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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

As origens do mal




Como o imperialismo europeu transformou uma região pacífica no mais famoso barril de pólvora geopolítica da atualidade.
Foto: Ahmad Gharabl/AFP
Os frequentes atos extremistas que assolam o Oriente Médio remetem à pergunta: hoje palco de tamanha violência, por que Jerusalém foi há pouco mais de um século lugar de convivência respeitosa entre judeus, muçulmanos e cristãos? Devemos considerar que até então a cidade encontrava-se sob a tutela do império turco-otomano, cujo califa de outrora, o sultão Osman III, através de um edito de 1757, delimitou muito bem os direitos e competências de cada religião que entendia ser sua a sagrada Jerusalém. As maiores confusões ficavam por conta dos cristãos, particularmente durante a Páscoa, quando a boa convivência dava lugar a vergonhosos acirramentos entre gregos ortodoxos, católicos armênios, coptas egípcios, maronitas sírios e outras comunidades cristãs. Mas, no geral, a convivência era boa e pautada pela tolerância, salvo excessos eventuais. Certa vez, entrevistei um octogenário palestino que me disse ser um judeu o melhor amigo de seu pai. Vizinhos, era - comum caminharem juntos pelas ruas da Palestina; seu pai virava à esquerda e entrava na mesquita, o amigo à direita para a sinagoga. Finalizadas as orações, encontravam-se na saída e continuavam o passeio. Essa utópica cena para os dias de hoje foi fato um dia na Terra Santa.
Não obstante celeumas ideológicas, é quase impossível não atribuir ao imperialismo europeu (logo, ao capitalismo), o barril de pólvora em que se transformou o Oriente Médio. O desarranjo lógico do território forjou ali as mais esdrúxulas unidades sem o mínimo lastro histórico-geográfico que justificasse a existência de certos países, em particular às margens do Golfo Pérsico, mas também nas areias do deserto. Fronteiras mal formuladas construíram gradativamente o clima de tensão que hoje se abate na região. A tensão evoluiu para violência na segunda metade do século XX, cujas três últimas décadas assistiram ao surgimento de um novo fenômeno: o fundamentalismo.
INTOLERÂNCIA: FENÔMENO DO SÉCULO XX
Quem matou o Mahatma Gandhi? Quem matou Yitzhak Rabin? Quem matou Anwar Sadat? Cada um desses líderes foi morto pelo fundamentalismo intrínseco à sua própria religião.
Apesar de litígios religiosos serem antiquíssimos, é no século XX que o extremismo torna-se fenômeno comum. Temos notícias de atentados religiosos desde o fim do século XIX, quando a Irmandade Muçulmana lutava contra o domínio britânico no Egito. Mas o parâmetro contemporâneo para aquilo que se convencionou designar como “fundamentalismo” podemos encontrar na Revolução Islâmica de 1979, quando o Irã converteu-se em uma teocracia xiita.
Contudo, é no cristianismo que residem os primórdios do fundamentalismo. Suas raízes estão ligadas ao protestantismo cristão norte-americano do século XIX, cuja leitura literal e dogmática da Bíblia difundia a crença de uma supremacia cristã e a não aceitação de outras verdades religiosas, fundamentos que tanto contribuíram para a formação da cultura Wasp (White, Anglo-Saxon and Protestant ou Branco, Anglo-Saxão e Protestante). Líderes norte-americanos passaram a se inspirar nesses preceitos para a orientação do modo de vida, num claro enfrentamento com a modernização da sociedade. Nessa linha, o homem deve pautar-se numa leitura ortodoxa da palavra de Deus, o Ser infalível que orienta todo o modus vivendi da sociedade. Para os fundamentalistas, qualquer interpretação da vida que não encontre uma justificativa bíblica deve ser refutada. A Bíblia não deve ser interpretada, como fazem os teólogos mais progressistas, mas simplesmente obedecida, pois é a verdadeira palavra de Deus: basta segui-la. A História, a Geografia e, principalmente, a Biologia nada acrescentam ao conhecimento. O evolucionismo deve ser banido como teoria e ser substituído plenamente pelo criacionismo – esta, sim, uma teoria embasada na palavra divina. O fundamentalismo consiste nesse comportamento de obediência extrema a um credo religioso, que não aceita conviver com outra perspectiva ou forma de explicação da vida. Há uma única verdade: Deus.
Na perspectiva fanática, portanto, a crença do outro está equivocada. Acontece que, quando o outro pensa da mesma forma, aflora a intolerância e a coexistência torna-se impossível. Resultado: conflitos e mortes. A origem disso é cristã, mas, nos dias de hoje, é o fundamentalismo islâmico o mais atuante de todos e seus feitos, os mais impressionantes.
O fundamentalismo é um movimento reacionário, pois pretende um retorno aos valores tradicionais que fundamentam sua crença, numa clara oposição ao secularismo e à modernidade. A emergente Índia, por exemplo, candidata à condição de potência econômica nos anos vindouros, tem no combate ao extremismo religioso interno seu maior desafio. O Partido do Congresso, laico, tenta, a duras penas, construir uma nação secular, mas o oposicionista Barhatya Janart Party (BJP), de orientação fundamentalista hindu e que já governou nos anos 1990, luta por uma Índia teocrática, caminhando no sentido contrário e investindo na supremacia bramanista perante uma minoria muçulmana de mais de 150 milhões de habitantes. A atmosfera indiana é de pura tensão.
Tendo como grande ícone a Revolução Islâmica, a opção fundamentalista não ficou restrita ao xiismo; inclusive, nos dias de hoje, é na vertente do sunismo que temos os principais grupos atuando. A falta de atenção, no entanto, pode levar muitos a incorrer no mais comum dos erros: a confusão entre islamismo e fundamentalismo, visto que o noticiário pouco contribui ao discernimento das diferenças, podendo levar a entender o extremismo religioso como circunscrito ao islamismo. Sobre o significado da palavra Islã, o xeque Jihad Hassan Hammadeh, vice-presidente da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, informa que “islã”, na língua árabe, deriva da palavra “salam”, que significa paz, portanto, a essência da religião islâmica é a paz, seu alicerce é a paz, por isso é que a definição de islam é: submissão total e voluntária a Deus Único, então quem é voluntário a Deus deve praticar o que Ele ordena, que é a justiça, a paz, o amor, a solidariedade etc. Quanto à violência, a religião islâmica proíbe qualquer ato de injustiça contra qualquer ser e inclui também a agressão contra o meio ambiente. Deus disse no Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos): “E quem tirar uma vida inocente é como se tivesse assassinado toda a Humanidade, e quem salvá-la é como se tivesse salvado toda a Humanidade”, portanto, o muçulmano é proibido de cometer qualquer ato de agressão injusta, dando-lhe, somente, o direito à legítima defesa, que é direito de qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo e em todas as religiões. Deus disse no Alcorão Sagrado: “E se punirem,- que punam da mesma forma como foram punidos,- e quem tiver paciência, é melhor para os pacientes”.
Alguns estudiosos do Islã afirmam ser equivocada a expressão “fundamentalismo” para designar os atos extremistas que marcaram o fim do século XX. Em sua concepção, o termo é totalmente infeliz, uma vez que se faz uma adaptação da realidade cristã à islâmica. Tal analogia é então descabida, pois as escolas de filiação religiosa são distintas. Enquanto no cristianismo a interpretação do fundamentalismo é visceralmente conservadora, antimodernista e arraigada aos valores tradicionais da Bíblia, no Islã, dá-se o contrário. Logo, o que vemos e classificamos hoje como fundamentalismo islâmico é exatamente o oposto daquilo que pregam os verdadeiros estudos dos fundamentos do Islã. Regimes como o iraniano ou o que era vigente até há pouco tempo no Afeganistão seguem o oposto daquilo que seriam os “fundamentos do Islã.”
Edilson Adão Cândido da Silva é mestre em Ciências pela USP, autor de Oriente Médio: A Gênese das Fronteiras (Editora Zapt) e professor de Geopolítica e Teoria das Relações Internacionais no Ensino Superior
*cartacapital

Lula diz que expansão agrícola é chave para desenvolvimento da África


Bastante aplaudido por brasileiros em debate no FSM, Lula defendeu a criação do Estado Palestino, apoiou a revolta popular no Egito, criticou os países ricos e afirmou que as savanas africanas, como o cerrado brasileiro, poderiam dar suporte ao avanço da agricultura e da segurança alimentar.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7) que as nações africanas deveriam apostar no desenvolvimento agrícola como forma de garantir soberania alimentar e gerar riquezas por meio da exportação dos produtos.
Em sua primeira viagem internacional após deixar a presidência do Brasil, Lula veio ao Senegal para participar do Fórum Social Mundial em uma mesa de debates sobre "A África na geopolítica mundial", na qual falou ao lado do presidente senegalês, Abdoulaye Wade.
Ao longo de sua exposição, bastante aplaudida por dezenas de ativistas brasileiros, Lula defendeu a criação de um Estado Palestino, apoiou a revolta popular no Egito, criticou as potências econômicas e o neoliberalismo e exaltou os resultados de seus governos (2003-2010), sobretudo no que diz respeito ao combate à miséria.
Após voltar ao Brasil, o ex-mandatário brasileiro fará outra viagem internacional neste mês: a convite, visitará o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que enfrentará eleições em 2012.
Em sua fala no Fórum, Lula afirmou que as nações africanas precisam cortar os laços de dependência que ainda mantêm com as ex-metrópoles. Para isso, a questão alimentar seria essencial. "Não há soberania efetiva sem segurança alimentar", disse. Para o ex-presidente, a experiência brasileira na área agrícola, ainda que não seja possível a "transposição de modelos", revela que é viável a expansão da produção de alimentos em terras pouco valorizadas.
"Até os anos 70 o cerrado brasileiro era considerado um deserto verde, sem condições de sustentar uma agricultura produtiva", lembrou Lula. Mas, graças à atuação do Estado no fomento à pesquisa, essas regiões "tornaram-se grandes fornecedoras de alimentos para o mundo e viabilizou-se a política de erradicação da fome em nosso país".
Para ele, as savanas africanas poderiam repetir a história do cerrado no continente. Segundo Lula, as savanas se espalham por mais de 25 países da África e, com investimento em pesquisa, seria possível desenvolver seu potencial agrícola.
Hoje, apenas 10% da área das savanas possuem cultivos agrícolas. Na opinião do brasileiro, a elevação desse índice ajudaria a reduzir o drama da fome no continente, que poderia se tornar um grande fornecedor de alimentos no mundo. "Se o território dos países ricos está escasso para produzir alimentos, se há mais africanos, chineses, indianos, coreanos e latinos comendo, onde há terra para produzir alimento?", questionou, para em seguida responder: "A África e a América Latina podem e devem suprir os alimentos que são um produto essencial para a vida humana".
Lula criticou ainda os subsídios agrícolas dos países ricos e a atual escalada de preços das commodities no mundo, afirmando que a culpa é da especulação. "Não há nenhuma explicação para o preço do petróleo superar 100 dólares", disse.
Em ataque direto à ciranda financeira, o ex-mandatário lembrou que, apesar de sempre faltarem recursos para programas de erradicação da fome, sobraram fundos para "resgatar bancos e instituições financeiras na recente crise financeira internacional".
Para o brasileiro, os países africanos precisam alterar os modelos de cooperação internacional vigentes e não mais aceitar a imposição de modelos externos.
Revoltas populares
O ex-presidente brasileiro registrou pleno apoio às revoltas populares que ocorrem no Norte da África e no Oriente Médio – segundo ele, causadas pela pobreza, pela dominação de tiranos e pela submissão das políticas internas à agenda das grandes potências. E avaliou que a criação de uma cultura de paz – um dos temas históricos do Fórum Social Mundial – não dependeria apenas do fim do comércio de armas, mas sobretudo do combate à fome, à desigualdade e ao desemprego.
Além de criticar a intolerância étnica, cultural e religiosa, Lula mais uma vez atacou o modus operandi dos países ricos, em especial a política da guerra preventiva dos Estados Unidos. Disse que, sem ingerências externas, a África teria mais chances de acelerar seu desenvolvimento econômico e social. "Nos 29 países que visitei como presidente, comprovei a vitalidade deste continente que aqui reafirma sua diversidade ética e cultural", disse.
Para ele, a inclusão econômica de milhões de africanos pode ser uma estratégia para superação mais rápida da crise financeira internacional – assim como a expansão do mercado interno brasileiro evitou a intensificação dos problemas no país.
Ao terminar sua fala, Lula afirmou que o impasse em 2008 sobre as negociações comerciais de Doha, conduzidas pela Organização Mundial do Comércio, não foi resolvido até hoje por obra dos Estados Unidos, que se viam em eleições internas. Lula defendeu o engajamento dos ativistas nesse processo de negociações, bastante contestado por organizações que discutem o tema agrícola no Fórum Social Mundial.
Marcel Gomes
*cartamaior

terça-feira, fevereiro 08, 2011

DIRIGENTES POLÍTICOS OCIDENTAIS E ISRAELITAS ESCONDEM UM PROFUNDO ÓDIO À DEMOCRACIA, DIZ NOAM CHOMSKY

http://glaucocortez.files.wordpress.com/2011/01/noam_chomsky.jpg Chomsky: verdade por trás de aparências entrevista concedida à estação alternativa de rádio estadunidense Democracy Now e publicada pelo Brasil de Fato, o linguista, filósofo e ativista libertário Noam Chomsky discute temas como wikileaks, crise econômica, democracia, entre outros. O professor do Massachusetts Institute of Technology , que já escreveu mais de cem livros, ajudou, 40 anos atrás, o denunciante de dentro do governo norte-americano Daniel Ellsberg a editar e publicar os “Documentos do Pentágono”, a história interna ultra-secreta dos EUA durante a guerra do Vietnã.

Na entrevista, ele comenta o episódio e defende caso parecido envolvendo o Wikileaks. Para Chomsky, é um absurdo chamar uma organização como essa de terrorista, já que ela revela fatos que o governo gostaria de manter escondidos da população. O fato é que, segundo Chomsky, é extremamente importante que a população tenha conhecimento desses fatos e o wikileaks cumpre com essa função.

Ele ainda fala sobre a polêmica envolvendo o Irã e a política de armas nucleares; e destrói a propaganda feita pelo governo norte-americano e israelita segundo a qual o Irã é o grande inimigo dos árabes e por isso deve ser combatido e permanecer distante de armas nucleares. Na realidade, o linguista revela que apenas 10% da população árabe vê o Irã como inimigo. “O que isso revela é o profundo ódio à democracia por parte dos nossos dirigentes políticos e dos dirigentes políticos israelitas. São coisas que nem referidas podem ser. Isso impregna todo o serviço diplomático”, declara Chomsky.

Veja trecho da entrevista, seguida de link para texto completo:

WikiLeaks, crise econômica e outros temas
A estação alternativa de rádio estadunidense Democracy Now entrevistou à distância o linguista, filósofo e activista libertário Noam Chomsky, em vésperas do seu 82º aniversário
Amy Goodman
Amy Goodman: Encontramo-nos com o distinto dissidente político e linguista de reputação mundial Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology e autor de mais de cem livros, incluindo o seu mais recente Esperanças e realidades, para obter a sua reacção aos documentos da WikiLeaks. Há quarenta anos, Noam e Howard Zinn ajudaram o denunciante de dentro do governo Daniel Ellsberg a editar e publicar os “Documentos do Pentágono”, a história interna ultra-secreta dos EUA da guerra do Vietname. Noam Chomsky fala-nos a partir de Boston… Antes de falarmos da WikiLeaks, qual foi a sua participação nos “Documentos do Pentágono”? Não creio que a maioria das pessoas esteja informada sobre isso.
Noam Chomsky: Dan e eu éramos amigos. O Tony Russo também os preparou e ajudou a filtrá-los. Recebi cópias do Dan e do Tony e várias pessoas as distribuíram à imprensa. Eu fui uma delas. Então o Howard Zinn e eu, como você disse, editámos um volume de ensaios e indexámos os documentos.
Amy Goodman: Explique como funcionou. Penso sempre que é importante contar essa história, especialmente aos jovens. Dan Ellsberg – funcionário do Pentágono com acesso ao máximo segredo – saca da sua caixa de fundos essa história da intervenção dos EUA no Vietname, fotocopia-a, e então como veio parar às suas mãos? Entregou-lha directamente a si?
Noam Chomsky: Chegou-me por intermédio de Dan Ellsberg e de Tony Russo, que tinham feitos as fotocópias e preparado o material.
Amy Goodman: Foi muito editado?
Noam Chomsky: Bem, nós não modificámos nada. Não corrigimos os documentos. Ficaram na sua forma original. O que fizemos, o Howard Zinn e eu, foi preparar um quinto volume além dos quatro que apareceram, que continha ensaios críticos de muitos peritos sobre os documentos, o que significavam, etc. E um índice, que é quase imprescindível para poderem ser seriamente utilizados. É o quinto volume da série da Beacon Press. (Texto Completo)
*educaçãopolítica

Lula no FSM: ricos trocam neoliberalismo por nacionalismo atrasado




Por Redação, com ABr - de Dacar

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do Fórum Social Mundial uma atitude firme diante da posição dos países ricos em relação à África. Ele foi aplaudido pelos representantes dos movimentos sociais que lotaram o auditório, entre eles muitos brasileiros, ao dizer que acha que “não faz sentido que Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial imponham ajustes que inviabilizem políticas públicas de incentivo à agricultura em países pobres”.

– Penso que o Fórum deveria tomar uma decisão: não é possível que o mundo rico não assuma um compromisso com o Continente Africano, exatamente no momento em que o preço dos alimentos sobe no mundo inteiro. Não pensem que o G-20 tem sensibilidade para o problema da fome. Só fomos chamados para reuniões com os países ricos quando eles entraram em crise e precisavam do nosso apoio – afirmou Lula.

Também foi saudado ao afirmar que é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado Consenso de Washington (conjunto de medidas pactuadas em 1989 por organismos financeiros multilaterais, como FMI e Banco Mundial, que serviu de base para políticas de estabilização econômica de países em desenvolvimento).

– Quem, com arrogância, nos dava lições, não foi capaz de evitar a crise nos seus próprios países. Felizmente não vigoram mais as teses do Estado mínimo, sem presença reguladora. O mercado já não é mais a panaceia – disse.

Lula completou dizendo que não se pode trocar o neoliberalismo pelo “nacionalismo atrasado, opção da direita norte-americana e europeia, culpando o imigrante pela corrosão social”. Lula participou de uma mesa sobre a peso geopolítico da África, ao lado do presidente de Senegal, Abdoulaye Wade.

– O Brasil não tem pretensão de ditar modelos para ninguém – disse. Mas, segundo ele, o êxito do país “pode ser um estímulo para a construção de um caminho alternativo ao desenvolvimento sustentável e igualidade social”.

Ainda segundo o ex-presidente, “é hora de colocar o desenvolvimento e a democracia no centro da agenda africana”. “É urgente incorporar à cidadania milhões de africanos pobres, o que será importante também na recuperação da economia mundial”. A saída, segundo ele, é produzir alimentos.

– Não há soberania efetiva sem segurança alimentar.

Lula disse que leva ao fórum a mensagem de quem governou o país com a segunda maior comunidade negra do mundo (80 milhões de pessoas), menor apenas que a da Nigéria. Repetiu o pedido de desculpas feito quando da primeira visita ao Senegal, em 2005, por causa do processo de escravidão ocorrido no Brasil até o fim do século 19. “A melhor maneira de reparar é lutar para fazer desse Continente um dos mais prósperos e justos do século 21”.

Na sequência, o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, afirmou ter “profundos desacordos” com os participantes do fórum porque é “um liberal, partidário da economia de mercado, e isso diz tudo”. Entretanto, afirmou, o Fórum Social é importante porque “o mundo espera pela ideia que o salvará do caos”.

Presidente desde 2000, Wade afirmou que o Senegal melhorou muito desde então. “A renda per capita era de menos de U$ 1,5 mil em 1999. Hoje é de U$1,34 mil, duas vezes e meia o limite da pobreza”. O país também é autossuficiente na produção de alimentos.

– A aspiração à mudança é fundamental. E hoje a África está numa encruzilhada. A imagem é de continente pobre, mas é preciso corrigir essa ideia. Ela não é pobre – foi empobrecida – sentenciou o presidente do Senegal.

Wade disse que apoia a proposta de taxação do fluxo de capitais em 20%, o que geraria recursos para combater a pobreza. E defendeu que a África tenha um assento com direito a veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). “70% dos temas tratados (no conselho) são relativos à África”, disse o presidente senegalês.

A hipocrisia dos EUA e de Israel escancarada




*tudoemcima

A AMÉRICA LATINA DIANTE DO EGITO








Laerte Braga
O primeiro-ministro da França François Fillon admitiu nesta terça-feira que usou o avião do presidente Hosni Mubarak para suas férias de Natal. François Fillon é ligado à direita em seu país e foi escolhido pelo atual presidente Nicolas Sarkozy. A denúncia foi feita pelo jornal LE CANNARD ENCHAINÉ, que para muitos analistas, foi o inspirador para os criadores de O PASQUIM, linha de frente na mídia alternativa e como um todo contra a ditadura militar no Brasil.
A cumplicidade das chamadas grandes nações com a ditadura do general egípcio é óbvia e está na natureza das políticas desses países que, pouco a pouco, vão se transformando em grandes conglomerados agrupando empresas, bancos, latifundiários e especuladores. O povo, nessa nova Idade Média vive no entorno e o conceito de soberania vai para o espaço.
Nas grandes potências européias (todas em vias de falência), essa característica de conglomerado já é realidade. Integram o EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Governos como o da França, Grã Bretanha, Alemanha, Suécia, Itália e outros são colônias cercadas de bases por todos os lados.
Mubarak é produto desse modelo e sua permanência no poder a despeito das grandes manifestações em todo o Egito pedindo sua saída se deve exclusivamente à ação do conglomerado norte-americano e suas filiais européias.
Governos de países da América Latina devem estar atentos ao discurso que o primeiro-ministro inglês pronunciou na Conferência Européia de Segurança, semana passada. David Cameron enterrou o multiculturalismo, ressuscitou as práticas de pureza racial e recolocou nas bancas de jornais, revistas e nas principais livrarias o MEIN KAMPF de Adolf Hitler. Edição revista e atualizada em Washington e Wall Street.
A Europa é branca e nela não há lugar para a integração com outros povos, os imigrantes, principalmente muçulmanos, negros e latinos, nessa ordem.
O anti-semitismo está presente no discurso de Cameron, é disfarçado em colônias norte-americanas no velho mundo e o apoio a Israel é na verdade apenas apoio aos negócios e à garantia do controle do petróleo existente em países do Oriente Médio.
Da mesma forma que Washington compra governos como o de Mubarak, o de David Cameron, o francês, o sueco, compra o de Israel. Os israelenses parecem estar despertando para essa realidade.
Egípcios, britânicos, franceses, suecos e israelenses, tanto quanto muçulmanos são adereços. Latinos são “porcos” na visão de boa parte dos europeus, acostumados a cultuar figuras como Elizabeth II, o rei Juan Carlos, múmias que sobrevivem no mundo contemporâneo.
A crise no Egito traz essa lição para os países da América Latina, alvo de Barack Obama (o branco disfarçado de negro) e o Brasil é o objetivo principal. Por ser um país de dimensões continentais, a maior potência econômica da região é estratégico para o conglomerado. As características neoliberais do governo Dilma Roussef e um chanceler sem nenhuma expressão, dócil aos interesses dos EUA, devem servir para acender a luz laranja entre as forças populares do País.
As políticas de estratégia e segurança nacional serão formuladas por Moreira Franco, assaltante de cofres públicos que substituiu Samuel Pinheiro Guimarães (pensador respeitado em todo o mundo), por conta das pressões de Washington.
Um dos paladinos da reforma política é José Sarney. Tem sua própria pirâmide em seu estado natal, o Maranhão, vítima de saques constantes por parte de sua família.
A máscara do terrorismo neoliberal caiu. Cameron (os EUA usam sistematicamente os britânicos como porta-vozes, caso de Blair na guerra do Iraque) deu a palavra de ordem.
A ação política do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A na América Latina, num curto prazo (dia 23 o arremedo de chanceler brasileiro encontra-se com Hilary Clinton), deve começar ações efetivas e concretas para desestabilizar governos independentes como os da Venezuela, da Bolívia, do Uruguai, da própria Argentina, Equador, Nicarágua e Cuba.
O dilema do Brasil é simples aos olhos de Washington. Ou aceita as regras, ou é considerado inimigo e fica fora do Conselho de Segurança da ONU (a ditadura das grandes potências na Organização).
Se não temos ditaduras como a de Mubarak, temos governos dóceis e quebrar resistências é fundamental, antes que a brancura européia seja contaminada por imigrantes latinos. Essa, pelo que disse Cameron, nem OMO e nem nenhum tira manchas limpa. Que o diga o brasileiro Jean Charles.
É questão de gosto. Uns preferem tomar banhos todos os dias, outros preferem perfumes franceses.
A descoberta de novas reservas petrolíferas que transformam a Venezuela no maior depósito de petróleo do mundo transformam o Brasil em ponte necessária para que o conglomerado possa tomar conta dessas reservas e das reservas brasileiras do pré-sal.
A base Colômbia é insuficiente e o temor que o Brasil continue avançando e sendo protagonista da história contemporânea (Lula, Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães), vai resultar na tentativa de domar o governo Dilma levando em conta seu pragmatismo econômico (políticas neoliberais) e sua busca de afirmação que a tornem algo mais que produto de Lula.
A América Latina é alvo do terrorismo internacional norte-americano (novo código florestal, semente terminator, etc, todos projetos oriundos da base do governo) e o Brasil é o diamante desse alvo.
Não é por outra razão que a principal rede de tevê do País, a GLOBO, começa a tratar Dilma Roussef como uma espécie de Dilma Serra. Com mimos e agrados.
A GLOBO é o mais importante canal de informações do conglomerado ISRAEL/TERRORISMO S/A, agora inclusive dedicada à prática de lenocínio a partir do BBB-11.
Faz parte do processo de alienação.
A continuar desse jeito, breve, uma loja Mcdonalds em cada esquina e o inglês vira a língua pátria.
A propósito, nos países latino-americanos governados por aliados de Washington as forças armadas são parte do conglomerado em sua esmagadora maioria. Em troca de bom comportamento (como em 1964), recebem brinquedinhos de guerra para usar nas banheiras. Navios de papel e aviões que não voam.
São sinais que precisam ser percebidos e teriam sido entendidos por figuras como Amorim.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Coluna “Conversa com a Presidenta” estreia amanhã em 170 jornais do país e dos EUA

A partir de amanhã, presidenta Dilma responderá a pergunta de leitores de 170 jornais brasileiros e dos Estados Unidos. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR/Arquivo
A partir desta terça-feira (8/2), os leitores de diversos jornais brasileiros terão acesso à coluna Conversa com a Presidenta, espaço onde a presidenta Dilma Rousseff responderá semanalmente perguntas enviadas por leitores de jornais cadastrados. Até agora, 170 veículos se cadastraram junto à Secretaria de Imprensa da Presidência da República, sendo 104 de veiculação diária, sete bissemanais, dois trissemanais e outros 57 semanais, quinzenais ou mensais.
Ao todo, os jornais inscritos estão localizados em 122 municípios – 22 são capitais –, de 25 estados mais o Distrito Federal. Uma das publicações circula nos Estados Unidos. Os jornais recebem exatamente o mesmo material em formato de pergunta e resposta. A coluna tem formato livre, mas deve ser identificada pelo cabeçalho: Conversa com a Presidenta.
Os jornais que passam a publicar a coluna todas as terças-feiras devem enviar semanalmente as perguntas dos leitores para a Secretaria de Imprensa, que selecionará três questões por semana, entre todas aquelas recebidas, para serem respondidas pela presidenta. Os leitores devem ser identificados com nome completo, idade, ocupação e cidade de residência. A coluna será encaminhada aos jornais cadastrados às segundas-feiras para ser publicada na edição do dia seguinte.
A coluna estará à disposição dos veículos de comunicação não-cadastrados e ao público em geral no site da Secretaria de Imprensa da Presidência da República e no Blog do Planalto às terças-feiras, depois de publicada pelos jornais impressos cadastrados. Os jornais interessados em receber a coluna devem preencher o cadastrado que se encontra no site, no ícone Informe da Hora, e encaminhá-lo para o e-mail regional.imprensa@planalto.gov.br.
*planalto

Em nome do Estado mínimo


TV Cultura demite 150 funcionários
Assim como foi noticiado antecipadamente pelo colunista de UOL Televisão, Flavio Ricco na manhã desta segunda-feira (7), a TV Cultura divulgou um comunicado anunciando a demissão de 150 funcionários.

"A redução de quadro se deve a um projeto de reestruturação da emissora, adequando a grade de programação à capacidade instalada, redução de custos e investimentos em novos programas. A decisão foi baseada nas propostas feitas pelos gestores de cada uma das áreas envolvidas."

De acordo com a emissora, cada funcionário foi avisado individualmente e a "Fundação Padre Anchieta pagará integralmente todos os direitos rescisórios." Folha.
*TERROR DO NORDESTE

Tarifa do metrô de SP deve aumentar ainda neste mês

Essa moleza vai acabar!
O preço da passagem do metrô de São Paulo deve subir ainda em fevereiro, de acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado. Atualmente, a passagem custa R$ 2,65. O valor não deve chegar até os R$ 3,00, preço da passagem de ônibus na cidade.
*esquerdopata
 
se protestar leva borrachada

Império Invisível - A Nova Ordem Mundial Definida / Invisible Empire: A New World Order Defined




Cometários tirados de: http://blog.antinovaordemmundial.com
O filme documentário altamente antecipado de Jason Bermas “Império Invisível” expõe a Nova Ordem Mundial nas próprias palavras de seus conspiradores, mostrando cuidadosa como a elite não só conspirou para criar um governo global ditatorial em particular, mas declararam publicamente sua agenda centenas de vezes em público.

Destacando as palavras de pessoas como Paul Wolfowitz, Michael Mullen, David Cameron, Gordon Brown e muitos outros, o filme dispensa conjecturas e se atem aos fatos. Este filme garantidamente irá acordar mesmo os mais fervorosos céticos da aceleração manifestamente comprovável do regime autoritário planetário que tem a intenção de controlar e regular todos os aspectos da nossa existência.
Império Invisível é sobre conspiração e nenhuma teoria – inequivocamente como a elite abertamente conspirou para insidiosamente governar o mundo através dos mecanismos do CFR, das Nações Unidas, da Comissão Trilateral, e do grupo Bilderberg.

O filme traça a linhagem da evolução da governança global desde o Manifesto da Nova Ordem Mundial de Samuel Zane Batten de 1919 , através da visão de Hitler de 1.000 anos de Reich, até a encarnação moderna da conspiração, que tem suas raízes nas perversas ações de pessoas como George H.W. Bush, David Rockefeller e Henry Kissinger.

Império Invisível cataloga as principais empresas criminosas através das quais a agenda é financiada, operada e avançada – controlada pelo tráfico governamental de drogas, do terrorismo de bandeira falsa, fraudes bancárias, e dos assassinatos patrocinados pelos governos.

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