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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 21, 2011

Datafolha: Reprovação a Kassab atinge 43%







Kassab atinge maior índice de reprovação
De saída do DEM e dedicado à criação de um novo partido, prefeito de SP tem 43% de rejeição, segundo Datafolha
Com a pior nota desde que foi reeleito, Kassab vê sua imagem ruir com o aumento da tarifa de ônibus e as enchentes
No momento em que deixa o DEM para fundar um novo partido, o PSD (Partido Social Democrático), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, registra sua pior avaliação na pesquisa Datafolha.
Em quatro meses, caiu 8 pontos (de 37% para 29%) o total daqueles que avaliam o governo de Kassab como ótimo ou bom.
Os que julgam a administração regular passaram de 30% para 27%, e os que a consideram ruim ou péssima, de 31% para 43% dos entrevistados -a maior taxa de reprovação desde que assumiu o cargo, em 2006.
O Datafolha fez o levantamento nos últimos dias 15 e 16. Foram realizadas 1.089 entrevistas com pessoas com 16 anos ou mais na capital. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O intervalo entre as duas pesquisas do Datafolha coincidiu com a intensificação da movimentação partidária de Kassab. Nesse período, ele negociou o ingresso no PMDB, mas decidiu fundar uma nova legenda.
Também manteve negociações com o governador Eduardo Campos (PE) para uma coligação entre o novo partido e o PSB em 2012, com o intuito de promover a fusão das legendas mais adiante.
Na administração, o maior foco de desgaste foi o reajuste de R$ 2,70 para R$ 3 na tarifa de ônibus municipais anunciada nos últimos dias de 2010 e implementada em janeiro. O aumento foi de 11%, enquanto a inflação medida na cidade no ano foi e 5,83%, segundo a Fipe.

Bomba ! Bomba ! Obama tirou os sapatos !



PH.


Aqui vai a imagem (que ninguem viu) da passagem do Ihbama pelo aeroporto de Guarulhos.

Placa de aeroporto com os dizeres “Bem vindo ao Brasil:

Por favor, faça o mesmo que os brasileiros são obrigados a fazer ao entrar no seu país”  $ 70


Mala de blogueiro contendo comida contrabandeada da Bahia e charges eletronicas impressas  $  300


Capacete com mira laser (ideal para fritar ovos durante protestos de professores)  $  10.000


Sapatos do Tiririca (passando na porta… “só para gringos”)  $ 200


Chapeu de “professor aposentado vagabundo”, usado pelo lord Farol  $ 10


Pasta do Farol com relatório e estratégias para justificar as falcatruas dos DEMos  $ 5


Biblia do presidente sendo apanhada no chão e entregue pelo Padim… de joelhos $ 20


Ihbama tirando os sapatos para entrar no Brasil…


N Ã O   T E M  P R E Ç O!

Have fun!
Juliano

*PHA

Abaixo-assinado do povo brasileiro à Barak Obama

Para: Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
O presidente Lula foi definitivo: quando nos dirigimos a V. Exa. não parece que falamos com o representante de um poder imperial e sim com um brasileiro como qualquer um de nós. Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudo, devemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados.
Acreditamos nas promessas de campanha. Entre elas esperávamos que seu governo trouxesse a paz e a justiça para nossa querida Ilha Cubana, que, como é sabido, apesar do embargo de mais de 50 anos, conseguiu ocupar um lugar de destaque no mundo com avanços significativos na área da biotecnológica, educacional e na área de saúde pública. Apesar da campanha difamatória e da propaganda violenta, Cuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa. todos os desmandos contra Cuba, sob as mais mentirosas alegações. Assim foi a Baia de Porcos; assim foi a promessa de desativar Guantánamo; assim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões estadunidenses, com julgamentos sem nenhum critério ético e justiça; assim foi assinado, há mais de 50 anos, um embargo econômico, cruel e desumano.
Assim tem sido contra Honduras, Venezuela, Bolívia, África, sem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.
São incontáveis essas agressões. O senhor chegou como esperança de crescimento do homem em todas as esferas. Veio de uma classe média diferenciada; traz nas veias a herança de seus antepassados, os mesmos que construíram a economia de seu País.
Sabemos de seus interesses na grandiosidade do Brasil, que transcende o imaginável: Pré-sal, riquezas inesgotáveis de energia, biodiversidade, mão de obra barata, são apenas alguns exemplos.
Senhor Presidente Barack Obama, nosso contencioso é grande; mas, nosso carinho pelo povo norte-americano transcende as desavenças.
Queremos aproveitar esta ocasião para uma reflexão necessária: a generosidade, a solidariedade, o respeito à soberania de cada país e, principalmente, centrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.
Acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanos, em nome da real integração entre os povos.
Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro
Oscar Niemeyer – Presidente de Honra
Marília Guimarães – Presidente do Capitulo Brasil
*terraBrasilis

Momento Ternura para Obama - Volte para o seu lar Bon voyage, Obama!


*comtextolivre

Liberdade para os presos na passeta contra a visita de Obama

Viúvas da ditadura prendem perigosa terrorista

O imperador e seus súditos


 
Ao final da dupla presidência de George W. Bush, a popularidade dos EUA se encontrava em seu momento mais baixo. As mentiras sobre as armas de destruição em massa, a manipulação da opinião pública, o desrespeito à ONU e a mortandade de civis no Iraque levaram o anti-americanismo a alastrar-se como nunca pelo mundo, levando-o a pontos incandescentes entre os povos do Oriente Médio - indignados pelo apoio incondicional dos EUA ao agravamento das políticas opressivas de Israel contra os palestinos e estigmatizados em bloco como fanáticos religiosos e terroristas.
A eleição de Obama, com o simbolismo da questão racial, a mobilização de jovens e internautas e a euforia utópica do “Yes, we can!”, trouxe a esperança de que tal quadro se reverteria e o obscurantismo da Era Bush seria uma página virada da história. Afinal, embora a relação com Israel devesse permanecer intacta, o programa de governo incluía o diálogo com lideranças árabes, o fechamento da prisão de Guantánamo e, no âmbito interno, as reformas das leis de imigração e do calamitoso sistema de saúde.
Decepções em série
Quase tudo isso ficou no mero marketing. O descontentamento do governo, Hillary à frente, ante os levantes populares contra as ditaduras árabes foi evidente (só não o seria se fosse no Irã). No último dia 7, Obama recuou em relação a Guantánamo, que continua mantendo presos, em condições desumanas, suspeitos sem julgamento, numa afronta à Justiça internacional. “A reforma da política nacional de imigração foi inviabilizada no Congresso e tem sido substituída por selvagens leis estaduais anti-imigrantes”, como aponta Luiz Antonio M. C. Costa.
Para Maria da Conceição Tavares – que concedeu ótima entrevista à Carta Maior -, Obama “exerce um presidencialismo muito vulnerável, descarnado de bases efetivas, pois a juventude e os negros que o elegeram não teriam poder institucional “nem assento em postos chaves”. Ela aponta o que chama de “conservadorismo de bordel”, representado pela aliança entre o moralismo republicano e a farra da finança especulativa, como uma camisa-de-força conservadora para o exercício da presidência nos EUA atuais.
Deslumbre entusiasmado
Foi para receber esse presidente pato manco que o Brasil se perfilou. Mídia deslumbrada e acrítica à frente, prometia-se um show de democracia e afagos no ego nacional, com direito a comício na Cinelândia e Obama anunciando à massa que reservara um assento para o país no Conselho de Segurança da ONU.
Como sói acontecer quando se trata de Obama, houve uma grande frustração de expectativas. Primeiro, a Cinelândia foi vetada, após monitoramento das redes sociais, por receio de protestos populares.
Depois, uma manifestação corriqueira em frente ao Consulado dos EUA no Rio termina com treze cidadãos brasileiros detidos - a maioria estudantes e professores - e outro, um vigilante, com ferimentos provocados pelo que a polícia fluminense alega ser uma explosão de coquetel molotov. No dia seguinte, para espanto de muitos, os treze detidos são mandados para a prisão em Bangu, para aguardar julgamento por penas que podem chegar a doze anos.
Muito anos 70
Além de inédito nos anais recentes das manifestações públicas brasileiras, é, para dizer o mínimo, pouco crível que um grupo heterogêneo de militantes, predominantemente do PSOL, mas com um menor de idade e uma senhora de 69 anos, lançasse mão de coquetéis molotov, socos ingleses e pedras (material alegadamente apreendido, mostrado pela Globo) em um ato de protesto - ainda mais contra a superprotegida embaixada dos EUA.
É fato documentado que pertence ao universo dos grupos neonazistas - cujas ligações com setores da extrema-direita militar são evidentes - o hábito de carregar tal parafernália, para descarregar seu ódio contra gays, nordestinos e demais minorias.
E, embora pertença ao âmbito da especulação o que realmente teria acontecido, convém, como sempre, se perguntar a quem interessaria tal conflito aberto. As respostas parecem evidentes: aos grupos paramilitares de direita e seus militares de pijama, que alimentam ódio ao governo “de esquerda” e “revanchista” de Dilma e às próprias forças de segurança dos EUA em conluio com a PM carioca, que ao reprimir violentamente o protesto e prender 13 pessoas desencorajaria a participação popular em novas manifestações. Esta última hipótese é reforçada por dois fatores: a alegação de partidários do PSTU de que havia pessoas infiltradas entre o grupo e repetição de um modus operandi tantas vezes utilizado pela CIA.
A recusa de Lula
Mas não para por aí. A seguir, a novidade do evento foi o anúncio da não-participação de Lula no almoço com Obama. Muitos atribuem tal ausência ao esforço do popular ex-presidente para preservar intacto o protagonismo de Dilma Rousseff.
De minha parte, nunca comprei essa versão, pois, se assim fosse, Lula não deixaria para anunciar sua ausência na última hora, criando um fato jornalístico que traz de volta os holofotes a ele e gera uma série de especulações. Se deixar o palco para Dilma fosse o caso, seria mais lógico que ele assumisse, com bastante antecedência, um compromisso internacional que fizesse que ele sequer estivesse no país por ocasião da visita do mandatário estadunidense.
Portanto, o anúncio abrupto, de última hora, de sua ausência evidencia insatisfação ou desaprovação. A o quê? Não é preciso ser Nostradamus para se aperceber de que, com a ONU tendo aprovado, dois dias antes da visita de Obama, a decretação de zona de exclusão aérea na Líbia, seria uma questão de tempo para que os EUA seguissem os passos da França e anunciassem o ataque ao país - o que muito possivelmente viria a acontecer no Brasil, como efetivamente ocorreu.
Em solo brasileiro
E o fato de Obama fazer tal anúncio no Brasil repercutiu muito mal para nosso país no Oriente Médio e, como demonstra Maria Fro, na América Latina. Neste exato momento, Dilma Rousseff está sendo muito criticada tanto pela abstenção na votação na ONU quanto, sobretudo, por dar a impressão de endossar o anúncio de guerra ianque, por este ter se dado aqui e em meio a recepções calorosas a Obama.
Trata-se, evidentemente, no caso das últimas acusações, de uma injustiça, pois a presidenta nada poderia fazer em sentido contrário, em meio ao mais importante encontro internacional de seu mandato, organizado com grande antecedência.
Mas se Lula tivesse ido ao encontro, certamente sobrariam para ele acusações de incongruência entre, de um lado, a política Sul-Sul e de aproximação com o Oriente Médio que promoveu e, de outro, o fato de prestigiar o banquete para o mais novo senhor da guerra contra a região, inexplicavelmente laureado com o Nobel da Paz. Estrategista exímio como reconhecidamente é, Lula deve certamente ter prefigurado tais desdobramentos. Como se já não bastassem as idas e vindas de Obama quando incentivou que Lula mediasse um acordo com o Irã.
Humilhação oficial
Para completar o triste espetáculo que foi a visita de Obama, ministros foram obrigados, em território nacional, a tirar o sapato para revista pelas forças de segurança dos EUA, as quais revistaram até viatura da Polícia Federal. É o cúmulo da subserviência, de um lado, e do desrespeito à soberania, do outro.
Que alguns ministros tenham se recusado a tirar os sapatos, preferindo perder o almoço com Obama, traz o alento de saber que alguma dignidade foi preservada. Mas me recuso a acreditar que o cerimonial e as agências brasileiras de segurança não sabiam que seria assim – afinal, esse encontro vem sendo preparado há meses. Trata-se, portanto, de humilhação consentida, de vassalagem ao soberano. Há de se denunciar o ímpeto imperialista do visitante, mas não dá para fingir não notar a leniência submissa do governo brasileiro.
É o comércio, estúpido!
Com tantos transtornos, a visita de Obama ao Brasil evidenciou, uma vez mais, toda a truculência e arrogância imperialista que impregna, há décadas, a política externa dos EUA. O único evento a destoar positivamente do programa foi o discurso de Dilma Rousseff: firme, consistente, deixando claros os limites e as discordâncias do Brasil para com as demandas estadunidenses, foi reconhecido até por empedernidos conservadores.
Obama, em contraposição, além de lento e pouco articulado, não garantiu, no discurso oficial, o apoio à candidatura do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU – menção que só veio a fazer no almoço, o que é diplomaticamente muito menos significativo. Deixou claro que o negócio dele é fazer aumentar o comércio a favor dos EUA - e o resto é secundário.
Ou seja: os colonizados se humilharam e se abaixaram até "pagar cofrinho", mas desta vez nem espelhinhos ganharam...

Maria de Lourdes - 69 anos continua presa em Bangu por protesto Fora Obama
A filha de Maria de Lourdes Pereira da Silva tem falado com o blog Aqui
Rosângela Pereira diz que o último contato que teve com a mãe foi ontem, sábado, às 8 horas da manhã.
Veja nas fotos abaixo quem a PM do governador Cabral considerou perigosa para a sociedade e mantem presa em Bangu desde 6ª feira, dá para acreditar?
Será crime segurar uma cartaz "FORA OBAMA"? Voltamos à época da ditadura?
Solidariedade à Maria de Lourdes e toda sua família.
Maria Lurdes, entre os manifestantes, momentos antes do ataque da polícia na sexta-feira (18).
No sábado (19), sendo conduzida com outros presos para o presídio.


Liberdade imediata para os 13 companheiros presos na manifestação contra a presença de Obama no Brasil!
No dia 18 de março, cerca de 400 manifestantes foram às ruas do Rio de Janeiro protestar contra a presença de Obama no Brasil, por entender que o presidente norte americano é o principal agente do imperialismo, por repudiar seus objetivos de ampliar o terreno para instalação das multinacionais e por defender o pré sal como um recurso do povo brasileiro.
De forma totalmente desequilibrada, a polícia reprimiu a manifestação que se desenvolvia de maneira pacífica e prendeu 13 ativistas, que seguem presos e estão sendo acusados de crimes inafiançáveis.
Não é possível que vivamos no Brasil este tipo de situação. Milhares de homens e mulheres deram suas vidas se enfrentando com a ditadura militar e lutando em defesa da liberdade de organização e de manifestação.
Nós, estudantes brasileiros temos orgulho desta história e conclamamos a todas as organizações sociais, entidades e autoridades de nosso país que movam o esforço possível para que esses 13 companheiros sejam soltos imediatamente, sem nada constar em seus antecedentes, preservando, assim, o direito

sábado, março 19, 2011

Obama desonra o Brasil e manda OK para ataque à Líbia




O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cuja presença em nosso país é repudiada por partidos de esquerda e movimentos sociais, deu, durante seu encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o argumento definitivo para que se compreenda por que foi tachado de persona non grata: mandou de Brasília o OK dos Estados Unidos para iniciar a guerra de agressão contra a Líbia.

Em atitude que viola as regras da hospitalidade, constrangendo o anfitrião, Obama simplesmente desonrou o Brasil, ao fazer uma declaração de guerra no país que por princípio constitucional e tradição advoga a solução pacífica dos conflitos internacionais. O presidente estadunidense ignorou o fato de que o Brasil se absteve na votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que abriu a via legal para a agressão, “por não estar seguro de que o uso da força é o melhor caminho”, conforme explicou a embaixadora Viotti, representante do Brasil no órgão das Nações Unidas.

Obama deu um ultimato ao governo líbio e a senha para o ataque, ao anunciar que as potências imperialistas estavam prontas para a ação militar contra o país do norte da África. “A secretária (de Estado, Hillary) Clinton está em Paris em coligação com vários países para implementação da resolução 1973. Se não houver cessação imediata da violência contra a população líbia, nossa coligação vai agir de alguma forma", disse Obama em Brasília. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, enquanto se desenrolava a audiência entre Dilma e Obama, um assessor deste último entrou na sala com um bilhete. Obama leu e disse que as "providências" teriam de ser tomadas.

Em seguida, explicou a Dilma que o assunto se referia à Líbia e que ele estava dando o apoio para que as forças aliadas abrissem fogo contra as tropas leais a Muamar Kadafi.

Ato contínuo, a França iniciou a intervenção militar contra a Líbia. Nicolas Sarkozy deu a ordem para os aviões franceses bombardearem aviões e blindados das forças armadas líbias e luz verde para o deslocamento de navios de guerra inclusive o porta-aviões Charles de Gaulle.

Cinicamente, o presidente francês, que em muitas ocasiões já demonstrou sua vocação autoritária, disse que “a porta da diplomacia será reaberta desde que cessem as agressões”. (das forças líbias contra os oposicionistas armados).

O Reino Unido e o Canadá participarão das operações de guerra. A Alemanha apoia a demarche mas não enviará forças militares.

O início dos bombardeios configura uma situação nova. Em nome de uma causa “humanitária”, que confunde muitos ingênuos e serve para disfarçar o oportunismo político, as potências imperialistas começam mais uma guerra. No início da década de 1990, de posse de um mandato da ONU, uma ampla coalizão de forças internacionais atacou o Iraque. Em 1999, sem o aval da ONU, mas com aparência de ação multilateral, a Otan dizimou a ex-Iugoslávia. Em 2001, sob pretexto de punir o suposto responsável pelos atentados às torres gêmeas, o imperialismo estadunidense formou consenso em torno da guerra ao Afeganistão.

Pretextos e gente disposta a respaldar ações desse tipo sempre haverá. Mas a verdade precisa vir à tona. Esse “multilateralismo” não corresponde aos anseios dos povos de democratização das relações internacionais. É palavra vazia, um rótulo sob o qual, na retórica imperialista, se tenta camuflar os piores crimes de lesa-soberania e lesa-humanidade.

Mas do lado dos povos, das forças progressistas, de esquerda e dos amantes da paz, nunca poderá nem deverá faltar argumentos, energia e coragem para condenar tais atos que atentam contra a soberania nacional e a paz mundial. Mesmo que seja uma posição aparentemente e momentaneamente minoritária.

José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho