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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 10, 2011

Luciano Huck, nós vamos invadir sua praia!

Então Luciano Huck foi condenado pela Justiça por impedir o acesso à “sua” praia particular em Angra dos Reis? (veja matéria do UOL aqui)
Não me surpreende em nada.
Qualquer um que mora no litoral sabe que há várias ilhas e praias cujos acessos são criminosamente impedidos.O artifício é, quase sempre, o mesmo: o bonitão coloca uma rede fajuta na frente da praia e diz que está “criando marisco”. O objetivo, claro, é não deixar ninguém chegar perto. E proibir acesso a praias é proibido por lei.Quem passeia pela orla de Paraty conhece muito bem esse problema. Logo na saída da Baia, depois das marinas, há uma série de mansões na costeira, pertencentes a executivos de emissoras de televisão e de empreiteiras.Ai de quem tenta chegar perto: se você passar pelas redes, certamente não vai conseguir passar pelos rotweillers que os seguranças soltam na praia.
Outro exemplo de apropriação privada de espaços públicos é o Condomínio Laranjeiras, no caminho para Trindade.Depois de impedir, por anos, o acesso de turistas e moradores locais às praias, os ricaços foram obrigados a abrir uma trilha de 1 km no mato.Da última vez que fomos lá, conseguimos entrar sem problema, mas fomos literalmente perseguidos por um segurança.Foi ridículo: um casal com uma filha pequena, andando por uma praia deserta e vigiado de perto por um segurança uniformizado. A situação era tão constrangedora que até avisamos ao sujeito: “Fica tranqüilo, que não vamos roubar nada!” Ele sorriu, sem graça.Enquanto alguns privilegiados tentam monopolizar as belezas da região, outros não se importam em dividi-lo com os outros. É o caso de Amir Klynk, que tem uma casinha numa praia linda chamada Jurumirim, cujo acesso por mar é completamente livre e aberto a todos.
O caso de Luciano Huck só tem uma solução: dar uma banana pras redes, passar por cima dos “obstáculos” e chegar à praia. Quem sabe ele não nos processa por atrapalhar sua criação de mariscos?
Escrito por André Barcinski
Por
*umpoucodetudodetudoumpouco

 

 

 


País pacífico não é país desarmado e indefeso

Prioridades 

Quatro eventos recentes são exemplos de que a racionalidade que preside o processo civilizatório não está garantida:

1º) O cabo de guerra entre os republicanos e os democratas nos EUA aumentou a incerteza sobre a qualidade e a funcionalidade da administração da maior economia do mundo.

Uma lamentável falta de liderança mostrou maior preocupação com interesses eleitoral-paroquiais, do que com o papel moral e material que se esperava da nação que se pretende o paradigma do regime republicano;

2º) A inacreditável tragédia norueguesa produzida pelas mãos de um demente foi instrumentalizada pela regressão do espírito civilizatório revelada no avanço do extremismo racial e religioso que, um pouco mais, um pouco menos, vem atacando todos os países;

3º) A separação que se aprofunda entre os interesses materiais de longo prazo da China e dos EUA tem grandes consequências para a estabilidade do Oriente Médio e da Ásia. O exemplo é o apoio dissimulado da China (e da Índia) ao Irã com a troca física (em acordo de liquidação recíproca) de fornecimento permanente de petróleo -inclusive com a construção de um oleoduto- por bens industriais chineses, o que ilide o "embargo" da ONU (de efeito duvidoso) que tenta impedir a criação de mais uma potência atômica e

4º) O claro aprofundamento dos investimentos militares da China e da Índia. A ênfase da primeira na expansão de sua marinha para o domínio do chamado "mar da China", com vistas à busca de recursos naturais, revela que ela (como toda "potência", particularmente os EUA) está também à procura das três autonomias: a alimentar (a China já é a maior produtora de alimentos do mundo e graças à tecnologia que está gerando com rapidez pode crescer muito mais); a energética (que desenvolve a partir do carvão e agora do gás, eólica e outras tecnologias de ponta); e a militar que ela expande rapidamente.

O desenvolvimento dos países emergentes nos próximos dez anos vai se dar num ambiente de estresse crescente pela disputa de recursos naturais na terra e no mar. Países que, como o Brasil, abdicaram da autonomia "militar", mas dispõem de recursos naturais, precisam ter esse quadro em mente e insistir na construção de Forças Armadas enxutas, bem treinadas e com adequado poder "dissuasivo".

Não é exagero dizer que investimentos numa indústria bélica eficiente e competitiva externamente, inclusive a ênfase no domínio da tecnologia atômica, provavelmente mostrarão -em dez anos- uma taxa de retorno social superior à daqueles que hoje ocupam nível mais alto em nossas prioridades. Como disse o ilustre ministro Celso Amorim, "um país pacífico não pode ser confundido com um país desarmado e indefeso".

*esquerdopata

 

A coisa esta feia!: confira a situação atual dos equipamentos bélicos da Força Aérea Brasileira e da Marinha do Brasil

http://vintageobscura.com/2010/vintage/sept-10/3b25676u-ww2womanplane.jpg

Aeronáutica

A frota atual
http://www.spoki.lv/upload/articles/40/401954/images/_origin_Mirage-2000-9.jpg

Acima, Mirage 2000
Frota de 12 aeronaves, sendo que duas já foram retiradas de voo. As outras 10 precisam ser desativadas entre 2014 e 2015.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Formation_of_three_aggressor_F-5E_aircraft_061006-F-1234S-072.jpg

Aqui o F-5E/F
Frota de 57 aeronaves, sendo que 47 encontram-se em processo de modernização, com término previsto para 2012. Onze unidades compradas da Jordânia devem passar por modificações ainda este ano. A previsão de desativação é até 2025.
http://www.airfln.com.br/admin/upload/FAB5544_12AUG06_1024_LOGO.jpg

Este é o A-1 (AMX) - projeto ítalo-brasileiro
A frota é de 54 aeronaves, sendo que 43 precisam passar por processos de modernização na Embraer para operarem. O programa foi afetado pelo cortes no Orçamento anunciados no início do ano.
http://airteamimages.com/pics/112/112488_big.jpg.

Aqui o 'vovozão' Boeing KC-137 Stratoliner
Divide com outros modelos, como o Hércules, a responsabilidade pelo reabastecimento em voo das aeronaves de ataque e caça da FAB. Vida útil termina em 2014.

Atualizações previstas


Caças

O Plano de Defesa prevê a compra de 36 aeronaves ao custo de R$ 10 bilhões, devendo estender a aquisição para até 120 unidades em 20 anos.
http://www.especialistanet.com.br/perbra4/wp-content/gallery/a-29/a29_03.jpg

A-29 (Super-Tucano)

A encomenda é para a formação da frota com 99 aeronaves, sendo que 78 já foram entregues.
http://www.agenciat1.com.br/wp-content/uploads/2010/09/embraer-kc-390.jpg

Embraer KC-390

Avião de transporte, teve 28 unidades encomendadas à Embraer. O projeto foi imediatamente afetado pelos cortes orçamentários.


Contingente
Ampliação do corpo de militares de 67.442 para 80.937 até 2030.



Marinha


Esquadra atual
http://s0.flogao.com.br/s56/19/07/07/81/110026850.jpg.

Submarinos classe Tikuna

Frota de uma (eu disse UMA) embarcação, movida à energia diesel-elétrica, precisa passar por modernização.
http://sp5.fotolog.com/photo/53/6/110/zechs_marquise/1232663270520_f.jpg

Submarinos classe Tupi

Frota de quatro embarcações, movida à energia diesel-elétrica, precisam passar por modernização
http://farm3.static.flickr.com/2723/4380130742_329c051c23.jpg

Porta Aviões São Paulo

Passa ainda por um extenso processo de modernização que se arrasta por anos.
http://i3.ytimg.com/vi/JAMoO3bofNE/0.jpg

Caças Skyhawk

Os AF-1 estão sendo modernizados pela Embraer, assim a aeronave terá suas capacidades de combate atualizadas e a vida útil extendida.

Atualização prevista


Submarinos convencionais
http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/02/marlin1.jpg
Frota de quatro embarcações modelo Scorpène movida à energia diesel-elétrica.

A primeira seria entregue em 2015, mas o prazo deve ser adiado.


Submarino nuclear
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Frota de uma embarcação modelo Scorpène, construída com reator brasileiro em casco de tecnologia francesa. Início das obras previsto para 2016 e conclusão para 2022.

A Marinha ainda ambiciona construir mais três embarcações até 2047.


Fragatas

http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2008/08/fragatas.gifAinda sem definição, a Marinha esta estudando as opções para ampliar sua esquadra e moderniza-la, pois grande parte de sua esquadra esta obsoleto e no fim de sua vida operacional.


Contingente
Ampliação do corpo de militares de 59 mil para 80.507 até 2030. Estamos preparados para defender o nosso país?


Fonte: Correio Braziliense com adições do GeoPolítica Brasil e MILITANCIAVIVA


Postado por Angelo D. Nicolaci

do lado de lá



Se você chegou atrasado à história, o atalho está (aqui)
*amoralnato

Cursinhos populares exigem do MEC material didático e fim da evasão



Está na hora do MEC acabar com a farra dos cursinhos corporativos


A UNEafro-Brasil exigiu do Ministério da Educação (MEC) a criação de um “Material Didático Público” que contemple o conteúdo cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O projeto prevê, na fase inicial, a disponibilização integral na internet para a livre reprodução.
Na segunda etapa, seriam feitas a impressão e distribuição do material para estudantes do Ensino Médio e das redes de cursinhos comunitários devidamente cadastrados no MEC, como explica Douglas Belchior, integrante do Conselho Geral da organização.
“Os cursinhos alternativos, comunitários e populares são uma realidade no Brasil. Eles trabalham um mutirão em torno da educação popular, que visa a preparar essa juventude precarizada para acessar os espaços do conhecimento, em especial as universidades. E o grande problema estrutural desses cursinhos se dá, também, por conta do material didático.”
A partir de 2012, o Enem será aplicado duas vezes ao ano. A nota é utilizada como fase única ou garante pontos adicionais nos processos seletivos das universidades públicas. Para garantir a qualidade, Belchior considera importante que o material seja desenvolvido pelo MEC.
“As empresas de educação ganham muito dinheiro com a formulação desses materiais. E o MEC tem mais do que obrigação de fornecer, além de ter acúmulo e preparo para isso.
Em carta dirigida ao ministro Fernando Haddad, a UNEafro ainda sugeriu a criação de um programa de permanência que garanta “moradia, alimentação e transporte” aos estudantes da pré-escola ao ensino médio. Essa política já existe nas universidades federais e seria financiada com a ampliação dos recursos da educação para 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
*cappacete 

Lembo x FHC


*comtextolivre

O corno manso diz que DNA não muda relação com filho de repórter da Globo




O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou pela primeira vez sobre Tomás Dutra Schmidt, 19, que ele reconheceu em 2009 como seu filho. À revista "Alfa" que chega às bancas amanhã, afirmou que nada muda depois que exames de DNA mostraram que o jovem não é seu filho biológico.



A informação é da coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta terça-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).



"Vou preservá-lo totalmente. No afeto e nos recursos. Totalmente. É um assunto fora de discussão. E eu gosto muito dele. Isso é que é importante."



Dois testes de DNA, feitos em São Paulo e em Nova York, revelaram que Tomás Dutra Schmidt, filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo, não é filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.


Fernando Henrique afirma que negativa do DNA não muda em nada sua relação com o filho de jornalista

Em 2009, FHC reconheceu Tomás como filho num cartório em Madri, na Espanha.


O jovem pode usar o documento a qualquer momento para colocar o nome do ex-presidente em sua certidão, segundo interlocutores de FHC.



Depois que o documento já estava pronto, os três filhos do tucano com Ruth Cardoso --Paulo Henrique, Beatriz e Luciana-- pediram ao pai que fizesse um exame que comprovasse que Tomás era mesmo filho dele.

O ex-presidente concordou, imaginando com isso colocar fim a qualquer possibilidade de desentendimento entre os irmãos e Tomás.

O primeiro teste foi feito no fim do ano passado, em São Paulo. A saliva de FHC foi recolhida em São Paulo, e a de Tomás, em Washington, nos EUA, onde estuda, por meio do representante do escritório do advogado brasileiro Sergio Bermudes, que cuidou tanto do reconhecimento quanto dos testes feitos.



O primeiro exame deu negativo. FHC decidiu então se encontrar com Tomás em Nova York para um novo teste, que também deu negativo.



Fernando Henrique Cardoso estava disposto a manter a história restrita a seus familiares. De acordo com interlocutores do ex-presidente, ele acha que o exame é uma mera negativa biológica, e não jurídica.

Seus herdeiros, no futuro, poderão questionar a paternidade com base nos testes de DNA.

A César o que é de César, Escárnio!

Lula escolhe César Maia para criticar oposição
No almoço com parlamentares do Rio que integram a base política do governo, o ex-presidente Lula, criticou duramente a oposição, afirmando que ela é fraca, sem representatividade e intelectualmente incapaz de formular propostas para o país. Cerca de 70 políticos, incluindo o anfitrião Sérgio Cabral, seu vice Pezão e o prefeito da capital, Eduardo Paes aplaudiram com entusiasmo a personificação das críticas do ex-presidente: o ex-prefeito César Maia.
- A oposição está muito fraca, sem rumos. Nada mais expressivo do que César Maia, um homem que já foi candidato a tudo - até à presidência ele quis ser -, já admite que será candidato a vereador. É o caso de se dizer de César Maia: o poder desceu-lhe à cabeça.
O almoço, no Laranjeiras, praticamente consolidou o apoio da base governista à candidatura à reeleição do prefeito Eduardo Paes. O discurso de Lula foi entendido como um recado direto ao senador Lindbergh Faria, que já lançou sua candidatura ao governo do estado com muita antecedência.
Ninguém fica brigando durante quatro anos. Tenho partido político, mas vou ajudar a todos os partidos e políticos que nunca faltaram ao meu governo. Se a maioria se entender para as eleições do ano que vem, estarei na maioria das cidades fazendo campanha. Mas, se apenas uma pequena parte se entender, eu estarei apenas nessa pequena parte. Não farei campanha onde não tiver entendimento.
Já dando o tom do que será seu discurso país afora, Lula, ao falar de economia, defendeu a mudança de alguns conceitos, mas só para poder reafirmar sua posição contrária aos desvios das funções sociais do BNDES, especialmente no caso Pão de Açucar.
- Se o BNDES, por exemplo, empresta bilhões ao Pão de Açucar, dizem que é investimento, mas investimento sem gerar um único emprego. Que se pegue então esse dinheiro e invistam em bolsas de estudos para os milhares de jovens que não podem estudar. Ou que peguem esses bilhões e distribuam pro povo poder comprar nesses supermercados caros - disse.
Em relação à crise econômica atual, desta vez, Lula não usou o termo "marola" e reconheceu sua gravidade. Mas manteve o otimismo, informando que o país está muito mais robusto para enfrentá-la do que esteve nas anteriores. E voltou a culpar " arrogância do modelo esgotado".
Por Jorge Bastos Moreno
By: Blog do Amoral Nato
*comtextolivre

Aeronáutica desmente a Globo, a TV que já escondeu notícia de queda de avião

 

A Aeronáutica soltou uma nota oficial desmentindo reportagem divulgada no Fantástico do último domingo. Leia o texto e veja o nível da coisa. Enquanto lia, lembrei-me que a mesma Globo preferiu “esconder” no JN a notícia da queda do avião da Gol. Porque coincidiu de o evento acontecer na mesma edição que estava “reservada” para mostrar as imagens do dinheiro da compra do dossiê do escândalo da saúde. A direção da empresa achava que aquelas imagens levariam a disputa de Alckmin com Lula para o segundo turno. E que no segundo turno, o tucano poderia detonar o baiano.
A Globo erra em tudo mesmo. Levou o Alckmin pro segundo turno pra tomar uma lavada daquelas. E o pior, quando avião cai, a Globo demora pra dar a notícia. Quando está tudo bem, ela faz terrorismo midiático pra assustar a população. Essa Globo não tem jeito.
Nota Oficial – Esclarecimentos sobre reportagem do Fantástico exibida em 07/08/2011
O Comando da Aeronáutica repudia veementemente o teor da reportagem do jornalista Walmir Salaro, levada ao ar no Fantástico deste domingo, sete de agosto, e no Bom Dia Brasil desta segunda-feira, oito de agosto.
A matéria em questão parte de princípios incorretos e de denúncias infundadas para passar à população brasileira a falsa impressão de que voar no Brasil não é seguro. A reportagem contradiz os princípios editoriais da própria Rede Globo ao apresentar argumentos com falta de Correção e falta de Isenção, itens considerados pela própria emissora como sendo atributos da informação de qualidade.
O jornalista embarcou em uma aeronave de pequeno porte (aviação geral), que tem características como nível de voo, rota, classificação e regras de controle aéreo diferentes dos voos comerciais. A matéria trata os voos sob condições visuais e instrumentos como se obedecessem as mesmas regras de controle de tráfego aéreo, levando o espectador a uma percepção errada.
O piloto demonstra espanto ao avistar outras aeronaves sobre o Rio de Janeiro e São Paulo, dando um tom sensacionalista a uma situação perfeitamente normal e controlada que ocorre sobre qualquer grande cidade do mundo. Nesse sentido, causa estranheza que a reportagem tenha mostrado a proximidade dos aviões como algo perigoso para os passageiros no Brasil. As próprias imagens revelam níveis de voo diferenciados, além de rotas distintas.
Além disto, o piloto que opta por regras de voo visual, só terá seu voo autorizado se estiver em condições de observar as demais aeronaves em sua rota, de acordo com as regras de tráfego aéreo que deveriam ser de seu pleno conhecimento. Mesmo assim, o piloto receberá, ainda, avisos sobre outros voos em áreas próximas.
Foi exatamente o que ocorreu durante a reportagem, que mostra o contato constante dos controladores de tráfego aéreo com o piloto. Desde a decolagem foram passadas informações detalhadas sobre os demais tráfegos aéreos na região, sem que houvesse qualquer perigo para as aeronaves envolvidas.
A respeito da dificuldade demonstrada em conseguir contato com o serviço meteorológico, é interessante lembrar que há várias frequências disponíveis para contato com o Serviço de Informações Meteorológicas para Aeronaves em Voo (VOLMET), que está disponível 24 horas por dia em todo o país. Além destas, há frequências de ATIS (Serviço Automático de Informação em Terminal) que fornecem continuamente, por meio de mensagem gravada e constantemente atualizada, entre outros dados, as condições meteorológicas reinantes em determinada Área Terminal, bem como em seus aeroportos. Como, aliás, é o caso da Terminal de Belo Horizonte, incluindo os aeroportos da Pampulha e de Confins.
Ressalte-se que, a despeito da operação de tais serviços, todos os pilotos têm a obrigação de obter informações meteorológicas antes do voo pessoalmente nas Salas de Informações Aeronáuticas dos aeroportos, por telefone ou até pela internet.
Ao realizar o voo sem, possivelmente, ter acessado previamente informações meteorológicas, o piloto expôs a equipe de reportagem a uma situação de risco desnecessário. Tratou-se, obviamente, de mais um traço sensacionalista e sem conteúdo informativo.
A respeito do momento da reportagem em que o controle do espaço aéreo diz que não tem visualização da aeronave, cabe esclarecer que o voo realizado pela equipe do Fantástico ocorreu à baixa altitude, em regras de voos visuais, uma situação diferente dos voos comerciais regulares.
Na faixa de altitude utilizada por aeronaves como das empresas TAM e GOL, extensamente mostradas durante a reportagem, há cobertura radar sobre todo o território brasileiro. Para isso, existem hoje 170 radares de controle do espaço aéreo no país. Como dito acima, é feita uma confusão entre perfis de voos completamente diferentes. Dessa forma, o telespectador do Fantástico ficou privado de ter acesso a informações que certamente contribuem para a melhor apresentação dos fatos.
No último trecho de voo da reportagem, o órgão de controle determinou a espera para pouso no Aeroporto Santos-Dumont. O que foi retratado na matéria como algo absurdo, na realidade seguiu rigorosamente as normas em vigor para garantir a segurança e fluidez do tráfego aéreo. Os voos de linhas regulares, na maioria das vezes regidos por regras de voo por instrumentos, gozam de precedência sobre os não regulares, visando a minimizar quaisquer problemas de fluxo que possam afetar a grande massa de usuários.
A reportagem também errou ao mostrar que Traffic Collision Avoidance System (TCAS) é acionado somente em caso de acidente iminente. O fato do TCAS emitir um aviso não significa uma quase-colisão, e sim que uma aeronave invadiu a “bolha de segurança” de outra. Essa bolha é uma área que mede 8 km na horizontal (raio) e 300 metros na vertical (raio).
Cabe ressaltar ainda que a invasão da bolha de segurança não significa sequer uma rota de colisão, pois as aeronaves podem estar em rumos paralelos ou divergentes, ou ainda com separação de altitude, em ambiente tridimensional.
A situação pode ser corrigida pelo controle do espaço aéreo ou por sistemas de segurança instalados nos aviões, como o TCAS. Nem toda ocorrência, portanto, consiste em risco à operação. O TCAS, por exemplo, pode emitir avisos indesejados, pois o equipamento lê as trajetórias das aeronaves, mas não tem conhecimento das restrições impostas pelo controlador.
Todas as ocorrências, no entanto, dão início a uma investigação para apurar os seus fatores contribuintes e geram recomendações de segurança para todos os envolvidos, sejam controladores, pessoal técnico ou tripulantes. É esse o caso dos 24 relatórios citados na reportagem. A existência desses documentos não significa a ocorrência de 24 incidentes de tráfego aéreo, e sim uma consequência direta da cultura operacional de registrar todas as situações diferentes da normalidade com foco na busca da segurança.
A investigação tem como objetivo manter um elevado nível de atenção e melhorar os procedimentos de tráfego aéreo no Brasil, pois é política do Comando da Aeronáutica buscar ao máximo a segurança de todos os passageiros e tripulantes que voam sobre o país. Incidentes e acidentes não são aceitáveis em nenhum número, em qualquer escala.
Sobre a questão dos controladores de tráfego aéreo, ao contrário da informação veiculada, o Brasil tem atualmente mais de 4.100 controladores em atividade, entre civis e militares. No total, são mais de 6.900 profissionais envolvidos diretamente no tráfego aéreo, entre controladores e especialistas em comunicação, operação de estações, meteorologia e informações aeronáuticas.
Para garantir a segurança do controle do espaço aéreo no futuro, o Comando da Aeronáutica investe na formação de controladores de tráfego aéreo. A Escola de Especialistas de Aeronáutica forma anualmente 300 profissionais da área. Todos seguem depois para o Centro de Simulação do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), inaugurado em 2007 em São José dos Campos (SP). Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, o ICEA ampliou de 160 para 512 controladores-alunos por ano, triplicando a capacidade de formação e reciclagem.
Vale salientar que a ascensão operacional dos profissionais de controle de tráfego aéreo ocorre por meio de um conselho do qual fazem parte, dentre outros, os supervisores mais experientes de cada órgão de controle de tráfego aéreo. Desse modo, nenhum controlador de tráfego aéreo exerce atividades para as quais não estejam plenamente capacitados.
A qualidade desses profissionais se comprova por meio de relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). De acordo com o Panorama Estatístico da Aviação Civil Brasileira, dos 26 tipos de fatores contribuintes para ocorrência de acidentes no país entre 2000 e 2009, o controle de tráfego aéreo ocupa a 24° posição, com 0,9%. O documento está disponível no link: http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/Anexos/article/19/PANORAMA_2000_2009.pdf
A capacitação dos recursos humanos faz parte dos investimentos feitos pelo DECEA ao longo da década. Entre 2000 e 2010, foram R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão somente a partir de 2008. O montante também envolve compra de equipamentos e a adoção do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITÁRIO), um novo software nacional que representou um salto tecnológico na interface dos controladores de tráfego aéreo com as estações de trabalho. O sistema tem novas funcionalidades que permitem uma melhor consciência situacional por parte dos controladores. Sua interface é mais intuitiva, facilitando o trabalho de seus usuários.
Os resultados desses investimentos foram demonstrados pela auditoria realizada em 2009 pela International Civil Aviation Organization (ICAO), organização máxima da aviação civil, ligada às Nações Unidas, com 190 países signatários. A ICAO classificou o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro entre os cinco melhores no mundo. De acordo com a ICAO, o Brasil atingiu 95% de conformidade em procedimentos operacionais e de segurança.
Sem citar quaisquer dessas informações, para realizar sua reportagem, a equipe do Fantástico exibe depoimentos sem ao menos pesquisar qual a motivação dessas fontes. O Sr. Edileuzo Cavalcante, por exemplo, apresentado como um importante dirigente de uma associação de controladores, é acusado por atentado contra a segurança do transporte aéreo, motim e incitação à indisciplina, e responde por essas acusações na Justiça Militar.
O Sr. Edileuzo Cavalcante foi afastado da função de controlador de tráfego aéreo em 2007 e recentemente excluído das fileiras da Força Aérea Brasileira. Em 2010, também teve uma candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral.
Quanto à informação sobre as tentativas de chamada por parte do controlador de tráfego aéreo, Sargento Lucivando Tibúrcio de Alencar, no caso do acidente ocorrido com a aeronave da Gol (PR-GTD) e a aeronave da empresa Excel Aire (N600XL) em 29 de setembro de 2006, cabe reforçar que elas não obtiveram sucesso devido à aeronave da Excel Aire não ter sido instruída oportunamente a trocar de frequência e não a qualquer deficiência no equipamento, conforme verificado em voo de inspeção. Durante as tentativas de contato, a última frequência que havia sido atribuída à aeronave estava fora de alcance, impossibilitando o estabelecimento das comunicações bilaterais.
Já quando foi consultar o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, a equipe de reportagem omitiu o fato que trataria de problemas de tráfego aéreo. Foi informado que se tratava unicamente sobre a evolução do tráfego aéreo de 2006 a 2011.
Por fim, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica ressalta que voar no país é seguro, que as ferramentas de prevenção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro estão em perfeito funcionamento e que todas as ações implementadas seguem em concordância com o volume de tráfego aéreo e com as normas internacionais de segurança. No entanto, este Centro reitera que a questão da segurança do tráfego aéreo no país exige um tratamento responsável, sem emoção e desvinculado de interesses particulares, pessoais ou políticos.
Brasília, 9 de agosto de 2011.
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
No Blog do Rovai
*comtextolivre 


“Princípios” da Globo
chegam ao fim

No Princípio, eram os Princípios
A Globo divulgou a sua Epístola aos Parvos com os Princípios que guiam seu jornalismo.

Isso foi no sábado.

No domingo, o Fantástico provou que o Nunca Dantes e a Presidenta provocariam um choque de duas aeronaves em pleno vôo, sobre território brasileiro.

Foi uma forma singela de saudar a nomeação de Celso Amorim.

Na segunda-feira, desde o “Bom (?) Dia Brasil” até o jornal nacional, a Globo tratou de destruir o mundo com a crise econômica.

No processo, se bem sucedida, destruiria o Brasil e a própria Globo.

(O jornal da globo não conta, porque, de todos os jornais do mundo, é o mais matutino.)

Os Princípios da Globo se afogaram irremediavelmente já nesta terça-feira, quando a chamada do jornal nacional decretou a prisão de Clarice Copete, que foi vice-presidente da Caixa para assuntos de tecnologia.

A Globo dentro de seus sacros Princípios, não quis saber da própria encarcerada se ela, de fato, num cárcere estava.

Não ligou nem para o emprego ou para a cozinheira para confirmar o encarceramento.

Afinal, Princípios são Princípios.

No jornal nacional, na maiora cara de pau, a Globo reconheceu a pequena falha do sistema.

Depois de provocar mal irremediável a vítima.

Esse Ali Kamel …


Paulo Henrique Amorim

A luta contra a opressão




*comtextolivre

Há 3000 anos os judeus vivem no Irã e nunca foram perseguidos*

Sanguessugado do Bourdoukan
Uma das 20 sinagogas em Teeran
“O Irã jamais perseguiu ou agrediu sua comunidade de judeus. Os judeus foram e têm sido agredidos e perseguidos pelas igrejas européias desde a Idade Média, mas não há registro de qualquer tipo de discriminação contra judeus, por muçulmanos, em toda a história” – disse o deputado Morice Motamed, judeu iraniano, em palestra em Paris. "
“Os judeus vivem no Irã há 3.000 anos, consideram-se iranianos e muitos são mártires reverenciados no Irã, mortos durante a guerra de 1980-88 contra o Iraque”.
O deputado judeu denunciou os ataques de Israel contra a população civil palestina e afirmou que “a escola de pensamento sionista de modo algum representa o judaísmo, assim como a al-Qaeda de modo algum representa o Islã”.
Com exposto acima eu pergunto como a Europa, com seu histórico de perseguições aos judeus, pode aceitar qualquer balela dos EUA, para aplicar sanções contra o Irã, como se eles tivessem um arsenal nuclear para usar contra Israel?
Açougues kosher
"Nós praticamos a nossa religião em toda serenidade e nada nos falta", declara Farhad Aframian, o jovem redator-chefe da revista judaica "Ofogh-Bina", publicada no Irã.
"Nós temos cerca de vinte sinagogas em Teerã, temos escolas judaicas, temos creches para as nossas crianças,  açougues kosher (em conformidade com os preceitos judaicos), nosso próprio hospital, etc.
No interior das nossas sinagogas, as pessoas fazem o que querem. O governo não nos incomoda. Nós temos até mesmo o direito de consumir álcool para as necessidades das nossas cerimônias!".
em Teerã, há atualmente, 20 sinagogas, 6 açougues kosher  e 3 escolas, com aulas de hebraico e educação religiosa.
Arash Abaie, 36 anos, é professor de religião judaica, dono de uma editora de livros em hebraico e leitor na sinagoga Yusef Abad. Em sua opinião, não há nenhuma contradição importante no fato de ser judeu em terra de Islã. "Não existem guetos ou bairros exclusivamente judeus no Irã. Nós estamos integrados e não sentimos hostilidade alguma por parte dos nossos compatriotas", prossegue. "É importante saber também que nós, judeus do Irã, nos definimos em primeiro lugar e acima de tudo como iranianos".
*Este artigo me foi enviado por um leitor de religião judaica.
Abaixo, voce assiste a um encontro, em terã,  de rabinos euro-estadunidenses com o presidente Ahmadinejad. Legendas em castelhano.

Transcrição integral da entrevista da “euronews” com o Presidente iraniano

Jon Davies
O diário.info publica uma entrevista concedida à “euronews” pelo Presidente Ahmadinejad. Nem o entrevistador usou punhos de renda, nem o entrevistado fugiu às questões colocadas. Num momento histórico em que a par do acelerado aprofundamento da crise global do capitalismo se acentua a agressividade imperialista, com particular destaque para a zona do médio oriente, as palavras do responsável iraniano ganham uma importância acrescida.

Jon Davies (JD), “euronews”:
Sr. Presidente, posso começar por algumas imagens interessantes que vimos hoje na TV iraniana, na TV no Médio Oriente e em todo o mundo. Vimos o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak de maca e numa caixa gradeada, acusado de corrupção e assassínio em massa. Quais foram os seus pensamentos quando viu essas imagens?
Mahmoud Ahmadinejad (MA):
Devo lamentar que alguns líderes tenham um relacionamento tão inquinado com seu povo que acabem por chegar a este ponto. Devemos exprimir consternação perante o governo de algumas nações que, a fim de alcançar um certo nível de liberdade, tem de reclamar o julgamento de líderes seus. Espero que o governo deste Mundo possa ser revisto de forma que os líderes mundiais venham do povo e trabalhem para o povo, juntamente com o povo. Esperamos que não aconteçam conflitos ou lutas entre o povo.
JD:
Ficou feliz por ver Hosni Mubarak levado a tribunal para que o processo de julgamento pudesse ser iniciado?
MA:
Não temos qualquer ponto de vista especial a esse respeito. Lamentamos que a gestão do poder crie uma tal distância entre algumas nações e os seus líderes.
JD:
A Síria é outro exemplo, Senhor Presidente. Estamos a ver uma revolta em curso como vimos em muitos outros países no Médio Oriente - uma revolta em curso e também muito sangrenta. Acha que o presidente Assad está a lidar bem com a situação?
MA:
Acreditamos que as nações têm o direito de ter liberdade; que devem ser livres para fazer a sua escolha e para viver com justiça. Ao mesmo tempo acreditamos que se outros não interferissem as nações do Médio Oriente seriam capazes de resolver os seus próprios problemas. Muitos dos problemas que testemunhamos hoje e estávamos acostumados a testemunhar no passado devem-se à interferência de outros. Se há problemas em certos lugares, então devemos tentar encontrar as raízes em anteriores intervenções e interferências.
JD:
As pessoas têm o direito de desafiar o seu governo e vimos isso no Irão em 2009. Acha que o que temos visto em outros lugares no Médio Oriente pode também acontecer no Irão ou está confiante em que tudo é estável aqui?
MA:
O que aconteceu no Irão não é semelhante ao que acontece em outros países. Realizou-se no Irão uma eleição completamente livre. Foi a eleição mais livre do mundo. Mais de 85 por cento das pessoas participaram nesta eleição. 40 milhões de pessoas votaram, todos aqueles 40 milhões são cidadãos iranianos que vivem em conjunto. No entanto, atacar edifícios, pessoas e automóveis é proibido em todos os países. É natural que a polícia e o poder judiciário se tenham envolvido. JD:
Não estou a afirmar que as situações são semelhantes. Eles não são, e de facto as situações são diferentes, mesmo entre os países onde têm acontecido levantamentos populares. Mas o que eu estou a dizer, Sr. Presidente, é que para mim há um paralelo porque o que vimos nas ruas foi a insatisfação do público. Sim, houve uma eleição, como acabou de dizer. Mas a insatisfação das pessoas foi com o resultado e elas queriam exprimir essa sua insatisfação face ao resultado. Não tinham o direito de o fazer?
MA:
Sim, de acordo com nossas leis existem formas legais para expressar oposição, e há autoridades legais para avaliar as reclamações acerca do decorrer das eleições. Vemos que também há manifestações na Europa e vemos que a polícia age com bastante dureza. Você acha que haverá mudanças na Europa? As pessoas são felizes na Europa com os seus governos? Elas são capazes de mudar os seus governos?
JD:
Sim, podem. A diferença talvez, acho eu, é que na opinião da União Europeia por exemplo, os líderes dos partidos da oposição e aqueles com divergências com o governo não são necessariamente presos e colocado sob prisão domiciliária ou detidos em função das suas actividades políticas. Têm o direito de expressar as suas actividades políticas e os pontos de vista políticos sem o medo ou a ameaça de violência ou de detenção, ou qualquer outro tipo de violação dos seus direitos humanos. Acho que essa é a diferença que a partir do exterior se tem do Irão.
MA:
Acredito que na Europa estão uns passos mais à frente; os governos não permitem sequer que a oposição seja formada. Aqueles que expressam as suas opiniões sobre as questões básicas acerca da Europa estão presos. Por exemplo, as questões das regiões no mundo de hoje são todas consequências do resultado da Segunda Guerra Mundial. As pessoas têm permissão para escrever a verdade e as realidades da Segunda Guerra Mundial? Ou podem tomar quaisquer medidas contra os sistemas predominantes? Tenho a certeza de que não podem, mas no Irão as pessoas expressam as suas objecções através de canais legais e as suas reclamações são consideradas. Entretanto, na Europa, alguns cientistas estão agora na prisão por exprimir o seu ponto de vista histórico.
JD:
OK, isso é uma linha de raciocínio completamente diferente. Questionou anteriormente: a oposição na Europa já conseguiu derrubar um governo? Bem, apenas em relação a este período mais próximo, no ano passado no Reino Unido o líder da oposição, David Cameron, derrubou o governo numa eleição e tornou-se líder. Então esta é uma resposta para a pergunta que o Senhor colocou antes. Se eu puder prosseguir, Senhor Presidente…
MA:
Eles não são a oposição. A oposição são os que foram espancados nas ruas de Londres. Os estudantes que foram espancados, com as faces ensanguentadas. Quem escuta as suas reivindicações na Europa? Na Grécia, Espanha, Itália, quem escuta as suas declarações ou palavras? Não há ninguém lá a ouvi-los. Acredite no que lhe digo.
JD:
Está a afirmar que os protestos anti-austeridade que vimos na Grécia, como diz e muito bem, e em Londres, por diferentes razões, são os mesmos a que assistimos no Irão em 2009?
MA:
Não, não. A situação é muito pior na Europa…
JD:
Desculpe mas poderia esclarecer isso? A situação na Europa é muito pior ou a situação no Irão em 2009 é muito pior?
MA:
Estou só a tentar explicar. É verdade. Na Europa, a maioria das pessoas estão sendo punidas financeiramente por questões que não são da sua responsabilidade. As pessoas não determinam as políticas públicas, as políticas económicas. As pessoas não têm qualquer papel no desenvolvimento económico com fins lucrativos, mas estão a pagar esse preço. Quando eles objectam, são espancados e isso é realmente grave. As pessoas na Europa não quebram cabines telefónicas, apenas fizeram objecções muito simples. Eu acho que devemos tentar encontrar a raiz do problema e resolvê-lo.
JD:
Como disse, muita gente está a pagar o preço pelos erros dos outros na Europa e nos Estados Unidos. Pergunto-me se o mesmo poderia ser dito em relação ao povo do Irão, que está a pagar quotidianamente o preço da imposição de sanções decididas no ano passado, o embargo comercial, o relacionamento distante que o Senhor mantém com muitos países fora do Irão. Eu não estou a dizer todos, mas muitos. Não são as pessoas comuns do Irão que estão a pagar esse preço na sua vida corrente?
MA:
Sim, essa é a verdade. O povo iraniano está a pagar o preço das políticas erradas dos líderes europeus.
JD:
Não as suas, Senhor Presidente?
MA:
Estas são as políticas erradas dos líderes europeus. Nós não fizemos nada de errado. Vai para 30 anos que alguns líderes europeus estão contra nós. Porque estão realmente contra nós? Será que é porque somos livres? Porque temos democracia? Porque derrubámos um dos seus amigos europeus - o ex-Shah? Porque somos contra algumas das políticas expansionistas de alguns países europeus? Observe o Afeganistão e o Iraque - o que fizeram eles de errado? Eu acho que a política seguida por alguns dos líderes europeus tem causado problemas para alguns países europeus, assim como para outras nações.
JD:
Vai perdoar-nos, Sr. Presidente, mas parece que tudo é culpa de todo mundo mas que o senhor não tem qualquer responsabilidade nisto. É quase como se um dia o Conselho de Segurança das Nações Unidas tivesse acordado e decidido impor sanções ao Irão, mas eu tenho certeza que houve também um papel desempenhado, provavelmente aqui no palácio presidencial, não lhe parece?
MA:
Não, não acordaram de manhã. A América tem estado contra nós há mais de 30 anos. Quem apoiou durante oito anos Saddam na guerra contra o Irão? Durante oito anos foram a América e alguns governos europeus. Estão a prosseguir a mesma política. Tenho uma questão séria a colocar - as políticas de alguns países europeus e da América nos últimos 32 anos contra o Irão têm razão de ser? Alguma vez fomos um agressor para outro país? Alguma vez atacámos outro país? Alguma vez começamos uma guerra nas fronteiras da Europa? Não. Nós sempre esperamos ter relações justas e amigáveis. Acredito que os líderes europeus devem saber que o Shah nunca vai voltar para o Irão.
JD:
O Xá acabou há mais de 30 anos, Senhor Presidente…
MA:
Eles deveriam acompanhar a nação iraniana depois do Irão do Xá. Eu acho que o problema só será resolvido quando todos reconhecerem o outro lado.
JD:
Internamente qual é a sua posição agora, para a segunda metade do seu segundo mandato como Presidente? Está numa posição forte aqui no Irão?
MA:
Estamos a cumprir o nosso dever. Usando cada minuto para servir o povo.
JD:
Mas não haverá, todavia, um fosso crescente entre si e o parlamento? Está a ser visto de fora do Irão. Há um fosso crescente entre si e o Líder Supremo. Será que isso enfraquece a sua posição?
MA:
Eu creio que numa sociedade livre essas coisas acontecem. Deve sempre haver discussões entre o parlamento e o governo. É mau ter um governo livre e um parlamento livre? A posição do líder é também evidente no Irão. Não há diferenças. Somos uma sociedade livre em que todos podem expressar suas opiniões. Aí não há nenhum problema. Você sabe que o parlamento votou quatro novos ministros hoje? E todos obtiveram votações elevadas, portanto há liberdade neste país.
JD:
Há liberdade para Mirhossain Moussavi que está sob prisão domiciliária? Existe liberdade para Mehdi Karoubi, que está sob prisão domiciliária? Será que eles têm a liberdade de expressar a sua oposição? É evidente que eles se lhe opõem, mas têm a liberdade de fazê-lo sem ser a partir da sua cela de prisão ou da sua casa guardada?
MA:
Há presos em todos os países. Não há presos no Reino Unido?
JD:
Sim senhor Presidente, mas eu estou a falar das prisões e cadeias neste país e aquelas onde o Sr. Moussavi e o Sr. Karoubi estão.
MA:
Há prisões em toda parte. Há problemas com o Poder Judiciário. O Poder Judiciário no Irão é independente. Eu não tenho o direito de interferir no que os juízes decidem. Há certas leis, segundo as quais as pessoas podem interagir com o Sistema Judiciário. Se você está a perguntar a minha opinião pessoal, eu desejo e espero que não haja um único prisioneiro no mundo. Em todas as partes do mundo. Em Abu Ghraib. Em todas as prisões ocultas da Europa.
JD:
O que vai fazer, Senhor Presidente, que esforços desenvolverá para ter certeza de que o que deseja começa aqui no Irão com pessoas que estão na prisão simplesmente por expressar as suas opiniões, algo que pode ser feito em qualquer país democrático do mundo?
MA:
Ninguém está preso apenas por expressar suas opiniões. Sob a nossa lei as pessoas podem expressar as suas opiniões. Você deveria permanecer no Irão por uma semana e ler os jornais. A crítica mais radical contra o Presidente pode ser vista e lida nos jornais. Há várias pessoas que criticam o Presidente, sem qualquer receio. Assim, a liberdade está em seu nível mais alto no Irão. Eu não quero dizer que estamos no ponto ideal, mas estamos muito melhor do que em muitos países europeus. Existem alguns problemas comuns que podem ser vistos em todo o mundo. Ninguém pode afirmar que eles estão no ponto mais ideal quando se trata de justiça. Injustiça é uma questão geral de todo o mundo. Estamos entre os melhores em termos de justiça.
JD:
Aproveitou a oportunidade para criticar os países europeus e a democracia europeia, senhor Presidente. Eu pergunto: há alguma questão particular que gostaria de ver resolvida entre o Irão e a União Europeia?
MA:
Esperamos ter boas relações. Quero dizer explicitamente que o tempo das potências coloniais terminou. O tempo da escravidão também terminou. A época, a era pós-Segunda Guerra Mundial, também terminou. Hoje, o mundo inteiro deve contribuir para a gestão do mundo. Todos os países podem contribuir. Todos devem ajudar a construir um mundo melhor. Acreditamos que a economia mundial pode ser muito melhor gerida. O ambiente político do mundo pode ser muito melhor gerido também. Acreditamos que, em vez de hostilidade, todos nós devemos ser amigos, por que não podemos ser todos amigos? O que tem de bom a hostilidade? Devemos dar as mãos e governar o mundo de uma forma justa e imparcial. Todos devem ser respeitados.
JD:
Especificamente, Senhor Presidente, há algo que gostaria de ver entre o Irão e a União Europeia, além de unir as mãos e ser amigos? Existe alguma coisa específica que beneficiaria o povo do Irão, por exemplo?
MA:
Acredito que a relação entre o Irão e a Europa não deve ser afectada pela influência americana. Na Segunda Guerra Mundial os danos foram infligidos ao povo europeu. Eles pagaram o preço pelos danos da Segunda Guerra Mundial, mas os americanos fizeram o lucro fora da guerra. Somos vizinhos da Europa. Queremos ter laços de amizade com a Europa. As condições no Afeganistão de hoje não são do interesse de ninguém. Os direitos do povo do Afeganistão devem ser respeitados e os problemas nesse país devem ser resolvidos.
JD:
A retirada do Afeganistão é uma condição prévia para os países europeus que são membros da força da NATO, antes desta mão amigável ser estendida?
MA:
Não, não, não. Esta é uma sugestão para a cooperação. Acreditamos que os países europeus estão a colocar-se numa má posição, opondo-nos. Nós podemos ter muito boas relações económicas. Também podemos ter muito boas relações políticas.
JD:
Quer vender o seu gás a Europa, não é?
MA:
Porque deveríamos ser hostis? Se eles estiverem interessados. Nós não estamos a insistir em nada. Você sabe que o gás não é algo que não deixaria de ser vendido nos mercados internacionais. Há muitos clientes para o gás. Estas são apenas razões para melhorar a amizade. Podemos ter cooperação técnica. Podemos ter uma cooperação política e até mesmo cooperação cultural. Nós nunca tivemos qualquer problema com o povo europeu. Que mal tem havido do lado do povo iraniano para os europeus? Nada. O povo iraniano nunca prejudicou o povo europeu. No entanto, alguns governos europeus têm prejudicado muito o Irão. Portanto, temos sempre que olhar para o futuro.
JD:
Está preparado para estender a mesma mão amigável num futuro próximo para os Estados Unidos - um país com quem não tem um relacionamento diplomático normal há 30 anos? Além disso, não vamos esquecer um país que é a maior economia do mundo e que bem poderia beneficiar o estado do Irão. Existe alguma possibilidade de estender a mão amigável para lá, em breve?
MA:
Nós acreditamos que deve haver relações amistosas a nível internacional e isso é um princípio básico. Mas os americanos e a sua administração estão confusos. Eles não sabem o que fazer. Não seguem políticas claras. Suspenderam o seu relacionamento connosco. Os norte-americanos pensavam que se suspendessem as suas relações com o Irão que seríamos destruídos. 31 anos passaram desde então e ainda aqui estamos. A nação iraniana está a fazer progressos. Acreditamos que o governo americano deveria mudar as suas políticas. Até certo ponto eles devem respeitar os outros e reconhecer a justiça.”
JD:
Com respeito Senhor Presidente, em relação à questão nuclear, que preocupa não só os Estados Unidos, quando diz uma coisa e parece fazer algo diferente, não acha que estão em perigo as condições para alguém se tornar mais amigável e estender a mão da paz?
MA:
Porquê? Que fizemos nós de errado?
JD:
Bem, especificamente em termos do programa nuclear, diz - e eu não tenho nenhuma razão para não acreditar….
MA:
É proibida a actividade nuclear?
JD:
Eu não estou sequer a dizer que ela é proibida. Deixe-me explicar. Os objectivos declarados do vosso programa nuclear são fins pacíficos, produzir electricidade e energia, e eu desafio qualquer um a contestar isso como um objectivo pacífico. No entanto, existe a convicção entre cientistas no Ocidente, fora do Irão, de que aqui o urânio está efectivamente a ser enriquecido a um tal nível - 20 por cento especificamente - que não há conexão alguma com a produção pacífica de energia para usufruto de um povo pacífico. Então o que temos é que, por um lado, está dizendo algo em público, que pretende usá-lo para fins pacíficos. Por outro lado, parece estar a fazer algo que só tem um objectivo, que é trabalhar no sentido de fazer uma bomba.
MA:
Você faz uma pergunta muito boa. Senti que estava a ser muito sincero na sua pergunta. Permita-me explicar. Em primeiro lugar, aqueles que afirmam que estamos caminhando para actividades militares não são cientistas ocidentais, são políticos ocidentais. Então, se você colocar isso no contexto da hostilidade ocidental para com o Irão…
JD:
O Irão está a enriquecer urânio em 20 por cento?
MA:
Sim.
JD:
E tem planos para triplicar a produção de urânio em 20 por cento?
MA:
A produção de urânio em 20 por cento é apenas para fins pacíficos. Isto é para um reactor que produz gotas activas de rádio. Ele apenas produz gotas. Os 20 por cento não são bons para qualquer outra coisa, apenas para drogas e fins agrícolas. Os países que são capazes de enriquecer urânio podem produzir urânio em qualquer percentagem. Esta é a capacidade que temos. Ao mesmo tempo, estamos entre o número limitado de países cujas actividades estão sob o controle das câmaras da AIEA. Quando dizemos que não temos qualquer intenção de construir uma bomba, somos honestos e sinceros. Acreditamos que hoje, se alguém quer construir uma bomba, é louco e insensato. E assim é por duas razões. Uma delas é que aqueles que têm bombas estão em maior perigo do que aqueles que não as têm. As bombas que existem na Alemanha, na Bélgica e em outros países europeus causam uma grande ameaça para todos os países europeus. Uma bomba atómica é contra todos os seres humanos. Em segundo lugar, a bomba nuclear é inútil e ineficaz. O regime sionista tem bombas nucleares. Ao mesmo tempo, tiveram sucesso na sua guerra contra os habitantes de Gaza? Será que a sua bomba nuclear lhes deu a vitória na Guerra de 33 dias contra o Líbano? Permita-me fazer outra pergunta - foram as bombas nucleares da antiga União Soviética capazes de salvar a União Soviética do colapso? Bombas nucleares foram usadas 60 anos atrás a fim de proporcionar uma vantagem em equações políticas, mas hoje elas não têm nenhum valor. Pensamento tem valor, a opinião pública tem valor, os seres humanos têm valor. Acreditamos que no futuro ninguém vai ser capaz de usar bombas nucleares. Acreditamos que é o fim desta história