato, com o objetivo de enquadrar Dilma segundo o gosto do STF.
Tudo vai se jogar nesta segunda-feira. Se Peluzo reconhecer a competência de Lula ao negar a extradição de Battisti para a Itália, deverá assinar o documento liberatório, ainda de manhã ou, no máximo, à tarde. Caso não o faça, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo poderá tomar a iniciativa de assinar, ele mesmo, o alvará de soltura. Mas nesta hipótese, já terá começado o conflito de poderes e não se sabe se o diretor da penitenciária da Papuda cumprirá o mandado de libertação.
Não nos esqueçamos, isso já aconteceu, existe, portanto, o precedente. Quando o ex-ministro Tarso Genro concedeu o asilo político a Cesare Battisti sua decisão foi obstada pelo STF, Gilmar Mendes negou a libertação do italiano e submeteu a decisão ministerial ao julgamento do STF, e ela foi anulada por 5 a 4 votos. Tarso Genro é hoje governador do Rio Grande do Sul mas foi um ministro destituído de seus poderes pelo STF.
O conflito executivo com judiciário sobre competências foi evitado para não se envenenar o clima eleitoral, mas criou-se o precedente. E esse precedente pode levar a um outro confronto, do qual Gilmar e Peluzo, que nunca foram plebiscitados pelo povo, poderão sair mais fortes em termos institucionais que a presidenta Dilma.
E um absurdo jurídico pode acontecer – apesar do presidente Lula ter deixado o poder com o apoio de 84% da população, Peluzo e Gilmar tentarem anular a decisão por ele tomada com o objetivo declarado de desprestigiá-lo, de confronto e advertência à presidenta Dilma e de se sobrepor o STF ao Executivo.
Outro absurdo já existe – o STF praticamente sequestrou Cesare Battisti, ao ignorar a decisão do ministro Genro, e o mantém como seu refém na penitenciária da Papuda. Se Battisti continuar preso, apesar da decisão de Lula, mesmo que seja até fevereiro, se confirmará, mais uma vez, a condição de Battisti como refém do STF e o Brasil estará a um dedo de uma crise institucional.
Na verdade, Battisti é apenas um pretexto. Gilmar Mendes, nomeado por FHC, será provavelmente o relator no caso de um retorno da questão Battisti ao STF. Embora juristas como Dalmo Dallari, o ministro Marco Aurélio Melo e o advogado Luiz Roberto Barroso afirmem com base jurídica ter chegado o momento de se libertar Battisti, poderá continuar o sequestro do italiano, numa tentativa para queimar Dilma junto à população, pois seria assimilada a Battisti pela grande imprensa.
O lamentável nesta hipótese é que Gilmar e Peluzo assumiriam mais uma vez as dores do governo italiano e poderiam dar provimento a uma nova queixa italiana com base no Tratado Mútuo de Extradição, como se o governo brasileiro devesse abrir mão de sua soberania e ser obrigado a se curvar às exigências italianas. E no caso de se submeter o ato de Lula a uma validação pelo STF (o que em si mesmo já seria uma provocação), quais seriam os riscos de uma anulação do ato do ex-presidente ?
Alguns juristas, como Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, acham que não se repetiriam os 5 a 4 do ano passado contra Battisti, mas além de se submeter Battisti a um novo purgatório de tensão, espera e estresse, ninguém pode garantir um resultado.
No julgamento do ano passado, a questão parecia resolvida com a eleição para o STF do advogado da União, José Antonio Dias Toffoli. Porém, as expectivas foram traídas e com a abstenção de Toffoli, vigorou a extradição. Sem Lula no poder, imaginam-se os interesses que estarão em jogo para se obter uma anulação de sua decisão, com o objetivo de se colocar Dilma contra a parede, enquanto o ministro da Justiça seria esvaziado de seus poderes já no começo do mandato.
É bastante sintomática a notícia de que Cesare Battisti, ao ter conhecimento da decisão presidencial, não comemorou, pois já devia ter sido alertado da trama de Peluzo e do STF – forçar o Brasil a entregá-lo à Itália para desmoralizar Lula e sua sucessora. A tentação golpista dos perdedores existe. A infamante campanha contra Dilma tinha esse objetivo. Utilizar Battisti para dar um xeque-mate na presidenta, provocando-se uma crise institucional caso ela reaja contra uma decisão, aparentemente legal mas arranjada do Supremo, deve ser o sonho dos derrotados.
Esperemos que ainda nesta segunda-feira saia esse alvará de soltura, caso contrário ficará evidente haver uma conspiração e deveremos nos preparar para abortá-la junto com seus autores golpistas, para que não sofra o Brasil todo, justamente agora que vai se tornando potência mundial.

O Fortuna / A conquista do Paraíso André Rieu





*comtextolivre

O que as imagens nos dizem sobre o poder + video fora Rede Globo


A cerimônia de posse de Dilma Rousseff foi emocionante. Eu, particularmente, acho muito simbólico ver uma ex-presa política sendo empossada presidente da República. Talvez pelo fato de que minha casa foi invadida algumas vezes, nos anos 60 e 70, por policiais sem mandado, para apreender “perigosos” livros (Jorge Amado, por exemplo).
Mas, é óbvio que a fofoca toda fica por conta da vice-primeira-dama. Como escreveu Leandro Fortes, no Facebook, é preciso mudar urgentemente o nome do Palácio Jaburu:

Sobre Lula deixar o poder, achei que o ex-presidente estava ansioso para ir embora logo, talvez fugir do sentimento contraditório de alívio/apego/saudade.
A foto replico do Urias Macedo, também no Facebook:

Finalmente, para algo que talvez nos surpeenda. Ouvimos tanto falar em Dilma durona, mulher ríspida com os subordinados, que a persona pública dela talvez ajude muito o governo.
Nunca devemos desconsiderar esse aspecto da política, especialmente quando as imagens se disseminam de forma tão rápida (nos celulares, nas telas de aeroportos, de elevadores e farmácias).
Michael Deaver, assessor de imagem de Ronald Reagan, costumava dizer que pouco se importava com as palavras narradas pelos repórteres na TV, desde que ele conseguisse controlar as imagens que ilustravam as palavras. O sorriso de Reagan dominou a cena.
Neste quesito, a presidente Dilma começou muito bem.

*viomundo
 

sábado, janeiro 01, 2011

O retrato dos novos tempos

gosto muito desta foto... traduz o espírito, a consciência da década...
inaugura a nova era global pautada pelo terrorismo e o crime organizado...
e uma certa indiferença e cinismo blasé no ar hedonista...
e, creio que o WikiLeads acabou de se inaugurar uma nova era da informação.


Thomas Hoepker, da Magnum Photos
EUA. Brooklyn, Nova Iorque. 11 setembro de 2001.  Os jovens relaxam durante a sua pausa para o almoço ao longo do East River, enquanto uma enorme nuvem de fumaça sobe de Lower Manhattan após os ataques ao World Trade Center.
*nassif

Presidente Dilma sobe a rampa

http://blog.planalto.gov.br/wp-content/uploads/2011/01/01012011G00009.jpg









Por um mundo sem fronteiras







Definitivamente é preciso acabar com as fronteiras geográficas. Elas, e somente elas, resistem a separar a humanidade.
O fim das fronteiras é o início da evolução humana.
Nada, absolutamente nada, justifica a existência desses currais. Não fossem as fronteiras e não haveria a invasão de nações.
Fronteiras são a confirmação da segregação, do preconceito e da incompreensão.
Fronteiras remetem ao medo do outro.
Alguém conhece algo mais contagioso do que o medo?
Fronteiras interessam apenas à indústria bélica, que faz do sangue humano o seu combustível.
Fronteiras servem apenas para as guerras.
E quem é a principal vítima das guerras? Generais? Banqueiros? Empresários? Nenhum deles.
Guerras servem para acabar com o “excedente humano”, os excluídos, os trabalhadores e todos aqueles que vivem de sua força de trabalho.
Este maltratado planeta é muito pequeno para ser dividido em fronteiras.
Está tudo errado, a começar pela educação. É nos bancos escolares que começamos a “amar” nosso país.
E o que representa esse “amor” senão o “ódio” contra o vizinho? Subliminar, é verdade, mas implantado desde a mais tenra idade e lapidado com o passar dos anos.
Não podemos esquecer que o ser humano é o ponto de partida e de chegada.
O ser humano é criador, não pode ser produto e vítima da própria cultura.
Viver neste planeta é viver num eterno círculo. Alguém pode imaginar um círculo com fronteiras?
Somos escravos de nossos hábitos.
Até quando?
Ou aprendemos a conviver ou o Universo não derramará uma lágrima pelo nosso fim.