Presidenta enaltece Amorim
e enquadra militares e PiG
Na solenidade de posse, Celso Amorim fez um discurso de um homem de Estado, um estrategista, e um diplomata.
Concluiu com uma frase do maior dos diplomatas, o Barão do Rio Branco que fala da necessidade de uma Nação forte ter uma Defesa forte.
O discurso da Presidenta foi ferozmente claro.
Por exemplo:
O ministério da Defesa tem que manter distância de injunções externas.
Ou seja, só quem dá palpite é ela.
Disse também a Presidenta que a lógica do militar é a disciplina.
A ideologia do militar é o respeito à Constituição e a subordinação ao interesse da Nação.
Ou seja, obedece quem tem juízo.
Nelson Jonhbim saiu como entrou: como um grosseirão.
Alegou uma dengue fulminante e não foi à posse de Amorim.
O general Figueiredo não passou o Governo a Sarney.
Alan Garcia, no Peru, não passou o Governo a Humala.
Johnbim é dessa estirpe.
Ao tomar posse, Johnbim conseguiu ser grosseiro com um grande brasileiro a cuja biografia jamais conseguirá equiparar-se: Valdir Pires.
Ao sair, não foi ao Palácio do Planalto ouvir da Presidenta que com Amorim os projetos da Defesa passam a ser mais consistentes e a andar mais rápido.
É o triste fim de um general de ópera bufa.
Paulo Henrique Amorim
Na posse de Celso Amorim, Dilma Rousseff tranquiliza os militares e diz quem manda em quem
A presidente Dilma Rousseff fez um discurso curto, mas cirúrgico, durante a cerimônia de posse do ex-chanceler Celso Amorim como novo ministro da Defesa, ontem, no Palácio do Planalto. E sepultou os temores da caserna com a inclinação esquerdista de Amorim nos tempos em que foi titular das Relações Exteriores de Luiz Inácio Lula da Silva. "A lógica do Ministério da Defesa é a disciplina, a competência e a dedicação. A ideologia do Ministério da Defesa é o respeito à Constituição e a subordinação aos interesses nacionais. O partido do Ministério da Defesa é a pátria. Os senhores sabem disso, o novo ministro sabe disso", afirmou a presidente.
Nos exatos 7min16 de duração de seu pronunciamento, Dilma ressaltou, nas entrelinhas, que não há espaço para voos solos na pasta, já que a presidente é a verdadeira comandante em chefe das Forças Armadas. "Com o meu apoio e sob meu comando direto, ele ajudará muito o Ministério da Defesa a vencer os seus maiores desafios, tanto os mais urgentes, os mais conjunturais, quanto os mais estratégicos."
Dilma tampouco demonstrou contrariedade pela ausência de Nelson Jobim na solenidade — ele justificou estar com suspeita de dengue — e ignorou a contribuição do ministro que exerceu o cargo de meados de 2007 até a semana passada. Preferiu concentrar-se nas qualidades de Amorim. "Celso Amorim é um homem talhado para esta fase do Brasil, que é um país de cabeça erguida, consciente da sua soberania", declarou a presidente. A cúpula das Forças Armadas viu no discurso de Dilma a abertura para um canal direto com a Presidência, algo que era fechado na época de Nelson Jobim. De acordo com a presidente, a experiência de Amorim como chanceler será fundamental para as negociações sobre acordos bilaterais, compra de armamentos e aquisição de tecnologia bélica.
Comandantes
Quando foi sua vez de falar, o ministro da Defesa — que passou o dia em reuniões no Palácio do Planalto — fez um discurso direcionado aos comandantes das três Forças Armadas. Ele só tirava os olhos de suas anotações para mirar diretamente a fila da plateia em que estavam sentados os chefes da Marinha, Júlio de Moura Neto; do Exército, Enzo Peri; e da Aeronáutica, Juniti Saito.
Amorim comprometeu-se a trabalhar pelo reaparelhamento das Forças Armadas e disse serem legítimas as reivindicações dos militares sobre aumento salarial. Ainda enfatizou que, sob seu comando, os projetos não sofrerão retrocesso. Para Amorim, Exército, Marinha e Aeronáutica estão com seu poderio defasado diante das necessidades do país em proteger as fronteiras e as riquezas naturais. "Nossas forças sofrem de carências que não permitem o efeito dissuasório indispensável à segurança desses ativos. Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e nossa capacidade de respaldá-la no plano da defesa. Uma não será sustentável sem a outra", afirmou.
O ministro voltou a afirmar que é preciso estabelecer um cronograma de retirada das tropas brasileiras do Haiti (leia mais na página 4), ao mesmo tempo em que defendeu a participação das tropas em outras missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), sempre mirando o objetivo de ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. "Um país pacífico como o Brasil não pode ser confundido com país desarmado e indefeso."
Comissão da Verdade na pauta da oposição
Líderes da oposição, que tinham almoço marcado para hoje com o ex-ministro Nelson Jobim, aguardam o posicionamento do novo chefe da Defesa, Celso Amorim, sobre o projeto da Comissão da Verdade. Segundo o deputado Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Câmara, o partido quer saber se a orientação do Palácio do Planalto continua a mesma. "Estamos dispostos a ouvir o governo sobre o projeto em tramitação na Câmara. Temos que olhar para frente, sem ficar remoendo o passado. Precisamos de uma conclusão rápida desse processo", destaca Nogueira. O governo deve convocar, ainda esta semana, uma reunião com os líderes da base para passar as orientações sobre a votação da proposta. A ideia é que o texto seja apreciado até o fim do mês.
Cortes no orçamento
A primeira tarefa do ministro da Defesa, Celso Amorim, é decidir como será feito o corte de R$ 4,2 bilhões nos recursos disponíveis para a pasta neste ano — o orçamento total supera R$ 15 bilhões. As Forças Armadas já encaminharam quais projetos consideram inadiáveis e não podem sofrer reduções. Essa discussão estava sendo tocada por Nelson Jobim com a presidente Dilma Rousseff. Embora os debates estejam encaminhados, não há decisão. Mas a expectativa é que a construção do submarino nuclear e a compra do cargueiro C-390 da Embraer não sejam afetados.
Celso Amorim dedicou a segunda-feira a conhecer detalhes da rotina do Ministério da Defesa. Despachando no quarto andar do Palácio do Planalto, ele recebeu o assessor para Assuntos Internacionais, o chefe de gabinete, tratou da agenda da semana e dos detalhes de sua posse. "Não ignoro a centralidade da questão orçamentária. Cabe a mim empenhar-me em obter os recursos indispensáveis ao equipamento adequado das Forças Armadas. Conto, para tanto, com a compreensão de meus colegas da área financeira", afirmou, ressaltando que a recuperação tecnológica será feita com a participação dos ministérios do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia.
Missão no Haiti custa R$ 1 bilhão ao Brasil!
O ministro da Defesa, Celso Amorim, pensa em uma forma de programar a saída das tropas brasileiras do Haiti. O ex-chanceler já tem em mãos o relatório sobre os custos da manutenção da Força de Paz nos últimos seis anos. Desde 2004, quando a ocupação teve início, pouco mais de R$ 1 bilhão saiu dos cofres brasileiros para bancar as despesas dos militares que participam da missão. São gastos que incluem compra de material para os alojamentos, treinamento de pessoal, viagens, palestras e manutenção de equipamentos. Uma conta considerável, segundo especialistas, principalmente no momento em que a pasta reclama dos constantes contingenciamentos orçamentários e da falta de recursos.
No ano passado, a manutenção das tropas no Haiti custou R$ 426 milhões aos cofres públicos. A conta inclui os R$ 140 milhões das despesas anuais previstas e outros R$ 286 milhões gastos com a ajuda humanitária enviada pelo Brasil depois que um terremoto devastou o país caribenho.
Na matemática dos gastos entram reembolsos feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao Brasil. Segundo relatório do Ministério da Defesa enviado à Câmara dos Deputados, nos últimos anos esses ressarcimentos somaram cerca de R$ 168 milhões: 16,45% do que foi executado pelo governo brasileiro. O percentual, considerado baixo, vinha gerando sucessivas reclamações do antigo comandante da pasta Nelson Jobim, demitido na semana passada.
Divergências
Segundo o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna Filho, não é apenas pelas despesas criadas para manter suas tropas na missão no Haiti que o Brasil precisa pensar em deixar Porto Príncipe. "O custo não é o grande problema. Está no momento de sair, mas não se sabe como sair. É necessário haver um processo de transição. O que não se pode é deixar o tempo passar de forma que a permanência das tropas se torne eterna. Há questões políticas envolvidas nesse processo e até os haitianos já declararam que não querem uma intervenção eterna", pondera o especialista.
O fim da participação brasileira na Força de Paz do Haiti deve ser uma das primeiras medidas adotadas pelo novo ministro. Em reunião com os comandantes das Forças Armadas no último sábado, Amorim disse que é hora de pensar em estratégias de retirada das tropas, que estão no país desde junho de 2004. Atualmente, 2.160 homens trabalham pela segurança interna do Haiti, abalada depois da queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide. Por ano, os salários desses militares consomem pouco mais de R$ 41 milhões — valores não incluídos nas cifras sobre os gastos com a missão, pois, se estivessem no Brasil, também iriam receber os soldos.
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A saída das tropas, no entanto, está longe de ser unanimidade entre especialistas. Alguns deles defendem o tratamento da questão não apenas pelo aspecto de gastos, mas também pelo fator político que a decisão pode ter no momento em que o Brasil pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Geraldo Cavagnari, integrante do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas (Unicamp), não há qualquer prejuízo em deixar os efetivos em Porto Príncipe, principalmente o Exército. "Acho que as tropas devem permanecer, pois não está implicando nenhum risco e há muitos aspectos diferentes em jogo", observa.
Fonte: Correio Braziliense
Nos exatos 7min16 de duração de seu pronunciamento, Dilma ressaltou, nas entrelinhas, que não há espaço para voos solos na pasta, já que a presidente é a verdadeira comandante em chefe das Forças Armadas. "Com o meu apoio e sob meu comando direto, ele ajudará muito o Ministério da Defesa a vencer os seus maiores desafios, tanto os mais urgentes, os mais conjunturais, quanto os mais estratégicos."
Dilma tampouco demonstrou contrariedade pela ausência de Nelson Jobim na solenidade — ele justificou estar com suspeita de dengue — e ignorou a contribuição do ministro que exerceu o cargo de meados de 2007 até a semana passada. Preferiu concentrar-se nas qualidades de Amorim. "Celso Amorim é um homem talhado para esta fase do Brasil, que é um país de cabeça erguida, consciente da sua soberania", declarou a presidente. A cúpula das Forças Armadas viu no discurso de Dilma a abertura para um canal direto com a Presidência, algo que era fechado na época de Nelson Jobim. De acordo com a presidente, a experiência de Amorim como chanceler será fundamental para as negociações sobre acordos bilaterais, compra de armamentos e aquisição de tecnologia bélica.
Comandantes
Quando foi sua vez de falar, o ministro da Defesa — que passou o dia em reuniões no Palácio do Planalto — fez um discurso direcionado aos comandantes das três Forças Armadas. Ele só tirava os olhos de suas anotações para mirar diretamente a fila da plateia em que estavam sentados os chefes da Marinha, Júlio de Moura Neto; do Exército, Enzo Peri; e da Aeronáutica, Juniti Saito.
Amorim comprometeu-se a trabalhar pelo reaparelhamento das Forças Armadas e disse serem legítimas as reivindicações dos militares sobre aumento salarial. Ainda enfatizou que, sob seu comando, os projetos não sofrerão retrocesso. Para Amorim, Exército, Marinha e Aeronáutica estão com seu poderio defasado diante das necessidades do país em proteger as fronteiras e as riquezas naturais. "Nossas forças sofrem de carências que não permitem o efeito dissuasório indispensável à segurança desses ativos. Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e nossa capacidade de respaldá-la no plano da defesa. Uma não será sustentável sem a outra", afirmou.
O ministro voltou a afirmar que é preciso estabelecer um cronograma de retirada das tropas brasileiras do Haiti (leia mais na página 4), ao mesmo tempo em que defendeu a participação das tropas em outras missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), sempre mirando o objetivo de ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. "Um país pacífico como o Brasil não pode ser confundido com país desarmado e indefeso."
Comissão da Verdade na pauta da oposição
Líderes da oposição, que tinham almoço marcado para hoje com o ex-ministro Nelson Jobim, aguardam o posicionamento do novo chefe da Defesa, Celso Amorim, sobre o projeto da Comissão da Verdade. Segundo o deputado Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Câmara, o partido quer saber se a orientação do Palácio do Planalto continua a mesma. "Estamos dispostos a ouvir o governo sobre o projeto em tramitação na Câmara. Temos que olhar para frente, sem ficar remoendo o passado. Precisamos de uma conclusão rápida desse processo", destaca Nogueira. O governo deve convocar, ainda esta semana, uma reunião com os líderes da base para passar as orientações sobre a votação da proposta. A ideia é que o texto seja apreciado até o fim do mês.
Cortes no orçamento
A primeira tarefa do ministro da Defesa, Celso Amorim, é decidir como será feito o corte de R$ 4,2 bilhões nos recursos disponíveis para a pasta neste ano — o orçamento total supera R$ 15 bilhões. As Forças Armadas já encaminharam quais projetos consideram inadiáveis e não podem sofrer reduções. Essa discussão estava sendo tocada por Nelson Jobim com a presidente Dilma Rousseff. Embora os debates estejam encaminhados, não há decisão. Mas a expectativa é que a construção do submarino nuclear e a compra do cargueiro C-390 da Embraer não sejam afetados.
Celso Amorim dedicou a segunda-feira a conhecer detalhes da rotina do Ministério da Defesa. Despachando no quarto andar do Palácio do Planalto, ele recebeu o assessor para Assuntos Internacionais, o chefe de gabinete, tratou da agenda da semana e dos detalhes de sua posse. "Não ignoro a centralidade da questão orçamentária. Cabe a mim empenhar-me em obter os recursos indispensáveis ao equipamento adequado das Forças Armadas. Conto, para tanto, com a compreensão de meus colegas da área financeira", afirmou, ressaltando que a recuperação tecnológica será feita com a participação dos ministérios do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia.
Missão no Haiti custa R$ 1 bilhão ao Brasil!
O ministro da Defesa, Celso Amorim, pensa em uma forma de programar a saída das tropas brasileiras do Haiti. O ex-chanceler já tem em mãos o relatório sobre os custos da manutenção da Força de Paz nos últimos seis anos. Desde 2004, quando a ocupação teve início, pouco mais de R$ 1 bilhão saiu dos cofres brasileiros para bancar as despesas dos militares que participam da missão. São gastos que incluem compra de material para os alojamentos, treinamento de pessoal, viagens, palestras e manutenção de equipamentos. Uma conta considerável, segundo especialistas, principalmente no momento em que a pasta reclama dos constantes contingenciamentos orçamentários e da falta de recursos.
No ano passado, a manutenção das tropas no Haiti custou R$ 426 milhões aos cofres públicos. A conta inclui os R$ 140 milhões das despesas anuais previstas e outros R$ 286 milhões gastos com a ajuda humanitária enviada pelo Brasil depois que um terremoto devastou o país caribenho.
Na matemática dos gastos entram reembolsos feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao Brasil. Segundo relatório do Ministério da Defesa enviado à Câmara dos Deputados, nos últimos anos esses ressarcimentos somaram cerca de R$ 168 milhões: 16,45% do que foi executado pelo governo brasileiro. O percentual, considerado baixo, vinha gerando sucessivas reclamações do antigo comandante da pasta Nelson Jobim, demitido na semana passada.
Divergências
Segundo o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna Filho, não é apenas pelas despesas criadas para manter suas tropas na missão no Haiti que o Brasil precisa pensar em deixar Porto Príncipe. "O custo não é o grande problema. Está no momento de sair, mas não se sabe como sair. É necessário haver um processo de transição. O que não se pode é deixar o tempo passar de forma que a permanência das tropas se torne eterna. Há questões políticas envolvidas nesse processo e até os haitianos já declararam que não querem uma intervenção eterna", pondera o especialista.
O fim da participação brasileira na Força de Paz do Haiti deve ser uma das primeiras medidas adotadas pelo novo ministro. Em reunião com os comandantes das Forças Armadas no último sábado, Amorim disse que é hora de pensar em estratégias de retirada das tropas, que estão no país desde junho de 2004. Atualmente, 2.160 homens trabalham pela segurança interna do Haiti, abalada depois da queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide. Por ano, os salários desses militares consomem pouco mais de R$ 41 milhões — valores não incluídos nas cifras sobre os gastos com a missão, pois, se estivessem no Brasil, também iriam receber os soldos.
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A saída das tropas, no entanto, está longe de ser unanimidade entre especialistas. Alguns deles defendem o tratamento da questão não apenas pelo aspecto de gastos, mas também pelo fator político que a decisão pode ter no momento em que o Brasil pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Geraldo Cavagnari, integrante do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas (Unicamp), não há qualquer prejuízo em deixar os efetivos em Porto Príncipe, principalmente o Exército. "Acho que as tropas devem permanecer, pois não está implicando nenhum risco e há muitos aspectos diferentes em jogo", observa.
Fonte: Correio Braziliense
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