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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 11, 2011

11 de setembro – napalm na terra dos outros é refresco ou o feitiço contra o feiticeiro

Sanguessugado do Porfírio Livre
Pedro Porfirio
Por conta do atentado, os EUA continuam patrocinando genocídios imperiais no outro lado do mundo
“Um número surpreendente de pessoas ainda acredita que a organização terrorista Al Qaeda não foi responsável pelos ataques executados com aviões comerciais contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono em Washington, que deixaram quase 3.000 mortos. As teorias mais ousadas de complô afirmam que elementos dentro da administração do então presidente George W. Bush utilizaram explosivos colocados de forma prévia e mísseis contra os edifícios do World Trade Center e do Pentágono”.
Sebastian Smith, da agência France Presse em Nova York
Torres gêmeas são lembradas. Vítimas do napalm norte-americano em dezenas de atos terroristas,NÃO!
Confesso que, independente de questionar sua autoria, tive reação bem diferente ao saber dos atentados que culminaram com a destruição das torres gêmeas e de boa parte do Pentágono, sede do Ministério da Defesa dos EUA.
Lembrei-me de imediato de um outro 11 de setembro: com apoio ostensivo do governo norte-americano, naquele 1973 o Exército chileno abandonava uma longa tradição de respeito à Constituição para derrubar a bombas o governo do presidente Salvador Allende, em incursões letais que incluíram o Palácio presidencial de La Moneda.
Abrindo minha angular, sem maiores esforços, passei em revista os banhos de sangue que se tornaram doutrinas da política externa de Washington: vieram-me à cabeça as imagens dos bombardeios com a terrível bomba de napalm no Vietnam, que custaram mais de um milhão de vidas ao longo de uma guerra marcada por experimentos criminosos, incluindo armas bacteriológicas, que reduziram a pó dezenas de cidades e mataram milhares de civis, num ambiente em que a mídia procurava legitimar um genocídio que botava no chileno até mesmo as bombas atômicas despejadas sobre Hiroshima e Nagasaki, quando a II Guerra já estava ganha, excesso desumano que batizou festivamente os Estados Unidos como potência nuclear e deu as pilotos do feito às mais altas condecorações como heróis.
É claro que, no 11 de setembro, pensei nas vítimas inocentes que não tinham nada com as atrocidades praticadas pelas três armas dos EUA, as quais, porém, contaram sempre com a aceitação e o apoio da maioria dos americanos, conforme pesquisas sucessivas divulgadas pelo Galup e outros ibopes de lá.
O ponto de referência do meu entendimento crítico era simples: enfim os norte-americanos estavam conhecendo os horrores da guerra em seu próprio território. Até aquele 11 de setembro de 2001, o aparato bélico mais sofisticado do mundo mantinha as contendas em territórios alheios, nas casas dos outros. E bomba em terra alheia é refresco que valoriza as ações da indústria bélica no Wall Street.
Pensei e lamentei, tanto como penso e lamento cada vez que uma bala perdida fulmina uma criança a caminho da escola na favela carioca.
Mesmo na II Guerra Mundial, que serviu para reduzir a força das potências européias e alavancar os Estados Unidos como primeira referência bélica do Ocidente, os norte-americanos assistiram à distância o grande morticínio, que ceifou 50 milhões de vidas.
Ante a notícia que descabelou o mundo, ocorreu-me apenas revisitar o passado recente, enquanto contemplava daqui o pânico que desceu sobre  Nova York no ataque “consentido” (ou forjado)  já  esperado pelos serviços secretos, conforme incontestáveis provas reveladas posteriormente, inclusive o documentário a respeito de Mike Moore – o Fahrenheit 11 de setembro – produzido em 2004.
Era o feitiço que se voltava contra o feiticeiro – pensei. Estava mesmo na hora do povo dos Estados Unidos sofrer na própria pele, ainda que em um ato pontual, o que representa para as populações civis o uso de máquinas mortíferas contra quem “não tem nada com o peixe”.
Minha idéia era que todo aquele horror servisse de lição e levasse os cidadãos da grande potência belicista a assumirem suas responsabilidades diante da facilidade com que seus governantes decidem despejar bombas sobre outros povos, em guerras que parecem indispensáveis ao próprio sistema, em que tiram todo tipo de proveito os grandes negociantes de armas e o crime organizado que opera a partir do Wall Street.
Os fatos seguintes mostraram, porém, que um outro sentimento envolveu a massa, cujos brios foram explorados e serviram de matéria prima para novas guerras: os grupos econômicos souberam tirar proveito mercadológico do trauma provocado e se sentiram apoiados para lançar mais bombas sobre outras populações, de olho principalmente na rapina de riquezas minerais.
Com o sofrimento provocado pelos ataques de meia centena de terroristas, Bush e os prepostos das empresas de guerra invadiram o Iraque em 20 de março de 2003, 18 meses depois do atentado das torres gêmeas, e fizeram a festa que pôs no mesmo barco a indústria bélica e as empresas especializadas no saque da riqueza alheia, a principal das quais, a Halliburton, do então vice-presidente Dick Cheney, ganhou contratos bilionários para coordenar a apropriação das riquezas do país invadido.
Já estava em curso a invasão do Afeganistão, cujas riquezas são escondidas a sete chaves, até chegarem neste 2011 ao mais descarado dos assaltos militares coordenados, agora para tirar da lama a cambaleante economia de posudos países ocidentais.
Nessa nova ação, em que a opinião pública mundial foi enganada pela mídia a serviço dos piores interesses, a ONU foi solenemente transformada em biombo “jurídico”, aprovando uma resolução que seria inevitavelmente fraudada – aquela história de autorizar o bloqueio do espaço aéreo da Líbia, cenário de uma farsa seriada protagonizada por canastrões sem escrúpulos.
Os norte-americanos que neste 11 de setembro lembram os civis mortos no ataque terrorista (sic) não têm olhos críticos para as práticas igualmente terroristas em que se lançam suas forças armadas, causando os mesmos traumas e os mesmos sofrimentos a povos indefesos, cujos únicos crimes são tentar preservar a soberania sobre suas riquezas.
E se calam e consentem ante as investidas terroristas de seus governantes, não estão à vontade agora para tentar fazer marketing com a lembrança da data infausta.
Que se saiba, não faz parte de nenhuma lógica o entendimento de que os genocídios produzidos pelas potências ocidentais são civilizatórios e se destinam tão somente a garantir o exercício da liberdade nos países de que são algozes.
Toda essa manipulação da tragédia em casa parece destinada a embasar a teoria de uma “guerra santa” em terras distantes: desde aquele dia que tirou os americanos do sério, 1 trilhão de dólares já foram queimados em outras agressões, com o apoio de um Congresso corrupto, mediante propinas e sob a proteção do lema “Deus salve a América”.
Mesmo em crise, no limiar da pindaíba, os contribuintes norte-americanos continuam pagando sem reclamar foguetes de um milhão e meio de dólares empregados nas guerras de rapina, nas agressõesem  às soberanias de outros países, conforme a doutrina de “xerifes do mundo” e “povos superiores”, que desprezam as vidas de seres humanos nascidos e criados em outros cantos,   na mesma ilusão de que também são filhos de Deus.
Continuo com o mesmo sentimento em relação ao dia em que a deslumbrada Nova York amarelou, tremeu, viu ruírem símbolos de seu poderio e se deparou ao vivo e a cores com a destruição insana, de que se imaginava blindada.
É provável até que esse sentimento olímpico que sustenta as maratonas mortíferas seja hoje ainda mais forte ao pé da bandeira estrelada, porque as tropas imperiais continuam operando ferozmente em outras plagas sempre com o consentimento e apoio dos donos da cocada branca, totalmente abobalhados por uma mídia que canta e exalta as agressões alhures, ainda que a custa de milhares de vítimas tão inocentes como os que estavam nas torres atacadas naquele 11 de setembro, que não poderá sair da memória de ninguém.
Porque o 11 de setembro de 2001  mostrou que qualquer um está exposto aos horrores de uma guerra. Inclusive os exportadores de homens e armas para terras estrangeiras.




Companheiro Allende? Presente! Agora e sempre!

Sanguessugado do Consciência.net
Celso Lungaretti
Há duas efemérides marcantes neste domingo, 11 de setembro.
A menos relevante para nós  é aquela que a mídia colonizada trombeteia ad nauseam: o décimo aniversário de um atentado nebuloso nos EUA, com grande possibilidade de ter sido urdido ou, ao menos, consentido pelos que depois surfaram na onda da indignação provocada. Algo como uma versão atualizada do incêndio do Reichstag.
O certo é que deu pretexto para o desencadeamento de uma escalada repressiva/intervencionista que fez lembrar a intolerante e paranóica década de 1950 — aqueles anos terríveis do macartismo e da guerra fria.
Os efeitos da pirotecnia atribuída a Osama Bin Laden, contudo, pouco se fizeram sentir no Brasil — ao contrário dos de um atentado que golpeou duramente as aspirações dos povos latino-americanos, destruindo um dos mais generosos experimentos socialistas do século passado.
Deixando de lado a pauta da imprensa espiritualmente satelizada pelo Império (*), eu quero mesmo é reverenciar um dos maiores heróis da nossa sofrida América Latina: Salvador Allende, o  compañero presidente.
Que nunca pretendeu, no poder, ser nada além de outro militante revolucionário, como todos os seus companheiros de jornada na luta por um Chile com liberdade e justiça social.
E que, naquele terrível 11 de setembro de 1973, não aceitou curvar-se aos tiranos, preferindo a morte digna à fuga indigna que lhe ofereceram.
Então, as palavras que endereçou ao povo pelo rádio, na iminência do martírio, inspirarão para sempre os combatentes por um mundo redimido do pesadelo capitalista:
Colocado numa transição histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E lhes digo: tenho certeza de que a semente que entregaremos à consciência de milhares e milhares de chilenos não poderá ser extirpada definitivamente. Trabalhadores de minha Pátria! Tenho fé no Chile e em seu destino. Outros homens se levantarão depois deste momento cinza e amargo em que a traição pretende se impor. Sigam vocês sabendo que, bem mais cedo do que tarde, vão abrir-se de novo as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
* E que ninguém venha me falar em números redondos e quebrados: aposto até meu último centavo que, em 11 de setembro de 2013, a mídia servil dará muito mais destaque aos 12 anos do atentado ao WTC do que aos 40 anos da morte de Allende.

sábado, setembro 10, 2011

Debaixo dos caracois do sionismo






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 Fundador da banda Pink Floyd junta-se à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel e apela aos colegas da indústria da música e a artistas de outras áreas para que adiram também.


O fundador, vocalista e baixista da banda Pink Floyd, cuja música “Another Brick in the Wall Part 2″ serviu de hino da juventude negra sul-africana contra o apartheid e, mais tarde, foi também cantada por jovens palestinianos contra o muro que Israel construiu nos territórios ocupados, anunciou este domingo a sua adesão ao boicote cultural contra Israel.

Waters apelou aos colegas da indústria da música e a artistas de outras áreas para aderirem à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que termine a ocupação e a colonização de todas as terras árabes e o muro seja desmantelado; sejam reconhecidos os direitos fundamentais dos cidadãos árabo-palestinianos de Israel em plena igualdade; e sejam respeitados, protegidos e promovidos os direitos dos refugiados palestinianos de regressar às suas casas e propriedades, como estipulado na resolução 194 das NU.

Leia na íntegra a carta aberta divulgada pelo músico britânico.

Carta aberta de Roger Waters

Em 1980, uma canção que escrevi, “Another Brick in the Wall Part 2″, foi proibida pelo governo da África do Sul porque estava a ser usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o seu direito a uma educação igual. Esse governo de apartheid impôs um bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a minha.

Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005, crianças palestinianas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas cantavam: “Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!” Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o que elas estavam a cantar.

Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para actuar em Telavive.

Palestinianos do movimento de boicote académico e cultural a Israel exortaram-me a reconsiderar. Eu já me tinha manifestado contra o muro, mas não tinha a certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores palestinianos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestiniano ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão. Eu concordei.

Sob a protecção das Nações Unidas, visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinianos, com os subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino dos palestinianos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro, naquele dia: “Não precisamos do controlo das ideias”.

Tomando nesse momento consciência que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar involuntariamente a opressão que estava a testemunhar, cancelei o concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintainhos e também, admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.

Contra todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos palestinianos que vivem em Israel.

Infelizmente, nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu, inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.

Aprendi nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor palestiniano tem de ver oliveiras centenárias ser arrancadas. Significa que um estudante palestiniano não pode ir para a escola porque o checkpoint está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos de estrada. Significa que um artista palestiniano não pode viajar ao estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num festival internacional.

Para a população de Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente. Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.

Na minha opinião, o controlo repugnante e draconiano que Israel exerce sobre os palestinianos de Gaza cercados e os palestinianos da Cisjordânia ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos direitos dos refugiados de regressar às suas casas em Israel, exige que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os palestinianos na sua resistência civil, não violenta.

Onde os governos se recusam a actuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito necessitada ajuda humanitária.

Para mim, isso significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos, juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos exigidos na lei internacional.

1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;

2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabo-palestinianos de Israel em plena igualdade; e

3. Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados palestinianos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na resolução 194 das NU.

A minha convicção nasceu da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A minha posição não é anti-semita. Isto não é um ataque ao povo de Israel. Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote cultural.

Os artistas tiveram razão de recusar-se a actuar na estação de Sun City na África do Sul até que o apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E nós temos razão de recusar actuar em Israel até que venha o dia – e esse dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinianos vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que todos eles merecem.


Tradução do Comité Palestina no Diario Liberdade

*Beatrice

Novidade Tecnológica


(09-09-11) – A evolução tecnológica resultou em uma motocicleta elétrica que funciona a partir do peso e do calor humano! Parece inacreditável, mas o veículo criado pela designer Madella Simone e projetado pela Tesla E-Max, é coberto de material piezoelétrico que converte a força de compressão – isto é, o peso da pessoa que estiver sentada – em eletricidade para alimentar dois motores localizados nas duas rodas.

Além disso, a motocicleta elétrica ainda possui uma segunda camada de tecido halite que é responsável por converter o calor do corpo humano e do ambiente em eletricidade extra.

Apesar de ser apenas um conceito, o impacto zero desse veículo sustentável pode revolucionar futuros projetos de motocicletas para que sejam menos poluentes, utilizando novas fontes de energia.
*yahoo

Dize-me com quem andas e direi o que queres



O movimento pelo voto distrital vai ganhando, a cada dia, ações de propaganda que revelam, para quem quiser ver, a sua origem e intenção políticas.
Depois de José Serra, a Veja. E, agora, Merval Pereira, em O Globo. Que trinca!
Toda a respeitavel discussão sobre a conveniência deste sistema eleitoral desparece ante a insinceridade dos objetivos.
Seus organizadores são apresentados com um distanciamento das paixões partidárias que quase faz supor terem chegado ontem de Marte. São “a sociedade”, embora sejam apenas uma parte dela.
Agora o movimento, que era “espontâneo”, embora tivesse nascido usando um domínio de internet pertencente à Associação Comercial de São Paulo, ligada ao kassabo-serrista Guilherme Afif Domingos, é patrocinado por uma outra instituição, o Centro de Liderança Política, instituição mantida, entre outros voluntários, pelo Itau, Santander, Pão de Açúcar, Vivo e Arab Bank.
Nada de ilegal nisso.
Desde que não nos queiram vender a ideia de que o movimento não tem, por detrás de si, senão um simpático grupo de caras-pintadas, idealistas, que estão ganhando tanta acolhida na mídia conservadora por sua expressão na sociedade.
Porque o que acontece é exatamente o contrário: é a mídia conservadora que está lhe dando seus 15 minutos de glória.
*Tijolaço

Kotscho desmascara
marchadeiros do Cansei


Ophir: ah, que saudades do Faoro !



Protesto chique e o fracasso do Cansei


Eles não aprendem e não desistem. Derrotados três vezes nas eleições presidenciais, os valentes da fina flor paulistana foram de novo às ruas para protestar “contra tudo o que está aí”. Desta vez, o álibi foi a Marcha Contra a Corrupção organizada nas redes sociais em várias regiões do país.


Em São Paulo, apesar dos esforços de alguns blogueiros histéricos, o protesto fracassou: segundo a Policia Militar, apenas 500 pessoas se animaram a sair de casa neste belo feriado de 7 de setembro com muito sol para ir à avenida Paulista levantar cartazes contra a corrupção.


A personalidade mais conhecida identificada pela imprensa foi a socialite Rosangela Lyra, sogra do jogador Kaká e representante da Dior no Brasil.


Era a mesma turma chique do “Cansei”, um “movimento cívico” criado em julho de 2007, para protestar contra o “caos aéreo”, pelo presidente da OAB paulista, Luís Flávio Borges D´Urso, agora pré-candidato do PTB de Roberto Jefferson a prefeito de São Paulo, mas nem ele foi visto hoje na avenida Paulista.


De outro líder do “Cansei”, o executivo Paulo Zotollo, ex-presidente da Phillips, não se ouviu mais falar. Na época, ele causou um enorme dano para a imagem da empresa ao declarar em entrevista ao jornal “Valor”:


“Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz como tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”.


O Piauí ainda existe, virou até nome de revista, vai bem, cresce e seu povo está melhorando de vida, ao contrário do infeliz executivo que apenas vocalizou o que pensava boa parte da elite paulistana sobre os nordestinos, quando o presidente do país era o pernambucano Lula.


A direção nacional OAB nacional na época, que ainda não era dominada por tipos como Ophir Cavalcante (quem?), o novo Álvaro Dias predileto da mídia, decidiu não participar do movimento e criticou a sessão paulista da entidade.


O então presidente da OAB-RJ, Wadih Dammus, resumiu do que se tratava. “O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas de São Paulo”.


Foi o que se viu no 7 de setembro de protestos na avenida Paulista. São os mesmos. Só mudou o mote.


Em tempo (atualizado às 19h12):


No final da tarde desta quarta-feira, 7 de setembro de 2011, os números sobre o tamanho das manifestações em São Paulo variavam nos portais da grande mídia, que ajudaram a promover os protestos na avenida Paulista.


Segundo a “Veja”, em nova manifestação promovida à tarde, no mesmo local, havia entre 2 e 4 mil pessoas no protesto, dependendo do informante e do blogueiro.


No portal da “Folha”, o maior jornal do país, a multidão de protestantes chegou ao máximo de 700 manifestantes, em seus diferentes informes ao longo do dia.


Até o final da tarde, segundo o portal do “Estadão”, um dos mais empenhados promotores das manifestações na avenida Paulista, em nenhum momento, até as 19 horas, o protesto passou de 500 participantes.


Seja como for, foi bem menos gente do que o registrado na maior manifestação do fracassado “Cansei”, promovida no dia 17 de agosto de 2007, na praça da Sé, em São Paulo, com o apoio da Febraban (a federação dos bancos) e da Abert ( a associação das grandes emissoras de televisão), entre outras mais de 60 entidades da “sociedade civil organizada”.


Segundo a Polícia Militar, havia 5 mil pessoas naquele dia em São Paulo protestando contra o “caos aéreo” do governo Lula e outras mazelas nacionais.


A grande imprensa brasileira, que se uniu para promover o golpe militar de 1964 e eleger Fernando Collor em 1989, parece ter perdido seu poder de mobilização. E seus blogueiros, colunistas e editores amestrados continuam latindo para cada vez menos gente.

*PHA

Presidenta Dilma aceita convite de Hugo Chávez para visitar a Venezuela ainda este ano

Em telefonema no início da tarde desta sexta-feira (9/9), o presidente venezuelano, Hugo Chávez, convidou a presidenta Dilma Rousseff a realizar visita oficial à Venezuela ainda este ano. Segundo o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, a presidenta aceitou o convite e a viagem deve ser marcada para antes da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), prevista para os dias 2 e 3 de dezembro.
Os presidente se congratularam sobre o acordo entre a Petrobras e estatal venezuelana do petróleo, PDVSA, sobre a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O acordo fixa o cronograma de obras e a liberação dos recursos que viabilizam a sociedade entre as duas petrolíferas para a construção da refinaria. O presidente Chávez disse que o acordo potencializa a integração energética entre os dois países, dadas as possibilidades ainda existentes na área de gás e petroquímica.
A presidenta Dilma Rousseff agradeceu carta enviada por Hugo Chávez por ocasião do Dia da Independência do Brasil e perguntou, ainda, sobre seu estado de saúde. Em resposta, o presidente venezuelano disse que se recupera bem, informou Rodrigo Baena. 
*comtextolivre

Novo escândalo atinge Berlusconi e crise italiana se agrava

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi enfrenta nesta sexta-feira novas acusações relacionadas a um escândalo de prostituição, fato que resulta em mais uma distração política num momento em que a Itália luta para evitar uma crise financeira que pode destroçar a zona do euro.
Berlusconi teria aconselhado Valter Lavitola, um obscuro consultor agora procurado pela polícia, a permanecer fora da Itália durante uma investigação sobre uma suposta tentativa de extorsão do premiê, na qual Lavitola supostamente esteve envolvido.
Niccolò Ghedini, advogado de Berlusconi, disse em nota que a acusação, baseada em um telefonema interceptado pela polícia e divulgada pela revista L'Espresso, é "absurda e infundada".
A notícia foi estampada nas capas dos principais jornais italianos nesta sexta-feira, e motivou a oposição a novamente pedir a renúncia de Berlusconi.
"Este telefonema é a cereja no bolo", disse Enrico Letta, dirigente do Partido Democrático, ao jornal La Repubblica. "O primeiro-ministro não está comandando o país, que na verdade não tem líder."
Juízes de Nápoles ordenaram a prisão de Lavitola, mas acredita-se que ele esteja fora da Itália. Berlusconi deve ser interrogado na semana que vem no tribunal, como testemunha no caso.
As novas acusações se somam ao caos que cerca os esforços do governo centro-direitista para controlar uma crise financeira que deixou a Itália na dependência do apoio do Banco Central Europeu para continuar financiando sua dívida pública de 1,9 trilhão de euros.
Após intensa pressão do BCE, o governo submeteu ao Parlamento um plano de austeridade no valor de 54 bilhões de euros, com a intenção de equilibrar o orçamento até 2013. Entre as medidas previstas estão um aumento no imposto sobre valor agregado (IVA), mudanças nas regras previdenciárias e cortes nos gastos governamentais.
O pacote causou profundas divergências entre as várias facções do governo e já foi alterado várias vezes nas últimas semanas, para desgosto dos parceiros europeus da Itália.
O país, terceira maior economia da zona do euro, balança há dois meses à beira de um precipício financeiro, já que os mercados pulverizaram o valor dos seus títulos públicos e levaram os custos do crédito a níveis impraticáveis.
Foi necessária uma intervenção do BCE, comprando títulos italianos no mercado, para manter os ágios em níveis com os quais Roma pode arcar, evitando uma quebra que arrastaria toda a zona do euro para uma crise potencialmente fatal.
Na noite de quinta-feira, o presidente do Banco da Itália, Mario Draghi, que assume a presidência do BCE em novembro, se reuniu com Berlusconi para discutir as novas medidas, exigidas no mês passado pela instituição europeia em troca do seu apoio.
O pacote de austeridade vai a debate na Câmara na segunda-feira, e deve ser votado durante a semana.
No Terra

Boicote ao show de Roberto Carlos

Como brasileiros e brasileiras sabedores da importância da mídia como formadora de opinião, protestamos contra o anúncio de exibição pela TV Globo do show do cantor Roberto Carlos realizado em Jerusalém, a convite do Governo de Israel, no último dia 7 de setembro. Essa apresentação encobrirá questões importantes que precisariam ser colocadas para a sociedade brasileira, como a ocupação ilegal de territórios naquela região por parte de Israel.
Ademais, a iniciativa enfraquece o chamado da sociedade civil palestina feito desde 2005 para o BDS (boicote, desinvestimento e sanções) até que Israel cumpra os requisitos básicos do direito internacional, pondo fim à ocupação militar, à tomada de terras e construção de novas colônias nos territórios palestinos, respeitando os direitos humanos e dos refugiados. Inspirado pelo boicote cultural ao apartheid na África do Sul, o povo palestino pede a artistas internacionais que se juntem ao movimento BDS cancelando shows e eventos em Israel, que só servem para igualar o ocupante ao ocupado e, portanto, promover a continuação da injustiça.
Em outubro do ano passado, o sul-africano Desmond Tutu, consagrado com o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o apartheid, apelou à ópera de seu país para cancelar a apresentação agendada em Israel. Infelizmente, o cantor Roberto Carlos, apoiado pela TV Globo, não seguiu esse e outros exemplos, como os de Elvis Costello, Carlos Santana, Roger Waters e os Pixies, que se recusaram a fazer shows em Israel no ano passado.
Com essa atitude, entendemos que a TV Globo acaba por apoiar a campanha israelense para encobrir violações do direito internacional e projetar uma imagem falsa de normalidade. Muito mais pessoas teriam a noção da injustiça cotidiana cometida nos territórios ocupados, entre os quais Jerusalém, se o show não fosse exibido no Brasil. Por isso, vamos nos juntar ao apelo da comunidade árabe e muçulmana no País por um grande movimento de boicote à emissora durante a exibição do show.
A apresentação está marcada para este sábado (10/9), após a exibição da novela Fina Estampa. Faça a sua parte: boicote o show, mudando de canal ou desligando a TV neste momento!
Da Frente em Defesa do Povo Palestino
*comtextolivre 

Árabes e israelenses se unem para que Roberto Carlos volte a compor um sucesso

O Itamaraty estuda enviar sósias de Roberto Carlos para uma turnê no Oriente Médio
FAIXA DE GAZA - Líderes judeus e muçulmanos se deram as mãos e prometeram assinar um acordo de paz caso Roberto Carlos dê um jeito de compor uma música de sucesso. "Derrubaremos o muro, reconheceremos o Estado Palestino, incluiremos a kafta e a esfiha no nosso cardápio diário e conviveremos como se tivéssemos um milhão de amigos", declarou Benjamin Netanyahu, afagando um camelo. A seu lado, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, também conhecido como Abu Mazen, disse aos jornalistas que, em troca de um novo Côncavo e Convexo, está disposto a incluir todos os filmes de Woody Allen e os livros de Philip Roth no currículo escolar da Cisjordânia, além de permitir que Benjamin Netanyahu tenha, como ele, um segundo nome: “Se ele quiser ser chamado de Moacir, será muito bem-vindo.”
O anúncio aconteceu logo depois do show do Rei na Terra Santa e as adesões foram imediatas. Fã da Jovem Guarda, o ex-ditador Muammar Kadafi divulgou uma gravação em que promete se entregar caso Roberto "volte a cantar Quero que vá tudo para o inferno ou As curvas da estrada de Santos”.
Profundamente tocado com a perspectiva de um retorno de Roberto Carlos às paradas de sucesso, Mahmoud Ahmadinejad enviou um telegrama para Barack Obama com a seguinte mensagem: "Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo. Mas é muito bom saber que você é meu amigo". Mexida, Hillary Clinton respondeu pedindo a Ahmadinejad que esquecesse as desavenças do passado, pois “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...”
Os governos da França e da Espanha prometeram resolver a questão basca contanto que Biafra se aposente.
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Charge do Dia

sexta-feira, setembro 09, 2011

Amar e ser solidário é preciso; preconceito e indiferença não é preciso”

Caro leitor, O texto abaixo, foi escrito por José Deoclécio de Oliveira. Existe uma cultura no Brasil de que o governo pode resolver todas as nossas necessidades de todas as ordem. Com o aumento dos acidentes de trânsito e outras fatalidades têm aumentado o número de pessoas com paraplegia (chamados de cadeirantes). Devido a esta questão as pessoas envolvidas buscam com mais afinco em exigir seus direitos: cobrando acessibilidade, capacitação para o trabalho, reabilitação e [...]
*deficienteciente