Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, outubro 13, 2011
Globo censurou faixa em homenagem a Galvão Bueno
A Globo não mostrou a faixa que um grupo de torcedores do Brasil levou para o estádio no jogo contra o México ontem. Não sei qual foi o motivo da censura, mas a faixa em homenagem ao chatérrimo Galvão vocês podem ver aqui no Interrogações.
Postado por zcarlos *comtextolivre
Padre Marcelo diz não gostar de gato porque é traiçoeiro; ongs protestam
Em missa para mais de dez mil fiéis e com transmissão pela TV, o padre Marcelo disse no começo deste mês que gosta de cachorro, mas não de gato porque se trata de um bicho traiçoeiro.
Organizações não governamentais e pessoas protetoras de animais estão exigindo do padre uma retratação para o que entendem que foi um preconceito contra o felino.
Juliana Bussab, da ong Adote Um Gatinho, por exemplo, disse que o padre deveria evitar esse tipo de comentário porque é uma pessoa formadora de opinião.
Disse que, quando pessoas públicas dizem esse tipo de coisa, o número de adoção de gato cai. “É a fala de um padre católico em um país católico. É claro que isso tem peso.” A ong já conseguiu adoção para 4 mil gatos.
Por intermédio de sua assessoria, o padre falou ao Jornal da Tarde, de São Paulo, que a sua afirmação foi “uma brincadeira” e que não vai mais se manifestar sobre o caso.
Para a epidemiologista Angela Bellegarde, “não foi brincadeira de maneira alguma”, [porque] “ele deixou claro o seu preconceito”.
A psicóloga Thelma Nóbrega Resende disse que o padre Marcelo “deveria procurar conhecer melhor a natureza do gato, antes de dizer um absurdo que só vai condená-lo ao abandono.” Ele tem dez gatos.
Na internet, há um abaixo-assinado para que o padre se retrate.
De Emir Sader, em seu blog na Carta Maior: “12 de outubro marca o início dos maiores massacres da história da humanidade. A chegada dos colonizadores, invadindo e ocupando o nosso continente – ate aí chamado Aby ayala pelas populações indígenas -, representava a chegada do capitalismo, com o despojo das riquezas naturais dos nossos países, da destruição das populações indígenas e a introdução da pior das selvagerias: a escravidão. Chegaram com a espada e a cruz, para dominar e oprimir, para impor seu poder militar e tentar impor sua religião. Centenas de milhões de negros foram arrancados dos países, das suas famílias, do seu continente, à força, para serem trazidos como raça inferior, para produzir riquezas para as populações ricas da Europa branca e colonizadora. Uma grande proporção morria na viagem, os que chegavam tinham vida curta – de 7 a 9 anos -, porque era mais barato trazer nova leva de escravos da Africa. Os massacres das populações indígenas e dos negros revelava como o capitalismo chegava ao novo continente jorrando sangue, demonstrando o que faria ao longo dos séculos de colonialismo e imperialismo. Fomos submetidos à chamada acumulação originária, aquele processo no qual as novas potências coloniais disputavam pelo mundo afora o acesso a matérias primas, mão de obra barata e mercados. A exploração colonial das Américas fez parte da disputa entre as potências coloniais no processo de revolução comercial, em que se definia quem estaria em melhores condições de liderar o processo de revolução industrial. Durante mais de 4 séculos fomos reduzidos a isso. Os ciclos econômicos da nossa história foram determinados não por decisões das populações locais, mas das necessidades e interesses do mercado mundial, controlado pelas potências colonizadoras. Pau brasil, açúcar, açúcar, borracha, no nosso caso. Ouro, prata, cobre, carne, couro, e outras tantas riquezas do novo continente, foram sendo reiteradamente dilapidados em favor do enriquecimento das potências colonizadoras europeias. Assim foi produzida a dicotomia entre o Norte rico e o Sul pobre, entre o poder e a riqueza concentrada no Norte – a que eles chamavam de “civilização” – e a pobreza e a opressão – a que eles chamavam de “barbárie”. O início desse processo marca a data de hoje, que eles chamavam de “descoberta da América”, como se não existissem as populações nativas antes que eles as “descobrissem”. No momento do quinto centenário buscaram abrandar a expressão, chamando de momento de “encontro de duas civilizações”. Um encontro imposto por eles, baseado na força militar, que desembocou no despojo, na opressão e na discriminação. Não nos esqueçamos disso, demos à data seu verdadeiro significado, que nos permita entender o presente à luz desse tenebroso passado de exploração e de massacre das populações indígenas e das populações negras”. *Tijolaço
Frases do Barão de Itararé. Muitas delas tiradas da sabedoria popular, das saudáveis conversas de buteco, outras, de sua própria criatividade. E algumas que foram apenas atribuídas a ele, pois se não disse, pensou.
* De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
* Mais vale um galo no terreiro do que dois natesta.
* Quem empresta, adeus...
* Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
* Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
* Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
* Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
* Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.
* Quem só fala dos grandes, pequeno fica.
* Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.
* Depois do governo ge-gê, o Brasil terá um governo ga-gá. ( Ge-gê: apelido de Getulio Vargas. Ga-gá: referia-se às duas primeiras letras no sobrenome do novo presidente, Eurico Gaspar Dutra).
* Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
* Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
* Voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
* Os juros são o perfume do capital.
* Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.
* Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
* Banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
* Mulher moderna calça as botas e bota as calças.
* A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
* Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
* Pão, quanto mais quente, mais fresco.
* A promissória é uma questão "de...vida". O pagamento é de morte.
* A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
* A gramática é o inspetor de veículos dos pronomes.
* Cobra é um animal careca com ondulação permanente.
* Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
* Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
* Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
* É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.
* A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.
* Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
* Advogado, segundo Brougham, é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.
* Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.