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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 18, 2011

CRIME ORGANIZADO AMEAÇA MATAR DEPUTADO ESQUERDISTA NO RIO DE JANEIRO



NOTA DA EXECUTIVA NACIONAL DO PSOL
O Brasil tomou conhecimento, a partir do dia 10 de outubro último, de novas denúncias sobre planos dos milicianos para matar o deputado estadual do PSOL-RJ, Marcelo Freixo. Após o assassinato da Juíza Patrícia Acioli as ameaças aumentaram.
Marcelo Freixo não é o único ameaçado. Policiais, juízes, procuradores, encontram-se na lista das máfias conhecidas como milícias, que aterrorizam a população em centenas territórios no Rio de Janeiro. Trata-se portanto, de um problema que vai além da defesa da vida de nosso companheiro. O que está em jogo é a soberania e o próprio Estado Democrático de Direito, não só no estado fluminense, mas em todo o país.
A polícia civil vem agido de forma correta, prendendo milicianos e reprimindo essa prática criminosa. No entanto, cabe ao poder público, nesse momento, quebrar os braços econômicos das milícias. As prisões, que ampliaram progressivamente a partir de 2008, não diminuíram a quantidade de negócios e muito menos de territórios sobre o controle dessa máfia. Para tanto se faz necessário que o estado assuma as propostas do relatório da CPI das milícias. Principalmente a regulamentação do transporte alternativo por meio de licenças individuais, pois é este, hoje, a principal fonte arrecadadora do citado grupo criminoso.
http://www.radiocaicara.com/novoportal/images/stories/noticias/noticias_dia/Setembro/Encapuzado1111.JPG
É urgente construir uma campanha suprapartidária, com todas as forças democráticas da sociedade, para exigir o empenho do poder público no combate dos negócios ilegais dos milicianos. Essa medida completará a ação de denúncia, investigação e repressão já em curso.
Na próxima segunda-feira, dia 17, às 16 horas, haverá um ato na OAB que reunirá as entidades da sociedade civil, parlamentares e figuras públicas para discutir o assunto e encaminhar possíveis ações conjuntas. O PSOL se unifica a esse processo e conclama a todos os setores populares e democráticos do país a se juntar nessa campanha, que deve tomar dimensão internacional. Mais que isso, sugere que atividades similares ocorram em todos os locais para fortalecer essa iniciativa e prestar a solidariedade a todos que vivem sobre o terror das milícias.
No fundamental o que está em questão é a vida dos moradores dos territórios que são hoje controlados e cerceados por essa máfia. Resgatar a soberania e a cidadania desse cidadãos, na sua grande maioria pobres, é uma das tarefas fundamentais da agenda democrática. E nesse sentido, o PSOL, assume a defesa da democracia, da liberdade e se coloca em solidariedade por todos os ameaçados.
EXECUTIVA NACIONAL DO PSOL – 17 DE OUTUBRO DE 2011

Charge do Dia e foto


Ética do Cerra não enche uma ambulância superfaturada


Sugestão do amigo navegante Roberto Martins

Saiu no Tijolaço, texto de Fernando Brito:

Serra e o seu telhado de vidro


O senhor José Serra ressuscita hoje na internet, em seu blog e na imprensa que se socorre dele, para repercutir o caso das acusações ao Ministro do Esporte, Orlando Silva.


Claro que o Ministro tem a obrigação de explicar todos os seus atos. Mas não pode ser julgado apenas pelas declarações de um desviador de verba publicadas por uma revista.


Senão, teríamos de fazer o mesmo com o próprio senhor José Serra. Afinal, uma revista – a Istoé – diz que ele estava envolvido com os integrantes da “Máfia das Ambulâncias”, a partir das acusações dos empresários Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio, donos na Planam , que vendia as ambulâncias superfaturadas.


Descentralização, o remédio recomendado pelo senhor Serra como antídoto à corrupção é bom, mas também não é garantia de que os processos serão honestos. No caso das ambulâncias, os recursos eram repassados  às prefeituras, que faziam as licitações fraudulentas. Se, como diz Serra em seu blog, isso “dificultaria, sem dúvida, em razão de um cruzamento de controles feitos por esferas distintas”, no seu caso isso falhou.


O braço de direito de Serra e seu sucessor no Ministério da Saúde, Barjas Negri, foi multado pelo TCU por falta de fiscalização nestes convênios, firmados por indicação de emendas parlamentares.


Serra, pessoalmente, defendeu estes métodos de decisão política, em entrevista à Folha, ano passado:


“O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, revelou ontem a empresários sua fórmula para garantia de governabilidade, caso seja eleito: “Congresso você leva com emendas”.”Você não discrimina entre oposição e situação. Dá para todo mundo. Fiz isso e deu certo. Você leva. Leva ao pé da letra”, continuou.Em palestra a associações comerciais, Serra disse ser fácil “controlar as emendas no sentido da prioridade”. Na Saúde, seu secretário-executivo, Barjas Negri, indicava as áreas a serem beneficiadas: “A turma fazia. Porque o sujeito quer aprovar emenda, quer ter voto lá”.


Naquela ocasião, Serra se disse vítima de uma armação da revista, dos denunciados  e de  seus adversários políticos. Se foi assim, como vítima destes processos, Serra deveria ter mais cuidado com  acusações  que só tem a sustentá-las as declarações de um acusado e o espalhafato de uma revista.


Como toda a acusação, está sendo feito o que deve ser feito numa democracia e num estado de Direito: investigar e, havendo provas, responsabilizar e punir. Até porque a presunção da inocência vale para o ministro, vale para José Serra e vale (ou deveria valer) para qualquer cidadão.


Porque a imprensa pode e deve mostrar irregularidades documentadas. Mas não assumir o papel de investigar, julgar e condenar.

Os Traíras se Atraem e se Traem

Serra se irrita com voto de Cabo Anselmo

Nem seu arqui-rival no PSDB, o senador Aécio Neves (MG), conseguiu deixar o ex-governador de São Paulo José Serra tão irritado quanto ele ficou, ontem, com uma declaração do ex-cabo da marinha José Antônio dos Santos no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo.
O “Cabo Anselmo”, como ficou conhecido, era um agente infiltrado da ditadura militar que levou à prisão centenas de militantes de esquerda, com a morte de alguns deles, inclusive sua própria mulher.
Pois bem. Não é que o Cabo Anselmo declarou no programa que se tivesse que votar em alguém, nas últimas eleições presidenciais, seria em José Serra?
Como se sabe, Serra foi um ativo militante da organização esquerdista AP (Ação Popular), ex-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e obrigado a se exilar no Chile por conta da ditadura.
Tudo o que o tucano não queria era essa declaração de voto de um traidor.

Ig(nóbil)
PodreOnline

Plim-Plim! PF abre inquérito contra Ricardo Teixeira. Assunto: suborno pelos direitos de TV na Copa.

A Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (17) um inquérito para investigar o presidente da CBF e seu irmão Guilherme Terra Teixeira.

Ambos são investigados por crime de lavagem de dinheiro no episódio da empresa Sanud - sediada no paraíso fiscal de Liechtenstein.

A Sanud, de propriedade de Ricardo - Guilherme é procurador da Sanud - teria remetido ilegalmente ao Brasil US$ 9,5 milhões (cerca R$ 16,7 milhões), com origem em suborno da extinta empresa ISL, acusada de dar dinheiro a cartolas da Fifa em troca de privilégios nos contratos de transmissão de TV da Copa do Mundo nos anos 90.

Ganha um Plim-plim quem adivinhar qual Rede de TV tinha os direitos de transmissão no Brasil. (com informações do portal Terra)

A investigação acima é resultado de outra, na Suíça, deflagrada em 2001, quando a TV Globo pagou o sinal de US$ 60 milhões por direitos de transmissão da Copa de 2002.

O pagamento foi feito a empresa do grupo ISL, que representava a FIFA na época, e a empresa teria desviado este dinheiro para uma conta "secreta" em Liechtenstein (coincidentemente, onde ficava a sede da SANUD).

A Fifa havia dado queixa contra a ISL, o que deflagrou o processo na justiça Suíça. Em 2004, inexplicavelmente, a FIFA retirou a queixa penal. Mas os desdobramentos destas investigação chegaram a uma rede de subornos dos cartolas ligados à FIFA, e entre os acusados está o presidente da CBF (a história toda está aqui).

Jornal Nacional leu a noticia em tom de nota de pesar.

Sem ter como esconder uma notícia confirmada pela Polícia Federal, o Jornal Nacional se limitou a ler a notícia com visível constrangimento, como se lê uma nota de pesar.br />
Só apareceu o locutor Willian Bonner lendo o texto da forma mais discreta possível. Fátima Bernardes se encarregou de ler a nota de Ricardo Teixeira tentando desqualificar a denúncia.




Curioso... não ter levado ao ar:

- aqueles textos destacados de documentos;
- nem o delegado da PF Vitor Poubel (que falou à TV Record, confira o vídeo acima);
- nem o procurador da República Marcelo Freire, que pediu a investigação;
- nem o Ministro da Justiça (abordado pela Record);
- nem a opinião de especialistas;
- nem mesmo o Galvão Bueno, puxa vida!
- nada de infográficos;
- nada de fotos ao fundo.

Leia também:

- Por que querem derrubar Orlando Silva? Siga o dinheiro em Liechtenstein, pago pela TV Globo.
*osamigosdopresidentelula

Hoje é dia de ir às ruas protestar contra o PIG

18 de outubro é o “Dia Mundial da Democratização da Comunicação”

E nesta terça-feira tem manifestações de rua:

São Paulo:
- Hora: 12hs até as 14hs
- Local Av. Paulista, em frente a TV Gazeta
Mais informações: www.frentex.org

Rio de Janeiro:
- Hora: a partir das 16hs
- Local: Buraco do Lume (Rua São José – Centro)
- “Ato político-cultural” lançamento simbólico da “Plataforma por um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil”
Mais informações: Fale Rio

Quarta-feira tem "faxina" na calçada da TV Globo

“Faxina” – Fale Rio
A mídia tem falado tanto em “faxina” no governo federal, que tal começarmos também com uma faxina na mídia corrupta? A iniciativa partiu do movimento estudantil.
Horário:13hs
Local: calçada da TV Globo (Rua Von Martius – Jardim Botânico), Rio de Janeiro
*Osamigosdopresidentelula

Para ajudar os jornalistas sem Google

Como eu sei que os nossos jornais não sabem acessar o Google, reproduzo abaixo um bom trecho de uma matéria do Correio Brasiliense, que relata as circunstâncias em que este policial militar José Dias Ferreira foi preso, ano passado, o que mal e mal tem sido informado aos leitores.
Ter sido preso não quer dizer que o que ele diz não seja investigado, mas deveria fazer pensar duas vezes antes de, sem provas – havendo, é outra coisa – se dê automaticamente foros de verdade ao que ele diz.
Leiam só (a íntegra está aqui):

Fachada da academia This Way Fitness, em Sobradinho, de propriedade do soldado da PM João Dias
Cinco pessoas estão presas na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitas de participar de desvio de dinheiro repassado pelo Ministério do Esporte. O policial militar João Dias Ferreira, Demis Demétrio Dias de Abreu, Flávio Lima Carmo, Miguel Santos Souza e Eduardo Pereira Tomaz foram detidos às 6h da manhã desta quinta-feira (1º/4) por agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, numa operação chamada Shaolin, que tem a participação do Ministério Público do DF.
O grupo, que era liderado pelo PM, falsificou 49 notas frias para retirar o dinheiro repassado pelo Ministério dos Esportes a entidades sociais convenadas com o Programa Segundo Tempo do Governo Federal. A verba aproximada, ao longo de três anos (2006/07 e 08), foi de R$ 3 milhões. O dinheiro seria destinado a programas sociais, em atividades esportivas para 10 mil atletas carentes de núcleos situados em Sobradinho, mas pouco menos de R$ 1 milhão foi realmente destinado a eles.
O derrame de verba pública saia da Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e da Associação João Dias de Kung-Fu, Esportes e Fitness. Esta última é uma organização não-governamental e leva o nome do soldado da 10ª Companhia de Polícia Militar Independente. Ele é dono de duas academias em Sobradinho: Thisway Fitness e Wellness Ltda., usada para lavar dinheiro desviado, situada no primeiro piso do Sobradinho Shopping.
Além das academias, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Criminial de Brasília, nas residências dos acusados, entre elas, na luxuosa casa onde reside o casal João Dias e Ana Paula Oliveira de Faria, 33, também apontada como integrante da quadrilha. O imóvel do PM fica num condomínio luxuoso de Sobradinho e foi arrestado pela Justiça.
Vamos com calma, portanto. O cidadão deve ser ouvido, mas com muito cuidado, face a estes antecedentes. E com o cuidado com que se deve ouvir quem levou três anos para “denunciar” um acordo que diz não ter aceito. Aliás, um dos presos já tinha feito acusações da mesma ordem contra o atual Governador de Brasilia, Agnelo Queiroz, inclusive com episódios idênticos de entrega de dinheiro em automóvel. E, na época (e na revista Época da grobo), o mesmo acusador de hoje negou tudo. Teria mudado de ideia?
A história é velha, só trocaram os personagens. Basta ir ao Google.
*Tijolaço

Liberdade de imprensa é…

 

Liberdade de imprensa é chantagear políticos…
Liberdade de imprensa é acusar sem provas…
Liberdade de imprensa é espionar celebridades…
Liberdade de imprensa é defender o cartel da informação…
Liberdade de imprensa é fazer lobby em favor próprio no Congresso Nacional…
Liberdade de imprensa é fazer escutas telefônicas ilegais em Londres
Liberdade de imprensa é inventar escutas telefônicas ilegais no Brasil…
Liberdade de imprensa é extinguir o contraditório…
Liberdade de imprensa é criar fichas falsas…
Liberdade de imprensa é criar factóides para a oposição…
Liberdade de imprensa é a oposição repercutir os factóides…
Liberdade de imprensa é acusar os blogs democratas de “chapa branca”…
Liberdade de imprensa é aceitar e barganhar anúncios do governo…
Liberdade de imprensa é especular hipocritamente com a doença alheia…
Liberdade de imprensa é testar hipóteses…
Liberdade de imprensa é assumir-se como partido político de oposição…
Liberdade de imprensa é denunciar a corrupção dos adversários…
Liberdade de imprensa é fazer vistas grossas à corrupção dos amigos…
Liberdade de imprensa é acusar Chávez, Fidel, Morales e Lula…
Liberdade de imprensa é defender Obama, Berlusconi, Faiçal, FHC…
Liberdade de imprensa é banalizar a violência…
Liberdade de imprensa é disseminar o preconceito e o racismo…
Liberdade de imprensa é vilipendiar, caluniar e fugir para Veneza…
Liberdade de imprensa é inventar bolinhas de papel…
Liberdade de imprensa, no Brasil, é para inglês ver…
Liberdade de imprensa na Inglaterra é para brasileiro aprender…
Liberdade de imprensa é divulgar partes do “relatório” do terrorista norueguês…
Liberdade de imprensa é ocultar o direito de resposta ao MST…
Liberdade de imprensa é manipular a opinião pública…
Liberdade de imprensa só vale para o dono do jornal, do rádio e da televisão…
Liberdade de imprensa é para quem paga mais…
Liberdade de imprensa é apoiar as invasões americanas ao redor do mundo…
Liberdade de imprensa é escamotear os genocídios no Iraque, no Afeganistão…
Liberdade de imprensa é apoiar greve de fome de um único dissidente cubano…
Liberdade de imprensa é jogar sujo contra governos progressistas…
Liberdade de imprensa é acusar sem oferecer o direito de defesa…
Liberdade de imprensa é que nem mãe: só a minha é que presta…
Liberdade de imprensa é a liberdade de se criar novas máfias…
Liberdade de imprensa é dar dicas sigilosas para concorrências públicas…
Liberdade de imprensa, às vezes, se compra com 500 mil dólares…
Liberdade de imprensa é aquela que só vale para os apaniguados…
Liberdade de imprensa é ser arrogante com os pequenos…
Liberdade de imprensa é bajular os grandes…
Liberdade de imprensa é difamar celebridades vivas…
Liberdade de imprensa é enaltecê-las depois de mortas…
A Liberdade de imprensa, tal qual é defendida e praticada nos dias de hoje pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira, é o apanágio dos ressentidos e a nova trincheira dos hipócritas…
Izaías Almada é escritor, dramaturgo, autor – entre outros – do livro “Teatro de Arena: uma estética de resistência” (Boitempo) e “Venezuela povo e Forças Armadas” (Caros Amigos).
*comtextolivre

Por que derrubar Orlando Silva? Siga o dinheiro em Liechtenstein, pago pela TV Globo

http://www.swissinfo.ch/por/esporte/Tribunal_suico_faz_graves_acusacoes_a_Fifa.html?cid=7061236
Causa profunda estranheza o esforço que a TV Globo e revista Veja estão fazendo para derrubar o ministro do esporte, Orlando Silva, sem se preocupar em apurar a verdade dos fatos.
Sabe-se que as denúncias são fracas, os denunciantes suspeitos, com comportamento suspeito, enquanto o ministro comporta-se de forma destemida, como quem enfrenta máfias. Mesmo assim a TV Globo e a revista Veja, fazem de tudo para NÃO procurar a verdade e forçar a barra só no noticiário negativo de bate-boca e boatos, não concedendo o princípio da presunção de inocência até que apareçam provas.
A TV Globo tem uma profunda relação de parceria em negócios com os cartolas do futebol brasileiro, cuja figura máxima é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A Globo ganha todas, e sem concorrência, sabe-se lá como: os direitos de transmissão do Brasileirão e dos jogos da Seleção Brasileira, em negociações entre quatro paredes sem qualquer transparência pública.
O governo Dilma, através do ministro do esporte, tem contrariado interesses da FIFA e da CBF. Tem publicado tudo sobre a Copa-2014 no portal da transparência. Talvez esteja contrariando interesses cruzados da TV Globo, sem saber.
Um interessante caminho para desvendar essa caixa-preta do futebol brasileiro é seguir o dinheiro.
O escândalo de subornos na FIFA, que atinge o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teve seu estopim em 2001, cuja causa é atribuída ao pagamento de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002.
Relembre essa notícia de 2008, publicada na imprensa Suíça, a partir do documento de 179 páginas do Tribunal Penal de Zug, na Suíça:
Tribunal suíço faz graves acusações à Fifa
O Tribunal Penal do cantão (estado) de Zug, na Suíça, publicou detalhes da sentença proferida em julho passado sobre o caso de corrupção envolvendo a ISL, em que os juízes fazem sérias acusações contra a Fifa.
O documento de 179 páginas comprova que, através de empresas, fundações e "caixas dois" do conglomerado ISL/ISMM, foram pagos subornos no valor de 138 milhões de francos (US$ 115 milhões) a altos dirigentes esportivos.
Seis executivos do grupo ISL/ISMM, ex-número 1 do marketing esportivo mundial, foram levados ao banco dos réus no julgamento iniciado em Zug no começo deste ano. Três deles foram inocentados. Os outros três – incluindo o "homem do cofre" Jean-Marie Weber – levaram multas.
Além dos 138 milhões transferidos às contas de cartolas em todo o mundo, ainda estavam previstos mais 18 milhões de francos para propinas, mas este dinheiro acabou sendo bloqueado por ocasião da falência da firma em 2001.
Inicialmente, em 2001, a Fifa havia dado queixa contra a ISL/ISMM, supostamente por causa de um pagamento antecipado de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002, que a ISMM teria desviado para uma conta "secreta" em Liechtenstein, fora do controle da Fifa. Em 2004, surpreendentemente, a Fifa declarou não ter mais interesse em um processo penal. "Isso nunca foi justificado", lê-se na sentença do tribunal.
Argumentação "confusa"
O texto da sentença agora acusa a Fifa de ter tido um "comportamento enganoso, que, em parte, dificultou a investigação". A cooperação da entidade máxima do futebol com o juiz encarregado do caso "nem sempre ocorreu em conformidade com o melhor entender nem foi baseada no princípio da fidelidade e credibilidade".
Segundo a sentença citada por vários jornais, na terça-feira (25/11), a Fifa teria "silenciado" sobre conhecimentos internos e usado deliberadamente uma argumentação "confusa". Por isso, a entidade foi obrigada a pagar uma parte dos custos de investigação.
Durante o processo, advogados dos acusados chegaram a fazer graves denúncias de cumplicidade. Por exemplo, dois presidentes da Fifa, Joseph Blatter e seu antecessor, o brasileiro João Havelange, teriam exigido a permanência do "homem do cofre" Jean-Marie Weber no comando da ISL. Do contrário, não seriam mais firmados contratos com a agência.
Desta forma, os pagamentos teriam obtido o status de "acordos formais obrigatórios". Na linguagem oficial, os pagamentos de subornos eram chamados de "custos de compra de direitos". O sistema de fraude teria sido instalado com ajuda de autoridades fiscais suíças e renomados escritórios de advocacia, conforme documenta a sentença.
Isso foi facilitado pelo fato de o suborno de pessoas físicas (este é o status dos cartolas do esporte), pela lei Suíça da época, no período de 1989 a 2001, não era crime. Para poder declarar os contratos bilionários da ISL com a Fifa, o COI, a Uefa, Fina, Fiba, ATP, FIAA, entre outras, como "contrários aos bons costumes", era necessário haver contratos entre corruptores e corrompidos.
O "homem do cofre"
Jean-Marie Weber, que ainda trabalha para a Federação Internacional de Atletismo (FIAA), a Federação Africana de Futebol e tinha credenciamento do COI para os Jogos Olímpicos de Pequim, conhece os nomes de todos os que receberam dinheiro da ISL. Numa entrevista, ele disse que levará esses nomes para o túmulo.
A sentença resume as informações escritas e orais sobre práticas de corrupção de quatro dos seis acusados. Através dessas informações e do texto de acusação da Promotoria Pública de Zug, é descrito um sistema pelo qual a ISL dominou o esporte mundial durante 20 anos.
Segundo o jornal suíço NZZ, embora a maioria dos "beneficiados" mencionados na documentação do processo continue nos seus cargos – como, por exemplo, os membros do Comitê Executivo da Fifa Nicolas Leóz (Paraguai) e Ricardo Teixeira (Brasil) –, nenhuma entidade esportiva tomou iniciativas de esclarecimento.
O processo envolvendo a ISL ainda não está completamente concluído. Duas investigações ainda estão em curso para descobrir o paradeiro de mais receptores de propinas. Além disso, ainda não esclarecido se a Fifa pagou ou não 2,5 milhões de francos a Jean-Marie Weber para fechar um assim chamado "acordo para ocultar a corrupção"
 *osamigosdopresidentelula

Marx tinha razão, admite Nouriel Roubini

Sanguessugado do Diário Gauche
A instabilidade da desigualdade
Este ano foi caracterizado por uma onda mundial de inquietações e instabilidades sociais e políticas, com participação popular maciça em protestos reais e virtuais: a Primavera Árabe; os tumultos em Londres; os protestos da classe média israelense contra o alto preço da habitação e os efeitos adversos da inflação sobre os padrões de vida; os protestos dos estudantes chilenos; a destruição dos carros de luxo dos "marajás" na Alemanha; o movimento contra a corrupção na Índia; a crescente insatisfação com a corrupção e a desigualdade na China; e agora o movimento "Ocupe Wall Street", em Nova York e em outras cidades dos Estados Unidos.
Embora esses protestos não tenham um tema que os unifique, expressam de diferentes maneiras as sérias preocupações da classe média e da classe trabalhadora mundiais diante de suas perspectivas, em vista da crescente concentração de poder nas mãos das elites econômicas, financeiras e políticas.
As causas das preocupações são bastante claras: alto desemprego e subemprego nas economias avançadas e emergentes; capacitação profissional e educação inadequadas, entre os jovens e trabalhadores, o que impede que concorram no mundo globalizado; ressentimento contra a corrupção, inclusive em formas legalizadas como lobbies; e a alta acentuada na disparidade de renda e riqueza nas economias avançadas e nas emergentes.
É claro que os problemas que muitas pessoas enfrentam não podem ser reduzidos a um só fator. A desigualdade cada vez maior tem várias causas: o ingresso de 2,3 bilhões de chineses e indianos na força mundial de trabalho (reduz o número de empregos e os salários dos operários de baixa capacitação e dos executivos e de administradores cujas funções sejam exportáveis, nas economias avançadas); mudanças tecnológicas baseadas em diferenciais de capacitação profissional; a emergência inicial de disparidades de renda e riqueza em economias que antes tinham renda baixa e agora apresentam rápido crescimento; e tributação menos progressiva.
As companhias de economias avançadas estão reduzindo seu pessoal, devido à demanda final inadequada, que resulta em excesso de capacidade, e à incerteza quanto à demanda futura. Mas reduzir o número de funcionários resulta em queda ainda maior na demanda final, porque isso reduz a renda dos trabalhadores e amplia a desigualdade. Porque os custos trabalhistas de uma empresa representam a receita profissional das pessoas e com isso a demanda que elas geram, uma decisão que é racional para uma empresa específica pode ser destrutiva em termos agregados.
Resultado: os mercados livres não geram suficiente demanda final. Nos EUA, a redução nos custos trabalhistas diminuiu acentuadamente a participação da renda do trabalho no PIB. Com o crédito exaurido, os efeitos de décadas de redistribuição de renda e riqueza -do trabalho para o capital, dos salários para os lucros, dos pobres para os ricos, e dos domicílios para as empresas- sobre a demanda agregada se tornaram severos, devido à propensão marginalmente inferior a consumir entre as empresas/proprietários de capital/domicílios ricos.
O problema não é novo. Karl Marx exagerou em seus argumentos favoráveis ao socialismo, mas estava certo ao alegar que a globalização, o capitalismo financeiro descontrolado e a redistribuição de renda e riqueza do trabalho para o capital poderiam conduzir à autodestruição do capitalismo. Como ele argumentou, o capitalismo sem regulamentação pode resultar em surtos regulares de excesso de capacidade produtiva, consumo insuficiente e crises destrutivas recorrentes, alimentadas por bolhas de crédito e ciclos de expansão e contração nos preços dos ativos.
Qualquer modelo econômico que não considere devidamente a desigualdade terminará por enfrentar uma crise de legitimidade. A menos que os papéis econômicos relativos do mercado e do Estado sejam recolocados em equilíbrio, os protestos de 2011 se tornarão mais severos, e a instabilidade social e política resultante terminará por prejudicar, a longo prazo, o crescimento econômico e o bem-estar social.
Artigo do renomado economista Nouriel Roubini, presidente da Roubini Global Economics (uma das maiores empresas de consultoria do mundo), professor da Escola Stern de Administração de Empresas (Universidade de Nova York) e coautor do livro "Crisis Economics".