*Jumento
Falando ontem à Folha, Alckmin afirmou: “O último presidente paulista foi Rodrigues Alves”. Quanta besteira, Manuel Bandeira. Esse paulista tem opulenta biografia, mas não foi de jeito algum, o último presidente paulista.
Até 1930, o último presidente da República de SP, foi Washington Luiz, que diziam, mas não provaram, que nasceu no então Estado do Rio (Macaé). Fez carreira em São Paulo, prefeito da capital, governador, presidente. E escolheu para sucedê-lo, Julio Prestes, que não chegou a tomar posse.
Depois dele veio FHC, que nasceu no Rio, fato público e notório, na rua 19 de Fevereiro (entre Botafogo e Humaitá). Mas a carreira toda em São Paulo, suplente de senador, depois eleito senador, candidato a prefeito derrotado, duas vezes presidente.
A carreira de Rodrigues Alves começou ainda no Império, quando foi feito “presidente”. (Era assim que os governadores se chamavam. Em Minas também foi “presidente” o grande Antonio Carlos Ribeiro de Andrada. Que diferença das escolhas de hoje. O que justifica a afirmação de Gilberto Amado, deputado e grande escritor, no seu livro “Presença na Política”.
Textual: “Antes de 30, as eleições eram falsas, mas a representatividade era verdadeira. Depois de 30, as eleições passaram a ser verdadeiras, mas a representatividade, totalmente falsa”. (Atenção, presidente Dilma, essa é mais uma trajetória para a RENOVOLUÇÃO do que um conselho de leitura).
Rodrigues Alves foi o terceiro paulista seguido a ocupar a Presidência. Prudente, Campos Salles, Rodrigues. Depois foi senador, em 1918 escolhido novamente para presidente. Não queria, estava muito doente, não deixava (nem na campanha) sua chácara em Guaratinguetá.
Insistiam com ele: “Você é o único que pode ganhar de Rui Barbosa” (que afinal não se candidatou). Eleito, não tomou posse, portanto não é o último presidente paulista. Washington Luiz, que foi derrubado quando faltavam 42 dias para terminar o mandato, em 15 de novembro de 1930. (saiu do Catete em outubro desse 30).
Rodrigues Alves morreria em janeiro de 1919, depois da posse de Epitácio Pessoa, que estando em Paris, derrotou Rui Barbosa. Este com 69 anos (o que na época era muito) fez campanha sensacional, quase igual a de 1910, sem a formidável CAMPANHA CIVILISTA.
O discurso de Rui, abandonando a vida pública depois de não ter ganho, um libelo contra o sistema. Sozinho, lutou contra as três maiores forças do país. A Igreja, o Exército e o partido único, o Republicano. Foi candidato como INDEPENDENTE, o que acabou em 1932.
O último presidente paulista foi Fernando Henrique Cardoso, que seria também o primeiro reeeleito. (Mas isso é outra história) O primeiro a recusar a reeleição foi Prudente de Moraes, 1898. O primeiro a trabalhar, não para ser reeeleito, mas para voltar depois de 4 anos, foi Campos Salles, não conseguiu.
Na verdade, seria um absurdo sua volta ao Poder, depois do miserável “acordo da dívida externa”, assinado com os Rotschilds em 1900. Andou pela capital inglesa em carro aberto, concedeu tudo que Prudente negou em 1898, expulsando Rotschild do Catete.
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PS – Essa afirmações de Alckmin justificam o que tenho dito sobre sua mediocridade. Como é anestesista de profissão, pretende anestesiar o cidadão-contribuinte-eleitor, lançando-se como presidenciável já para 2014, sem saber o que vai acontecer.PS2 – Apesar de dizer que AINDA não é candidato a presidente pela segunda vez, “vai depender do meu governo”, atira diretamente em Aécio Neves e indiretamente no “grande amigo” Serra.
PS3 – O que diz de Aécio: “Não tenho nenhum acordo com ele para 2014”. É a guerra São Paulo–Minas.
PS4 – Em relação a Serra: “Ele pode ser o que quiser dentro do PSDB”, Única resposta, até mesmo do próprio Serra: Ha!Ha!Ha!