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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 17, 2011

Memória e Verdade - sobre a Ditadura Militar no Brasil

  1. Miniatura 3:27- Depoimento de Criméia Almeida
  2. Miniatura 3:32 - Depoimento de Maria Amélia Teles
  3. Miniatura 3:22 - Depoimento de Júlio Senra
  4. Miniatura 4:30 - Depoimento de Francisco Oliveira
  5. Miniatura 3:33 - Depoimento de Carlos Eugênio da Paz
  6. Miniatura 3:58 - Depoimento de Carlos Molina
  7. Miniatura 4:21 - Depoimento de Jarbas Marques
  8. Miniatura 3:48 - Depoimento de Rose Nogueira
  9. Miniatura 4:08 - Depoimento de Ivan Seixas
  10. Miniatura 2:41 - Depoimento de Ivan Seixas (continuação)
  11. Miniatura 2:27 - Depoimento de Ernani Jacques D´ornellas
  12. Miniatura 2:19 - Depoimento de Hasiel Pereira
  13. Miniatura 2:30 - Depoimento de Clair Martins
  14. Miniatura 2:57 - Depoimento de Carlos Augusto Marighella
  15. Miniatura 2:26 - Depoimento de Rosalina Santa Cruz
  16. Miniatura 2:46 - Depoimento de Lideu Manso
  17. Miniatura 2:16 - Depoimento de Clóvis de Castro
  18. Miniatura 3:30 - Depoimento de Antônio Carlos Fon
  19. Miniatura 2:27 - Depoimento de Maria do Socorro
  20. Miniatura 3:23 - Depoimento de Júlio Senra
  21. Miniatura 3:38 - Depoimento de Waldir Pires
  22. Miniatura 2:19 - Depoimento de Suzana Lisboa
  23. Miniatura 2:04 - Depoimento de Carlos Russo
  24. Miniatura 4:57 - Depoimento de João Vicente Goulart
  25. Miniatura 2:32 - Depoimento de Adriano Diogo
  26. Miniatura 2:46 - Depoimento de Ilda Martins
  27. Miniatura 1:29 - Depoimento de Lideu Manso (continuação)
  28. Miniatura 2:12 - Depoimento de Neusa Maria Cerveira
  29. Miniatura 1:40 - Depoimento de Nei Lisboa
  30. Miniatura 1:40 - Depoimento de Modesto da Silveira
  31. Miniatura 1:45 - Depoimento de Clelia Cardim
  32. Miniatura 1:33 - Depoimento de Sarita D´avila Mello
  33. Miniatura 1:42 - Depoimento de Aluízio Palmar
  34. Miniatura 1:42 - Depoimento de Victória Grabois
  35. Miniatura 1:33 - Depoimento de Luiz Carlos Prestes Filho
  36. Miniatura 1:30 - Depoimento de Lia Câmara Ferreira
  37. Miniatura 1:47 - Depoimento de Célia Coqueiro
  38. Miniatura 1:44 - Depoimento de Frederico Pessoa
  39. Miniatura 1:40 - Depoimento de Georges Michel
  40. Miniatura 1:44 - Depoimento de Luiz Ayrão
  41. Miniatura 1:53 - Depoimento de Derlei Catarina de Luca
  42. Miniatura 1:52 - Depoimento de José Wilson da Silva
  43. Miniatura 1:47 - Depoimento de Carlos Araújo
  44. Miniatura 1:45 - Depoimento de Cláudio Gutierrez
  45. Miniatura 1:42 - Depoimento de Israel Waligora
  46. Miniatura 26:21 - O Dia que Durou 21 anos – Episódio 1
  47. Miniatura 25:43 - O Dia que Durou 21 anos – Episódio 2
  48. Miniatura 27:04 - O Dia que Durou 21 anos – Episódio 3
  49. Miniatura 5:32 - Contos de Resistência ( parte1)
  50. Miniatura 7:38 - Contos da resistência (parte 2)
  51. Miniatura 10:00 - Contos da Resistência (parte 3)
  52. Miniatura 6:40 - Contos da Resistência (parte 4)
  53. Miniatura 7:50 - Contos da Resistência (parte 5)
  54. Miniatura 5:53 - Contos da Resistência (parte 6)
  55. Miniatura 8:22 - Contos da Resistência (parte 7)
  56. Miniatura 9:02 - Contos da Resistência (parte 8/ final)
  57. Miniatura 9:54 - A Report on Torture (parte 1)
  58. Miniatura 9:59 - A Report on Torture (parte 2)
  59. Miniatura 9:59 - A Report on Torture (parte 3)
  60. Miniatura 9:45 - A Report on Torture (parte 4)
  61. Miniatura 10:01 - A Report on Torture (parte 5)
  62. Miniatura 9:59 - A Report on Torture (parte 6/final)
  63. Miniatura 9:59 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 1
  64. Miniatura 9:47 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 2
  65. Miniatura 9:53 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 3
  66. Miniatura 10:31 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 4
  67. Miniatura 7:47 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 5
  68. Miniatura 8:46 - Porque Lutamos! Resistência à Ditadura Militar Parte 6 final
  69. Miniatura 7:17 - Documentário Frei Tito (parte 1/2)
  70. Miniatura 6:29 - Documentário Frei Tito (parte 2/2)
  71. Miniatura 15:00 - Ditadura Militar: Vera Sílvia Magalhães (parte 1)
  72. Miniatura 2:36 - Brasil: O museu da tortura
  73. Miniatura 15:03 - Ditadura Militar: Vera Silvia Magalhães (parte 2)
  74. Miniatura 15:02 - Ditadura Militar: Vera Silvia Magalhães (parte 3)
  75. Miniatura 12:33 - Ditadura Militar: Vera Sílvia Magalhães (parte 4)
  76. Miniatura 3:32 - Ditadura Militar: Vera Silvia Magalhães (parte 5 final)
  77. Miniatura 1:41:44 - Anos de Chumbo
  78. Miniatura 3:50 - Homenagem a Bacuri
  79. Miniatura 1:39 - A sexta feira sangrenta
  80. Miniatura 1:45 - Depoimento de Raul Pont
Mario Marsillac
No Instituto Zequinha Barreto
*comtextolivre

Charge do Dia

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domingo, outubro 16, 2011

FoxNews e a "oportunidade oficial" sonegada #occupywallstreet Entrevista que não foi ao ar, da Fox News com manifestante do movimento #OccupyWallStreet, Jesse LaGreca. Assim é a mídia nacional e internacional. Como diz o repórter eles estão dando uma "oportunidade oficial " para que o povo diga o que quer, ao mesmo tempo que acusam de "insuflar" o movimento e de "se deixar levar" pelo movimento inciado na Espanha pelo Acampada Sol.

 

Mais de 10.000 "indignados" nas ruas alemãs


 

Entrevista coletiva concedida pela presidenta Dilma em Porto Alegre




comtextolivre

A superpresidenta Dilma: quem manda é ela

REPORTAJE: SUPERPRESIDENTA DILMA
Manda ella
SOLEDAD GALLEGO-DÍAZ

Tras un año en el poder, la presidenta de Brasil despide a ministros implicados en casos de corrupción, batalla contra sueldos demasiado elevados de los altos cargos y lucha por una reforma seria de la Administración. Su liderazgo se ha acrecentado y nadie le ve alternativa

Dilma Rousseff era un misterio, incluso para muchos de quienes la votaron como presidenta de Brasil hace un año. La mayoría pensaba que era una creación de su predecesor, el gran Luiz Inácio Lula da Silva, y que su imagen, poco sentimental y nada sonriente, ocultaba a una simple gestora, que tendría que pedir ayuda para mantenerse en el poder. Han pasado solo 10 meses desde que tomó posesión y Dilma, como se la conoce popularmente, ha conseguido algo que parecía imposible: sin cambiar su estilo, serio y nada complaciente, disfruta de un 71% de popularidad y nadie, ni dentro ni fuera, tiene la menor duda sobre quién manda en Brasil.

La presidenta no ha dulcificado su imagen ni su manera de trabajar, frente a quienes le advertían de que la sociedad brasileña valoraba sobre todo el carisma y la proximidad de sus líderes. Dilma sigue teniendo fama de genio fuerte, de exigir un trabajo extenuante a sus colaboradores, de callarles con una mirada y de gustarle muy poco las fotos en familia. Y, sin embargo, la biografía de Dilma Rousseff, que cumplirá 64 años en diciembre, siempre ofrece sorpresas. Por ejemplo, se ha llevado a su madre, la "verdadera Dilma", como se llama a sí misma, una mujer de 86 años, y a la hermana de su madre, la tía Arilda, de otros tantos, a vivir con ella en la residencia oficial de Planalto, como haría cualquiera de los millones de mujeres que se hacen cargo de sus parientes mayores, tengan o no hermanos, y tengan o no mucho trabajo.

La presidenta brasileña llega habitualmente a su despacho a las 9.15 y se va pasadas las nueve de la noche, pero los fines de semana, siempre que puede, se va a Porto Alegre, a ver a su única hija, Paula, y a su único nieto. Gabriel, un simpático rubito de 10 meses, apareció junto a su abuela el pasado 7 de septiembre durante el desfile del Día de la Independencia, que ella presidía por primera vez, pero no hay disponibles más que unas pocas fotos de agencia. En muchas ocasiones, Dilma coincide en Porto Alegre con el padre de Paula, su segundo marido, el gran amor de su vida, al que puso en la calle el día que descubrió que estaba esperando un hijo con otra mujer, pero con el que, con el paso de los años, ha vuelto a reanudar una buena amistad.

Algunas de las personas que asistieron al mismo desfile del Día de la Independencia profirieron gritos contra la corrupción y, en pequeños grupos, se lanzaron a lavar, con agua y jabón, las entradas de los cercanos ministerios. Pero los gritos no iban contra Dilma Rousseff, sino que eran, por el contrario, manifestaciones de aliento para la presidenta. Uno de los elementos que comienza a caracterizar el mandato de Dilma Rousseff es, precisamente, la lucha contra la corrupción a altos niveles. En menos de 10 meses, cuatro ministros de su Gobierno, implicados en casos de corrupción, han tenido que dejar sus cargos. "La presidenta no hace nada para proteger a los acusados de corrupción, como podía pasar antes. Les deja caer sin pestañear", asegura un diplomático brasileño, que no oculta su admiración.

Dejar caer al ministro Palocci, un gran amigo de Lula, que la había acompañado durante toda la campaña, fue complicado. Pero todavía más sustituirlo por alguien poco conocido, una mujer, la senadora Gleisi Hoffmann, de 48 años, con fama de ser tan dura y seria como ella misma. Tampoco fue fácil enseñarle la puerta de salida a ministros que pertenecen a otros partidos, que forman parte de la coalición de gobierno y que son imprescindibles para la buena marcha de la legislatura. En esos otros casos, Dilma no tuvo más remedio que dejar en manos de los propios partidos los nombres de los sucesores. "¿Por qué Dilma, de cuya integridad y entereza nadie duda, se somete a esa clase de juego? Porque así se juega la política en Brasil", escribió el periodista Eric Nepomuceno. Dilma Rousseff necesita el apoyo no solo de su partido (el Partido de los Trabajadores, PT) sino también, y sobre todo, del Partido Movimiento Democrático Brasileño, el famoso PMDB, donde muchos sitúan un importante foco de corrupción.

La gran pregunta que se formulan hoy muchos brasileños es si la presidenta seguirá adelante con esa limpieza. Ella explicó en una ocasión el sentido de esa lucha, que no es solo ético, sino también pragmático: "Tenemos que responder a las demandas de un país emergente profesionalizando el servicio público, promoviendo a las personas de acuerdo con su mérito". "Ningún país ha alcanzado un elevado nivel de desarrollo sin reformar el servicio público", insistió recientemente. En Brasil, todo el mundo sabe que esa reforma pasa necesariamente por bajar los niveles de corrupción y la gran mayoría apoya los pasos que va dando en ese camino, entre ellos, la batalla que acaba de lanzar contra los supersalarios de políticos y altos funcionarios, que pueden superar los 25.000 euros mensuales en un país donde un salario normal ronda los 300 euros.

Dentro de esta línea se puede inscribir su resistencia total a cualquier proyecto que pretenda reglamentar desde el poder el control de los medios de comunicación. En el 4º congreso de su partido, el PT, el pasado mes de septiembre, hubo serios intentos de promover una ley "para la reglamentación social de los medios", inspirada en otras leyes que han ido surgiendo en los últimos tiempos en la vecina Argentina y en otros países latinoamericanos. "No conozco otro control de los medios que el control remoto de la televisión", zanjó la presidenta.

En solo 10 meses, Dilma Rousseff ha introducido bastantes cambios, muchos de ellos discretos, con su habitual estilo serio y, a veces, incluso hosco. Ya nadie recuerda que la noche de su victoria electoral prácticamente todos los medios brasileños hablaron de "la victoria de Lula", ignorando a la propia vencedora. La única elegante fue Marina Silva, la exministra que dirige el movimiento ecologista, que la saludó como "la presidenta de todos los brasileños" y le deseó suerte. "Es seguro que Dilma no habría podido ganar las elecciones sin el apoyo, militante y entregado, de Lula, pero también lo es que para gobernar Brasil no basta solo con ese apoyo. Hace falta mucho más", reconoce un miembro de su Gabinete.

Si bien es cierto que Dilma Rousseff no ha cambiado de carácter según subía los peldaños del poder, también lo es que su aspecto físico ha sufrido una notable transformación, sobre todo a raíz de padecer un cáncer linfático, felizmente superado. Las fotos demuestran que la presidenta brasileña lleva un corte de pelo mucho más moderno del que lucía hace unos pocos años, de un color algo más claro; que ha corregido su fuerte miopía para suprimir las grandes gafas de su juventud, y que, como muchas compatriotas, ha recurrido a la cirugía estética para eliminar arrugas y ojeras. Tomó posesión vestida de blanco y ahora frecuenta trajes de chaqueta de corte formal, pero de vivos colores.

"No es fácil ser la primera mujer en dirigir tu país. No es fácil gobernar un país emergente, más difícil todavía si es un país tan enorme y globalmente relevante como Brasil. Brasil está viviendo un momento único, una gran oportunidad que requiere un líder con experiencia sólida y firmes ideas. Dilma ofrece precisamente esa virtuosa combinación. Y además es una mujer valiente, que se enfrentó a una dictadura militar y que dedicó su vida a construir una alternativa democrática", comenta Michelle Bachelet, otra mujer que fue presidenta de su país, Chile, y que alcanzó también índices de popularidad equivalentes a los de su colega brasileña.

Es bien sabido que la sorprendente biografía de Dilma Rousseff incluye en su juventud una etapa como miembro de un grupo armado, lo que la llevó a ser detenida y torturada y a permanecer más de dos años en la cárcel. Curiosamente, son los dos únicos presidentes latinoamericanos en ejercicio que han pasado por una experiencia semejante, Dilma Rousseff y el uruguayo José Mujica, exdirigente de los tupamaros, quienes mejor aceptan que los movimientos armados latinoamericanos cometieron graves errores, reivindicando, al mismo tiempo, a aquellos de sus compañeros que perdieron la vida en los años de plomo.

Los dos presidentes, al igual que la propia Michelle Bachelet, que no fue guerrillera, pero que también fue detenida y torturada, han renunciado a impulsar la revisión de las leyes de amnistía que, en los tres países, amparan a los responsables de la dictadura y que provocan las criticas de organizaciones de defensa de los derechos humanos. Tanto la presidenta brasileña como Mujica defienden en su lugar la creación de comisiones de la verdad, como la que se acaba de abrir en Brasil, que establezcan los terribles hechos de la dictadura y ayuden a descubrir el destino de los desaparecidos.

La independencia de Dilma Rousseff es uno de los rasgos que más apoyo están logrando, incluso en algunos sectores de la oposición, bastante descompuesta tras el fracaso de José Serra como candidato del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB). La presidenta ha hecho públicamente algunos gestos de reconocimiento del expresidente Fernando Henrique Cardoso, que ahora no oculta su interés por su trabajo. Dilma ha propiciado un mayor acercamiento en las siempre problemáticas relaciones con Estados Unidos, cambiando la política respecto a Irán, ha aceptado un recorte presupuestario de 50.000 millones de dólares nada más tomar posesión y ha parado el "contrato del siglo" para la renovación de la fuerza aérea, un proyecto muy cercano a Lula. Todo ello sin que se resquebraje su extraordinaria relación personal con su mentor, que está cumpliendo lo que prometió y desarrolla una intenta actividad internacional, lejos de los asuntos internos. "La amistad y comprensión entre los dos es real y muy profunda. Pueden discrepar en ocasiones, pero Lula siempre la respaldará y Dilma siempre le admirará y le respetará", asegura un representante de Itamaraty.

Quienes la rodean afirman que es consciente del enorme poder que tiene como presidenta de la República y que no tiene grandes problemas para ejercerlo. Defiende la intervención del Estado en la economía y la continuidad de los planes sociales para lograr arrancar de la miseria a los millones de brasileños que todavía no han conseguido saltar a la pequeña clase media. La demostración de ese poder tendrá su hora de la verdad cuando haya que fiscalizar el desarrollo de las enormes obras que se llevan a cabo para el Mundial de fútbol de 2014 y para los Juegos Olímpicos de 2016, que se celebrarán, por primera vez en la historia, en Río de Janeiro. Para entonces deberá haber revalidado su mandato en unas nuevas elecciones. Si todo sigue como ahora, nadie dudará de quién será la candidata. -

*esquerdopata

Bruno Covas fala todo dia sobre a corrupção do PSDB na Assembléia Legislativa de São Paulo e a "Veja" não publica uma única palavra sobre o assunto , mas , assim como , Lula ganhou dinheiro de Cuba e era amigo íntimo das Farc , é mais uma mentira dessa revista que só ataca os Governos do PT. É a chamada seletividade do partido da imprensa brasileira

*aposentadoInvocado

O capitalismo está condenado. E agora?

Por Sophie Shevardnadze, no sítio Outras Palavras:


A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.


Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.

Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”

É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.

As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas de Outras Palavras.

Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?

Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.

Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?

Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.

Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?

Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns vinte, trinta ou quarenta anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.

Qual a sua visão?

Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.

Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?

Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.

Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?

Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte.

Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.

Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?

Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes.

Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.

O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?

A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.

Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século 21?

Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século 19. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século 19. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século 19; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século 20.

Do século 21, agora.

É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século 20, eu sinto que sou um produto do século 20. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.

Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?

Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século 20. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.

Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?

Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.

Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?

Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.

É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?

É o que vemos há 500 anos.

* Tradução de Daniela Frabasile.