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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 01, 2011

Charge do Dia

http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2011/09/charge-bessinha_fabrica-de-crises.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxD1x2NDVIYnQsu24MEPo55ukkZrq63r5QjsLJCcBbG3LaA_Vbf9HRLWXxSae2GeHPLVPSVnAKFAB8cG-n7H-8m19CHIscPPAoYruyvfjSaqyKwjFXOTMRGl0dhNnBlh5-OQ_Y6ByH9ADc/s1600/bessinha_773.jpg

Mark Weisbrot: Um certo país que é refém dos banqueiros

Sanguessugado do Viomundo
O problema “Wall Street” do Brasil
Tirando os interesses do setor financeiro, não há razões para sacrificar crescimento para reduzir a inflação
A economia brasileira está crescendo mais devagar, mas o governo está reduzindo seus gastos para aumentar seu superavit primário, algo que pode desacelerar a economia ainda mais.
A produção industrial caiu 1,6% em junho, e a atividade econômica caiu pela primeira vez desde 2008.
Embora as cifras mensais sejam erráticas e não necessariamente indiquem qualquer tendência, o quadro maior provoca perguntas sobre se a política seguida pelo governo é apropriada, diante dos crescentes riscos e ventos contrários na economia global. Não me interprete mal. A política e os resultados econômicos do Brasil desde que Lula foi eleito, em 2002, têm tido uma melhora imensa em relação a FHC.
Este, que foi objeto de muito amor e afeto em Washington por ter implementado as políticas neoliberais do “Consenso de Washington”, presidiu sobre um fracasso econômico. A economia cresceu meros 3,5% por pessoa durante seus oito anos. A performance de Lula foi imensamente melhor; com crescimento per capita de 23,5%, com um aumento real de 60% no salário mínimo e reduções consideráveis no desemprego e na pobreza, realmente não existe comparação. É provável que o mandato de Dilma tenha resultados ainda melhores.
Mas o Brasil tem um problema estrutural que é semelhante a um dos problemas maiores que temos nos EUA: o setor financeiro é grande demais e detém poder excessivo.
Como este setor não tem muito interesse no crescimento e desenvolvimento -é muito mais obcecado por seus próprios lucros e por minimizar a inflação-, seu controle sobre o Banco Central e a política macroeconômica impede o Brasil de realizar seu potencial. E o potencial do país é imenso: entre 1960-1980, a economia brasileira cresceu 123% por pessoa. Se o Brasil tivesse mantido esse ritmo de crescimento, os brasileiros hoje teriam padrões de vida europeus.
A inflação está em queda no Brasil no momento -nos últimos três meses foi de 4% ao ano, contra 7% no ano passado. Tirando os interesses estreitos do setor financeiro, não existem razões para sacrificar crescimento ou emprego para reduzir a inflação. O setor financeiro é também o maior vilão por trás da sobrevalorização do real, que está prejudicando a indústria e o setor manufatureiro brasileiros. O Banco Central combate a inflação elevando o valor do real, com isso barateando as importações. Mesmo quando o governo tenta puxar o real para baixo, a nível mais competitivo, o fato de o setor financeiro negociar com vários derivativos impede de fazê-lo.
Entre os anos 2002-2011, a Argentina cresceu 90%, o Peru, 77%, e o Brasil, 43%. Não há razão pela qual o Brasil não possa ter uma das economias de mais rápido crescimento da região, ou mesmo do mundo.
Nos últimos quatro anos, o setor financeiro do Brasil cresceu cerca de 50%, três vezes mais que o setor industrial. Hoje os salários dos gerentes de alto nível estão mais altos que os dos EUA.
Isto não é apenas um enorme desperdício de recursos -é muito mais destrutivo ainda devido à influência política desse setor.

quarta-feira, agosto 31, 2011

Charge do Dia

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Deleite

Sem palavras

* + Grupo Beatrice

Racismo explícito na Universidade Mackenzie


O Mackenzie mudou, mas não muito



Tenho bons amigos que estudaram no Mackenzie e os mesmos me disseram que o essa universidade mudou bastante, não é mais o antro de nazistas que foi nos anos 60/70. Todavia, ainda restam alguns resquícios de um tempo em que o CCC reinava absoluto no Mackenzie, com o suporte do Dops e mesmo da reitoria da instituição.




Estadão


Procurador e professor do Mackenzie admitiu que falou em dar voz de prisão a estudante de Direito que o interpelou no corredor; hoje, seu irmão, também professor, disse que aluna usou termos como 'negro sujo'


O professor da Faculdade de Direito do Mackenzie Paulo Marco Ferreira Lima, procurador de Justiça, ameaçou dar voz de prisão a uma aluna do 5.º semestre do curso na sexta-feira, 26. Depois da aula de Direito Penal III, a estudante abordou o professor para questionar sua metodologia de ensino. Segundo o docente, foi necessário chamar seguranças para conter a garota, que insistia em fazer reclamações em voz alta. Paulo Marco, então, disse que ou ela parava, ou ele lhe daria voz de prisão. Hoje, o irmão de Paulo Marco, o também procurador e professor do Mackenzie Marco Antônio Ferreira Lima, acusou a aluna de racismo no Facebook.
O caso ganhou proporção no Mackenzie após o Centro Acadêmico João Mendes Jr., que representa os alunos da Faculdade de Direito, ter divulgado nota de repúdio em que classifica de "inadmissível" a postura do professor Paulo Marco. "Em um país de ‘Doutores’, em que qualquer um se acha acima da lei, não podemos permitir que em nossa faculdade, um ambiente exclusivamente acadêmico, pessoas desse tipo continuem a desrespeitar nossa Constituição, em uma perfeita cena de abuso de autoridade", diz o texto, assinado pelo diretor geral do C.A., Rodrigo Rangel.
Ao Estadão.edu, Paulo Marco disse na tarde desta terça-feira que a aluna quis "tirar satisfação" e criticar sua aula. "Entrei na sala para dar a última aula do dia e ela continuava falando. Fechei a porta. Ela arrombou. Pedi aos seguranças para tirá-la da sala. Ela continuou gritando e me ofendendo. Foi aí que falei: ou a senhora para ou eu vou te dar voz de prisão por desacato. Ela parou de gritar depois da ameaça."
O professor respondeu às críticas de que a situação configurou abuso de autoridade. "Ameaçar prender não é abuso de autoridade. Seria se eu tivesse prendido ela sem razão", afirmou. "Achei que ela iria me agredir, porque estava totalmente transtornada. Tive de fazer alguma coisa para contê-la."
"A aluna está fazendo um sensacionalismo que beira o lado criminoso", finalizou Paulo Marco.
Racismo. O irmão do professor entrou na polêmica usando o Facebook. Marco Antônio postou na tarde desta terça-feira, em letras maiúsculas, que a aluna identificada por Tatiana, do 5.º semestre noturno, teceu "considerações raciais" sobre Paulo Marco, "chamando-o na frente de sua filha de 'negro sujo' e afirmando que 'preto não pode dar aula no Mackenzie' e que 'preto não pode ter poder'". Amigos de Marco Antônio na rede social, entre eles alunos do Mackenzie, escreveram mensagens de apoio aos professores.


Por meio de nota, o Mackenzie disse que a estudante foi atendida pelo diretor da Faculdade de Direito e "não houve prisão". "Os fatos ainda estão sendo apurados para que as providências cabíveis sejam tomadas", afirmou a universidade.


Nota do Blog: O Estadão está fazendo e fará de tudo para desviar o foco da questão, seus leitores bovinos certamente porão a culpa no professor, vítima da violência. Não poderia ser de outro modo, vindo do pasquim dos quatrocentões escravocratas eternamente viúvos da República Velha, ou Oligárquica. Mais sobre a inquebrantável postura  racista do Estadão, clique aqui.  
*Cappacete

Guerreiros da Paz


*educambiental

O ponto sem volta de Veja

Civita e Murdoch: jornalismo é espionagem e violação?
De Luís Nassif, sobre a espionagem de Veja:
“Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.
Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: “Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar”. Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 1970 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. “Mas nunca fomos acusados de mentir”.
Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.
Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.
PS: Reinaldo Azevedo, convertido em porta-voz da revista para justificar a violação injustificável, está recebendo o espírito do DOPS. Vejam o que ele postou no blog que a revista lhe dá: “VEJA ESTOUROU O APARELHO DE JOSÉ DIRCEU! O APARELHO QUE ELE MONTOU EM PLENO REGIME DEMOCRÁTICO PARA CONSPIRAR CONTRA DEMOCRACIA.” O Delegado Sérgio Paranhos Fleury não produziria uma frase melhor.
*Tijolaço

Agora o poliglota FHC infarta

Depois de receber título de doutor honoris causa da universidade francesa Sciences Po, em setembro, o ex-presidente Lula vai a Gdansk. Lá, receberá o Prêmio Lech Walesa. No dia 30, dará palestra em Londres, em evento da revista “The Economist”.
Alguns prêmios de Lula
Eleito Estadista do Ano – Le Monde ( França )
Eleito Personalidade do Ano – El País ( Espanha )
Eleito Um dos 10 Homens mais influentes do Mundo – Financial Times ( Inglaterra )
Eleito Estadista do Ano – Revista Time ( EUA )
Eleito Estadista do Ano – Clarin ( Argentina )
Prêmio Único Estadista Global – Forum Econômico ( Davos – Suíça )
Lula -> 87% de Aprovação Pessoal pelo Povo BrasileiroGoverno Lula -> 76% de Aprovação dos profissionais liberais brasileiros como engenheiros, economistas, advogados, médicos, dentistas e milhões de outros cidadãos com diploma de curso superior.
O ex-presidente Lula recebeu o prêmio World Food Prize 2011, dado a líderes mundiais que atuam no combate à fome.
A escolha foi anunciada nesta terça-feira, em Washington.
Por Helena