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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 31, 2011

"Israel deve decidir se quer ser uma democracia ou Estado de apartheid"

Via PCB
imagemCrédito: www.deia.com
Entrevista com Ilan Pappé – Historiador israelense

Filho de dois judeus alemães que fugiram da perseguição nazista nos anos 30, Ilan Pappé trabalha na Universidade britânica de Exeter desde que os insultos, as ameaças e sua adesão ao boicote acadêmico à Israel o levaram a deixar sua Haifa natal em 2007.
Desde a publicação de antigos documentos oficiais israelenses e britânicos, no início dos anos 80, o historiador Ilan Pappé se dedica a reescrever a história de Israel. Uma nova e incômoda versão em que os supostos heróis, cujas estátuas adornam as ruas do país, resultam ser criminosos. Por trás de livros tão polêmicos, como Historia de la Palestina moderna o La limpieza étnica de Palestina [História da Palestina moderna ou A limpeza étnica da Palestina], Pappé foca agora sua atenção nos cidadãos palestinos com nacionalidade israelense, que, segundo reza o título de seu novo livro, são Los palestinos olvidados [Os palestinos esquecidos].
Sua atenção está centrada nos palestinos dos territórios ocupados. Quem são esses ‘palestinos israelenses’ e o que é necessário saber sobre eles para entender o conflito?
São os palestinos que foram autorizados a permanecerem em Israel, aqueles que não foram expulsos depois da catástrofe de 1948. Então, eram 150.000. Agora são mais de um milhão. São importantes por muitas razões, sobretudo por serem palestinos que vivem em 80% da Antiga Palestina e conhecem os israelenses muito bem, posto que vivem com eles há mais de 60 anos e estão familiarizados com as duas comunidades. O processo de paz e as conversações sobre o futuro tendem a excluí-los, porém enquanto não se tem em conta seu destino, não existe solução. A maneira com que estes palestinos são tratados é o teste mais importante para a democracia israelense e, lamentavelmente, este exame está suspenso.
Estes ‘palestinos israelenses’ viveram uma história melhor do que aqueles que vivem nos territórios ocupados?
Até 1966, os palestinos israelenses viveram sob um regime militar brutal, logo que foi transferido à Cisjordânia e Gaza, em 1967. A partir de então, os palestinos israelenses tem se saído melhor, porém são duramente discriminados em comparação com os cidadãos judeus de Israel.
Em seus livros anteriores foram utilizadas antigas evidências: documentos do Exército britânico, o diário do primeiro presidente de Israel, David Ben Gurión... Em quais documentos o senhor se apóia desta vez?
Usei dois tipos de documentação. Por um lado, os arquivos oficiais israelenses para o período entre 1948 e 1967, e as publicações oficiais e da imprensa israelense para a história posterior a 1967. Por outro lado, entrevistas e material privado que alguns dos mais importantes ativistas da comunidade colecionaram ao longo dos anos.
Em seu discurso junto ao Congresso norte-americano, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel é o único país do Oriente Médio onde os árabes podem desfrutar da democracia. É assim?
Como muitas outras coisas em seus discursos, este ponto foi uma magna mentira. O tratamento dos palestinos em Israel e, em particular, as políticas contra eles, desde que Netanyahu chegou ao poder, questionam seriamente a afirmação israelense de que o país é uma democracia. A sociedade judia em seu conjunto é racista em sua atitude com relação aos cidadãos palestinos, os quais observam que grandes aspectos de suas vidas são segregados em uma sociedade de apartheid.
Netanyahu exige que o presidente palestino, Mahmud Abbas, reconheça Israel como um estado judeu para voltar às negociações. Qual seria o papel dos palestinos nesta suposta ‘democracia judia’?
Num estado judeu como o entendido por Netanyahu, os palestinos permaneceriam como cidadãos de segunda, discriminados em todos os aspectos de sua vida e sob o risco constante de limpeza étnica.
Israel reconhece sua própria história?
Israel nega sua história e chama historiadores, como eu, de mentirosos. Sem nenhuma prova, é claro.
Que consequências têm essa postura?
A consequência é que Israel continuará acreditando que o mundo está contra ela, devido ao anti-semitismo. Na verdade, é um reflexo às próprias políticas adotadas. Essa é a razão de seu crescente isolamento na comunidade internacional.
O senhor aprova o boicote à Israel. O que pensou quando viu que era aprovada a Lei Anti-boicote na Knesset?
Creio que a Lei Anti-boicote demonstrou o sucesso da campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). Também fez com que muita gente da esquerda israelense passasse a defender o boicote. É uma prova da validade e utilidade desta campanha, mas ainda é necessário convencermos os políticos ocidentais para unirem-se a nós.
Em qual capítulo da história israelense nos encontramos?
Num capítulo muito crucial, em que Israel deve tomar uma decisão final sobre se quer ser uma democracia ou um estado de apartheid. Não existem mais opções.
A esquerda israelense vem perdendo grande poder e influência desde o estabelecimento do estado. Por que isto está ocorrendo?
Porque a esquerda israelense sempre foi sionista, e o principal problema em Israel e neste conflito é o sionismo. Se esta questão permanece como marco mental dessa esquerda, ela passa a ter muito pouco a oferecer que seja diferente das ideias do centro ou da direita.
O senhor apóia a solução de um só estado e o direito de retorno dos refugiados palestinos. Quão realista e viável é pensar que palestinos e israelenses possam viver juntos num estado depois do obscuro e triste passado que descobrimos em seus livros?
Já estamos vivendo num só estado. Será muito difícil mudar o regime atual e criar uma democracia em que todos sejamos iguais. Custará muito tempo, porém acredito que é o único caminho adiante. A história nos serve como professora. Olhe o mundo árabe. Às vezes, os eventos menos esperados aceleram o processo pelo qual uma situação injusta se converte em justa.
O senhor vê, no espectro político israelense atual, alguém que possa mudar a situação e fazer história?
Não. Porém não acredito que serão os políticos que vão resgatar, mas a sociedade civil. Sem líderes, porém unida. Os políticos serão os que organizam nossas vidas depois de uma revolução, mas nunca farão com que isso aconteça.
Tradução: Maria Fernanda M. Scelza
Veja vídeo-entrevista:
Illan Pappe: historiador israelense fala sobre o Holocausto Palestino

Líbia: POR FIM "LIVRES"

Cartoon de Vicman.
 
NÃO HÁ ALEGRIA E SIM TERROR
NÃO HÁ LIBERDADE E SIM OCUPAÇÃO ESTRANGEIRA
A agressão imperialista contra a Líbia consumou-se com a tomada de Tripoli.
Os bandos de "rebeldes" do Conselho Nacional de Transição, arvorando a bandeira da defunta monarquia líbia, serviram apenas como encobrimento da intervenção activa da NATO. Os seus bombardeamentos selvagens contra alvos civis e os seus helicópteros artilhados é que decidiram esta guerra não declarada.
Milhares de líbios morreram sob a agressão da NATO, mandatada pela ONU para "salvar vidas". Registe-se a bravura e coragem do governo Kadafi, que aguentou durante seis meses uma guerra impiedosa promovida pelas maiores potências do planeta. A ficção de que se tratava de uma guerra "civil" foi completamente desmentida pelos factos. Foram precisos 8000 raids de caças-bombardeiros da NATO para decidir esta guerra neocolonial.
O futuro próximo da Líbia é negro. As suas reservas monetárias e financeiras – depositadas em bancos ocidentais – foram roubadas pelas potências imperiais (tal como aconteceu com as do Iraque). E os abutres vão agora à caça dos despojos, à repartição do botim, aos contratos polpudos. Os bandos do CNT, uma vez findo o enquadramento de mercenários, podem começar digladiar-se entre si.
A desinformação sobre a Líbia foi e é gritante em todos os media ditos "de referência". Eles foram coniventes activos da agressão imperialista contra o povo líbio. Hoje, a generalidade dos media já não serve para o esclarecimento e sim para o encobrimento e a mistificação.

terça-feira, agosto 30, 2011

Trombadinhas da Veja se recusam a falar com a mídia Record News José Dirceu é acusado pela revista Veja de manter um gabinete em um hotel em Brasília. No local ele despacharia com membros do governo e ainda estaria conspirando contra a presidente Dilma.


*esquerdopata

CPI da Veja!

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior. Memorialista - Editor do Blog da Dilma - cartaxoarrudajr@gmail.com
Até o mundo mineral sabia que o sucessor natural do Lula seria José Dirceu. A escalada de Lula ao poder foi pavimentada por três derrotas sucessivas. A primeira para o Collor, com a sabotagem da grande mídia; a segunda para o FHC e a terceira como fruto das trapaças que permitiram a reeleição, numa negociação política ainda pouco esclarecida. Em todas essas ocasiões, o gênio de José Dirceu articulava a chegada do PT ao governo. E sempre foi lembrado como o melhor quadro político para seqüenciar o governo Lula, com o consenso, talvez o único, entre todas as tendências do PT. O Homem era o Zé. E a opção da reeleição de Lula, só se consolida quando os grandes interesses decidiram cortar a cabeça do José Dirceu. Ele incomodava as velhas elites, quando chefiava a Casa Civil e vislumbrava mudanças mais profundas, tanto na reforma do Estado e da cultura política, bem como na sua determinação pelo desenvolvimentismo econômico e social. O resto é balela.

jânio o :=( mala



A GRANDE TRAGÉDIA - ATO I

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/files/2011/03/JANIO-QUADROS-1961.jpg
Dia 25 de agosto, completaram-se 50 anos da renúncia de Jânio da Silva Quadros à Presidência da República, ocorrida sete meses depois de ele tomar posse e sete anos depois do suicídio de Getúlio Vargas. E, para quem aprecia a Cabala, a renúncia abriu uma crise institucional que desembocaria, sete anos depois, no Ato Institucional nº 5, o “golpe dentro do golpe”.
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Eleito por uma coalizão liderada pela UDN, Jânio teve a maior votação já obtida por um candidato a presidente até então (6 milhões de votos). Em apenas 13 anos, ele ocupara os cargos de vereador, deputado federal, prefeito de São Paulo, governador do estado e presidente. Sua eleição ao Planalto ocorreu na sequência dos anos de euforia de JK, quando o país estava confiante em seu futuro. Na posse, Jânio pintou um quadro desastroso das finanças públicas. Mas sua política errática – conservadora e alinhada ao FMI no plano interno e voltada ao bloco socialista e não-alinhado na política externa – desconcertou tanto aliados quanto inimigos. Em pouco tempo, Jânio Quadros estava em guerra com o Congresso e com o mentor de sua candidatura, o golpista-mór Carlos Lacerda.
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Em depoimento ao neto John, pouco antes de morrer, Jânio confirma o que já se suspeitava: a renúncia foi uma tentativa de voltar “nos braços do povo” com mais poderes – um golpe de Estado. Abaixo, as declarações do próprio Jânio sobre a renúncia ao neto, publicadas em 1996 no livro Memorial à História do Brasil, inacreditavelmente ignorado pela mídia:
http://www.novomilenio.inf.br/santos/lendas/h0077g.jpg
“Quando assumi a presidência, eu não sabia da verdadeira situação político-econômica do País. A minha renúncia era para ter sido uma articulação: nunca imaginei que ela seria de fato aceita e executada. Renunciei à minha candidatura à presidência, em 1960. A renúncia não foi aceita. Voltei com mais fôlego e força. Meu ato de 25 de agosto de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo, uma tentativa de governabilidade. Também foi o maior fracasso político da história republicana do país, o maior erro que cometi (…). Tudo foi muito bem planejado e organizado. Eu mandei João Goulart (vice-presidente) em missão oficial à China, no lugar mais longe possível. Assim, ele não estaria no Brasil para assumir ou fazer articulações políticas. Escrevi a carta da renúncia no dia 19 de agosto e entreguei ao ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, no dia 22. Eu acreditava que não haveria ninguém para assumir a presidência. Pensei que os militares, os governadores e, principalmente, o povo nunca aceitariam a minha renúncia e exigiriam que eu ficasse no poder. Jango era, na época, semelhante a Lula: completamente inaceitável para a elite. Achei que era impossível que ele assumisse, porque todos iriam implorar para que eu ficasse (…). Renunciei no Dia do Soldado porque quis sensibilizar os militares e conseguir o apoio das Forças Armadas. Era para ter criado um certo clima político. Imaginei que, em primeiro lugar, o povo iria às ruas, seguido pelos militares. Os dois me chamariam de volta. Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Achei que voltaria de Santos para Brasília na glória. Ao renunciar, pedi um voto de confiança à minha permanência no poder. Isso é feito frequentemente pelos primeiros-ministros na Inglaterra. Fui reprovado.O país pagou um preço muito alto. Deu tudo errado’’.

Há tempos, o jornalista Geneton de Moraes Neto postou em seu blog um ácido comentário sobre a cochilada dos editores da grande mídia em relação às revelações contidas no livro:

“A mais sincera confissão já feita por Jânio Quadros sobre os reais motivos que o levaram a renunciar à Presidência da Republica no dia 25 de agosto de 1961 somente foi publicada em 1995, em escassas sete páginas de um calhamaço lançado por uma editora desconhecida de São Paulo em louvor ao ex-presidente.

[...]

Jânio morreria no dia 16 de fevereiro de 1992, aos 75 anos de idade. O neto fez segredo sobre o que ouviu. Somente publicou as palavras do avô quatro anos depois. Ao contrário do que fazia diante dos jornalistas – a quem respondia com frases grandiloqüentes, mas pouco objetivas sobre a renúncia – Jânio Quadros disse ao neto, sem rodeios e sem meias palavras, que renunciou simplesmente porque tinha certeza de que o povo, os militares e os governadores o levariam de volta ao poder. Não levaram.
http://www.escola24h.com.br/misc/janio/janio.5.jpg
Presidente Jânio recebe a visita de Ernesto Che Guevara


Talvez porque já pressentisse o fim próximo, Jânio admite,diante do neto, pela primeira vez,que a renúncia foi “o maior fracasso político da história republicana do Pais,o maior erro que cometi”.


A já vasta bibliografia sobre a renúncia ganhou, assim, um acréscimo fundamental, feito pelo próprio Jânio – a única pessoa que poderia explicar o enigma. Desta vez, a explicação parece clara.

Um detalhe inacreditável – que revela como as redações brasileiras são povoadas por uma incrível quantidade de burocratas que vivem assassinando o jornalismo: a confissão final de Jânio mereceu destaque zero nas páginas da imprensa brasileira, o que é estranho, além de lamentável.


A imprensa – que passou três décadas perguntando a Jânio Quadros por que é que ele renunciou – resolve deixar passar em brancas nuvens a confissão final do ex-presidente sobre a renúncia, acontecimento fundamental na historia recente do Brasil.

Tamanha desatenção parece ser um subproduto típico de uma doença facilmente detectável nas redações – a Síndrome da Frigidez Editorial. Joga-se notícia no lixo como quem se descarta de um copo de papel sujo de café . Leigos na profissão podem estranhar, mas a verdade é que há notícias que precisam enfrentar uma corrida de obstáculos dentro das próprias redações, antes de merecerem a graça suprema de serem publicadas! Isto não tem absolutamente nada a ver com disponibilidade de espaço, mas com competência, faro jornalístico.


Se a última palavra do um presidente sobre um fato importantíssimo não merece uma linha sequer em jornais e revistas que passaram anos e anos falando sobre a renúncia, então há qualquer coisa de podre no Reino de Gutenberg. Quem paga a conta, obviamente, é o leitor, a quem se sonegam informações.


O caso da confissão de Jânio sobre a renúncia é exemplar: a informação fica restrita aos magros três mil exemplares do livro do neto. E os milhares,milhares e milhares de leitores de jornais e revistas, onde ficam ? A ver navios. É como dizia o velho Paulo Francis: “Nossa imprensa: previsível, empolada, chata. Como é chata, meu Deus!”.
*militânciaviva

China 1972

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SINOPSE
Michelangelo Antonioni era comunista como a maioria dos intelectuais nos anos 60 e 70. Apoiador, como Sartre, do governo de Mao Tse-tung, obteve o feito inédito de conseguir autorização para filmar a China. Mais que documentário, seu filme é um monumental tratado sociológico com três horas e meia de duração que mostra, naquele momento, a China mais próxima da pobreza da Coreia do Norte do que de ser a maior economia do mundo, como hoje. A disciplina, porém, sempre esteve por lá. Curiosamente, o partido comunista chinês não gostou nada do produto final e a obra foi proibida. Exibida na Mostra Internacional de Cinama de São Paulo, 2010.
DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Michelangelo Antonioni
Áudio: Italiano
Legendas: PT/Br (separadas)
Duração: 208 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 1.5 GB
Formato: AVI
Servidor: Multiupload (duas partes)

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Parte 1
Parte 2

Postado por Kleen

Boris Casoy advoga para a Veja

Boris Casoy, âncora do “Jornal da Noite” da TV Bandeirantes, virou advogado de defesa da Veja. Na madrugada desta terça-feira (30), ele repercutiu as denúncias da publicação contra o ex-ministro José Dirceu. Ele destacou a “reporcagem” da revista contra o “poderoso chefão” e as acusações levianas de que o dirigente do PT conspira contra a presidenta Dilma.
Na maior caradura, Boris Casoy não falou absolutamente nada sobre a ação criminosa da famiglia Civita. Não disse que o repórter da Veja tentou invadir o apartamento do ex-ministro num hotel de Brasília; que foram usadas imagens ilegais de vídeos; que o tal jornalista fugiu do hotel sem pagar as diárias; que a camareira e o gerente do estabelecimento registraram queixa na polícia; e que o escândalo já está sendo investigado pela Polícia Federal. Nada, absolutamente nada!
O uso seletivo do biquinho
Se esta ação criminosa atingisse FHC – o ex-presidente que continua super-ativo na política, conspirando contra o governo Dilma –, com certeza Boris Casoy teria feito o maior escarcéu com o seu patético biquinho do “é uma vergonha”. Ele criticaria a invasão da privacidade e o uso de recursos ilegais, entrevistaria o gerente do hotel e o delegado da PF e atacaria a “ditadura petista”.
Mas Boris Casoy, que na juventude foi simpatizante de grupos de extrema-direita e que até hoje mantém suas posições elitistas – que o digam os garis humilhados por ele num vazamento de áudio –, é bastante seletivo no uso do seu biquinho. FHC pode fazer política, já o ex-ministro deveria ser preso e exilado como nos tempos da ditadura militar.
A máfia midiática
Mas vamos ser justos: a seletividade manipuladora não é um atributo apenas do apresentador da TV Bandeirantes. É uma marca do grosso dos monopólios da mídia “privada”. No geral, jornalões, revistonas e as emissoras de rádio e televisão abafaram a ação criminosa da Veja, que não ficam muito distante dos episódios mafiosos que abalaram o império de Rupert Murdoch na Inglaterra.
As sete famílias que controlam a mídia nativa brigam entre si por fatias do “mercado”, por audiência e pela bilionária publicidade. Mas na política, elas se unem e difundem um pensamento único – falam “una solo voz”, como se diz na Venezuela. Para proteger a Veja, desmascarada na sua ação criminosa, elas agem como as famílias mafiosas e usam seus “advogados” de forma conjunta.
Altamiro Borges
*comtextolivre

Muito maluco

A moça do meio gira igual a da esquerda ou igual a da direita? Fica maluc@ aí.

Paulo Freire

Via Brasil de Fato
Ato lembra os 90 anos de Paulo Freire
Solenidade ocorrerá nesta quinta-feira (01) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Da redação
O educador Paulo Freire será homenageado em um ato solene na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O evento ocorrerá nesta quinta-feira (01), às 19h,  no Auditório Franco Montoro (Avenida Pedro Álvares Cabral, 201).
A homenagem ao educador, que completaria 90 anos em 19 de setembro, contará com a participação da Profª Dra. Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo Freire; Profª Dra. Heloísa de Faria Cruz (CEDIC/PUC-SP); Marcelo Zelic (Armazém Memória); Profª Dra. Ana Maria Saul (Cátedra Paulo Freire da PUC-SP); e Profª Dra. Lisete Arelaro (Faculdade de Educação da USP).
História
Natural de Recife, Pernambuco, Paulo Freire é considerado um dos maiores educadores do século XX. Nascido em 19 de setembro de 1921 em Recife, era filho de  Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha, e teve três irmãos.
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Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.
O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco.
Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres. Também nessa época aproximou-se do movimento da Teologia da Libertação.
Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire - que propõe e estimula a inserção do adulto em seu contexto social e político.
Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro de João Goulart aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências em um Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (os "círculos de cultura") pelo país.
Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Freire foi encarcerado por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e no Chile. Durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro, "Educação como Prática da Liberdade".
Depois de passagens por Estados Unidos e Europa, Freire retornou ao Brasil em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo, cargo que exerceu de 1989 a 1991.
Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em uma operação de desobstrução de artérias.
O educador recebeu importantes prêmios como Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992).

Alvos civis e armas tóxicas: mais crimes em Gaza



Via Carta Maior
Israel admitiu ter usado fósforo branco em 2006, contra o Líbano, e em 2008-2009, em Gaza. O problema é ainda mais grave porque vários metais muito tóxicos foram acrescentados às bombas de fósforo branco. Além de ferir, mutilar e matar pessoas no momento em que são aspirados ou tocam a pele, esses metais produzem mutações genéticas.
Baby Siqueira Abrão
A nova investida do governo israelense na Faixa de Gaza levanta algumas questões muito importantes. A primeira é o ataque a alvos civis, segundo documentou o Centro de Direitos Humanos Al-Mezan, de Gaza. Mísseis foram atirados diretamente sobre transeuntes e motoristas, matando-os e matando quem estava por perto. “Trata-se de execução sumária”, protestou o Al-Mezan. Casas, armazéns, plantações, sedes de ONGs e até uma estação de saneamento foram parcial ou totalmente destruídas.
Dessa vez, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyhau, foi obrigado a reconhecer que suas forças armadas tinham passado do limite ao recomendar “ataques cirúrgicos” a alvos “militares”. Ele se referia a residências de líderes e campos de treinamento das brigadas palestinas que costumam lançar foguetes Qassam, de fabricação caseira, no sul de Israel. Se até Netanyhau, conhecido pelas posições extremistas e as soluções de força, fez esse tipo de indicação, imagine-se o caos em que se encontra a faixa costeira palestina.
A segunda questão diz respeito às substâncias químicas com que Israel fabrica bombas e mísseis atirados contra a população palestina.
Recentemente, líderes do comitê de luta popular de Al-Wallajah, vila de refugiados próxima a Belém, denunciaram o uso de um tipo de arma desconhecido, de cor preta e tamanho menor do que os cânisters comumente utilizados pelo exército sionista, que liberou um gás muito forte. Esses mesmos líderes viram os soldados israelenses pegarem os cilindros protegidos com luvas grossas e papelão. “É óbvio que eles não quiseram deixar nenhum cânister no terreno, para evitar que descobríssemos que substâncias havia ali dentro”, afirmou Mazin Qumsieh, ativista de direitos humanos e professor da Universidade de Belém.
No primeiro dia de 2011, elementos químicos desconhecidos misturados ao gás pimenta mataram Jawaher Abu Rahmah, 35, pacifista da vila de Bil’in, a 17 quilômetros de Ramallah, na Cisjordânia. Ela sofreu asfixia, ficou inconsciente e foi levada ao hospital, onde faleceu. Médicos que a atenderam desconfiaram de que, pelo conjunto de sintomas que Jawaher apresentou, e pela devastação orgânica causada pelo gás, possivelmente havia fósforo branco misturado a ele. O fósforo branco causa queimaduras profundas dentro e fora do corpo, e pode matar ao ser inalado. Seu poder tóxico e letal levou à proibição de seu uso pelas Convenções de Genebra.
Em 15 de maio deste ano, dia em que os palestinos rememoram a Nakba (catástrofe) – processo em que seu território foi tomado pelos sionistas de maneira violenta, por grupos paramilitares como Irgun e Stern –, os médicos do hospital de Ramallah alertaram para efeitos desconhecidos em ativistas atingidos por bombas de gás pimenta. Houve tontura, sangramento, confusão mental e paralisia temporária. Menos de uma semana depois eu mesma experimentei sintomas parecidos. Quando os soldados começaram a atirar bombas em nossa direção, na manifestação semanal de Bil’in, identifiquei um cheiro diferente, muito mais forte do que o gás costumeiro, e de imediato senti a cabeça pesar. Durante uma semana tive tonturas, cambaleei e fui tomada por um sono intenso, que me fazia dormir dias inteiros. Alertei outros manifestantes, e então soube que alguns – os mais expostos ao gás, como eu – haviam sofrido sintomas semelhantes aos meus.
Israel admitiu ter usado fósforo branco em 2006, contra o Líbano, e em 2008-2009, em Gaza. O problema é ainda mais grave porque vários metais muito tóxicos foram acrescentados às bombas de fósforo branco. Além de ferir, mutilar e matar pessoas no momento em que são aspirados ou tocam a pele, esses metais produzem mutações genéticas. Mais: ao contaminar o solo, o ar, a água e as construções, eles têm efeitos, a médio e longo prazos, ainda não estabelecidos. E sua mistura pode potencializar os danos.
Um dos metais utilizados é o urânio, radioativo, utilizado em usinas nucleares e na produção de bombas atômicas. Sua vida útil é de cerca de 4,5 bilhões de anos (urânio 238) e aproximadamente 700 milhões de anos (urânio 235).
Em Gaza, tecidos retirados de ferimentos das vítimas foram analisados e os resultados, divulgados em 11 de maio de 2010 pelo New Weapons Committee (NWRG), grupo de pesquisadores, acadêmicos e profissionais de mídia que estuda os efeitos das novas tecnologias de guerra. A mídia corporativa, como é de praxe, não noticiou. Com exceção de especialistas e pesquisadores, poucas pessoas souberam da existência dessa pesquisa e de seus resultados.
A nova investida de Israel em Gaza foi analisada por especialistas da NWRG com base em imagens de feridos transmitidas por uma estação de TV de Gaza em 19 de agosto de 2011. “Parece que estamos vendo as mesmas armas usadas em 2008”, concluíram os especialistas. Veja também: http://youtu.be/F9Oeo54lmtc (mas atenção: contém imagens fortes).
Leia, a seguir, a tradução do release do MWRG, feita por mim quando de seu lançamento. É aterrador. O original em inglês pode ser encontrado em http://www.newweapons.org/?q=node/113 e em http://www.newweapons.org/files/20100511pressrelease_eng.pdf. Os destaques são nossos.
“Metais tóxicos e cancerígenos, capazes de produzir mutações genéticas, foram encontrados nos tecidos dos feridos em Gaza durante as operações militares israelenses de 2006 e 2009. A pesquisa foi realizada em ferimentos provocados por armas que não deixam fragmentos nos corpos das vítimas, uma particularidade apontada pelos médicos em Gaza. Isso mostra que foram utilizadas armas experimentais, cujos efeitos ainda são desconhecidos.
Os pesquisadores compararam 32 elementos presentes nos tecidos utilizando o ICP/MS, um tipo de espectrometria de massa altamente sensível. O trabalho, realizado pelos laboratórios da Universidade Sapienza de Roma (Itália), da Universidade de Chalmers (Suécia) e da Universidade de Beirute (Líbano), foi coordenado pelo New Weapons Research Group (NWRG), comitê independente de cientistas e especialistas na Itália que estuda o uso de armas não convencionais e seus efeitos de médio prazo sobre a população de áreas atingidas por guerras. A presença de substâncias tóxicas e cancerígenas nos metais encontrados nos ferimentos é relevante e indica riscos diretos para os sobreviventes, além da possibilidade de contaminação ambiental.
Biópsias dos tecidos foram feitas pelos médicos do hospital Shifa, da cidade de Gaza, que selecionaram e classificaram os tipos de ferimentos. A pesquisa foi realizada em 16 amostras de tecidos, pertencentes a 13 vítimas. Quatro biópsias foram levadas a efeito em junho de 2006, durante a operação "Chuvas de verão", ao passo que as outras aconteceram na primeira semana de janeiro de 2009, durante a operação "Cast lead".
Todos os tecidos foram devidamente preservados e, em seguida, analisados pelas três universidades, separadamente.
Alguns dos elementos encontrados são cancerígenos (mercúrio, arsênio, cádmio, cromo, níquel e urânio); outros são potencialmente carcinogênicos (cobalto e vanádio); e há também substâncias que contaminam fetos (alumínio, cobre, bário, chumbo e manganês). Os primeiros podem produzir mutações genéticas, os segundos podem ter o mesmo efeito em animais (ainda não há comprovação em seres humanos), os terceiros têm efeitos tóxicos sobre pessoas e podem afetar também o embrião ou o feto em mulheres grávidas. Todos os metais, encontrados em quantidades elevadas, têm efeitos patogênicos em humanos, danificando os órgãos respiratórios, o rim, a pele, o desenvolvimento e as funções sexuais e neurológicas.
Paola Manduca, porta-voz do New Weapons Research Group, professora e pesquisadora de genética da Universidade de Gênova, comentou: ‘Ninguém ainda realizara análises bióticas em amostras de tecido de feridas. Concentramos nossos estudos nos ferimentos provocados por armas que, segundo os médicos de Gaza, não deixam fragmentos. Queríamos verificar a presença de metais na pele e na derme. Suspeitava-se que esses metais estivessem presentes nesse tipo de armas [que não deixam fragmentos], mas isso nunca tinha sido demonstrado. Para nossa surpresa, mesmo as queimaduras provocadas por fósforo branco contêm alta quantidade de metais. Além disso, a presença desses metais nas armas implica que eles se dispersaram no ambiente, em quantidades e com alcance desconhecidos, e foram inalados pelas vítimas e por aqueles que testemunharam os ataques. Portanto, constituem um risco para os sobreviventes e para as pessoas que não foram diretamente atingidas pelo bombardeio’.
A pesquisa segue dois estudos anteriores conduzidos pelo NWRG. O primeiro foi publicado em 17 de dezembro de 2009 e estabeleceu a presença de metais tóxicos em áreas ao redor das crateras provocadas pelo bombardeio israelense na Faixa de Gaza. O último foi publicado em 17 de março de 2010 e apontou a presença de metais tóxicos em amostras de cabelo de crianças palestinas de Gaza. Ambos apontam para a presença de contaminação ambiental, agravada pelas condições de vida naquele território, que propiciam o contato direto com o solo e, muitas vezes, a vida em abrigos expostos ao vento e à poeira, devido à impossibilidade de reconstruir as moradias, imposta pelo bloqueio israelense a Gaza, que impede a entrada de materiais de construção e das ferramentas necessárias para a reconstrução das casas.”
Trata-se de limpeza étnica, sem dúvida, a médio e a longo prazos. Daqui a bilhões de anos Gaza ainda sofrerá os efeitos dessas substâncias. Haverá alguém lá para testemunhar a tragédia?
Atualização:
O médico Ayman Al-Sahbani, do hospital de Shifa, em Gaza, denunciou em 26 de agosto que as armas usadas pelo exército israelense nos ataques dos últimos dias são piores do que as utilizadas na Operação Cast Lead (2008-2009). A denúncia, feita a Julie Webb-Pullman, de Scoop Independent News: "Queremos que o mundo tome conhecimento do que está acontecendo em Gaza. Precisamos saber que armas são essas. Temos aqui [no hospital] vinte crianças com ferimentos que eu nunca tinha visto, nem mesmo na Operação Cast Lead, quando vi pela primeira vez as queimaduras deixadas pelo fósforo branco. As armas de agora são ainda piores, causam queimaduras terríveis, despedaçam pés, pernas, mãos, enchem os corpos com centenas de pequenos pedaços de metal".
Jornalista, autora de diversos livros e pós-graduanda em Filosofia. Mora em Ramallah, Palestina, onde é correspondente do jornal Brasil de Fato.


Israel arma com bombas colonos judeus invasores das terras palestinas

Exército israelense arma e treina colonos para possíveis confrontos

Do Terra

O Exército israelense começou a armar e treinar colonos judeus na Cisjordânia para possíveis distúrbios em setembro, quando os palestinos deverão comparecer à ONU em busca de reconhecimento internacional. A informação foi publicada nesta terça-feira pelo diário Ha'aretz, que precisa que as Forças Armadas israelenses estão fornecendo gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral aos responsáveis pela segurança dos assentamentos e fixando "linhas vermelhas" ao redor de cada colônia, a partir das quais as tropas poderão disparar contra os manifestantes palestinos.

De acordo com o jornal, o Exército israelense está atualmente em processo de finalização dos preparativos da "Operação Sementes de Verão", cujo propósito é preparar os soldados para a possibilidade de enfrentamentos com palestinos em setembro, quando se prevê que a Assembleia Geral da ONU votará a favor do reconhecimento do Estado palestino. O principal temor da Defesa israelense é que uma declaração palestina de independência desencadeie uma revolta popular "que inclua desordens maciças", reza um documento ao qual o diário teve acesso.

Entre esses incidentes estão "marchas em direção aos principais cruzamentos, comunidades israelenses e centros educacionais, além de esforços para danificar símbolos do governo israelense". Além disso, não estão descartados possíveis tiroteios no meio dos protestos e até ataques terroristas, embora uma das maiores preocupações do Exército seja a possibilidade de confrontos entre palestinos e colonos.

Por esse motivo, nas últimas semanas o Exército testou a preparação das brigadas responsáveis pelos assentamentos e dos chefes de segurança dos mesmos. A Defesa israelense também decidiu equipar os oficiais chefes encarregados da segurança das colônias para dispersar manifestantes e buscou identificar pontos fracos ao redor dos assentamentos.

O Exército estabeleceu duas linhas virtuais nos enclaves judeus próximos a aldeias palestinas; se a primeira delas for cruzada por palestinos, estes serão atacados com gases e outros meios antidistúrbios. E se a segunda, uma "linha vermelha", também for atravessada, os soldados terão autorização para abrir fogo contra as pernas dos manifestantes.

Um porta-voz do Exército manifestou que "o Exército israelense leva a cabo um diálogo profissional com elementos da liderança dos assentamentos e com o pessoal de segurança de rotina, e está investindo grandes recursos para treinar suas forças do ponto de vista defensivo, assim como da preparação para qualquer cenário.
*Brasilmostraatuacara