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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Neo Liberalismo e o Custo do Lucro





Medidas para cortar custos levaram a vazamento no Golfo, diz comissão

Vazamento no Golfo do México
Segundo o grupo, novos acidentes podem ocorrerm se governo não promover mudanças.
A comissão responsável por investigar o vazamento de petróleo no Golfo do México, nos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira que o desastre foi causado por decisões arriscadas, cujo objetivo era reduzir gastos.
Formado por autoridades americanas, o grupo alertou que acidentes similares podem acontecer novamente, caso não sejam feitas reformas significativas na legislação e nos procedimentos.
Em seu relatório final, a comissão culpou a má administração da BP e de outras empresas responsáveis pela plataforma Deepwater Horizon.
Por meio de um comunicado, a petroleira informou que estava trabalhando com os órgãos reguladores para garantir que as lições aprendidas com o vazamento levem a melhorias na exploração de petróleo.
Com a explosão na plataforma Deepwater Horizon, ocorrida em abril, 11 funcionários morreram e milhões de barris de petróleo vazaram no mar durante meses, causando a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos.
Críticas ao governo
Além da BP, o relatório também culpa a Transocean e a Halliburton, responsáveis pela vedação do poço onde houve a explosão.
A comissão também criticou o governo por não supervisionar adequadamente as operações na plataforma, além de não criar uma legislação satisfatória para regular esse tipo de atividade.
“Propositais ou não, muitas das decisões da BP, Halliburton e Transocean que elevaram o risco de o poço explodir claramente foram tomadas para economizar dinheiro e tempo”, afirma o relatório.
“A BP não tinha o controle adequado do lugar para garantir que decisões-chave, tomadas nos meses anteriores ao acidente, eram seguras da perspectiva da engenharia.”
O ex-governador da Flórida e um dos responsáveis pela comissão, Bob Graham, disse que as investigações mostraram que a explosão era evitável.
“Esse desastre não teria ocorrido se as empresas envolvidas tivessem comprometidas, em primeiro lugar, com a segurança.”
via BBC Brasil

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Este é o meu reconhecimento ao papel muito bem desempenhado por Marisa Letícia Lula da Silva nesses oito anos.

À "companheira" número 1 da República

Marisa Letícia Lula da Silva: AS PALAVRAS QUE PRECISAVAM SER DITAS



Hildegard Angel

“Foram oito anos de bombardeio intenso, tiroteio de deboches, ofensas de todo jeito, ridicularia, referências mordazes, críticas cruéis, calúnias até. E sem o conforto das contrapartidas. Jamais foi chamada de "a Cara" por ninguém, nem teve a imprensa internacional a lhe tecer elogios, muito menos admiradores políticos e partidários fizeram sua defesa.

À "companheira" número 1 da República, muito osso, afagos poucos. Ah, dirão os de sempre, e as mordomias? As facilidades? O vidão? E eu rebaterei: E o fim da privacidade? A imprensa sempre de olho, botando lente de aumento pra encontrar defeito? E as hostilidades públicas? E as desfeitas? E a maneira desrespeitosa com que foi constantemente tratada, sem a menor cerimônia, por grande parte da mídia? Arremedando-a, desfeiteando-a, diminuindo-a? E as frequentes provas de desconfiança, daqui e dali? E - pior de tudo - os boatos infundados e maldosos, com o fim exclusivo e único de desagregar o casal, a família? Ah, meus queridos, Marisa Letícia Lula da Silva precisou ter coragem e estômago para suportar esses oito anos de maledicências e ataques. E ela teve.

Começaram criticando-a por estar sempre ao lado do marido nas solenidades. Como se acompanhar o parceiro não fosse o papel tradicional da mulher mãe de família em nossa sociedade. Depois, implicaram com o silêncio dela, a "mudez", a maneira quieta de ser. Na verdade, uma prova mais do que evidente de sua sabedoria. Falar o quê, quando, todos sabem, primeira-dama não é cargo, não é emprego, não é profissão? Ah, mas tudo que "eles" queriam era ver dona Marisa Letícia se atrapalhar com as palavras para, mais uma vez, com aquela crueldade venenosa que lhes é peculiar, compará-la à antecessora, Ruth Cardoso, com seu colar poderoso de doutorados e mestrados. Agora, me digam, quantas mulheres neste grande e pujante país podem se vangloriar de ter um doutorado? Assim como, por outro lado, não são tantas as mulheres no Brasil que conseguem manter em harmonia uma família discreta e reservada, como tem Marisa Letícia. E não são também em grande número aquelas que contam, durante e depois de tantos anos de casamento, com o respeito implícito e explícito do marido, as boas ausências sempre feitas por Luís Inácio Lula da Silva a ela, o carinho frequentemente manifestado por ele. E isso não é um mérito? Não é um exemplo bom?

Passemos agora às desfeitas ao que, no entanto, eu considero o mérito mais relevante de nossa ex-primeira-dama: a brasilidade. Foi um apedrejamento sem trégua, quando Marisa Letícia, ao lado do marido presidente, decidiu abrir a Granja do Torto para as festas juninas. A mais singela de nossas festas populares, aquela com Brasil nas veias, celebrando os santos de nossas preferências, nossa culinária, os jogos e brincadeiras. Prestigiando o povo brasileiro no que tem de melhor: a simplicidade sábia dos Jecas Tatus, a convivência fraterna, o riso solto, a ingenuidade bonita da vida rural. Fizeram chacota por Lula colar bandeirinhas com dona Marisa, como se a cumplicidade do casal lhes causasse desconforto. Imprensa colonizada e tola, metida a chique. Fazem lembrar "emergentes" metidos a sebo que jamais poderiam entender a beleza de um pau de sebo "arrodeado" de fitinhas coloridas. Jornalistas mais criteriosos saberiam que a devoção de Marisa pelo Santo Antônio, levado pelo presidente em estandarte nas procissões, não é aprendida, nem inventada. É legitimidade pura. Filha de um Antônio (Antônio João Casa), de família de agricultores italianos imigrantes, lombardos lá de Bérgamo, Marisa até os cinco de idade viveu num sítio com os dez irmãos, onde o avô paterno, Giovanni Casa, devotíssimo, construiu uma capela de Santo Antônio. Até hoje ela existe, está lá pra quem quiser conferir, no bairro que leva o nome da família de Marisa, Bairro dos Casa, onde antes foi o sítio de suas raízes, na periferia de São Bernardo do Campo. Os Casa, de Marisa Letícia, meus amores, foram tão imigrantes quanto os Matarazzo e outros tantos, que ajudaram a construir o Brasil.

Outro traço brasileiro dela, que acho lindo, é o prestígio às cores nacionais, sempre reverenciadas em suas roupas no Dia da Pátria. Obras de costureiros nossos, nomes brasileiros, sem os abstracionismos fashion de quem gosta de copiar a moda estrangeira. Eram os coletes de crochê, os bordados artesanais, as rendas nossas de cada dia. Isso sim é ser chique, o resto é conversa fiada. No poder, ao lado do marido, ela claramente se empenhou em fazer bonito nas viagens, nas visitas oficiais, nas cerimônias protocolares. Qualquer olhar atento percebe que, a partir do momento em que se vestir bem passou a ser uma preocupação, Marisa Letícia evoluiu a cada dia, refinou-se, depurou o gosto, dando um olé geral em sua última aparição como primeira-dama do Brasil, na cerimônia de sábado passado, no Palácio do Planalto, quando, desculpem-me as demais, era seguramente a presença feminina mais elegante. Evoluiu no corte do cabelo, no penteado, na maquiagem e, até, nos tão criticados reparos estéticos, que a fizeram mais jovem e bonita. Atire a primeira pedra a mulher que, em posição de grande visibilidade, não fez uma plástica, não deu uma puxadinha leve, não aplicou uma injeçãozinha básica de botox, mesmo que light, ou não recorreu aos cremes noturnos. Ora essa, façam-me o favor!

Cobraram de Marisa Letícia um "trabalho social nacional", um projeto amplo nos moldes do Comunidade Solidária de Ruth Cardoso. Pura malícia de quem queria vê-la cair na armadilha e se enrascar numa das mais difíceis, delicadas e técnicas esferas de atuação: a área social. Inteligente, Marisa Letícia dedicou-se ao que ela sempre melhor soube fazer: ser esteio do marido, ser seu regaço, seu sossego. Escutá-lo e, se necessário, opinar. Transmitir-lhe confiança e firmeza. E isso, segundo declarações dadas por ele, ela sempre fez. Foi quem saiu às ruas em passeata, mobilizando centenas de mulheres, quando os maridos delas, sindicalistas, estavam na prisão. Foi quem costurou a primeira bandeira do PT. E, corajosa, arriscou a pele, franqueando sua casa às reuniões dos metalúrgicos, quando a ditadura proibiu os sindicatos. Foi companheira, foi amiga e leal ao marido o tempo todo. Foi amável e cordial com todos que dela se aproximaram. Não há um único relato de episódio de arrogância ou desfeita feita por ela a alguém, como primeira-dama do país. A dona de casa que cuida do jardim, planta horta, se preocupa com a dieta do maridão e protege a família formou e forma, com Lula, um verdadeiro casal. Daqueles que, infelizmente, cada vez mais escasseiam.

Este é o meu reconhecimento ao papel muito bem desempenhado por Marisa Letícia Lula da Silva nesses oito anos. Tivesse dito tudo isso antes, eu seria chamada de bajuladora. Esperei-a deixar o poder para lhe fazer a Justiça que merece.


O estilo de dona Marisa Letícia evoluiu ao longo do período em que foi primeira-dama. Na montagem acima, bons momentos em que demonstrou sua elegância.

                 Com Michelle Obama. Duas lindas mulheres
*beatrice

charges do dia


WikiLeaks, CIA & Veja






capa380Julian Assange entregou as provas do financiador ideológico-mor da revista Veja. Documentos a serem divulgados hoje, 04/01/2011, explicam a coincidência entre os interesses eleitorais de Álvaro Uribe, o exílio do padre colombiano Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido como Padre Olivério Medina, e a matéria da revista Veja acusando o PT de participação nas FARC.

Segundo matéria assinada pela correspondente da WikiLeaks no Brasil, Natália Viana, em 2005 a Colômbia pediu a extradição e a embaixada americana prontamente se aliou. Daí a razão pela qual a Veja e seus aliados no Congresso, fomentados pela CIA, pa$$aram ao ataque. O incentivo da CIA vem agora comprovado pelo esforço diplomático em benefício da política eleitoral de Uribe, aliado incondicional dos EUA.

No documento fica particularmente evidente o empenho da tríplice aliança, Álvaro Uribe, EUA e VEJA, quando o “ embaixador aconselha que o governo americano ajude a Colômbia a montar um argumento “o mais forte e mais detalhado possível contra Cadena”: “Associar isso com quaisquer novas informações ou inteligência que os serviços do governo colombiano ou americano possam obter sobre a história de Cadena nas ações militares das Farc também seria útil”. E a Veja cumpriu seu papel! Mandou e todos seus colonistas pa$$aram a tratar do tema diuturnamente.

Assim como as campanhas eleitorais são financiadas visando um benefício futuro, as matérias celulares (pré-pagas) da VEJA também escondem, ou revelam, que intere$$es escondem ou revelam…

Uma mão lava a outra

E as duas, a bunda. O assunto envolvendo o PT e as FARC voltou à tona nas eleições do ano passado. Como ficou provado em documento anterior vazado pela Wikileaks, houve dobradinha durante a campanha. Dobradinha servida pelo Índio da Costa que Serra engoliu sem mastigar. Ou, pelas provas de agora, saboreou. Para defender os interesses americanos o vice de José Serra trouxe a baila novamente o tema da ligação do PT com as FARC (e o TSE deu direito de resposta ao PT), e, com isso, a Chevron ganhou de Serra a promessa que, se eleito, mudaria as regras do Pré-sal em benefício das empresas americanas. Saiba mais sobre as relações do candidato José Serra com os interesses dos EUA, lendo: Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal.

PSDB, independência dependente


José Serra esteve “exilado” nos EUA, exatamente o país que apoiava a ditadura. Fernando Henrique foi financiado pela Fundação Ford com o único intuito de criar a doutrina segundo a qual o Brasil só seria independente se dependesse dos EUA. Uma independência tutelada…

Como se vê, nos tempos atuais urge uma WikiLeaks que trate da movimentação financeira entre a CIA e a VEJA. Seria a prova do que já sabemos!

*desabafoBrasil

O PIG e os círculos diplomáticos imperialistas gostam de chamar Hugo Chávez de Bufão.

O BUFÃO HUGO CHÁVEZ

O PIG e os círculos diplomáticos imperialistas gostam de chamar Hugo Chávez de Bufão.
Mas o que vem a ser o Bufão?
A palavra Bufão(comediante) vem mesmo de "bufa" ou "peido".
Usando a mímica e a pantomima os bufões faziam rir as pessoas na Idade Média e Renascença imitando os sons de bufas com a boca.
Quando refiro-me à elegância na comédia do Teatro ou do Circo, não abro mão da bufa, se necessária.
As escatologias do gênero devem ser feitas sempre de maneira, suave, sutil, elegante,, mas óbiva e destinada a um público popular.
Justamente o público de Chávez.
A função do bufão não é agredir, chocar, ou escandalizar.
É função do bufão - entre outras - desmontar a rigidez do Sistema no poder.
E isso Chávez faz muito bem, expondo ao ridículo e mostrando a fragilidade dos EEUU e sua política externa.
E uma bufa liberada na hora certa é garantia de gargalhada garantida há séculos, senão milênios.
Uma bufa certa, como chamar Bush de "diablo" na Asssembléia da ONU.
As classes dominantes de hoje, outrora revolucionárias, ficam indignadas com gestos ou palavras mais "bufônicas" na cena.
Trata-se de uma repressão ao popular e seu enquadramento na ética e na moral burguesas.
Exatamente tudo que o PIG e os poderosos do Mundo gostariam de fazer com Hugo Chávez.
O nosso bufão de primeira qualidade.

Hoje, a desigualdade de renda (no Brasil) cai mais rápido do que provavelmente em qualquer outro país do mundo.

New York Times responde à mulher de Cerra

Na foto, a notável estadista chilena num momento da campanha (perdida)


Saiu no New York Times:

Today, however, Brazil’s level of economic inequality is dropping at a faster rate than that of almost any other country.  Between 2003 and 2009, the income of poor Brazilians has grown seven times as much as the income of rich Brazilians.  Poverty has fallen during that time from 22 percent of the population to 7 percent.


Hoje, a desigualdade de renda (no Brasil) cai mais rápido do que provavelmente em qualquer outro país do mundo. Entre 2003 e 2009 (no Governo Lula – PHA) a renda dos pobres brasileiros cresceu sete vezes mais do que a renda dos brasileiros ricos. A pobreza caiu naquele período (do Governo Lula – PHA) de 22% da população para 7%.

Trata-se de reportagem de Tina Rosenberg, que foi editorialista do New York Times e recebeu o respeitado prêmio Pulitzer por um livro sobre o “os fantasmas que rondam a Europa depois do comunismo”.

Navalha
O ordinário blog Conversa Afiada não seria capaz de ousar comparar Rosenberg a Monica Serra, notável estadista chilena que abrilhantou a campanha eleitoral de 2010, no Brasil.
Como se sabe, a estadista chilena participou ativamente da campanha – e de algumas missas – com duas inesquecíveis intervenções.
Primeiro, quando deu curso à “questão do aborto”, iniciada pela Blá-Blá Marina, que, como se sabe, acabou como espécie, verdíssima, do bosque do Padim Pade Cerra.
Depois, a notável estadista chilena deu curso ao preconceito da elite branca (e separatista, no caso da elite de São Paulo) contra o programa Bolsa Família.
O Conversa Afiada recomenda a leitura atenta da reportagem da Tina.
Trata-se, evidentemente, de uma resposta à estadista Monica Serra.
Lá está.
O sucesso do Brasil no combate à pobreza se deve em grande parte a um único programa: o Bolsa Família.
Por causa do Bolsa Família, o Brasil, breve, conseguirá ser uma sociedade menos desigual que a americana, se os Estados Unidos não reagirem.
De 1980 a 2005, mais de 4/5 do aumento da renda dos Estados Unidos foram para o 1% mais rico da população.
Lula tem o mérito, segundo Rosenberg, de ter consolidado diversos programas de combate à fome e tês-lo expandido.
(Portanto, essa história de que foi a D. Ruth que fez o Bolsa Família e não o Lula é o mesmo que dizer que o Henry Ford foi quem fez a Ferrari).
O Bolsa Família cobre 50 milhões de brasileiros e é, segundo Rosenberg, “the most important government antipoverty program the world has ever seen”.
Um programa de “conditional cash transfer” – transferência de dinheiro sob condições (botar o filho na escola).
Diz ela: o mais importante programa governamental contra a pobreza que o mundo jamais viu.
Mas, para a notável estadista chilena, o Bolsa Família estimula a vagabundagem.
Clique aqui para ler “A guerrilheira Dilma viu além das 200 milhas”, onde este ordinário blogueiro trata da entrevista que fez com a Ministra Tereza Campello, responsável pelo Bolsa Família.




Paulo Henrique Amorim

terça-feira, janeiro 04, 2011

frases de Lula





Crises
1- "Lá, a crise é um tsunami. Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar" - Em 4 de outubro de 2008, ao comentar os efeitos da crise financeira no país.
2 - "É uma crise causada, fomentada, por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes da crise parecia que sabia tudo e que, agora, demonstra não saber nada" - Em 2009, ao premier britânico, Gordon Brown.
3- "Crise? Que crise? Pergunta para o Bush" - Em 16 de setembro de 2008, sobre a crise financeira mundial.
Crise? Que crise? Pergunta para o Bush
4- "O caos aéreo é como uma metástase. A gente acha que está tudo bem, mas só descobre que o problema é bem maior quando ele (o câncer) surge" - Em agosto de 2007.
5- "Um dia acordei invocado e liguei para o Bush" - Num discurso para lideranças do PTB, em abril de 2004.
Mensalão
6- "Não interessa se foi A, B ou C, todo o episódio foi como uma facada nas minhas costas" - Em janeiro de 2006, sobre o episódio do escândalo do mensalão.
7- "Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento" - Em agosto de 2005, sobre o escândalo de mensalão, após o depoimento de Duda Mendonça na CPI dos Correios.
Polêmicas
8- "A polícia só bate em quem tem que bater" - Em discurso em outubro de 2010.
9- "Uma mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida. Tem que ser submissa porque gosta dele" - Em janeiro de 2010.
10- "São privilegiados aqueles que podem pagar Imposto de Renda, porque ganham um pouco mais" - Em discurso a metalúrgicos do ABC que cobravam mudança na tabela do Imposto de Renda, em maio de 2004.
Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento
Provocando risadas
11- "Beliscão dói para cacete" - Em discurso na assinatura de projeto de punição de maus-tratos a filhos, em julho de 2010.
12- "Resolveram fazer um estudo para saber se a perereca estava em extinção. Aí teve que contratar gente para procurar perereca, e procure perereca, procure perereca, perereca, perereca..." - Em maio de 2009, ao eleger o bichinho como inimigo do desenvolvimento; por causa dele, houve atraso de sete meses na construção de viaduto entre Brasil e Argentina.
13- "Você (como médico) diria ao paciente: 'Meu sifu'?" - Em discurso para artistas em dezembro de 2008, no Rio, alegando que sempre tem que ser otimista.
14- "Eu sei o que é greve de fome. Dá uma fome danada" - Em 2006, ao comentar a greve de fome de dom Luiz Capio em protesto contra as obras de transposição do Rio São Francisco.
15- "Se você um dia for presidente da República, vai ver como é bom uma medida provisória", respondendo ao então presidente do Senado, Renan Calheiros, em 2006.
Você (como médico) diria ao paciente: 'Meu sifu'?
16- "Tem que fazer uma reza profunda para que a gente deixe o otimismo (sic) no banheiro, dê descarga nele logo cedo e saia pensando em coisas boas" - Em discurso em outubro de 2005, no Rio, para agentes de viagem, referindo-se ao pessimismo.
17- "Política é olho no olho. É, como diria o povo brasileiro, tête à tête" - Na Nigéria, em abril de 2005.
Aliados
18- "Nunca fiz concessão política. Faço acordo... Se Jesus viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão - Em 2009, ao ser questionado sobre suas relações com aliados como José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros.
19- "Mexer no Palocci é a mesma coisa que pedir para o Barcelona tirar o Ronaldinho" - Em novembro de 2005.
20- "Eu e Palocci somos unha e carne. Tenho total confiança nele" - Durante a primeira entrevista coletiva como presidente, em maio de 2005.
21- "É o capitão do time. Aquele que pode reclamar do juiz sem ser expulso de campo" - Sobre José Dirceu, na conversa com jornalistas, em fevereiro de 2004.
Saída da Presidência
22- "Não estou saudoso coisíssima nenhuma. Quando entrei aqui, sabia que tinha data para entrar e para sair. Portanto, é que nem contrato de aluguel: no dia 31, tenho que dar o fora" - Em novembro de 2010, ao falar sobre a saída da Presidência.
23- "Está certo que a gente está no fim do mandato, mas você poderia, junto com essa lei complementar, ter mandado uma emendinha para mais alguns anos de mandato... Não mandou, então fica..." - Ao falar sobre a lei complementar que reestrutura a área de Defesa, em agosto de 2010.
24- "No ano que vem, estarei livre para andar por este país. Vou continuar fazendo política pelo Brasil, mas não vou dar pitaco no novo governo, porque eu quero que eles digam que nunca antes na história deste país um ex-presidente foi tão ex-presidente" - Em maio de 2010, durante encontro com a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag).
25- "Se um dia vocês chegarem à Presidência da República vão perceber que esse é o ápice de um ser humano. Não tem nada além disso" - Em abril de 2007.
Campanha e Dilma
26- "Ontem venderam o dia inteiro que esse homem tinha sido agredido, e o que vocês assistiram foi uma mentira mais grave que a do goleiro Rojas" - Em outubro de 2010, ao falar sobre o episódio em que José Serra (PSDB) foi atingido por uma bolinha de papel em evento de campanha no Rio.
27- "Muita gente acha que a Dilma é dura. Nem todo mundo é obrigado a ficar se arreganhando para todo mundo. A Dilma é o que ela é" - Em abril de 2010.
Críticas à imprensa
28- "O povo pobre não precisa mais de formador de opinião. Nós somos a opinião pública" - Mais uma crítica à imprensa, em setembro de 2010.
Notícia é o que a gente quer esconder; o resto é propaganda
29- "Notícia é o que a gente quer esconder; o resto é propaganda" - Em abril de 2010.
30- "Quero saber se o povo está na merda, e eu quero tirar o povo da merda em que se encontra" - Em maio de 2009, ao garantir no Maranhão que suas obras de saneamento serão maiores que as dos governos anteriores.
Economia
31- "Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI? E eu, que passei parte da minha juventude carregando faixa em São Paulo: 'Fora FMI'?" - Em abril de 2009.
32- "O resultado (da economia) este ano não será uma Brastemp" - Em agosto de 2005.
33- "Na época em que o Copom se reúne tem pessoas que entram em TPC, tensão pré-Copom" - Em setembro de 2004, sobre os juros.
34- "A China é um shopping de oportunidades" - Durante visita a Pequim, em maio de 2004.
Sexo e Playboy
35- "Desde que virei adulto, não vejo mais a Playboy" - Sobre o ensaio de Mônica Veloso, pivô da crise com Renan Calheiros, em outubro de 2007.
Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta e é uma necessidade orgânica
36- "Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta e é uma necessidade orgânica" - Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no Rio, em marco de 2007.
37- "Sexo tem que ser feito e ensinado como fazer" - Lula no mesmo discurso.
Oposição
38- "Quem esperar que eu vá ficar sentadinho em Brasília pode tirar o cavalo da chuva, porque vamos inaugurar obra este ano. Tem gente que vai ficar doida de raiva, mas nós vamos" - Em fevereiro de 2010, em mais uma crítica à oposição.
39- "Sou que nem massa de bolo. Quanto mais batem, mais cresço" - Em maio de 2006, respondendo as críticas que recebe.
40- "Quatro anos, para quem está governando, é muito pouco, mas para quem está na oposição quatro anos é uma eternidade" - Na capital do Amapá, em dezembro de 2005.
41- "Tem muita gente torcendo contra, como ex-marido que não quer que a mulher seja feliz com outro" - Em dezembro de 2004, em resposta a Fernando Henrique Cardoso. Na véspera, o ex-presidente dissera "Se o governo é incompetente, e ele é incompetente, denunciar incompetência não é ofensa".
Sou que nem massa de bolo. Quanto mais batem, mais cresço
42- "Você tem um amigo aqui" - Frase dita a FH, ao chegar no topo da rampa no dia da posse, em janeiro de 2003.
Uísque e cerveja
43- "O dia que o mundo experimentar a boa cachaça brasileira, o uísque vai perder mercado" - Na Jamaica, em agosto de 2007.
44- "Não poso de santo. Nunca fui candidato a santo. Fumar, eu fumo. Já tomei um copo de cerveja. Agora, dizer o que ele disse, é porque ele não me conhece" - Sobre o correspondente do The New York Times, Larry Rohter, em maio de 2004.
45- "Vou continuar tomando meu uisquezinho na frente de fotógrafos. Nada fiz de errado" - Em maio de 2004.
Promessas
46- "Quero saber se o povo está na merda, e eu quero tirar o povo da merda em que se encontra" - Em maio de 2009, ao garantir no Maranhão que suas obras de saneamento serão maiores que as dos governos anteriores.
47- "O Brasil realizará uma Copa para argentino nenhum botar defeito" - Em novembro de 2007.

Ego e metáforas
48- "Acabar com a fome é uma questão de tempo. Pouco tempo" - Ao abrir a Expo Fome Zero, em São Paulo, em fevereiro de 2004.
49- "Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo... Tem hora que ocupo, sozinho, três bancos com o ego" - Em abril de 2010.
50- "A dor da escravidão é como a de cálculo renal: não adianta dizer, tem que sentir" - Em abril de 2005, no Senegal, ao pedir perdão, em nome dos brasileiros, por um erro histórico cometido.
*Hupomnemata

O Estado brasileiro tem que resgatar a dignidade

http://pagina13.org.br/wp-content/uploads/2010/08/maria-do-rosario.jpg


A petista Maria do Rosário assumiu a Secretaria dos Direitos Humanos na manhã desta segunda-feira, substituindo Paulo Vannuchi. Em seu discurso de cerca de 40 minutos, ela prometeu cumprir as metas do PNDH 3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos), que provocou polêmica entre setores da Igreja e das Forças Armadas.
Não há contradição entre Direitos Humanos e Forças Armadas, diz Maria do Rosário
Maria do Rosário fez um apelo para que o Congresso analise outra proposta polêmica, encaminhada pelo governo Lula. Pediu que os congressistas aprovem a criação da Comissão da Verdade, que ofereceria a versão oficial sobre os mortos e desaparecidos.
"O Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura", afirmou. "Como disse a presidente Dilma, não se trata de revanchismo", completou, mais adiante.
Diante da plateia em que estava o ministro Nelson Jobim (Defesa), ela afirmou que as Forças Armadas são "parte da consolidação da democracia". "Certamente entre as Forças Armadas existe também o desejo de que tenhamos juntos esse processo constituído", disse.
Jobim e Paulo Vannuchi tiveram entreveros antes e após o lançamento do PNDH 3, que fazia citações à ditadura militar e também tratava da Comissão da Verdade.
Maria do Rosário disse ainda que o país precisa seguir no processo de reconhecimento das violações de Estado contra os direitos humanos no período do regime militar.
"Passados quase 50 anos do início do período de exceção no Brasil, é mais do que chegada a hora de agirmos com objetividade. Devemos enfrentar essas questões para uma consciente virada de página", declarou.
A ministra fez um segundo apelo ao Congresso pela aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação e a destinação para reforma agrária de todas as terras onde essa prática seja encontrada.
Maria do Rosário também prometeu combater a homofobia e a violência contra crianças e adolescentes, tema que trabalhou em todos os seus mandatos na Câmara dos Deputados.




Quem fala pela presidenta:
general ou Maria do Rosário ?


O general Elito não tem vergonha do “fato histórico”

Saiu na capa da Folha (*):

“Desaparecidos não são vergonha, diz general.”

“Os desaparecidos são um ‘fato histórico’, do qual não temos que nos envergonhar ou nos vangloriar, afirmou em discurso o general José Elito Siqueira” – ele assumiu a chefia do Gabinete de Segurança Institucional da ABIN.

Navalha
Quem fala pela Presidenta Dilma ?

Ontem, na posse, Maria do Rosário enfrentou Nelson Johnbim e disse que vai até o fundo da Comissão da Verdade.

Como se sabe, a resistência à revisão da Lei da Anistia foi comandada por Nelson Johnbim, aquele que é (protegido) pelo embaixador americano .

Johnbim é o Ministro da Defesa que aceita que a turma que se formou em 2010 na Academia Militar de Agulhas Negras seja a “Turma Emilio Garrastazu Médici”.

Dizem que a presidenta Dilma reuniu todos os ministros da área econômica, mais o presidente do Banco Central, e disse que não quer divergência pública sobre a política econômica.

Seria interessante saber quem fala pela presidenta: se Rosário ou se o general que trabalhou com Fernando Henrique e por ele foi promovido.

O Conversa Afiada teme que armem uma cama de gato para a presidenta.

O Diretor Geral da Policia federal tentou impedir a Operação Satiagraha que por duas vezes prendeu o passador de bola no ato de passar bola.

O chefe dele, o Ministro da Justiça, trabalhou para Dantas, na qualidade de deputado.

O general da GSI está mais para Nelson Johnbim do que para Rosário.

A presidenta disse duas vezes na posse que se orgulha de ter enfrentado o regime militar na luta clandestina.

Quem hoje fala por ela ?


Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um  comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
*PHA

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Battisti e as bravatas de Berlusconi



Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro neofascista da Itália, decidiu esbanjar arrogância contra o governo brasileiro após o anúncio da não extradição do ativista Cesare Battisti. Ontem (2), o bravateiro anunciou que vai recorrer ao Tribunal de Haia para anular a decisão soberana do Brasil. Seu ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, também enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff solicitando que ela “reconsidere a decisão do seu antecessor”.
Nela, em tom de provocação, o governo italiano afirma que está decidido a utilizar “todas as vias” para conseguir a extradição de Battisti. Segundo as agências internacionais de noticia, Silvio Berlusconi já teria encaminhado à Câmara dos Deputados o pedido de congelamento de um acordo de colaboração econômica entre Itália e Brasil que deveria ser ratificado em janeiro. Ele previa o empréstimo ao Brasil de 5 bilhões de euros (US$ 6,7 bilhões) para a compra de naves, mísseis e radares. A mídia italiana, quase totalmente controlada pelo “imperador” Berlusconi, estimula todos os dias o ódio contra a decisão do governo brasileiro.
Um neofascista corrupto
Toda esta onda de bravatas, que atemoriza a mídia colonizada do Brasil, só evidencia a fraqueza do governo neofascista da Itália. Silvio Berlusconi não está com esta bola toda – e não deveria ser levado muito a sério. No mês passado, ele quase foi apeado do cargo. “Sobreviveu por margem estreita a uma moção de não-confiança, que deixou seu governo de centro-direita agarrado ao poder por apenas três votos de diferença”, noticiou O Globo em 14 de dezembro – o mesmo jornal que agora aplaude a postura "enérgica" do primeiro-ministro. Nas ruas das principais cidades italianas, milhares de jovens pedem a sua cabeça diariamente.
Berlusconi, que gosta de se jactar por suas orgias, inclusive com menores de idade, é acusado de vários crimes – remessa ilegal de divisas, desvio de recursos públicos, sonegação fiscal, entre outros. Apontado como o 15º homem mais rico de planeta e o maior milionário da Itália, ele concentra uma fortuna estimada em US$ 20 bilhões – a maior parte dela sob investigação da Justiça. O notório corrupto, que já foi condenado várias vezes, só mantém sua força eleitoral graças, entre outros fatores, ao seu poder midiático. Desde 1974, quando comprou seu primeiro canal de televisão, ele passou a controlar os meios de comunicação do país.
O imperador da mídia
“Em pouco tempo, ele expandiu o seu domínio no setor, multiplicando suas emissoras através de uma rede de televisões locais, reunidas na empresa Mediaset. A programação era centrada em concursos e programas de entretenimento, semelhante à do brasileiro Sílvio Santos. Em 1985, o governo francês lhe concedeu a primeira rede privada daquele país, La Cinq, e adquiriu ações da Chain e Cinema 5. Um ano depois comprou os Estúdios Roma e o clube de futebol A. C. Milan, do qual tornou-se presidente. Em 1988 comprou a maior cadeia de grandes armazéns da Itália, La Standa”.
“Em 26 de janeiro de 1990 obteve a presidência do grupo Mondadori, editor do diário "La Repubblica" e dos semanários "L'espresso", "Época" e "Panorama". No final da década, Berlusconi incorporou a seu patrimônio a cadeia de vídeos Blockbuster, portais de acesso à internet e uma participação na Olivetti. O conglomerado Fininvest, que criou em 1975, cumpriu a função de integrar suas múltiplas propriedades e participações na TV, imprensa, edições, publicidade, seguros e serviços financeiros, convertendo-se na terceira empresa privada do país”, descreve o portal UOL, numa rápida biografia que agora a Folha omite.
O cinismo de Berlusconi
No caso da não extradição de Cesare Battisti, o primeiro-ministro neofascista também esbanja bravatas. Ele tenta salvar seu decrépito governo com novos factóides, revivendo os piores instintos do período da “guerra fria” para alimentar falsos sentimentos nacionalistas. O seu cinismo é descarado. Há cerca de 50 foragidos italianos com pedidos de extradição em várias partes do mundo, mas a sua gritaria é seletiva. Ele persegue ativistas de esquerda e agride governos progressistas, como o de Lula, mas não mexe um dedo pela extradição de famosos terroristas de direita.
Um caso emblemático envolve Delfo Zorzi, 62 anos, ex-líder da seita neofascista “Ordine Nuovo”, que promoveu, nos anos 60 e 70, inúmeros atentados à bomba, “beneficiando-se da proteção do serviço secreto italiano que, por sua vez, tinha ligações com as ‘operações encobertas’ da CIA no país”. A agência dos EUA implantou na Itália, na década de 50, uma rede clandestina chamada “Gládio” para realizar atentados e organizar milícias armadas. Zorzi foi condenado em primeiro grau, e depois absolvido, pelo atentado da Piazza Fontana, em Milão, em 1969, que resultou em 17 mortos e 84 feridos. Atualmente, está sendo processado pelo atentado em Brescia, em 1974, contra uma manifestação sindical antifascista, que causou oito mortes e mais de 90 feridos.
Protetor dos agentes da CIA
Zorzi vive há anos no Japão, onde se naturalizou e tornou-se um rico empresário do setor têxtil. O pedido de extradição feito ao Japão jamais foi atendido, nem o governo italiano fez muito para isso. Detalhe: o defensor de Zorzi é o advogado (e deputado do ‘Forza Itália’, partido do governo) Gaetano Pecorrella, que vem a ser também um dos advogados pessoais do próprio Berlusconi. Outro detalhe: vários ex-integrantes do ‘Ordine Nuovo’ são hoje militantes da AN (partido herdeiro do neofascista do Movimento Sociale Italiano – MSI) e da ‘Lega Nord’, um partido xenófobo. NA e Lega são aliados de Berlusconi e integram seu governo.
Num caso mais recente, que também evidência o cinismo do primeiro-ministro, juízes de Milão solicitaram, em 2006, a extradição de 26 agentes da CIA que seqüestraram o egípcio Abu Omar, acusado de ligações com Al Qaeda. Ele foi uma das vítimas da “extraordinary renditions”, as prisões ilegais efetuadas pela CIA durante a “guerra global contra o terror” patrocinada pelo ex-presidente Bush. Omar foi detido ilegalmente na Itália e torturado durante meses em prisões clandestinas. Pela lei italiana, o seqüestro é considerado uma grave violação do código penal do país e da convenção européia dos direitos humanos, que proíbe prisões ilegais e torturas. Mas o governo italiano não moveu uma palha para obter a extradição dos agentes da CIA.