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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 04, 2011

L I R I E L ...Por onde anda a Liriel?


ROBERTO CARLOS E ISRAEL - ISRAEL E O BRASIL



ROBERTO CARLOS E ISRAEL – ISRAEL E O BRASIL


Laerte Braga


O cantor e compositor Roberto Carlos foi recebido pelo presidente de Israel Shimon Peres. Israel é uma invenção dos países aliados ao fim da Segunda Grande Guerra Mundial, forma de estabelecer uma base para o controle dos países árabes e do petróleo, evidente e principalmente.

É um Estado terrorista e hoje, longe de ser mera base, é a maior ameaça terrorista existente, uma ressurreição do REICH, no capítulo nazi/sionista. O ex-primeiro-ministro Ben Gurion, considerado o fundador do moderno estado de Israel, como chamam, foi colaborador do III REICH.

Controla o maior arsenal nuclear do mundo, capaz de destruir cem vezes o planeta, já que detém a maioria das ações da companhia ESTADOS UNIDOS INC. Formam juntos o conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Um dia foi ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.

O Brasil é um dos alvos prioritários de Israel e do conglomerado como um todo.

O governo Lula, na política de uma no cravo e outra ferradura, ao mesmo tempo que se aproximava de países árabes como o Irã, assinou um tratado de livre comércio com Israel. Desde então o avanço dos terroristas nazi/sionistas sobre nosso País tem sido escandaloso sob todos os aspectos e hoje ocupam funções vitais dentro do Estado brasileiro, como atuam através do seu esquadrão da morte, a MOSSAD, em ações de guerra – são peritos em assassinatos de adversários, seqüestros, tortura, o repertório da boçalidade nazi/sionista.

E o marketing, evidente.

Um artista, qualquer que seja, ir apresentar-se em Jerusalém – cidade palestina ocupada por Israel – não implica em apoio ao terrorismo de estado daquele país. É necessário registrar que milhares de cidadãos de Israel começam a se opor às políticas de seu governo, percebendo os riscos e armadilhas de um delírio hitlerista. É lógico, muitos deles conhecem os horrores dos campos de concentração nazista e avaliam o que sejam os horrores dos campos de concentração mantidos por ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

Só que Roberto Carlos não foi se apresentar em Jerusalém como artista em condições normais para um artista. Foi comprado por grupos nazi/sionistas que atuam no Brasil e trabalham com incrível desvelo a construção de imagem favorável ao Estado terrorista, na tentativa de reverter os danos causados por ações como roubo de terras palestinas, riquezas palestinas, bloqueio de Gaza, assassinatos de cidadãos de outros países que tentam chegar a Gaza com ajuda humanitária, enfim, a barbárie que caracteriza Israel.

Esse tipo de evento, ou fato, como queiram, é comum. O ex-presidente do STJ – Superior Tribunal de Justiça –, aquele que deu um chilique e demitiu um estagiário que aguardava na fila do caixa eletrônico sua vez, atrás do ministro, o nome é Ari Pendgler, é um dos principais ativistas desse tipo de trabalho, digamos assim.

As Nações Unidas vão divulgar nos próximos dias um relatório em que afirmam que as forças de Israel agiram com violência contra ocupantes de um navio de ajuda humanitária que pretendia chegar a Gaza. Morreram vários deles e o governo da Turquia resolveu suspender as relações militares e diplomáticas com Israel por conta disso.

A covardia sionista não tem paralelo na história contemporânea, exceto se compararmos ações como a de Hitler, ou agora, a “ajuda humanitária” à Líbia para o controle do petróleo naquele país.

Querem o Brasil e por conta disso começam a comprar figuras de prestígio popular no País. Caso de Roberto Carlos.

Em 1967, época do esplendor dos festivais de música, um episódio determinou o verdadeiro caráter de Roberto Carlos, nada a ver com seu trabalho como cantor e compositor (embora como compositor tenha sido acusado várias vezes de plágio e de comprar músicas).

Foi no festival da antiga RECORD, também nada a ver com a atual. Naquele ano surgiram Caetano Veloso com “Alegria Alegria”. Gilberto Gil com “Domingo no Parque”, a extraordinária “Roda Viva” de Chico Buarque de Holanda e o primeiro lugar foi de Edu Lobo com “Ponteio”.

Ficou marcado quando Sérgio Ricardo atirou o violão na platéia ao ser vaiado por sua música em homenagem a Mané Garrincha. Sérgio Ricardo é um dos grandes compositores da MPB e a vaia foi injusta. A música era BETO BOM DE BOLA.

Luís Carlos Paraná nasceu em Ribeirão Claro, São Paulo, foi comerciário no Rio de Janeiro – onde aprendeu a tocar violão sozinho – e companheiro de quarto numa pensão do extraordinário João Gilberto. Morreu precocemente e deixou uma obra de grande valor na MPB. Foram duas grandes perdas precoces. O próprio Luís Carlos Paraná e Sidney Muller.

Em 1967 inscreveu no festival da RECORD a música MARIA CARNAVAL E CINZAS e ficou com o quinto lugar. O intérprete foi Roberto Carlos. Àquela época vaiado pelo auditório por sua posições políticas dúbias diante da ditadura militar. Já se sabia ali que o cantor e suposto compositor não tinha nada a ver com a luta contra a censura, as prisões arbitrárias de cantores, compositores, artistas de um modo geral. Omisso e em seguida cúmplice do regime militar no processo de silêncio diante da barbárie e aceitação das regras da censura.

Foi mais além que isso.

Terminado o festival o próprio Roberto Carlos disse a jornalistas que não participaria mais de festivais, havia se irritado com a vaia, estava acostumado aos aplausos de astro da chamada jovem guarda. Não discuto mérito artístico, não está se tratando disso, mas caráter de artista. Houve um incidente – troca de palavras criticas – entre ele e Chico Buarque através da mídia e cada qual seguiu seu caminho. Chico e sua dignidade de lutador contra a ditadura e Roberto Carlos a falta de tal em sua cumplicidade com a ditadura militar.

Anos mais tarde o cantor conseguiu revelar a face hipócrita de setores dominantes da Igreja Católica e a natureza de santo do pau oco do papa João Paulo II. O feroz combate dos dignatários – vá lá – da igreja contra o divórcio não impediu que o papa, em sua visita ao Brasil, recebesse e abençoasse o cantor e sua companheira, sendo ele divorciado. João Paulo II é produto de marketing e esse detalhe, no Brasil, seria abafado pelo prestígio do cantor junto a determinados setores do público e do próprio papa, visto como santo (mas do pau oco, por baixo das vestes papais a suástica gravada no peito).

Hoje, o cantor se presta a ação terrorista de Israel em todos os cantos do mundo, à cobiça em torno do Brasil e sobre o Brasil, no papel de astro da música brasileira, de artista de prestígio indiscutível, mas de um caráter às vezes doentio (basta ver as exigências que faz em relação a suas apresentações, assim tipo cor de lençol, tantas toalhas, guardanapos, etc).

Foi cooptado – comprado – por esse marketing do terrorismo nazi/sionista.

Besteira tudo isso?

Israel desde o tal tratado de livre comércio se tornou controladora da indústria bélica brasileira – logo tecnologias indispensáveis à segurança nacional, a própria soberania do Brasil. Toma conta de setores industriais estratégicos, de bancos (isso é o óbvio), é parte do apoio ao latifúndio escravagista que ainda habita por aqui em larga escala e agentes da MOSSAD atuam no controle de refugiados palestinos (suas terras foram roubadas pelos israelenses), como dispõem de larga influência em setores do Estado brasileiro e nos três poderes.

O mingau brasileiro sendo comido pelas beiradas pela nação líder do IV REICH.

Roberto Carlos é uma distração/alienação para o povo tanto de lá, como de cá. Mais de cá, pois o show em Jerusalém é só para dizer que você tem prestígio aqui e fechar o negócio, impressionar o alvo.

É lamentável, estamos mergulhando outra vez em noites que não terminam em dias.

A propósito, Luís Carlos Paraná não teve nada a ver com Roberto Carlos interpretar sua belíssima MARIA CARNAVAL E CINZAS. Àquela época o cantor tentava parecer uma coisa que não era e nem nunca foi. Seu verdadeiro caráter veio a tona exatamente no pós festival e suas declarações à imprensa. Mania de Deus.
*Brasilmobilizado

A fábula do "imperialismo humanitário"

Por Pepe Escobar, do Asia Times Online, no blog Viomundo:

Os vencedores desse negócio “cinético” no norte da África (o governo Barack Obama jura que não é guerra) – descritos coletivamente como “Amigos da Líbia” [ing. Friends of Libya (FOL)] – mostravam-se risonhos, de excelente humor, ao se reunirem em Paris na 5ª-feira, sem ar condicionado, mergulhados nos odores potentes dos Brie e Roquefort, para celebrar jubilosamente a “operação” sancionada pela ONU e implementada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para derrubar o governo na Líbia.



"Mídia séria” não teme a regulação

Na Rede Brasil Atual:

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu neste sábado (3) ao chegar ao Congresso do PT, em Brasília, o projeto de regulação da mídia, e afirmou que os veículos de comunicação que trabalham com seriedade não têm motivos para temer o assunto.

PSDB e DEM são contra a queda de juros

No início do mês de julho, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), divulgou em seu site documento no qual criticava o que ele chamou de "maior taxa de juros reais de todo o planeta".

Durante a campanha eleitoral em 2010, a taxa de juros também foi a bandeira do candidato Serra. Na época, Serra disse que: “o Banco Central não é a Santa Sé, ao comentar sobre a autonomia do BC, e completou, “ o presidente deve interferir e opinar: "O presidente tem que fazer sentir sua posição." E ainda prometeu redução das taxas de juros, se fosse eleito presidente da República.

O tempo passou, Serra foi derrotado, e hoje, o PSDB mudou sua visão Agora é contra a redução de juros..Ontem o  jornal nacional, a Globo (veja vídeo abaixo) procurou somente os políticos do PSDB para opinar sobre a decisão do Banco Central de reduzir os juros em 0,5 ponto percentual e para surpresa geral, todos eles, que durante a campanha eleitoral eram favoráveis, hoje com a derrotada de Serra, se mostraram contra a queda de juros.

José Agripino (DEM-RN) , achou melhor não discordar do povo, que é a favor da redução dos juros, tratou de culpar a presidente Dilma. “Fica claro que houve uma interferência do Palácio do Planalto. Passa para o mercado um fato muito ruim de que o Banco Central não é autossuficiente nem autônomo como se imaginava”, opinou o senador José Agripino (DEM-RN).

“O governo contaminou a decisão do banco central forçando uma redução de taxa de juros, num momento de alta inflação, de aumento de gastos do governo com um anúncio de que vai se formar um superávit de dez bilhões, no caso o superávit primário”, declarou o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, afirmou se disse contra a decisão por que os especialistas não consideram o momento oportuno por causa da inflação

A opinião de quem entende

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) foi "muito surpreendente", mas não muda a avaliação sobre a autonomia da autoridade monetária brasileira, afirma o diretor executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes. "Essa visão foi construída a partir de um histórico, apenas a decisão de ontem não altera essa análise", diz. Guedes afirma que o colegiado do BC é composto por profissionais de perfil técnico, que podem ter uma avaliação divergente do mercado sobre o balanço de riscos para a economia. A Fitch elevou a classificação de risco (rating) do Brasil para "BBB" em abril deste ano.

Palavra da presidente

Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff disse à rádio Congonhas, de Minas Gerais, que o governo mantém uma relação de autonomia com o Banco Central, e que novas decisões sobre aumento ou queda de juros vão depender da conjuntura internacional.
“Pelo Copom, responde o Copom. Eu respondo pelo que o governo federal está fazendo”, disse a presidente.

Veja o vídeo dos tucanos se declarando contra o povo, que apoia a redução dos juros

Tucanos perdem o rumo com a decisão do BC

A decisão do COPOM, colegiado do Banco Central, de baixar de 12,5% para 12% a taxa SELIC provocou reações iradas nos economistas ligados ao mercado financeiro e, claro, influenciou seu braço político, os parlamentares demo-tucanos. Foi uma decisão importante do Banco Central, mostrando uma afinação total da equipe econômica da presidente Dilma Roussef, que havia anunciado um superávit extra de mais 10 bilhões para esta ano de 2011 e agora baixa a taxa básica de juros da economia, reafirmando que o governo vai continuar combatendo a inflação mas que vai  preservar o crescimento da economia, a geração de empregos e, em suma, o poder aquisitivo da população, que aumentou nos últimos oito anos, gerando um novo e vigoroso mercado interno.

Aliás, foi esse mercado interno que salvou o país na crise de 2008/2009 e foi a esse mercado interno que o presidente Lula dirigiu-se em dezembro de 2008, quando foi à televisão pedir que os brasileiros continuassem comprando, em defesa do emprego e da renda. A chamada nova classe média, surgida das políticas acertadas do governo de Lula, vai continuar sendo prestigiada por Dilma e é isso que está por trás da das decisões de aumentar o superávit e de baixar os juros. Dilma quer combater a inflação sem minar o crescimento econômico do Brasil.

E porque baixar os juros, num país que tem uma das maiores taxas do planeta causa tanto rebuliço e tanta revolta entre os economistas tucanos e seu braço político, os parlamentares demo-tucanos? Porque, aparentemente, o Banco Central, em nova fase, simplesmente ignorou esses analistas e "donos" das previsões sobre o que acontece na economia. E a verdade é que essas previsões não são como aquelas que todos fazemos a respeito de futebol e outros esportes. As análises e previsões sobre juros, por exemplo, são vendidas a peso de ouro no mercado financeiro. Não é apenas isso. As previsões geram apostas bilionárias, onde quem mais acerta, mais ganha.

Assim, temos uma situação interessante. Os economistas fazem suas previsões, apostam, ganham bilhões todos os anos e torcem para que os juros continuem altos. Seu braço político, os parlamentares demo-tucanos criticam os juros "mais altos do planeta", esquecendo-se de que no governo FHC a taxa SELIC chegou a 45% (certamente, numa homenagem ao número dos tucanos).

Quando o Banco Central "desobedece" uma regra não escrita, de avisar a turma de que vai baixar os juros, quando a equipe economica trabalha sem divergências, de forma afinada, para controlar a inflação e garantir o crescimento econômico do país, isso pode ter ferido os interesses bilionários de quem apostava em juros permanentemente altos. Os economistas perderam dinheiro e seu braço politico perdeu o rumo.

A TUJA - Torcida Uniformizada dos Juros Altos está em clima de perda de campeonato mundial. E os políticos demo-tucanos, aflitos com a possibilidade de Dilma conseguir o que Lula não conseguiu, por causa da crise de 2008: juros de um dígito. Isso é contra os interesses demo-tucanos, porque pode significar um governo mais forte e popular. 
 
*osamigosdopresidenteLula

O Partido da Veja



http://www.tijolaco.com/wp-content/uploads/2011/09/projveja.jpgA revista Veja, como se sabe, não faz jornalismo.
Semana passada, dedicou-se ao exercício da espionagem e ao da infâmia.
Como não “colou” a jogada e ainda está às voltas com a possibilidade de que se descubra quem plantou a câmara de espionagem da qual tirou as fotos que jornalista Alberto Dines disse que “não renderiam sequer uma nota numa coluna de fofocas políticas”, esta semana a revista veio “light”.
Mas continuou a não fazer jornalismo.
A revista dedica-se a fazer a campanha pelo voto distrital, não  abrir um debate sobre o tema.
É militância, mesmo, por uma esperança de, mudando as regras, aumentar a representação da direita sem aumentar seus votos. Chega até a convidar os seus leitores, expressamente, para subscreverem um abaixo-assinado pela mudança. Claro, em nome do “combate à corrupção”.
Quem é do Rio e anda pelos 50 anos ou mais lembra que já tivemos aqui um “voto distrital”. Era o chaguismo e sua “política da bica d´água”. Chagas Freitas nomeava os administradores regionais, eles faziam clientelismo político e saíam eleitos dos “distritos”.  Um esquema corruptíssimo para angariar votos, sobretudo dos mais pobres.
Os méritos que a ideia do voto distrital possa ter vão se perdendo a medida em que se revelam seus apoiadores: José Serra, Veja, etc.. Aliás, a Veja publica um gráfico (este aí acima)que mostra como ficaria o Congresso com o voto distrital. A esquerda perde e o centro-direita ganha, exceto pelo DEM, que hoje perde corrida até se disputar sozinho. A projeção, porém, não deve ser vista senão como uma besteira, porque  chega a “eleger” candidatos com 1% dos votos no suposto distrito.
Mas vale tudo para despolitizar as eleições, não é?
*Tijolaço

Crimes da "Veja" acordam o PT

O que seria apenas mais uma investida da revista VEJA, na cruzada do grupo do Millenium para manter o governo Dilma contra a parede e demonizar Lula, José Dirceu e o PT, pode ter se transformado em um elemento detonador de uma reação do partido contra a partidarização de veículos de comunicação, que a sua militância vem cobrando faz tempo.
O congresso do PT, realizado nesse final de semana em Brasília, aprovou resolução que defende a regulamentação de mídia e o fim dos monopólios de meios de comunicação, que no Brasil é composto por poucas famílias. Embora ninguém fale em represália, os recentes acontecimentos referentes à “reportagem” da revista VEJA, que usou de métodos criminosos para obter imagens com o intuito de transformar José Dirceu em vilão perpétuo, mexeu com os brios dos petistas, que decidiram reafirmar o seu apoio pelo projeto que Franklin Martins elaborou no segundo mandato de Lula.
Dilma e Lula foram aclamados como de costume, porém nesse ano foi mais intensa a recepção ao petista José Dirceu, fortalecido que sai do episódio do Naoum Plaza Hotel. Os discursos se convergiram sobre a necessidade de regulamentação e críticas à partidarização dos principais veículos de comunicação foram ouvidas quase em uníssono.
A reação da velha mídia é para lá de previsível, repetem como um mantra a palavra “controle” como se impedir propriedade cruzada e concentração do mercado fosse modo de censura. Eles se apóiam na crença que assassinando o contraditório podem impor suas falácias com maior facilidade, mas não resistem a meia hora de debate. Logo eles que deram sustentação à ditadura militar, e consequentemente à censura, a perseguição política, à prisão injustificada, à tortura, ao assassinato e desaparecimento de brasileiros.
O posicionamento do PT em favor do projeto de regulamentação de mídia é um bom sinal, mas sendo o mais realista possível, não garante que o projeto vai à frente e emplaque. A gente tem que lembrar que o projeto do Franklin repousa na gaveta de Paulo Bernardo, que tem dado declarações muito vagas a respeito do interesse do governo em levá-lo adiante. Dilma não tem comprado brigas com a imprensa como fez Lula, embora nesse congresso tenha verbalizado algumas críticas mais contundentes. A posição do governo ainda é uma incógnita, no entanto tenho que reconhecer que as declarações mais enfáticas de Gilberto Carvalho ao defender o projeto, podem sinalizar uma guinada positiva.
Acontece que mesmo com o apoio do PT e com o aval de Dilma, a caminhada para a aprovação no congresso nacional promete ser uma das mais difíceis. Fora o PT, o pequeno PCdoB, parte do PDT e nenhuma certeza do PSB, os demais partidos da base são compostos por políticos profissionais pouco afeitos a confrontos com grupos midiáticos, muitos deles dependem desses veículos para chegar a seus eleitores. A briga é de partidos mais à esquerda que não tem maioria para aprovar projetos mais ousados e precisam convencer moderados. A causa de esquerda não garante a adesão do PSOL, que tem se alinhado em oposição frontal a qualquer proposta do governo.
A alopragem da VEJA, além de arranhar ainda mais a sua desgastada imagem e render-lhes um processo criminal e outro civil que promete desfalcar o orçamento dispensado pela revista para pagar indenizações pelas mentiras que escreve, serviu para aumentar a pressão da militância sobre o governo, sobretudo o ministro das comunicações, pelo encaminhamento do marco regulatório. A reportagem que a revista produziu não acrescenta nada que possa ser usado contra o Dirceu, é mais uma peça de ficção travestida de jornalismo que só serve para alimentar a sede reacionária de uma minoria despeitada.
A conclusão é que a revista se queimou, cometendo crimes por nada, um tiro no pé. As reações descabeladas de blogueiros da revista dão uma mostra de como sentiram o golpe. Aos papagaios da VEJA espalhados nos outros veículos restou o contorcionismo para justificar a ação da revista e o constrangedor silêncio frente aos crimes contra a democracia. A democracia vira uma palavra suja na boca e no punho dessas pessoas.
*comtextolivre

Charge do Dia

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A América latina parece ter-se especializado em prover o desenvolvimento das economias europeia e norte-americana. Eduardo Galeano

Galeano faz 71 anos e as veias seguem abertas há 40, ou mais


"Lamento que As Veias Abertas ainda não tenha perdido a atualidade".
Por Milton Ribeiro, no “Sul21
No dia 18 de abril de 2009, o presidente Hugo Chávez presenteou seu colega americano, Barack Obama, com o livro As Veias Abertas da América Latina, clássico ensaio do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano. O exemplar estaria autografado pelo autor. O livro fala basicamente sobre o saque dos recursos naturais sofrido pelo continente latino-americano do século XV até o fim do século XX e é citado frequentemente por Chávez. Tendo iniciado o dia 18 na 54.295ª posição entre os livros mais vendidos da megavendedora de livros Amazon, o livro amanheceu o dia 19 em 2º lugar. Atualmente, a avaliação dos leitores da Amazon demonstra uma curiosidade. Dos163 leitores que escreveram resenhas a respeito da obra, 86 dão-lhe nota 5, a máxima, enquanto 50 dão-lhe a nota mínima, 1. Dos 163, somente 27 não lhe dão as notas extremas.
Tais avaliações não chegam a ser surpreendentes. Afinal, As Veias Abertas não parece prestar-se a opiniões desapaixonadas. A direita costuma chamá-lo de um “anacrônico clássico da literatura esquerdista do continente”, o qual questiona o imperialismo americano e europeu na região. Já a esquerda:
Depois do golpe de 1973 não pude levar muita coisa comigo: algumas roupas, fotos da família, um saquinho com barro do meu jardim e dois livros: uma velha edição de Odes, de Pablo Neruda, e o livro de capa amarela, As Veias Abertas da América Latina.
Isabel Allende, no prefácio da edição chilena
Neste sábado (3), Galeano completa 71 anos, enquanto que sua principal obra — escrita anos antes, mas publicada em 1971 — completa 40.
Escritor foi um dos responsáveis pela fundação de três jornais: Marcha, Crisis e Brecha.
Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu em 3 de setembro de 1940. Começou sua carreira de jornalista no início dos anos 60, como editor do “Marcha”, um influente jornal semanal que tinha como colaboradores Mario Benedetti, Mario Vargas Llosa, Manuel Maldonado e Denis Fernández Retamar.
Durante o golpe de 27 de junho de 1973, Galeano foi preso e forçado a deixar o Uruguai. Foi para a Argentina, onde fundou a revista cultural “Crisis”. Em 1976, após seu livro As Veias Abertas da América Latina ser censurado pelos governos militares do Uruguai, Argentina e Chile, teve seu nome colocado na lista dos esquadrões da morte de Videla e, temendo por sua vida, exilou-se na Espanha, onde deu início à trilogia Memória do Fogo.
No início de 1985, retornou a Montevidéu. Em outubro do mesmo ano, juntamente com Mario Benedetti, Hugo Alfaro e outros jornalistas e escritores que haviam pertencido ao semanário “Marcha”, fundou o semanário “Brecha”, no qual segue até hoje como membro do Conselho Consultivo. Em 2010, a Brecha instituiu o prêmio Memória do Fogo, entregue anualmente a um artista a cujos talentos se somem a luta pelos direitos humanos e sociais. O primeiro vencedor foi o cantor espanhol Joan Manuel Serrat, que o recebeu a 16 de dezembro de 2010 no Teatro Solís em Montevidéu.
Em 2007, recuperou-se satisfatoriamente de uma operação de câncer de pulmão.
Escritos que combinam ficção, jornalismo, análise política e história.
Galeano tem mais de 30 livros publicados e, se pudéssemos caracterizá-los através de uma frase, talvez desta devesse constar o convite que o autor nos faz para olhar simultaneamente o passado e o futuro. Suas obras também buscam estabelecer uma frente comum contra a miséria moral e material do continente. Há um risco demagógico e piegas neste tipo de proposta, mas Galeano salva-se disto com um texto limpo e objetivo, às vezes duro. Com o tempo, amenizou seu estilo, chegando com naturalidade à prosa poética e mesmo à poesia. Seu projeto de refletir o drama da América Latina é abertamente de esquerda e, ao longo dos anos, o autor manteve um compromisso contínuo com suas ideias, rejeitando uma existência sem utopias.
Seus escritos combinam ficção, jornalismo, análise política e história. Ao lado de As Veias Abertas da América Latina, talvez seus livros mais importantes sejam a trilogia Memória do Fogo, dividida em Os Nascimentos (1982), As Caras e a Máscaras (1984) e O Século do Vento (1986). Trata-se de uma ousada e inclassificável mistura de gêneros unidas por onipresente espírito crítico. Os personagens são generais, artistas, revolucionários e operários, os quais são retratados em pequenos episódios que começam nos mitos dos povos pré-colombianos chegando até a década de 80 do século XX.
Como fã de futebol e hincha do Nacional de Montevidéu, Galeano escreveu O futebol ao sol e à sombra (1995), onde revisa a história do esporte. Sua paixão pelo jogo supera a paixão por uma camisa. O autor traça comparações com o teatro e a guerra, critica a presença das grandes corporações, de um lado, e, por outro, ataca sem tréguas os intelectuais de esquerda que rejeitam o jogo por motivos ideológicos. O formato escolhido é o da crônica, mas uma crônica de poesia derramada de paixão pelo futebol. “Aos descendentes dos rituais astecas, aos filhos do tango, do samba e da capoeira, da sombra da miséria e do sol dos sonhos de glória”: é a estes, a sua tradição de virtuosismo e a seus cultores, em todo o mundo e ao longo dos tempos, que o autor presta homenagem. Mas…
Como todos os meninos uruguaios, eu também quis ser jogador de futebol. Jogava muito bem, era uma maravilha, mas só de noite, enquanto dormia: de dia era o pior perna-de-pau que já passou pelos campos do meu país.
(…)
Os anos se passaram, e com o tempo acabei assumindo minha identidade: não passo de um mendigo do bom futebol. Ando pelo mundo de chapéu na mão, e nos estádios suplico:
– Uma linda jogada, pelo amor de Deus!
E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre — sem me importar com o clube ou o país que o oferece.
A nova tradução, por Sergio Faraco
No ano passado, a L&PM lançou uma nova tradução de As Veias Abertas da América Latina. O tradutor, a pedido do próprio autor, foi Sergio Faraco. “Fiz a tradução a pedido de Galeano e acompanhado por ele. Enviava diariamente e-mails com minhas dúvidas, os quais eram respondidos imediatamente. Demorei 3 meses para terminar as quase 400 páginas. A maior dificuldade não foi o texto original, foi a comparação com a outra tradução brasileira, de Galeno de Freitas, muito boa, feita em 1971. Era inevitável, acho que tudo ficou muito parecido”, conta Faraco.
Galeano elogiou a nova tradução, que teria ficado superior ao original em espanhol. “Minha obra hoje soa melhor em português”, disse, referindo-se ao fato de ter não apenas Faraco como tradutor de sua obra, mas também Eric Nepomuceno. Só aqui no Brasil já saíram 52 edições do livro. Faraco completa: “As Veias Abertas é um ensaio com altíssimo grau de informação. É inacreditável que ele tenha feito aquela imensa pesquisa histórica e escrito o livro na idade de aproximadamente 30 anos. O livro retrata uma realidade vergonhosa de surpreendente atualidade em nossos dias, pois nossa miséria e dependência permanecem. É curioso que alguns chamam o livro de anacrônico. Apesar de ter sido escrito há 40 anos, ele não tem nada de anacrônico, até porque revela de forma brilhante uma realidade incontestável – a realidade histórica”.
O professor do Instituto de Biociências da UFRGS, Paulo Brack, em entrevista à Rádio da UFRGS, rebate enfaticamente as acusações de anacronismo. “Vejam, por exemplo, a questão de Belo Monte. Ela confrontou o Brasil e a Comissão de Direitos Humanos da OEA, que questionou o tratamento que o governo brasileiro está dando ao problema. Também a aprovação do novo Código Florestal na Câmara demonstra a vitória de um sistema que há séculos está enraizado no país. O Código Florestal anterior era uma das legislações mais avançadas do mundo. Agora foi alterada em favor do agronegócio, cujo sistema de produção teve origem nos grandes latifúndios. Ou seja, muita coisa que Galeano fala em seu livro está ainda atual. Apenas mudou a cara de quem faz. Antes, havia a presença militar, agora não mais”.
A América latina parece ter-se especializado em prover o desenvolvimento das economias europeia e norte-americana.
Em As Veias Abertas, Galeano apresenta uma análise histórica sobre formação da América Latina desde sua ocupação pelos europeus até os dias de hoje, fundando sua crítica na espoliação econômica, na dilapidação dos recursos naturais do continente e na dominação política, primeiro pela Europa e depois pelos Estados Unidos. A professora de Geografia Ilana Freitas faz uma curiosa constatação. “Durante a ditadura, As Veias Abertas era muito usado por professores de segundo grau de História e Geografia. Eram pessoas que, de forma muito corajosa, preocupavam-se em marcar uma posição de esquerda ou de crítica à ditadura”.
Lamento que este livro ainda não tenha perdido a atualidade.
Eduardo Galeano
Sem ser hostil, o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva, também em entrevista à Rádio da UFRGS, faz ressalvas ao livro. “Galeano defendia que o fim da dependência da América Latina deveria ser baseado na implantação de modos modos de produção. O livro indica que a solução para a dependência latino-americana seria o socialismo. Este aspecto implícito ou explícito do livro, caducou”. Porém, Juremir concorda com Galeano no cerne: “É claro que o Brasil é um vendedor de commodities. Ou seja, vende matéria-prima barata e compra de volta o produto pronto daqueles países que agregam valor a eles. Vende para recomprar a preço maior o produto beneficiado. É uma questão não só de tecnologia, de capital, mas de mentalidade. Hoje, nada nos impede de mudar esta situação, só o fato de existir uma elite que está satisfeita como vendedora de commodities e que não deseja outro tipo de organização sócio-econômica”.
“A divisão internacional do trabalho consiste em que uns países se especializam em ganhar e outros em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: se especializou em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se lançaram através do mar e cravaram-lhe os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Ela já não é o reino das maravilhas em que a realidade superava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus da conquista, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região segue trabalhando como serviçal, continua existindo para satisfazer as necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que, consumindo-os, ganham muito mais do que a América Latina ganha ao produzi-los.”
Parágrafo de abertura de As Veias Abertas da Amérca Latina
Quando nos vamos, eles se vão?
Atualmente, passados 40 anos, talvez a crítica que se possa fazer a Galeano seja a do tom indignado da narrativa, porém isto não anula ou diminui os fatos descritos e não retifica a história, pois é difícil negar que as colônias e nações latino-americanas têm sido, desde o início do século XVI, especialistas em prover o desenvolvimento das economias europeia e norte-americana, com seu consequente fortalecimento político.
Seu último livro Espelhos (2008) consiste em quase 600 histórias breves que, segundo Galeano, proporcionam ao leitor “viajar através de todos os mapas de todos os tempos, sem limites”.
Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos nos lembram.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, eles se vão?
Este livro foi escrito para que não partam.
Nestas páginas unem-se o passado e o presente.
Renascem os mortos, os anônimos têm nome:
os homens que ergueram os palácios e os templos de seus amos;
as mulheres, ignoradas por aqueles que ignoram o que temem;
o sul e o oriente do mundo, desprezados por aqueles que
desprezam o que ignoram;
os muitos mundos que o mundo contém e esconde;
os pensadores e os que sentem;
os curiosos, condenados por perguntar, e os rebeldes e
os perdedores e os lindos loucos que foram e são o
sal da terra.