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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 14, 2011

Dilma manda recado
para o FMI

Se depender da Dilma, o FMI não terá a visita dos brasileiros


Dilma critica FMI e países desenvolvidos no combate à crise


ESTELITA HASS CARAZZAI

DE CURITIBA


A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou a “ingerência do FMI [Fundo Monetário Internacional]” sobre os investimentos do governo brasileiro durante os anos 1980 e 1990, quando o Brasil vivia uma crise econômica.


“Nós sabemos o quanto nós perdemos de oportunidades nas duas décadas em que estivemos sob a ingerência do FMI”, declarou.


Dilma também comparou a situação de então com a atual crise dos países europeus e dos EUA.


“O Brasil passou por um momento muito difícil em 1982, com a crise da dívida soberana. A Europa passa por algo similar.”


Para Dilma, falta “uma convicção política uniforme” aos líderes internacionais sobre como lidar com a atual crise econômica. “Nós já vimos uma parte desse filme. Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é proibir que o país faça investimentos.”


A presidente criticou a limitação dos investimentos federais imposta pelo FMI, e disse que o Brasil só voltou a crescer quando começou a investir e a incluir mais pessoas na classe média.


“É isso que nos torna fortes; esse mercado interno da proporção que nós temos.”


INFLAÇÃO


Dilma disse que o Brasil irá resistir à crise econômica porque tem “bancos fortes, uma política fiscal consolidada e reservas internacionais”.


A presidente afirmou que o país deve continuar “olhando a inflação com um olho e o crescimento com o outro”.


Dilma discursou em Curitiba durante anúncio do repasse de verbas federais para o metrô da cidade. 

*PHA

Bresser: dona Dilma, Mantega e Tombini estão de parabéns

Bresser não sente saudades do PSDB

O Conversa Afiada reproduz entrevista exclusiva de Bresser Pereira à Carta Maior

‘BC é um banco do governo e tem que fazer política do governo’


Em entrevista exclusiva à Carta Maior, o economista e cientista político Luiz Carlos Bresser Pereira recusa-se a transformar a política fiscal dos governos petistas em vilã de um futuro sombrio. “Existem dois tipos de economistas horríveis: os ortodoxos, para os quais todos os problemas do mundo se resolvem com mais ajuste fiscal, e os keynesianos vulgares, para quem tudo se resolve com mais gasto público”, afirma. Para ele, desde 1998, o Brasil não descuida da questão fiscal. Outro mito que Bresser derruba é o de que a autonomia do Banco Central é fundamental para a administração da crise.


Maria Inês Nassif


SÃO PAULO – Desde que deixou definitivamente o PSDB – e, com ele, a militância partidária – o advogado, administrador de empresas, economista e cientista político Luiz Carlos Bresser Pereira reencontrou o ninho teórico. Reassumiu, agora sem a timidez imposta por compromissos partidários, o desenvolvimentismo, e tem sido um atento crítico do neoliberalismo

*PHA

Americanos ou Estadunidenses?

Os cidadãos e cidadãs dos Estados Unidos têm o mau hábito de referir-se a seu país como a “América” e a si mesmos como “americanos”. Simplesmente desprezam o fato elementar de que o continente americano é formado por três porções – a América do Norte, a América Central e a América do Sul – e é integrado por numerosos países e não apenas pelos Estados Unidos. Todos os povos desses países são tão americanos quanto o dos Estados Unidos.
Há quem imagine que, referindo-se a “norte-americanos” em vez de “americanos”, resolve a designação equivocada e arrogante. Quem pensa assim, negligencia outro fato elementar: o de que a América do Norte não é integrada somente pelos Estados Unidos, mas também pelo Canadá e pelo México. Os povos desses países são tão norte-americanos quanto o dos Estados Unidos.
Quem reduziria a “Europa” à França, 
por exemplo, e chamaria os franceses 
simplesmente de “europeus”?
A designação adequada para referir-se ao território dos Estados Unidos, ou a seus cidadãos, cidadãs e habitantes, ou a suas instituições, criações e história, é a de estadunidenses. É um adjetivo mais longo e menos eufônico, poderão objetar alguns acomodados à referência tradicional e arraigada, mas é o adjetivo correto. Quem reduziria a “Europa” à França, por exemplo, e chamaria os franceses simplesmente de “europeus”?
As designações dos Estados Unidos como “América” e dos estadunidenses como “americanos” ou “norte-americanos” são tão reiteradas que até estadunidenses críticos e progressistas acabam escorregando inadvertidamente nessas referências presunçosas e imperiais. Mais lamentavelmente ainda, elas têm sido tão repetidas que acabaram sendo copiadas pelos demais povos americanos numa introjeção passiva e irrefletida.
A crítica a esse hábito secular pode parecer uma picuinha desimportante. Mas ele reforça, mesmo que inadvertidamente, nos estadunidenses, sua conhecida prepotência e, nos demais povos americanos, uma acomodação subserviente e perigosa. Não há motivos que justifiquem a aceitação dessa tentativa de usurpação, mesmo que simbólica, de nossos direitos comuns sobre o território, a história e as criações das Américas.
Todos nós somos americanos e ao mesmo tempo argentinos, brasileiros, cubanos, mexicanos e estadunidenses. A disparidade atual de riqueza e de força entre nossos países não legitima essa apropriação cultural.
As expressões idiomáticas não são inocentes nem inócuas, como parecem. Considere-se, por exemplo, o uso indiscriminado que se passou a fazer do termo “terrorismo” para desqualificar qualquer ato ou movimento armado de resistência às tiranias violentas e às diversas formas, também armadas, de opressão nacional e social.
Por mais difícil que seja, comecemos a praticar um pequeno ato quotidiano de resistência cultural, recusando-nos a identificar os Estados Unidos com as Américas e a tratar os estadunidenses como os únicos americanos ou norte-americanos, chamados a modelar os demais países e povos de nosso continente segundo seus interesses, escolhas e tradições.
Habituemo-nos a chamar os Estados Unidos de Estados Unidos e seus cidadãos, habitantes e instituições de estadunidenses – como são. Recuperemos nossa estima e nossa autonomia.
Duarte Pereira, 72 anos, é jornalista e escritor, especial para o Nota de Rodapé e Correio da Cidadania.

Wanessa, Buaiz e o bebê: R$ 100 mil de Rafinha

Numa petição que acaba de sair do forno, o casal precificou em cem mil reais a honra atingida pelo humorista; é a primeira vez que um bebê ainda no ventre pede indenização por danos morais; ações criminais estão sendo preparadas.
É com uma frase do filósofo grego Aristóteles que o casal Wanessa Camargo e Marcos Buaiz inicia a querela judicial contra o humorista Rafinha Bastos. “As pessoas que tendem para o excesso na arte de gracejar são considerados bufões vulgares, esforçando-se para provocar o riso a qualquer preço”, ensinava o mestre grego. Citando Aristóteles, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, um dos mais tradicionais de São Paulo, pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais causados pelo humorista ao casal e ao próprio bebê, ainda no ventre de Wanessa – “a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”, lembra o advogado.
Pela primeira vez na história do Direito brasileiro, um bebê, ainda no ventre materno, entra com uma ação de indenização por danos morais. “Consorciado aos pais, os autores MARCUS e WANESSA, também o nascituro por eles gerado adere ao polo ativo dessa impetração ressarcitória”.
Para quem não se lembra, a “piada” de Rafinha Bastos atingiu os pais e também o feto. “Comeria ela e o bebê”, disse Rafinha, no CQC, programa do qual já se demitiu.
Fornicação
Na petição, Manuel Alceu recorre a expressões de efeito para desqualificar o humorista. Cita a sua “cafajestice chinfrim” e fala que ele parlapateou sua vontade de com ela (Wanessa) fornicar, chegando ao inimaginável cúmulo de nessa cópula abranger ao bebê. O advogado lembra ainda que, após o episódio, na sua conduta posterior, o humorista não demonstrou qualquer sinal de arrependimento em relação ao que disse.
Além dos R$ 100 mil, o casal Marcos Buaiz, Wanessa Camargo e seu bebê reivindicam ainda que Rafinha pague até as custas do advogado da família – ou seja, do próprio Manuel Alceu.
Esta petição, à qual o leitor do 247 tem acesso em primeira mão, tem a data de hoje.
Nos próximos dias, sairão do forno as ações criminais.
Claudio Julio Tognolli
*comtextolivre

Discurso de Lula em Iowa


*comtextolivre

Lula faz discurso emocionante ao receber prêmio por combate à fome

Eis a íntegra do vídeo no link abaixo (a tradução em português começa lá pelos 35 minutos de vídeo):

http://www.iptv.org/video/detail.cfm/22879/wfp_20111013_world_food_prize_2011_portuguese

Lula e o ex-presidente de Gana ganham o prêmio World Food Prize
Populares abraçam e tiram fotos com Lula, antes da premiação.

Impulsionada pela repressão e pelo desemprego, a ocupação de Wall Street desperta a solidariedade

Via O Diário.info
Tony Murphy

Hoje, 14 de Outubro, a polícia da cidade de Nova Iorque tem preparada uma operação para expulsar os manifestantes de Ocupem Wall Street do parque onde se têm concentrado. É a nova etapa da violenta repressão que se tem abatido sobre um protesto legítimo, que tem sabido assumir a expressão daqueles que a crise do capitalismo empurra para o desemprego, a pobreza, a ausência de perspectiva de vida. E que tem vindo a estender-se a muitas outras cidades nos EUA. A única resposta que o capitalismo tem hoje para dar ao protesto popular é a repressão. Resta saber como lhe responderão as massas.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Universitários saem às ruas sem roupa contra reforma do ensino superior


Foto: EFE
Bogotá (Colômbia) - Estudantes universitários, professores e membros de movimentos sociais realizaram, nesta quarta-feira, uma manifestação contra o projeto governamental de reforma do ensino superior na Colômbia. Em Bogotá, universitários sairam às ruas sem roupa.
O protesto ocorreu em diferentes cidades do país e faz parte da greve contra a reforma.

Estudantes tiraram a roupa em protesto | Fote: EFE
As informações são da EFE

No combate à corrupção, um olho no padre e outro na missa

Repito mais uma vez: não acredito em manifestações organizadas por quem nunca vi mais gordo






"Se um deputado comprado para votar pela aprovação de um projeto de lei que beneficia privilegiadamente uma empresa privada é denunciado, passa-se, nos meios de comunicação, a visão de que apenas ele é corrupto, como se a empresa que o comprou não existisse - o crime do corruptor é ignóbil tanto quanto o do corrompido".
Juiz Fausto de Sanctis: este sim, quis combater a corrupção e a roubalheira e ficou quase sozinho sob pressão do presidente do STF, sem que estes manifestantes de hoje fossem para as ruas em sua defesa.



Um militante com a bandeira do PSOL foi agredido e expulso da manifestação contra a corrupção e Brasília. Segundo vídeo reproduzido no site do GLOBO, alguns manifestantes gritavam: "o povo unido não precisa de partido".

O PSOL, que se saiba, não tem nada a ver com as maracutaias que assolam o país, antes pelo contrário. No entanto, já na manifestação do Rio de Janeiro, em setembro, o deputado Marcelo Freixo, de atuação desassombrada contra o crime organizado e reputação ilibida doi hostilizado  por ter ido ao ato,  organizado por  estranhos desconhecidos sob as expensas não se sabe de quem, mas com apoio orquestrada da grande mídia, sobretudo do sistema GLOBO.

Quem quer que fosse suspeito de pertencer a um partido político, fosse ele qual fosse, mesmo de ficha mais limpa do que certos empresários auto-proclamados vestais dos bons costumes,  teria passado por constrangimento semelhante,  como aconteceu nos idos tenebrosos da Alemanha nazista.

Tal parece ser o escopo primário da sociedade anônima que privatizou o descontentamento generalizado e investe perigosamente numa manipulação torpe, de viés fascista, muito bem radiografada por um partido octogenário, o PCB, que hoje não tem um único deputado, mas cuja história é respeitada por gregos e troianos:

O "combate à corrupção", na forma manipulada com que é alardeado e conduzido por este movimento, atende claramente a demandas da direita, dos setores mais retrógrados da sociedade brasileira, que, nos idos de 1964, marcharam em favor do golpe empresarial-militar e que, hoje, se articulam para restringir, o mais que puderem, o pouco espaço democrático de que dispomos, no Brasil, conquistado à custa de muita luta nas décadas passadas. O objetivo principal é afastar os trabalhadores e os setores populares dos partidos políticos e da própria política, para que o exercício desta seja privativo dos homens e mulheres de "bens".
CLIQUE AQUI e leia a nota do PCB


Atraindo os desavisados

Ao contrário do esperado, o número de participantes do evento deste dia 12 de outubro foi menor em Brasília do que no dia 7 de setembro. Em outras cidades, a adesão foi mínima. Em São Paulo, onde o governo Alckimin está envolvido no rumoroso escândalo das "emendas compradas", sobre as quais nada se ouviu no ato, a passeata não somou dois mil. No Rio, mesmo com a mudança para Copacabana, os mesmos gatos pingados.

Nem um pingo dos 750 mil alegres integrantes da parada gay, que coloriram a Atlântica três dias antes. Até mesmo a marcha pela legalização da maconha teve mais gente do que os indignados (e enganados) contra a corrupção, uma das maiores mazelas do nosso país.

Essa pretensão de que, pelo uso afoito de redes sociais na internet, algumas pessoas saídas do nada, sem vínculos orgânicos e sem biografia conhecida, sem nenhuma contribuição conhecida ao bem comum, podem pautar a presença do povo nas ruas e decidir quem tem direito de se manifestar é uma perigosa balela. Quem tem um mínimo de vivência não vai correr atrás de quem nunca viu mais gordo, só porque a grande mídia decidiu catapultar ungidos por ela a um proscênio de araque.
Por que isso? Já escrevi sobre a manipulação da indignação com objetivos outros que não o de denunciar a corrupção em suas múltiplas facetas.

Quem tem o mínimo de capacidade perceptiva vai ver em tais eventos, ostensivamente excludentes, o dedo de uma certa cruzada de interesses, com zero de autoridade para falar em corrupção, principalmente por sua colaboração com a ditadura, onde a roubalheira corria solta sob a proteção das baionetas e das câmaras de tortura, num ambiente obscurantista que nos legou como subproduto deprimente a imbecilização de boa parte do nosso povo.

No caso dessas recentes manifestações urdidas mais pela grande mídia do que pelas ainda insipientes redes sociais, que atraem desavisados cidadãos de boa fé, o combate à corrupção entra na pauta como Pilatos entrou no Credo. O que se pretende – como transparece – é aproveitar a deixa para fragilizar a ossatura do sistema democrático, expondo personagens pontuais, escolhidas a dedo, enquanto encobrem a bilionária rede de corruptores que se locupleta à sombra desde priscas eras.

A grande corrupção poupada

Tem sentido falar apenas em episódios pontuais no Congresso, cuja maioria foi eleita em campanhas milionárias bancadas por esses mesmos interesses escusos, enquanto se mantém a mais suspeita omissão sobre as grandes tacadas, em que rolou dinheiro sujo, como na privataria que, entre outras pérolas, entregou de mão beijada a Vale do Rio Doce a alguns apaniguados do sistema financeiro?

Tem cabimento calar sobre as políticas que favorecem a aventureiros influentes, que estão se apoderando de nossas riquezas estratégicas e remetendo para fora na maior irresponsabilidade, deixando de questionar os leilões do nosso petróleo ou as transações imorais com nosso nióbio?

Por que essas falsas vestais calam ante episódios suspeitíssimos, como a decisão de ministros do STJ que anulou a ação do Ministério Público e da Polícia Federal na "Operação Castelo de Areia", que pegou grandes empreiteiras com a mão na massa, sob a alegação de que as investigações tiveram origem em denúncia anônima?

Quer enfrentar a corrupção pela raiz, honestamente, então vamos exigir uma auditoria em todas as dívidas contraídas com propinas em dólares, vamos tapar o ralo imoral que drena bilhões para a especulação, vinculando nossas receitas a compromissos suspeitos impagáveis: segundo o Banco Central, o superávit primário do setor público consolidado chegou a R$ 13,789 bilhões em julho de 2011, enquanto no mesmo mês de 2010 essa economia para o pagamento dos juros da dívida pública foi R$ 1,532 bilhão.
E por que nada se fala da comprometedora postura do ministro Gilmar Mendes, que, na presidência do STF mandou soltar Daniel Dantas duas vezes, apesar da fartura de provas reunidas pelo juiz Fausto de Sanctis, este, aliás, vítima da mais brutal perseguição por querer, ele sim, punir corruptos e corruptores?

Mostremos as vísceras da corrupção

Quando põe todos os políticos no mesmo saco, como se não houvesse um único de mãos limpas, os cabeças desses eventos nada espontâneos jogam pesado na desestruturação do arcabouço democrático, na desmoralização da atividade pública,  pregando o mesmo descrédito institucional que levou à quartelada de 1964. Esse direcionamento perigoso se torna mais grave quando, no mesmo diapasão, são excluídas e criminalizadas as entidades que, bem ou mal, são representativas de segmentos da sociedade organizada.

Querem realmente denunciar a corrupção no país? Então mostremos suas vísceras, vamos pedir a apuração rigorosa da ação deletéria de grandes empresários, os corruptores beneficiados por licitações e favorecimentos fraudulentos – vamos exigir a investigação de obras superfaturadas, contratadas sem licitação sob pretextos insustentáveis, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016: vamos exigir a derrubada do regime diferenciado de concorrências, um basta à intervenção da quadrilha da FIFA com o objetivo de favorecer grupos associados a seus dirigentes. Ou seja, vamos denunciar toda a promiscuidade corrupta sob o manto de discutíveis vantagens advindas dos eventos manipulados.

Essas farsas que pretendem apropriar-se do sentimento de indignação do nosso povo nos obrigam a estar com um olho no padre e outro na missa. Façamos um inventário de todo esse ambiente de cumplicidade que compromete as instituições políticas, mas fiquemos atentos ante a tentativa de simplesmente acuá-las e destruí-las, abrindo caminho para as hidras que querem renascer com o nosso grito para instalar outra vez o arbítrio golpista, notoriamente direcionado para favorecer os granes cartéis que corrompem, espoliam nossas riquezas e se blindam a ferro e a fogo.

Combate pra valer à corrupção é muito mais do que boiar na superfície, remedar duas ou três palavras de ordem, agir que nem "Maria vai com as outras" e repedir clichês inventados por quem, no fundo, quer mesmo é proteger a cada vez mais poderosa indústria privada de negociatas e apropriação do Estado.
 
Atenção: nosso blog tem novo endereço:
www.blogdoporfirio.com
*Briguilino

Mais uma montadora chinesa anuncia plano de instalar fábrica no Brasil

A Great Wall informou que a capacidade de produção será de 100 mil unidades anuais, a mesma que terá a fábrica da Jac, também chinesa

Cláudia Trevisan, de O Estado de S. Paulo
PEQUIM - Beijing

A Great Wall é a mais nova montadora chinesa a decidir fincar sua bandeira em solo brasileiro. A empresa pretende instalar no País uma fábrica com capacidade de produção de 100 mil veículos ao ano, disse ao Estado seu diretor de marketing, Gao Dongxu.

Gao não revelou detalhes como investimento, local e quando será construída a planta. Ele disse que a empresa está a procura de um parceiro local para tocar o projeto, mas, segundo fontes revelaram ao Jornal do Carro, o Grupo Caoa, que representa a sul-coreana Hyundai e a japonesa Subaru no País, já teria assinado um acordo com a companhia chinesa.

A produção anual de 100 mil veículos prevista pela Great Wall é a mesma que outra montadora chinesa, a JAC, planeja fabricar na unidade que terá na Bahia, na qual serão investidos R$ 900 milhões.

"O Brasil é um enorme mercado potencial para a indústria automotiva", afirmou Gao. Segundo ele, a empresa ainda está em busca de um parceiro local para realizar o empreendimento.

A Great Wall é a terceira montadora chinesa a anunciar investimentos no Brasil, depois da JAC e da Chery, que lançou em julho a pedra fundamental de sua planta de R$ 700 milhões na cidade de Jacareí (SP).

*esquerdopata