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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 22, 2011

Murdoch/Israel: Do que ninguém fala


13/7/2011, Gordon Duff, Veterans Todayhttp://www.veteranstoday.com/2011/07/13/a-murdoch-note/

Jornais britânicos que não pertencem a Rupert Murdoch disseminam boatos de que o “magnata das comunicações” talvez seja condenado e preso. Nem americanos nem britânicos sabem sobre quem falam. Não há fonte confiável de informação sobre quem seja Rupert Murdoch.

De fato, a primeira coisa que Murdoch não é – com certeza não é exclusivamente – é “bilionário australiano”. Embora nascido na Austrália, Murdoch é judeu e cidadão israelense. E por que isso seria importante?

Já se começa a dizer que Murdoch controla, há no mínimo 20 anos, todo o sistema político dos EUA e da Grã-Bretanha. Tem poder para eleger e derrubar líderes nacionais, escolher políticas, aprovar leis. De onde vem tanto poder? Sabe-se hoje que vem de espionagem, gravações clandestinas, invasões de telefones e e-mails, suborno de autoridades e muita propaganda. Sim, mas... a serviço de que agenda? Aí está o xis da questão.

É possível que se trate de vender jornais de escândalos e de espionagem a favor de Israel, para empurrar a Grã-Bretanha e os EUA na direção de fazer guerras em nome de interesses de Israel? Há resposta simples.

A motivação básica de Murdoch nem é que ele opere “para Israel”. Murdoch é, provavelmente, o mais influente israelense que há hoje no mundo, muito mais poderoso que Netanyahu. O problema é que Murdoch é homem de convicções que só se podem descrever como “ultranacionalistas” pró-Israel.

Por isso Murdoch é ameaça grave. Os ultranacionalistas são conhecidos por apoiar guerras, planejar ataques terroristas, manipular populações até converter as pessoas a se matarem umas as outras por questões religiosas, por racismo, sempre semeando o medo e o pânico, quando não promovendo a ruína financeira de muitos.

De quem se fala aqui? Os que ainda não tenham sido completamente descerebrados logo perceberão que se fala aqui de Sean Hannity, Bill O'Reilly, Glenn Beck, Rush Limbaugh e do canal Fox News.

Murdoch é dono do canal Fox News e de tantos outros veículos de comunicação que ninguém terá tempo para examinar a lista toda. E só não é dono dos jornais que, até agora, não quis comprar. Fox é uma rede e Murdoch, que é estrangeiro, não poderia ser autorizado a dirigir redes gigantescas de comunicações. Como foi possível?

Reagan “nomeou” Murdoch cidadão norte-americano (em 1985). Em troca, Murdoch prometeu o apoio de Fox News aos Republicanos. A rede Fox diria o que fosse mandada dizer, por falso, idiota ou, como vemos aquele canal fazer já décadas, mesmo que fosse deliberadamente enviesado e manipulatório.

Mas o que Murdoch sempre fez, e fez mesmo, foi usar a Fox como base para viabilizar operações de espiões israelenses. Isso foi feito por duas vias:

1. Israel recebe quantidades astronômicas de tecnologias e segredos militares que podem ser oferecidas a inimigos dos EUA, a preço de ouro. É bom negócio para as empresas “Murdoch”, como agora todos começam a ver.

2. E Murdoch ajudou Israel a ganhar absoluto controle sobre o Congresso dos EUA. Hoje, Israel controla literalmente os EUA. Os instrumentos? Os mesmos que, agora, estão sendo descobertos na Grã-Bretanha: suborno, chantagem (na Polícia, no exército e no Congresso).

Quem se surpreende?

Murdoch, de fato, comanda, há mais de 20 anos, a história dos EUA: usa políticos a favor de seus interesses, manipula eleições, cria políticas. Teriam sido operações e decisões exclusivamente de Murdoch? Não acredito. (...)

Há um aspecto israelense ou judeu, nisso tudo, mas não no sentido de ser pró ou contra os semitas. O império de Murdoch, casado com o Partido Republicano, mobiliza todo seu imenso poder de modelar a opinião pública sempre a favor de uma “Nova Ordem Mundial”, com tráfico de drogas, manipulação de moedas nacionais, dívidas nacionais, tudo em escala tão massiva, que já levou os EUA e a União Europeia ao colapso econômico; opera com as gigantes do petróleo para acertar preços...

Esse é o resultado do que Murdoch e seus amigos fizeram por muito tempo... sem parar jamais de ‘denunciar’ Osama bin Laden, tanto quanto os malditos “esquerdistas”.

Dividiram a Grã-Bretanha, apresentando-se, primeiro, como “conservadores”, depois como “liberais”. O que fizeram na Grã-Bretanha foi minar o governo legítimo, destruir a confiança das pessoas no estado e no governo, fosse qual fosse. Blair, Cameron, não faz diferença! Murdoch escolheu os dois e os manobrou e manobra como fantoches, exatamente como fez com Bush & amigos.

Não é difícil de fazer. Saqueie os países até o último centavo, use parte do saque para subornar ou chantagear políticos, suborne a polícia... e tudo isso rende cada vez mais dinheiro para os saqueadores, chantagistas, subornadores.

Em seguida, organize um jornal, uma televisão, para dar ao povo inimigos aos quais odiar; invente guerras para que os países lutem entre eles; e fique de longe, assistindo à destruição de uns países por outros, de um partido por outro.

Mas... Há gente capaz disso no mundo? Há. Hoje estamos conhecendo Murdoch e a gangue de suas empresas, a gangue do canal Fox News, os tais “neocons” nos EUA, o lobby pró-Israel nos EUA, a Liga Antidifamação [Anti-Defamation League (ADL)], o Comitê de Relações Públicas EUA-Israel [American Israel Public Affairs Committee (AIPAC)] e a facção do Partido Likud comandada em Israel por Netanyahu. Todo esse pessoal odeia, aqui, os EUA.

Há grupo semelhante de odiadores na Grã-Bretanha. Na Austrália há outro grupo desses odiadores. Em cada local, esse grupo de odiadores comanda tudo. Comanda na Alemanha, no Canadá, comanda, de fato, praticamente toda parte do mundo que conhecíamos, antigamente, como “o mundo livre”.

Estarei descrevendo o próprio Satã? Quase. Há advogados poderosos que defendem seus ladrões e seus mentirosos contra tudo que é decente. De certo, no mundo, só as comunidades “evangélicas” e “sionistas” nos EUA! Esses são “terra fértil” para aquelas mensagens de desprezo e de ódio.

Quem Murdoch odeia acima de todos os demais ódios? Os muçulmanos, claro. Todos os muçulmanos são ‘do mal’. De todas as coisas que Murdoch toca, em todas as cenas que suas publicações (centenas!) exibem, em todas as notícias que distorcem, o item que nunca falta, o que nunca essa gangue de degoladores deixa de reafirmar é, sempre, o ódio deles contra os muçulmanos. Com isso, satisfazem os amigos em Israel.

Se as coisas continuarem a andar como estão andando, é possível que todos eles tenham de refugiar-se em Israel e Israel os protegerá. Talvez detonem mais algumas casas de famílias palestinas para construírem uma grande fortaleza onde se possam esconder.

Muçulmanos, afinal, são sempre alvos fáceis: são cidadãos oprimidos por ditadores e reininhos comandados por ladrões e reizinhos bandidos os quais – como só agora os EUA começamos a perceber, sempre correm rumo a Washington e Telavive, para obter ‘instruções’.

Pense, só por um segundo. Considere a palavra “palestino”. Você ouve a palavra e, imediatamente, seu cérebro lhe oferece ‘automático’ o adjetivo “terrorista”. Mas se aparecem crianças assassinadas, na televisão... o assassino é sempre ‘árabe’. Os feridos, sim, são sempre judeus (de fato, quase sempre representados por atores israelenses). Talvez seja alguma espécie de ‘piadinha interna’, imunda, de Murdoch.

O povo islâmico em todo o mundo tem sido enganado, explorado e esmagado desde 1919. Um dia a história mostrará que houve plano e método nessa loucura.

Leiam sobre a verdadeira Declaração Balfour, e todos descobrirão o quanto custou em termos de chantagem. Observem quem escreveu e para quem foi enviada
[1]. É história praticamente idêntica à que vemos ir surgindo hoje na Grã-Bretanha, dia após dia.

Murdoch diz aos seus seguidores que odeia “gente esperta”. Que todos devem temer os cultos, os letrados, as “elites”. Depois que se destrói a confiança das pessoas comuns na lei, na democracia, nada mais fácil do que promover o mais ensandecido racismo, a ignorância mais impenetrável. É destruir o amor ao saber democrático e substituí-lo por música de repetição, ‘escândalos’ ou sexuais ou ‘éticos’, questões da sexualidade humana tratadas como nos roteiros de novelas de televisão, e infindáveis ‘ameaças’ e conspirações.

Murdoch é, de fato, o rei das teorias de conspirações. Basta ver a torrente infindável de ‘denúncias’ e acusações que jorra interminavelmente (dentre outros) dos canais da rede Fox. São acusações as mais insanas, muitas das quais são hoje história, e que bem podem ter sido forjadas e planejadas por Murdoch.

É altamente provável que a mão de Murdoch tenha agido no 11/9, como também nos bombas detonadas em Londres no 7/7. Nenhuma grande ação violenta pode acontecer, se a mídia não estiver absolutamente controlada.

Estamos descobrindo agora que a própria mídia controla estados e governos. É perfeitamente razoável que tenha, também, construído os scripts das guerras, os resultados eleitorais, os atos de terrorismo e o descalabro geral que empurrou os EUA para uma década de selvagem e inútil derramamento de sangue, para vingar-se de atos de terrorismo que provavelmente, não foram obra de terroristas estrangeiros.

Hoje, nossos primos britânicos espantam-se com revelações de que, há décadas, os governos eleitos não foram, de fato, nem governos nem britânicos e jamais passaram de híbrido doentio resultado das ideias de um louco, de atos de espiões israelenses e de capangas pagos que se supunha que governassem pelos eleitores e para os eleitores... Talvez possa ser um recomeço.

Mas cá, nos EUA, a coisa prossegue inalterada, a pleno vapor. Aqui, Murdoch e seus cúmplices continuam planejando e executando seus planos para o futuro dos EUA. As criaturas desses projetos já andam por aí. Uma delas é Boehner. Outra é Palin. E há também Gingrich. E sem esquecer todos os que trabalharam para o governo Bush.

Em todos os casos, quem queira ver de perto o coração das trevas, pode começar por assistir ao canal Fox
News.




[1] A “Declaração de Balfour” é uma carta escrita dia 2/11/1917 pelo então secretário britânico de Assuntos Estrangeiros Arthur James Balfour, a Lord Rothschild, então presidente da Federação Sionista Britânica. Na carta, Balfour fala de seu desejo de oferecer condições especiais de facilitação aos sionistas para que povoem a “Terra de Israel”, no caso de a Inglaterra conseguir derrotar o Império Otomano [NTs, com informações de http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_de_Balfour, onde se pode ler a carta, em português].


“Murdoch modela a política inglesa há 40 anos”

13/7/2011, Leo Panitch (Prof. Emérito de Ciências Políticas da UNY), The Real News Channel
Entrevista transcrita (aqui traduzida) -- http://therealnews.com/t2/index.php?option=com_content&task=view&id=31&Itemid=74&jumival=7025

A primeira coisa que se deve anotar, é que Murdoch é homem da direita. O fato de ter apoiado o Partido Trabalhista [inglês] nada altera. É conhecido na Grã-Bretanha e na Austrália como “o Cavador”, por suas raízes australianas. Chegou em 1969 e comprou
o Sun, que era então um clássico jornal da classe trabalhadora. Como disse Dennis Potter, o grande dramaturgo britânico, autor de roteiros para televisão, autor de The Singing Detective, em entrevista, não há ninguém na Grã-Bretanha mais responsável que Murdoch por poluir ainda mais, uma imprensa que já era muito poluída.

Mas não se deve raciocinar como se o que estamos vendo tivesse sido, digamos, obra exclusivamente de Murdoch.

Quando tomou o Sun, Murdoch de fato ocupou aquele jornal dos trabalhadores, cuja história remonta aos anos 50s – antes, o jornal chamara-se The Labour Herald [Voz do Trabalho], trocara de nome e fora também jornal do Partido Trabalhista. Murdoch imediatamente converteu o jornal em panfleto da direita, que atacava a esquerda.

Murdoch tornou-se dono de grande parte da imprensa. Comprou o Times, do canadense Lord Thomson of Fleet, quando Thomson desinteressou-se de jornais, porque conseguiu uma licença para um canal de televisão na Escócia (que ele chamava de “autorização para imprimir dinheiro”).

Murdoch, como se sabe, entrou nesse mesmo jogo, também com a televisão BSkyB, com a rede Fox News, com todo o império Fox. É dono do Sunday Times também, que é jornal dominical dirigido aos ricos, e também foi acusado nesse escândalo de escutas clandestinas e invasão de telefones celulares, até de ter invadido o telefone de [Gordon] Brown, ex-líder do Partido Trabalhista.

Tudo isso para dizer que não se trata só do jornal News of the World que, diferente do Sun, tem história que chega a meados do século 19. De qualquer modo, o News of the World e o Daily Sun – que já mostra uma mulher seminua na página 3 – não são os únicos jornais que fazem dinheiro com a repressão sexual dos britânicos e, portanto, com o frenesi social que qualquer escândalo sexual desperta, para desempenhar papel terrível na política britânica, papel que já se conhece, por exemplo, do canal Fox. Mas a coisa piorou, quando o mesmo papel começou a aparecer também nos diários. E feito de tal modo que passou a ser claro assassinato de reputações.

Você talvez já tenha ouvido a palavra “Bennismo”, hoje usada como ofensa, o pior dos palavrões. Origina-se do nome “Benn”, de Tony Benn, que foi ministro do Gabinete nos anos 1960s e depois passou para a esquerda, quando percebeu o pequeno espaço que tinha no governo britânico [foi ministro do governo trabalhista de Harold Wilson]. Abraçou a esquerda e propôs várias reformas radicais que iam além da simples ‘regulação’ do estado de bem-estar e implicavam regular o próprio capital.

Hoje, quando se diz “Bennismo”, a palavra significa palavrão, designa o pior dos homens, a “esquerda lunática”. Mas Benn foi um dos políticos mais efetivos, mais inteligentes e mais corajosos da Grã-Bretanha. Hoje, é lembrado como se fosse louco, ou imbecil. De fato, as coisas nunca são assim tão simples. Fato é que Benn, ao longo dos anos 1970s tornou-se muito popular entre os trabalhadores.


[Entrevistador]: Lembro que o Sun publicou matéria com um laudo de um psiquiatra norte-americano bastante conhecido, que declarava que Tony Benn era mesmo louco. A matéria analisava longamente o laudo psiquiátrico. Depois, se descobriu que tudo fora forjado: o psiquiatra jamais assinara o tal laudo.

PANITCH: E assim continuaram, lixo diário, publicado diariamente. Várias vezes em que estive com Tony [Blair], ele me disse que seu telefone estava grampeado. Não sabia se era a segurança, a imprensa, mas o telefone estava grampeado, Ouvia-se um clique e o som de uma fita rodando, quando se pegava o telefone. O que quero dizer é que nada, do que vemos hoje, é novidade.

[Entrevistador]: Vejamos então o contexto político, para compreender a importância de destruir a reputação de Benn e como isso levou ao surgimento de Tony Blair.

PANITCH: Os políticos do Partido Trabalhista que se opunham a Benn – que não queriam que o Partido Trabalhista voltasse a ser partido socialista –, assustavam-se quando abriam os jornais no café da manhã, e liam mais uma declaração atribuída a Benn, posta em manchete de primeira página do Times ou do Sun – ou, às vezes, sabe-se lá, também no Guardian, porque nem o Guardian estava imune àquilo –, que feria a reputação de todos os membros do Partido Trabalhista, a reputação pessoal, os deputados apresentados como Maria-vai-com-as-outras, como iguais aos políticos da direita, apoiadores do império norte-americano, traidores. A verdade era que, naquele momento, Benn trabalhava a favor da nacionalização dos cinco principais bancos britânicos.

Mas os trabalhistas viviam apavorados com o que liam nos jornais de Murdoch. E, então, decidiram usar o Sun. Não foram só vítimas nem foram as únicas vítimas do Sun ou do News of the World nem do Sunday Times. Os trabalhistas decidiram usar o Sun: vazavam comentários para o Sun. Criavam ‘relatórios’ absurdos, ‘dossiês’ imundos, que os jornais amplificavam o mais que podiam, e tudo isso para desacreditar a esquerda trabalhista.

Os beneficiados foram a direita e o centro do Partido Trabalhista. Serviram-se do que a imprensa fazia, para atender interesses seus. Até que conseguiram livrar-se de Benn e elegeram Neil Kinnock para a liderança do Partido, quando Benn seria o líder óbvio, pode-se dizer, natural.

Nem assim Murdoch aliviou a mão. Os que haviam conseguido livrar-se do ‘risco Benn’, logo viram que Murdoch já estava apresentando Kinnock como “desequilibrado”, “despreparado para o cargo”, “incompetente”, “corrupto”, “pouco ético” etc., etc.

Foi quando, afinal, políticos extremamente pragmáticos, oportunistas, como Tony Blair, fizeram um acordo com o diabo. Disseram ‘ok. Dancemos conforme a música’. Passaram a dizer o que Murdoch queria que dissessem.

E Blair, depois que Kinnock foi derrotado em 1992 – em larga medida por efeito da campanha imunda de demonização que sofreu, sobretudo no Sun, que é jornal, como eu disse, popular – nas eleições de 1992 (...), Blair abriu caminho para a liderança do Partido Trabalhista, por acordo que fez com Brown.

Blair, imediatamente, partiu para a Austrália, para o encontro anual do grupo News International, e lá ficou amigo de Murdoch. E Murdoch passou a apoiá-lo. Todos os jornais de Murdoch apoiaram Blair, mas, mais que todos, o Sun, que praticamente o elegeu nas eleições de 1997. Blair tinha um acordo com Murdoch.

Mas não se pode esquecer que, com isso, Blair envolveu-se no mesmo tipo de política que se vê no Canal Fox, dos EUA. Todos assistimos ao papel que Blair desempenhou na guerra do Iraque, mas, sobretudo, todos assistimos ao modo como Blair, enquanto sorria para as televisões, decidiu que a desigualdade na Grã-Bretanha seria irremediável, que não se poderia impedir que continuasse a aumentar, e, em resumo, conseguiu levar o Partido Trabalhista de volta ao poder... ao preço de adotar o Thatcherismo. Por isso os jornais de Murdoch sempre o promoveram. Mas não promoveram todos os políticos do Partido Trabalhista.

Jornalismo, para Murdoch é escândalo. Vivem a ‘denunciar’ escândalos, às vezes, também entre os Conservadores, mas sempre e sempre mais entre os Trabalhistas.

Dado que os jornais de Murdoch não sabiam exatamente para que lado velejaria Gordon Brown, que sucedeu Blair, com certeza dedicaram-se a cavoucar em busca de detalhes da privacidade de Brown.

Mas tudo isso, do ponto de vista de Murdoch, são negócios, são questões comerciais. É o modo pelo qual Murdoch defende o capitalismo e seu patrimônio de $50 bilhões em todo o planeta. Mas também são negócios, são questões comerciais, no sentido de que tratam a notícia como um produto cuja matéria-prima é o escândalo. Os britânicos não sabem como reagir a seja o que for que tenha conotação sexual.

[Entrevistador]: Do modo como se fala do ‘affair’ Murdoch, sobretudo nos EUA, é como se Murdoch fosse uma espécie de maçã podre, quase uma anomalia. A verdade é que nada há de excepcional no conluio entre os barões da grande mídia e os políticos. Todos os barões da grande mídia têm acesso facilitado aos políticos. Alguém, que participava das reuniões do Gabinete no governo Blair em Londres, escreveu recentemente que, naquelas reuniões, só três pessoas tinham poder de decidir: Blair, Brown e Murdoch, que era como sombra imaterial que pairava naquelas reuniões. Esse tipo de ‘convivência íntima’ entre os barões da imprensa e os políticos não acontece sempre? Não é sempre assim, em todo o mundo?

PANITCH: Claro que é. Todos sabemos que a liberdade de imprensa é liberdade para quem tenha empresa jornalística. “Liberdade de imprensa, só para quem tem imprensa” – como se diz. É engraçado que esses personagens venham tão frequentemente da Austrália e do Canadá. Lord Beaverbrook era canadense. Lord Thomson era canadense. Agora, o ‘cavador’ Rupert Murdoch, é australiano. E conseguiu, vale lembrar, a cidadania norte-americana, sem a qual não poderia comprar o The New York Post. Como todos sabemos, é difícil ver cidadão não norte-americano proprietário de empresa de mídia nos EUA. Murdoch de fato, comprou a cidadania norte-americana.

[Entrevistador]: Interessante também que, depois da experiência com Blair, Murdoch tenha apoiado Obama, contra Clinton, desde as primárias do Partido Democrata.

PANITCH: Acho que houve algum ‘acerto’ semelhante ao que Blair fez. Você sabe: desde os anos 90s há uma relação incestuosa entre os Democratas dos EUA e o Partido Trabalhista inglês, um aprendendo com o outro. Esse incesto continua.

Mas o que queria dizer é que, por menos que se deva enfatizar o papel do indivíduo na história, há uma diferença entre o que Murdoch faz hoje e o que fizeram, antes deles, Lord Beaverbrook ou, mesmo, Lord Thomson, embora fosse homem muito mais rude que Beaverbrook, que foi, de pleno direito, um intelectual.


Murdoch sempre foi pior que os outros, pelo mercantilismo, pelo uso que dá à imprensa para objetivos pessoais seus, essencialmente capitalistas. Vê-se no Canal Fox News. Vê-se, de fato, nos seus jornais britânicos, acho. E acho que tudo que se possa dizer sobre a péssima qualidade da imprensa nesses países e em todos os países de língua inglesa pode ser atribuído ao ‘espírito’ de Murdoch, ao tipo de poder político que esse tipo de jornalismo dá a alguém ou a grupos, poder para modelar as políticas nacionais. Se o proprietário é homem sem escrúpulos, se é fascista... não vejo que tipo de benefício a liberdade de imprensa traria a alguém. Para começar, a liberdade de imprensa garantida a homens e grupos que não têm nenhum interesse em qualquer tipo de democracia legítima, destrói o sentido do próprio jornalismo. [Fim da entrevista]

*beatrice

Dilma aplica "descarga sanitária" em usos, costumes e abusos dos políticos brasileiros


*esquerdopata

Charge do Dia

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Renovado o Bloqueio a Cuba – Obama é Apenas Mais um Trapaceiro na Presidência Norte Americana

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Barack Obama informou ao Congresso do seu país que prorrogou, por mais seis meses, a suspensão de uma cláusula da Lei Helms-Burton que permite ao governo entrar com um processo contra as empresas estrangeiras que negociem com Cuba. A ação unilateral do governo dos EUA representa a continuidade do cruel e imoral bloqueio contra a ilha, que já dura mais de cinqüenta anos. Assim Obama quebra mais uma vez a palavra, e prorroga essa bestialidade que envergonha a todos nós humanos, independente de ser um ato isolado desse povo arrogante e impiedoso.
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Sem nenhum acanhamento em mostrar que não honra sua palavra, o falso democrata Obama – que "ganhou" o Nobel da Paz no primeiro ano de mandato – (parece brincadeira), disse que a prorrogação da suspensão é "necessária para os interesses nacionais dos Estados Unidos e acelerará a transição à democracia em Cuba". Mais uma vez o presidente norte americano se desacredita como homem de bem ao reutilizar o argumento empregado no ano passado, que nada mais é que uma confissão descarada de que o objetivo do seu cambaleante império é derrubar o sistema político e social socialista cubano.

A lei Helms-Burton, com um caráter marcadamente extraterritorial, pune as empresas estrangeiras que fazem negócios em Cuba; permite entrar com um processo contra companhias e pessoas que usem bens desapropriados pelo governo cubano a cidadãos e empresas dos EUA e nega a entrada no país de diretores dessas empresas.

A continuação desse torpe bloqueio a um país fragilizado econômica e militarmente, é apenas mais um dos atos imorais praticados ao longo da existência dos EUA como país. A mesma indecente decisão já havia sido adotada pelos presidentes anteriores a Obama - Bill Clinton e George W. Bush, que também já tinham adotado a anual prorrogação sem cerimônias, e também recebido, por "merecimento" o prêmio Nobel da Paz, como aval às suas barbáreies.
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A política dos Estados Unidos contra Cuba é um escárnio, não tem sustento ético ou legal algum e muito menos moral; é contrária ao direito internacional e tampouco possui o apoio de outras nações à exceção de Israel. O bloqueio à ilha já foi condenado 19 vezes na Assembleia Geral da ONU. Mais de 180 países e organismos especializados do sistema das Nações Unidas explicitam sua oposição a essa política que enoja a todos os seres do planeta.

O dano econômico direto causado ao povo cubano pela aplicação do bloqueio supera, nesses 50 anos, os 751 bilhões de dólares, no valor atual dessa moeda. Os prejuízos, contudo, não são apenas financeiros, estendem-se por várias áreas, como a da saúde, por exemplo.

"As crianças cubanas não podem dispor do medicamento Sevoflurane, o mais avançado agente anestésico geral inalatório, porque seu fabricante, a companhia norte-americana Abbot, está proibida de vender a Cuba", exemplificou na Assembleia Geral da ONU o chanceler Bruno Rodriguez. Esse é um dos elementos que faz com que a ilha classifique a política norte-americana como genocida, já que muitas mortes poderiam ser evitadas sem o bloqueio.
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Os Estados Unidos, então, submetem a população de Cuba à falta de desenvolvimento, às doenças, e a demais mazelas, com o objetivo de forçar uma mudança política do regime socialista cubano. Para a outrora superpotência imperialista, todas as nações que não se subordinam aos seus interesses não terá o direito de manter suas tradições e muito menos caminhar em direção à liberdade plena pelas próprias pernas.Se estivesse Cuba assentada sobre um "mar" de petróleo, todos os cubanos já teriam dado suas vidas tentando barrar a invasão americana em nome da democracia. O cenário hoje seria de reconstrução, por empresas norte americanas, ao custo de bilhões de barris de petróleo.

O bloqueio dos Estados Unidos a Cuba é criminoso porque atenta contra a soberania e a autodeterminação do país, que tem todo o direito de escolher o seu próprio sistema político e a maneira de organizar a sociedade na velocidade que lhe convier. O bloqueio é um escárnio ao direito internacional, e é mais um ato da política intervencionista desse país de passado e presente encharcado do sangue de milhões de civis inocentes, em todos os recantos da terra.

Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz, declarou que a prorrogação da Lei Helms-Burton mais uma vez, demonstra que Obama se iguala aos seus predecessores e caminha a passos largos para o mesmo destino – o lixo da História. E este blogueiro remendaria: "o lixo hospitalar da História."
 
*militânciaviva

Chineses tem interesse de investir na Amazônia

http://jornale.com.br/mirian/wp-content/uploads/2010/06/concorrencia_brasil_china.jpg

Rio Branco (AC) - Industriários chineses estão no Acre para avaliar as condições de implantação de uma indústria de montagem de motocicletas, bicicletas e relógios de pulso. O que chamou atenção dos empresários foi o avançado nível de cumprimento dos trâmites burocráticos para formalização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
“São conversas iniciais para construção de uma relação comercial, mas tudo será feito com a calma que o processo exige”, pondera o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães tentando conter o entusiasmo. “A notícia do alfandegamento da ZPE do Acre vai chamar atenção. É natural”.

Os chineses já têm cartas de intenção para se instalar em zonas de processamento de exportação no Brasil para montagem de relógios e motos. O Governo do Acre deve concluir o processo de alfandegamento antes que as outras 23ZPE’s espalhadas pelo Brasil. A data mais provável para conclusão do processo é a 1ª quinzena de agosto.
http://www.petroegas.com.br/admPor/Noticias/img/135PEQ.jpgO governo quer concluir o alfandegamento com 12 projetos de instalação de indústrias. Eles devem ser enviados ao Conselho das Zonas de Processamento de Exportação que tem 30 dias para avaliar. Se aprovados, os industriários têm até 180 dias para iniciar os trabalhos de instalação das linhas de montagem.
http://blogs.estadao.com.br/jornal-do-carro/files/2008/01/green-sport_02.jpg

Taboca acreana também pode ter investimentos

Há outra frente de interesse dos industriários chineses: a taboca acreana. Ontem à tarde, eles visitaram a sede da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) onde existe um núcleo de estudos com o “bambu da Amazônia” (taboca). Os possíveis investimentos com o beneficiamento da taboca não têm relação com a ZPE.

Caso venham a concretizar os investimentos na extração da taboca, deve ser instalada uma unidade de indústria de transformação no parque do novo Distrito Industrial, às margens da BR-364.



Notícias da Amazônia

Paraísos Fiscais: os bancos

Já ouviram falar de "Paraísos Fiscais"? De "Offshore"?

Um Paraísos Fiscais é um Estado (ou região autónoma, como no caso da Madeira) onde a lei facilita a aplicação de capitais estrangeiros, com alíquotas de tributação muito baixas ou nulas.

Na prática: eu tenho um a empresa, para pagar menos taxas (ou até nada de taxas), escolho como sede um Paraíso Fiscal.

Um empresa pode ter duas sedes: uma "oficial", no País de origem, outra num dos tais Paraísos (a assim chamada "Offshore".
Como as autoridades do Paraíso garantem o sigilo bancário absoluto, ninguém pode saber algo acerca das minhas contas (nem sequer se tenho uma conta), o que facilita a reciclagem de dinheiro e operações que em outros Países seriam proibidas.

Um bom Paraíso Fiscal, em resumo, possibilita a criação de empresas e contas "fantasmas", para onde são canalizados recursos originados de forma ilícita ou destinados, por exemplo, à corrupção e ao tráfego de droga.

Um exemplo prático.

Se eu quero subornar um funcionário público, preciso de dinheiro. Na minha empresa sediada em Portugal, por exemplo, deveria encontrar uma maneira de destinar parte dos ganhos ao suborno sem que isso apareça nas contas oficiais. E, mesmo assim, as autoridades poderiam sempre investigar os movimentos das contas bancárias da empresa.

Com a empresa sediada num Paraíso Fiscal nada disso é preciso: pego no dinheiro, suborno, e pronto, já está. Ninguém investigar, e caso investigasse, não poderia encontrar nada (sigilo bancário absoluto).

Outro exemplo.
Eu, banco central, emito Títulos por conta do Estado (vamos simplificar), mas ninguém quer comprar. Então, atravesso da minha empresa sediada num Paraíso Fiscal, começo a comprar os Títulos e, ao mesmo tempo, grito "Olhem, olhem como são vendidos estes Títulos, é uma maravilha!", o que aumenta a procura por parte dos investidores. Perguntem à Federal Reserve para mais pormenores.

Vamos sintetizar ao máximo: se a ideia é gerir uma empresa no pleno respeito das vigentes leis, então os Paraísos Fiscais não servem.
Se a ideia é gerir uma empresa com algumas operações à margem (ou mesmo fora) das leis, então um Paraíso Fiscal será a minha escolha.

 Os Paraísos Fiscais

Antes demais: quais são os Paraísos Fiscais?
Eis a  lista que apresenta Wikipedia:

Andorra; Anguilla; Antígua e Barbuda; Antilhas Holandesas; Aruba; Bahrein; Barbados; Belize; Campione d'Italia; Chipre; Singapura; Bahamas; Djibouti; Dominica; Emirados Árabes Unidos; Federação de São Cristóvão e Nevis; Gibraltar; Granada; Hong Kong; Ilha de Man; Ilha Niue; Ilhas Bermudas; Ilhas Cayman; Ilhas Cook; Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark); Ilhas Marshall; Ilhas Maurício; Ilhas Montserrat; Ilhas Turks e Caicos; Ilhas Virgens Americanas; Ilhas Virgens Britânicas; Labuan; Líbano; Libéria; Liechtenstein; Luxemburgo (no que respeita às sociedades holding regidas, na legislação luxemburguesa, pela Lei de 31 de julho de 1929); Macau; Maldivas; Malta; Mônaco; Nauru; Panamá (facilidades para instalação de estaleiros); Paraguai (isenção de impostos para empresas que lá se instalarem e é permitida a repatriação total de lucros); Região Autónoma da Madeira; República da Costa Rica; Samoa Americana; Samoa Ocidental; San Marino; Santa Lúcia; São Vicente e Granadinas; Seychelles; Sultanato de Omã; Tonga; Uruguai (imposto de 0,3 % para sociedade anônima de investimentos financeiros); Vanuatu

Nada mal, eh? Na verdade nem todos os Paraísos Fiscais são iguais: uns oferecem condições mais vantajosas do que outros. É por isso que as Ilhas Caymans são mais utilizadas do que o Uruguay.


Os nomes: bancos

Agora vamos ver alguns dos bancos lusófonos que desfrutam os serviços Offshore.
Por razões de espaço, não vamos publicar os nomes ou os endereços das sedes offshores; dados que todavia estão disponíveis, caso haja interessados. 


Portugal 

Banco Comercial Portugues SA: 12 Offshore nas Ilhas Caymans, 2 no Luxemburgo, 2 em Macau, 2 em Malta
Banco Espirito Santo: 2 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 em Macau
Banco Finantia: 1 Offshore nas Ilhas Caymans
Banco Internacional de Investimentos: 1 Offshore na Costa Rica, 1 nos Emirados Árabes Unidos, 1 em Hong Kong, 1 no Panamá, 1 no Uruguay,
Banco Mello: 1 Offshore no Luxemburgo
Banco Pinto & Sotto Mayor SA: 1 Offshore nas Ilhas Caymans
BPI (Banco Portugues do Investimento): 1 Offshore nas Ilhas Caymans
Caixa Geral de Depósitos: 1 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 no Luxemburgo, 1 em Mónaco
Finibanco SA: 1 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 em Macau


Brasil 

Banco BBA: 1 Offshore nas Bahamas
Banco BBM;: 1 Offshores nas Bahamas, 1 no Uruguay
Banco BMC: 1 Offshore nas Ilhas Caymans
Banco Boavista SA: 1 Offshore nas Bahamas, 1 nas Ilhas Caymans
Banco Bradesco SA: 1 Offshore nas Bahamas, 1 nas Ilhas Caymans
Banco Cacique SA: 1 Offshore nas Bahamas
Banco de Crédito Nacional: 1 Offshore nas Ilhas Caymans
Banco Dibens: 1 Offshore nas Ilhas Caymans
Banco do Brasil: 1 Offshore nas Bahamas, 1 no Bahrain, 1 em Hong Kong, 1 nas Ilhas Caymans, 1 em Panama, 1 no Paraguay, 1 em Singapura, 1 no Uruguay
Banco Fibra SA: 1 Offshore nas Bahamas
Banco Itau SA: 1 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 no Luxemburgo
Banco Mercantil de São Paulo: 1 Offshore no Luxemburgo
Banco Real: 1 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 em Panamá, 1 no Uruguay
Banespa (Banco do Estado de São Paulo): 2 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 no Luxemburgo, 1 no Paraguay
Unibanco: 2 Offshore nas Bahamas, 1 nas Ilhas Caymans, 1 no Luxemburgo, 1 no Paraguay, 1 no Uruguay

Cabo Verde

Banco Totta e Açores:: 1 Offshore nas Ilhas Caymans, 1 em Macau


Outros Países. Neste caso vamos apenas a indicar o número total das empresas Offshore de alguns Países:

Estados Unidos
American Express Co.: 43 Offshore
Bank of America: 139
Citigroup: 100
Goldman Sachs: 6
JP Morgan Co.: 31
Morgan Stanely: 9
Salomon Brothers: 3
Chase Manhattan Corp: 24

Espanha
Argentaria SA: 3
Banco Sabadell: 2
Banco Popular Espanhol SA: 5
Banco Santander: 17
Banesto: 3
Bankinter SA: 4
BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria): 12
La Caixa: 2

França
Banque Banorabe: 1
Banque Martin Maurel: 1
Banque Populaire: 3
Banque Rothschild: 7
Banque SBA: 2
BNP (Banque Nationale de Paris): 25
CIC (Crédit Industriel et Commercial): 20
Crédit Agricole: 22
Crédit Mutuel: 6
HSBC France (ex-CCF): 12
Indosuez: 22
Lazard LLC: 4
LCL Le Crédit Lyonnais: 22
Paribas: 35
Société Général: 48

Reino Unido
Abbey National: 3
Anglo-Irish Bank plc: 3
Bank of Wales: 1
Barclays Plc: 39
Clydesdale Bank plc: 1
Co-operative Bank plc: 1
Habibsons Bank Ltd.: 1
Halifax Equitable plc.: 2
Hill Samuel Bank: 1
HSBC Holdings (Hong-Kong & Shangai Banking Corp): 51
Lloyds Banking Group: 17
Midland Bank: 5
NatWest (National Westminster Bank): 17
Northern Bank Ltd: 1
Standard Chartered Bank: 21

Italia
Banca Commerciale Italiana: 19
Banca di Roma: 6
Banca Fideuram Spa.: 1
Banca Monte dei Paschi di Siena: 4
Banca Nazionale del Lavoro: 6
Banca Popolare di Novara: 2
Banca Sella: 1
Banco di Napoli: 2
Banco di Sicilia: 1
Carisbo (Cassa di Risparmio di Bologna): 2
Credito Italiano: 3
Intesa - San Paolo: 3
SanPaolo IMI SpA: 5
Unicredito Italiano: 7

Alemanha
Bankgesellschaft Berlin AG: 2
Bayerische Landesbank Girozentrale: 4
BayernLB: 3
BFI Bank AG: 1
BHF-Bank: 5
BHW Holding: 1
BW Bank: 1
Commerzbank AG: 14
DePfa Group (Deutsche Pfandbrief Bank): 3
Deutsche Bank AG: 20
Dresdner Bank AG: 23
DZ Bank: 3
Frankfurter Sparkasse: 1
Hamburgische Landesbank: 1
Helaba Hessen Landesbank: 1
HSH Nordbank: 2
HVB: 6
IKB Deutsche Industriebank AG: 2
Kleinwort Benson: 3
Landesbank Hessen-Thuringen: 1
Merck, Finck & Co: 1
Sal Oppenheim & Cie: 1
WestLB: 5

..e reparem: estes são apenas alguns bancos dalguns Países. 
Conseguem imaginar o resto? Eu nem me atrevo...


Ipse dixit.

*informaçãoincorreta

Familiares de vítimas da ditadura obtêm abertura irrestrita do Arquivo Nacional

 
O Ministério da Justiça publicou nesta quinta-feira (21) no Diário Oficial da União uma portaria que dá acesso irrestrito a todos os documentos do Arquivo Nacional. A medida é válida a 12 parentes de vítimas da ditadura militar. 
“Pedimos ao ministro para ter acesso e fazer buscas numa questão específica: não estamos procurando outra coisa a não ser os desaparecidos”, afirmou Ivan Seixas, integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, uma entidade civil que apresentou a solicitação há aproximadamente um mês a José Eduardo Cardozo, titular da Justiça.
A medida reafirma e detalha os termos de outra portaria editada neste ano pelo ministério. Em abril, definiu-se que os parentes de vítimas têm acesso aos documentos do Arquivo Nacional, em especial aos do Sistema Nacional de Informação e Contrainformação (Sisni).
Na prática, a nova portaria impede a possibilidade de o Arquivo Nacional negar o acesso a estas doze pessoas, que tampouco poderão sofrer restrições em suas buscas. No entanto, a divulgação dos dados, se considerada indevida, poderá resultar em ação judicial.
Em conversa por telefone, Seixas informou que alguns dos familiares estão em Brasília para se reunir e definir um cronograma para os trabalhos. A expectativa é encontrar novas informações que levem ao paradeiro dos desaparecidos políticos do período de repressão – a Comissão de Familiares contabiliza 383 vítimas do regime que seguem com paradeiro desconhecido.

Acervo

O Arquivo Nacional voltou a ser subordinado ao Ministério da Justiça após a publicação de um decreto pela presidenta Dilma Rousseff em 17 de janeiro deste ano. Criado ainda no período imperial, é considerado um guardião da memória nacional, e está dividido em duas sedes, uma na capital federal, outra no Rio de Janeiro. Estão em Brasília os documentos do Serviço Nacional de Informações, do Conselho de Segurança Nacional e da Comissão Geral de Investigações, órgãos já extintos.
A abertura dos arquivos nacionais esteve recentemente envolta em polêmicas com a possibilidade de mudança no Projeto de Lei da Câmara (PLC-41/10) que tramita no Senado prevendo mudança no caráter sigiloso dos arquivos públicos. A proposta é acabar com a renovação indefinida da classificação de documentos como ultrassecretos e reduzir o prazo para que cada documento seja publicado. 
A pressão dos ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney, hoje senadores, pela manutenção da possibilidade de sigilo eterno para material que trate da formação de fronteiras do país, criou dúvida em torno do tema. A presidenta Dilma Rousseff poderia solicitar à base aliada que votasse o texto original, enviado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta versão mantém o chamado sigilo eterno dos arquivos.
*cappacete

Projeto de privatização do ensino paulista caminha a passos largos, e o PIG paulista, como não poderia deixar de ser, a$$ina embaixo

Privataria sem limites, mas com vários disfarces, e muitos cúmplices.  

Corre pelo esgoto do PIG paulista uma tal pesquisa que diz que colégios que adotam apostilas produzidas por cursinhos pré-vestibular e afins, como as do Anglo (recentemente comprado pela Abril, da famiglia Civita) melhoram o desempenho dos alunos. 
Quem fez a pesquisa em discussão foi uma tal Fundação Lemann. Fui pesquisar que fundação é essa e descobri que a mesma pertence a Jorge Paulo Lemann, dono da AmBev, a maior cervejaria do mundo. 
A fundação desse senhor se dedica a distribuir bolsas de estudo, para estudo no Brasil e no exterior. Notem que é gente que não tem nada a ver com a educação, o senhor Lemann, segundo homem mais rico do Brasil, e 55º do mundo, parece não estar satisfeito com seus negócios etílicos, e agora quer faturar também no ramo educacional. 
Falo com conhecimento de causa que apostilas de cursinho não tem compromisso algum com o ensino de qualidade, são limitadas, não estimulam a reflexão, apresentam desvios ideológicos. Foram concebidas para atender a classe média branca, clientela (esta é a palavra) dos cursinhos de grife, como o Anglo. Ao entrar no ensino Fundamental e Médio, a essência permanece mesma. 
E tem mais, essas apostilas amarram o trabalho do professor, são didaticamente ruins, seu conteúdo é pasteurizado, massificado e massificante. 
A pergunta que se coloca é a seguinte: quais critérios didáticos serviram de justificativa para a adoção dessas apostilas? Ou a justificativa se encontra apenas na esfera econômica? Assim sendo, a educação passa a ser oficialmente reconhecida como um negócio, como o fez o presidente chileno, Sebastián Piñera?
E tem mais, o primeiro passo é terceirizar o material didático, o segundo será terceirizar o serviço dos profissionais da educação, que serão provavelmente loteados (essa é a palavra) entre meia dúzia de corporações mafioeducacionais. Vejam quais são as concepções pedagógicas da Fundação Lemann, parceira dos cursinhos no assédio a educação pública paulista e nacional. 


Missão 


• Contribuir de forma relevante para modernizar a gestão dos sistemas públicos de ensino no Brasil, com o objetivo de melhorar o desempenho dos estudantes nas avaliações externas internacionais, aproximando-os dos alunos de países mais desenvolvidos (OCDE)



• Oferecer oportunidades excepcionais de desenvolvimento pessoal e profissional a indivíduos com alto potencial



Visão 


Estabelecer-se como referência para investidores sociais privados no setor de gestão da educação pública e, com isso, atrair uma rede de investidores com o mesmo perfil



• Apostar em jovens com grande efeito multiplicador que possam perpetuar o investimento inicial da Fundação





Mais claro que isso é impossível, o grifo acima foi meu. Fiquei intrigado com a expressão "indivíduos com alto potencial", na faculdade de licenciatura aprendi a não nivelar os alunos, tratando todos com igual atenção, privilegiando os de menor rendimento. 
O segundo ponto embaralhou minha cabeça, "estabelecer-se como referência para investidores sociais privados no setor de gestão da educação pública". Assim sendo, a educação pública se converte numa grande oportunidade de investimentos para o setor privado. Mais uma vez, quais são os critérios, pedagógicos/educacionais ou econômicos? A sociedade necessita de fato desses serviços? 
Segundo a LDB:  "A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público". 
Esse repasse de verbas pertence a toda a sociedade, não obstante, em estados como São Paulo, começa ser drenado para os bolsos do grande capital. Esse tipo de coisa está acontecendo com todo o setor público paulista, "Estado mínimo" é só para o povo e para o funcionalismo público, para os tucanos e Cia é "Estado nosso, tudo nosso".


PS: Bem que blogueiros mais abalizados como a Maria Fro e seu Cloaca poderiam dar uma investigada em mais essa bandalheira dos tucanos.
*cappacete

Miro Borges e a marcha dos cheirosos

 

 

O leitor Calves alertou e a gente republica aqui o post do Altamiro Borges, um blogueiro que não dorme no ponto.

Mídia golpista convoca protestos de rua

Por Altamiro Borges
Testando o clima político, a mídia demotucana tem atiçado os seus leitores, telespectadores e ouvintes para sentir se há condições para a convocação de protestos de rua contra o governo Dilma. O mote dos filhotes de Murdoch seria o do combate à corrupção, o da “ética”. A experiência a copiar seria a da “revolução dos indignados” na Espanha.
Na prática, o objetivo seria o de reeditar as “Marchas com Deus”, que prepararam o clima para o golpe de 1964, ou o finado movimento Cansei, de meados de 2007, que reuniu a direita paulistana, os barões da mídia e alguns artistas globais no coro do “Fora Lula”. Até agora, o teste não rendeu os frutos desejados. Mas a mídia golpista insiste!
Visão conspirativa?
A idéia acima exposta pode até parecer conspirativa, amalucada. Mas é bom ficar esperto. Nos últimos dias, vários “calunistas” da imprensa têm conclamado a sociedade, em especial a manipulável “classe média”, a se rebelar contra os rumos do país. Parece algo articulado – “una solo voz”, como se diz na Venezuela sobre a ação golpista da mídia.
O primeiro a insuflar a revolta foi Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País, num artigo de 11 de julho. O repórter, que adora falar besteiras sobre o Brasil, criticou a passividade dos nativos, chegando a insinuar que impera no país a cultura de que “todos são ladrões”. Clamando pela realização de protestos de rua, ele provocou: “Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam”.
O Globo e Folha
Logo na sequência, dia 17, O Globo publicou reportagem com o mesmo tom incendiário. O jornal quis saber por que o povo não sai às ruas contra a corrupção no governo Dilma. Curiosamente, o que prova as péssimas intenções da famiglia Marinho, o diário só não publicou as respostas do MST, que desmascaram as tramas das elites (leia aqui).
Já nesta semana, o jornal FSP (Folha Serra Presidente) entrou em campo para reforçar o coro dos “indignados”. No artigo “Por que não reagimos”, de terça-feira (19), o colunista Fernando de Barros e Silva, que nunca escondeu a sua aversão às forças de esquerda, relembrou a falsa retórica udenista do falecido Cansei:
O resmungo dos “calunistas”
“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que a indignação resulta apenas numa carta enviada à redação ou numa coluna de jornal. Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo?”.
Hoje, 21, foi a vez de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa do PSDB”. Após exigir que Dilma seja mais dura contra a corrupção, ela cobra uma reação da sociedade. “A corrupção virou uma epidemia… E os brasileiros que estudam, trabalham, pagam impostos e já pintaram a cara contra Collor, não estão nem aí? Há um silêncio ensurdecedor”.
Seletividade da mídia
Como se observa, o discurso é o mesmo. Ele conclama o povo a ir às ruas contra a corrupção… no governo Dilma. De quebra, ainda tenta cravar uma cunha entre a atual presidenta e o seu antecessor. A corrupção seria uma “herança maldita” de Lula. A intenção não é a de apurar as denúncias e punir os culpados, mas sim a de sangrar o atual governo.
Na sua seletividade, a mídia demotucana nunca convocou protestos contra o roubo da privataria tucana ou contra a reeleição milionária de FHC. Ela também nunca se indignou e exigiu que sejam desarquivadas as quase 100 CPIs contra as maracutaias do governo do PSDB de São Paulo. Para a mídia golpista, o discurso da ética é funcional. Só serve para os inimigos!
Acorda Dilma!
É bom a presidenta Dilma ficar esperta. O tempo está se esgotando. A fase do “namorico” com a mídia acabou. Das denúncias de corrupção, que já sangram o governo há quase dois meses, a imprensa partidarizada já passou para a fase da covocação para os protestos de rua. Como principal partido de oposição a mídia retomou a ofensiva.
*Tijolaço