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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 06, 2011

'DESOCUPE O ALABAMA' X 'OCUPE WALL STREET'



O Alabama, um dos berços da Ku Klux Klan, que teve em seu governador George Wallace um expoente do racismo e do anti-comunismo norte-americano nos anos 50/60, ergueu a cabeça da serpente de novo. 

Uma nova legislação anti-imigrantes, uma espécie de 'desocupe o Alabama' persegue ilegais através da caçada de crianças nas escolas, exigindo-lhes documentação indisponível pelos pais. 

A freqüência escolar caiu 5% desde que a lei entrou em vigor este ano. 

A caçada atinge principalmente os latinos e avança pelas ruas num clima de repressão a recordar os melhores momentos da intolerancia dos anos 60. 

A lei autoriza policiais a abordar e prender imediatamente qualquer cidadão não-documentado. 

Os critérios da abordagem remetem à cultura racista do Alabama. 

A intolerancia contra imigrantes ilegais está sendo disseminada pelo Tea Party. Em 2010 as prisões de ilegais aumentaram em 25% nos EUA. 

 Mais de 400 mil pessoas foram deportadas. 

O Movimento pelos Direitos Civis , uma espécie de frente ampla progressista que polarizou a luta política e anti-racista nos EUA nos anos 60/70 refluiu no fastígio neoliberal. 

A repressão no Alabama, o preconceito aflorado com a eleição de Obama e o extremismo do Tea Party indicam que o seu renascimento com o 'Occupy Wall Street' chega em boa hora. 

O conjunto antecipa a moldura de um aradicalização que marcará a disputa presidencial de 2012 como uma das mais politizadas das últimas décadas 
 .
(Carta Maior)

Os Insones e a Vassoura

O mês de Outubro não começou bem para a alta cúpula do jornalismo daquela que está deixando de ser a maior emissora do país, isolada na liderança.


A divulgação do mais recente Painel Nacional de Televisão, o PNT, que mostra uma queda de 4% na audiência este ano trouxe inquietação nos corredores do Jardim Botânico. O temor é que o fraco desempenho de 2011 se acentue com a chegada dos Jogos Panamericanos daqui a 10 dias.

O evento, que já foi da Globo, hoje é exclusividade de sua maior rival, a Record. Por falar em rivalidade, há um diretor global que até sugeriu se não seria o caso de apoiar de alguma forma movimentos que desestabilizassem a concorrência, como por exemplo uma greve. Claro que a proposta foi rechaçada, de tão absurda.

Mas isso não impede que o assunto ganhe uma cobertura atenciosa por parte de colunistas e jornalistas aliados, principalmente em outros veículos, para não caracterizar a ofensiva. Afinal, na guerra pela audiência vale tudo.

Os preparativos para A Semana Internacional pela Democratização da Mídia, que acontece entre os dias 17 e 21 de outubro, também tem tirado o sono dos gestores. É que movimentos que unem blogueiros, estudantes e minorias prometem fazer uma "faxina" na emissora A mobilização ganha corpo rapidamente pelas "mídias sociais" e pode virar um fato de grande repercussão, temem.


O slogan da mobilização é bem humorado: “Traga sua vassoura, seu cartaz e junte-se a nós!”. Democratizar a comunicação é tudo o que eles não querem. Afinal, abrir mão dos "royalties" significa perder poder político e econômico. E para quem tem jornal, editora, rádio, televisão, cinema, internet e fundação cultural, convenhamos, não é fácil aceitar de bom grado uma vassora na porta de casa.

Quem sabe o prefeito e o governador não emprestam seus capangas para dar uma força? O pedido já foi feito e parece que ambos disseram amém, digo, sim.
DoLaDoDeLá

Quilombolas

Não deixa de ser uma versão "yankee" do parágrafo final do Manifesto Comunista de Marx e Engels: "Proletários ...., uni-vos!"...

Povo dos EUA vira à esquerda, contra o neoliberalismo e pelo fim das guerras

http://october2011.org/
A ficha já caiu para uma boa parcela dos estadunidenses, que estão indo às ruas fazer revoltas pacíficas, como não se via desde os anos 60, nas manifestações contra a guerra do Vietnã, pelos direitos civis e contra "o sistema".


A guerra do Afeganistão já dura 10 anos. O neoliberalismo que gerou a crise trouxe o desemprego, a exclusão social, a perda da moradia hipotecada. Aposentados dos fundos de pensão viram parte de suas aposentadorias evaporarem, com as perdas do pecúlio aplicado nos bancos quebrados.

Ativistas ocupam as ruas e rebelam-se clamando "Somos os 99% que não vão mais tolerar a ganância e corrupção dos 1%".

A ficha caiu, entendendo que existe um conflito de classes. Os 99% são o povão estadunidense que perderam seu "american way of life" e estão se sentindo na coluna dos perdedores. Os 1% são a elite econômica, simbolizada em Wall Street que, bem ou mal, sempre saem ganhadores, com crise ou sem crise.

Não deixa de ser uma versão "yankee" do parágrafo final do Manifesto Comunista de Marx e Engels: "Proletários ...., uni-vos!"...

Quem diria!

Lemas como "Parar o sistema! Criar um novo mundo!" são propagados. Não deixa de ter semelhança com o brado do Forum Social Mundial: "Um novo mundo é possível".

Os ativistas exigem:

  • Taxar os ricos e as corporações com mais impostos
  • Proteger o planeta
  • Colocar as necessidades humanas acima da ganância corporativa
  • Colocar os trabalhadores antes de lucros
  • Deixar o poder econômico de fora da política
  • Fim das guerras, trazer as tropas de volta para casa
  • Assistência de saúde para todos
  • Fim da proteção econômica do governo às corporações
Neste 6 de outubro, aniversário da invasão do Afeganistão, ativistas estadunidenses marcaram a ocupação de Washington, a capital dos EUA.

O movimento, inspirado nas revoltas populares iniciadas no Egito, chamadas primavera árabe, começou com a ocupação de Wall Street, o símbolo do capitalismo e das grandes corporações (Seria o equivalente no Brasil a "ocupar a BOVESPA" - Bolsa de Valores de São Paulo).

http://occupywallst.org/

Alguns milhares de ativistas ocupam Wall Street há 3 semanas, sejam se revezando, sejam acampando. As manifestações são pacíficas, mas com alguns atos de desobediência civil, como obstruir o trânsito, e passeatas não autorizadas, o que levou a repressão da polícia e prisões rápidas.

As ocupações se alastram para outras cidades: Bostom, Chicago, Los Angeles, San Francisco, etc.

Por enquanto os ativistas são uma minoria barulhenta, mas vocalizam os protestos do cidadão estadunidense médio, insatisfeito com o desemprego, a crise que os afeta, enquanto os bancos que provocaram a crise se salvam e continuam lucrando e pagando bônus milionários a seus executivos.

Os estadunidenses tem uma vantagem sobre os países do Oriente Médio: a militância virtual é mais intensa, já que quase todos os domicílios tem acesso a internet.
*Osamigosdopresidentelula

Sôbre esperança e mudança

"Taxem os gatos gordos". O mercado já não é o Deus da América
Em 2008, na crise, o negro Barack Obama foi a esperança. Afinal, um negro na presidência da maior nação “branca” do mundo seria a negação do sistema que falia, e literalmente  ele falia, sim.
A opinião pública mundial, de fora para dentro, empurrou Barack Obama para além dos negros e latinos norteamericanos que, com o apoio de um parcela da intelectualidade encantada com a perspectiva do novo.
A perspectiva do que Obama poderia representar – e não os atos que praticara ou praticaria – deu a ele o Prêmio Nobel da Paz, antes que retirasse um só soldado ou desarmasse uma única ogiva nuclear.
A crise de 2011 não tem um Obama.
Na verdade, os que protestaram na Europa, como os  que protestam em número cada vez maior  nos EUA, numa surpreendente sequência de manifestações, têm um grito aflito, não um projeto. Têm muito, muito mais princípios do que fins. Isso talvez seja sua maior carência e sua maior virtude.
Podem não ter uma perspectiva de poder. Mas são dissonantes, e isso é muito depois de tempos de fé na harmonia do capital como música do mundo.
Quando a prosperidade ruiu, em 2008, foi um choque. A nova onda da crise, não, não espanta. Não é um acidente de percurso, é a inviabilidade do “caminho único”  do qual, mesmo depois do desastre, não se saiu.
Para nós, pode soar estranho que milhares de pessoas se reúnam nas ruas para pedir mais presença estatal e mais impostos. Mas não pode soar mais estranho isso aqui do que nos EUA.
A ordem e a lógica econômica e política do mundo ou se reformula, ou se reformula.
A esperança de 2008 perdeu-se por não mudá-la. A esperança de 2011 talvez não espere vencer, mas sabe que é preciso mudar.
*Tijolaço

Atrasado mas sempre oportuno Prêmio 'C Elite' de Ouro

Atendendo a inúmeros pedidos - até agora três - dos leitores deste blog sujo, resolvemos instituir o Prêmio 'C Elite' de Ouro.
E o vencedor deste mês é...
o gaúcho Luiz Carlos Prates!

 
Lembramos que de acordo com o regulamento do Concurso 'C Elite' de Ouro, o vencedor deverá procurar seu prêmio em nossas dependências, no prazo de 24 h após a divulgação do resultado, acompanhado de dois beneficiários do Bolsa Família, residentes em sua vizinhança, e de um novo proprietário de veículo automotor, com renda familiar de até 5 salários mínimos, adquirido no último mês, que tenha lido pelo menos um livro no ano de 2010.
Parabéns Prates!
Tu venceu, tu mereces!
Te esperamos aqui, com urgência!
PALHAÇO!!!
FASCISTA. 
*comtextolivre

Rio: população vai fazer “faxina" na TV Globo

A "lavagem da Rede Globo" faz parte das comemorações da Semana Internacional pela Democratização da Mídia, que acontece entre os dias 17 e 21 de outubro, com programação em todo o país. A “faxina” na Globo acontece na quarta (19), no Jardim Botânico, a partir das 13 horas. As pessoas estão sendo convidadas pelo Facebook .
Traga sua vassoura, seu cartaz e junte-se a nós!” Este é mote do evento, que promete: “a população do Rio de Janeiro fará a faxina que a Rede Globo merece.”
Os organizadores do ato são o RioBlogProg, FALE-Rio, UEE-RJ, DCE FACHA e UJS.
Participe!
A Semana Internacional pela Democratização da Mídia, que apresentará programação intensa em todo o país, terá como tema principal o Marco Regulatório das Comunicações, atualmente aberto à consulta pública no link http://www.comunicacaodemocratica.org.br/Mídia
A consulta estará aberta até o dia 7 de outubro. A versão consolidada deve ser lançada no dia 18 de outubro, Dia Mundial da Democratização da Comunicação.
Qualquer cidadão pode entrar no link e participar da consolidação da nova plataforma do marco regulatório, veja como:
  • Na página A Plataforma você pode ler o texto completo. Clique nos títulos de cada parte ou de cada diretriz para contribuir em relação àquele item;
  • Você pode inserir uma nova contribuição ou responder a uma contribuição já publicada;
  • As contribuições podem ser propostas de alteração, inclusão ou supressão de trechos, e preferencialmente devem vir acompanhadas de uma justificativa;
  • Se quiser sugerir um item que não esteja contemplado entre as 20 diretrizes da plataforma, apresente a proposta na página Diretrizes fundamentais;
  • Contribuições gerais sobre a Plataforma, que não se encaixem em nenhum dos outros itens, devem ser publicadas em (contribuições gerais).
*comtextolivre

Conversa Afiada e Bessinha esqueceram-se da maior barriga de aluguel de terroristas

GilsonSampaio
Lamentável a charge e a publicação da mesma.
A intensa propaganda americana contra árabes, muçulmanos produz resultados que se cristalizam sorrateiramente. É o caso dessa charge  do Bessinha  publicada no Conversa Afiada. Por que não dois homens de capas pretas e golas levantadas, óculos escuros, chapéu caído sobre os olhos e encimado com uma etiqueta onde se lê “CIA”, caricatura perfeita de quadrinhos e desenhos animados dos agentes americanos da maior emprenhadeira de terroristas do planeta. Seria muito mais apropriado.
image
Demonizar árabes e muçulmanos é próprio de quem se deixou colonizar pelo império e não se deu conta disto.
Império que promoveu o golpe de ‘64 e implantou o terror entre nós.
Não consta que a Escola das Américas(escola para terroristas, golpistas, torturadores e assassinos) ou a Operação Condor tivesse sua sede em algum país árabe.
Nem que Don Mitrione usasse túnica e orasse cinco vezes ao dia, voltado para Meca.
Ou, seria Vernon Walters algum árabe disfarçado que teria conspirado com a milicada no Golpe de ‘64?
Qual aiatolá espalhou o terror pela Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Paraguai … ?
E as prisões de Guantánamo, Abu Grahib e outras tantas desconhecidas?
O terror no Iraque, Líbia, Afeganistão, Vietnam … na Palestina.
Quem tem mais de mil bases militares espalhadas pelo planeta, fora as bases flutuantes que são  as poderosíssimas 7 Frotas Navais?
Quem são os terroristas de verdade?

Esqueceu-se o jornalista e o chargista que a  CIA é a maior emprenhadeira de terroristas do mundo?
Recomendo que vejam o vídeo abaixo.
"Reel Bad Arabs" Hollywood e o desprezo pelos árabes e muçulmanos

Capitalismo repudiado nos EUA

Barack e Michelle Obama se casaram no dia 03 de outubro de 1992, em Chicago. Completaram, portanto, na última segunda-feira, 19 anos de casados. Mas a comemoração aconteceu no último sábado.
Mal terminou o discurso em um evento promovido por uma organização de direitos dos gays, em Washington, Obama se apressou em buscar sua Michelle, que o esperava prontinha na porta de casa, para levá-la ao luxuoso restaurante Eva, em Alexandria, Virginia, a sete milhas da Casa Branca.
O preço médio do Eva – um restaurante exclusivo, para apenas 34 pessoas - é de 150 dólares por cabeça. Caro para nós, pobres mortais, mas não para o presidente dos EUA.
O dono do restaurante prefere não divulgar o prato que o primeiro casal degustou, mas jornalistas apuraram que eles comeram salada de tomate com manjericão, contendo legumes cultivados com exclusividade, queijo gruyere,  lagosta do Maine, cozida na manteira, com milho do Eastern Shore, servida com molho tártaro e basil, e otras cositas más.
Feliz da vida, Michelle disse que o segredo da longevidade do casamento é rir e não levar as coisas muito a sério em casa.
No mesmo sábado em que o presidente e a mulher comiam lagosta do Maine, 700 pessoas eram presas em Nova York no protesto chamado  "Occupy Wall Street" (Ocupar Wall Street), que está entrando em sua terceira semana.
Os manifestantes, que protestam contra a ganância do sistema financeiro e a acumulação da riqueza nas mãos de poucos, resolveram marchar sobre a Ponte do Brooklin. A marcha ia bem até que os manifestantes fecharam a ponte ao tráfego,  provocando a intervenção da polícia que efetuou centenas de prisões.
O objetivo dos ativistas é ocupar a área sul de Manhattan, onde está a famosa Wall Street, com 20 mil pessoas. Todos estão dormindo nas ruas e prometem ficar acampados durante meses, se for preciso.
Depois de vários enfrentamentos com a polícia, um dos líderes do movimento destacou que "este não é um protesto contra a polícia de Nova York. É um protesto de 99% da população contra o poder desproporcional de 1% que controla 50% da riqueza do país". E incentivou a polícia a juntar-se aos manifestantes.
“Occupy Wall Street”, que começou com meia dúzia de gatos pingados, na verdade gatas pingadas, porque o movimento partiu de mulheres preocupadas com o destino dos filhos, que acabariam a universidade e não teriam onde se empregar, transformou-se em uma extraordinária manifestação contra o sistema capitalista, mesmo que a maioria dos participantes não tenha consciência do que isso significa.
Da desorganização inicial e da sabotagem da mídia tradicional, o movimento ganhou força a cada dia.  Conquistou o apoio de artistas e intelectuais de pensamento  progressista, como o cineasta Michael Moore e a atriz Susan Sarandon. Já tem até um jornalzinho, o `The Occupied Wall Street Journal` .
O curioso é que o movimento – que hoje se espalha por cidades importantes, como Chicago e Boston – não é aparentemente partidário ou especificamente contra o governo Obama.  A raiva dos manifestantes, a maioria jovem, é contra o sistema que socorre bancos, enquanto faz vistas grossas para o crescimento da pobreza, como provam os  números do Censo. O povão está nas ruas pedindo que "não alimentem os bancos" e "taxem os ricos".
O descontentamento popular repudia o sistema tributário – denunciado outro dia pelo bilionário Warren Buffett – que privilegia os ricos com isenções e deduções que não estão ao alcance dos assalariados. No fim, o imposto pago pelos mais ricos é, percentualmente,  menor do que o que é tomado à força de quem vive de salário.
Até agora a classe política prefere ignorar o movimento. Os republicanos se desgastam em debates televisivos para definir os nomes dos que serão levados à Convenção do partido que vai escolher o adversário de Obama no ano que vem. E este, com poucas chances de tirar a economia do buraco em que se encontra, tenta conquistar o apoio da classe média, dos pobres e das minorias.
Mas voltando à ocupação de Wall Street, cá pra nós,  creio que nem o mais empedernido comunista do século passado poderia imaginar que surgiria uma revolta contra o sistema capitalista de distribuição da riqueza dentro dos Estados Unidos, melhor ainda, em Wall Street, o templo da ganância, da especulação e do desprezível capitalismo selvagem.
Agora, é aguardar os próximos passos do movimento e até onde vai sua força.