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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 04, 2011

Gás no Brasil, óleo nos EUA: é a Petrobras

A Petrobras, de tanta pancada que leva, resolveu adotar o famoso “low profile” nas suas conquistas. Até porque, na exploração de petróleo, entre achar e explorar vai muito tempo e só depois os resultados aparecem.
Mas ela tem de cumprir o dever de comunicar formalmente descobertas, e só hoje anunciou duas: gás natural no bloco BM-S-11, no Espírito Santo , a 980 metros de lâmina d´água e 2.600 metros de profundidade e petróleo no Golfo do México, e petróleo área  na de concessão Walker Ridge, localizada em águas profundas (2.300 metros) na porção norte-americana do Golfo do México.
E isso porque a imprensa não deu muita bola para as recentes descobertas em Sergipe, de óleo de altíssima qualidade. É por isso que eles ficam loucos para que saia o leilão das áreas localizadas  ao largo do litoral nordestino, que hoje só é explorado em águas rasas, mas pode ter muito mais petróleo nas porções mais afastadas.
*Tijolaço

"Bloco Democrático Reformista" sofre outra derrota no Supremo

Lei que permite reajuste do mínimo por decreto até 2015 é constitucional, decide STF
Bloco Democrático Reformista
DEMo - PSDB - PPS

Brasília – A lei que permite ao Executivo reajustar o salário mínimo por decretos entre 2012 e 2015 é constitucional, decidiu esta tarde (3) o Supremo Tribunal Federal (STF). Por maioria de 8 votos a 2, os ministros rejeitaram a ação protocolada em conjunto pelo PPS, PSDB e DEM em março. Os partidos pretendiam derrubar a lei, que entrou em vigor em fevereiro, por entenderem que a Constituição determina que o mínimo seja fixado apenas por lei.
O Advogado-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, defendeu que a lei estabelece apenas um comando para o Executivo. “O que se pretende não é absolutamente delegar ao Executivo a fixação de salário mínimo, mas tão somente determinar ao presidente que, mediante ato administrativo, declare, publique esse valor já fixado, segundo critérios estabelecidos em lei”, disse Adams, lembrando que essa é uma forma transparente de comunicar a política de reajuste do salário mínimo.
O advogado das legendas, Renato Campos, destacou que as questões que permeiam o reajuste do mínimo são imponderáveis e que o Congresso Nacional é o único espaço adequado para discussão política sobre o assunto. “Não pode isso ser reduzido a uma questão de mera equação aritmética”, defendeu, lembrando ainda que a Presidência só poderia determinar reajustes se o Congresso lhe delegar essa função.
Em seu voto, a relatora da ação, ministra Cármen Lúcia, seguiu as ponderações da AGU, entendendo que a Presidência da República não fixará valores por meio do decreto, apenas seguirá aplicação aritmética dos índices já fixados pelo Congresso Nacional. “Tal decreto não inova a ordem jurídica, tão somente aplica a lei tal como ditado para cada período”, disse a ministra, refutando que a lei abre espaço para abuso no poder de regulamentar do Executivo.
Os únicos votos contrários foram dos ministros Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello, que defenderam atuação prévia do Congresso Nacional na fixação dos valores. “O Congresso não pode apear do poder de tratar a matéria. A Constituição quer a participação anual do Congresso Nacional. Por um ato do presidente toda a Federação será atingida, e toda a economia”, disse Britto ao abrir a divergência. Já Marco Aurélio criticou a “inapetência normativa do Congresso”.
Apesar de ter votado a favor da lei, Gilmar Mendes também destacou sua preocupação com a extrapolação de limites quando os Poderes tratarem do assunto futuramente. “Eu tenho medo que o Congresso passe a aprovar esse tipo de delegação para 2020”, disse o ministro.
Débora Zampier
*Agência Brasil

Charge do Dia

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"As mulheres só não dominaram o mundo jááá,
porque ainda estão tentando decidir
a roupa certa para a ocasião"
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Vergonha brasileira


Sanguessugado do Carta Capital

Enquanto Argentina e vizinhos sul-americanos julgam e condenam agentes do Estado responsáveis por crimes durante a ditadura, País opta por esquecer seus torturadores. Foto: Ag. O Globo
A ironia preenche as entrelinhas de uma das manchetes do site do jornal argentino Página 12 na quinta-feira 27. O curto texto sobre o Brasil manda uma mensagem direta: “estamos à frente”. O parágrafo diz: “No mesmo dia em que a Argentina condenava os repressores, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, conseguiu aprovar no Senado a criação de uma Comissão da Verdade para investigar as violações de Direitos Humanos ocorridas na última ditadura militar (1964-1985). O grupo especial poderá determinar responsabilidades, mas não terá como levar os possíveis acusados perante à Justiça, pois uma Anistia ratificada em 2010 pelo Supremo Tribunal ampara os torturadores.”
O ácido sarcasmo da mídia argentina em relação ao Brasil, geralmente direcionado a rixas futebolistas, é de fato plausível. O país conseguiu aquilo que nossos ativistas de Direitos Humanos, ex-perseguidos políticos e parte da sociedade brasileira almejam: o julgamento de agentes do Estado responsáveis por crimes contra a humanidade no período ditatorial.
Eleito presidente pelo voto direto em 1983, após a queda do regime autoritário na Argentina (1976- 1983), Raul Alfonsín suspendeu a autoanistia dos militares. Seu governo julgou a Junta Militar e condenou a cúpula da ditadura à prisão, mas não resistiu a pressões políticas e sancionou duas novas leis de anistia.
No entanto, oito anos após derrubar essas mesmas leis, a Justiça do país condenou à prisão perpétua, na quarta-feira 26, 13 ex-militares e outros três agentes a mais de 18 anos de detenção. Eles foram julgados por crimes cometidos pela Escola de Mecânica da Armada (Esma) durante a ditadura contra 86 pessoas.
O veredito, transmitido ao vivo pela televisão e em um telão próximo ao tribunal em Buenos Aires, mandou para a prisão o ex-capitão Alfredo Astiz, de 59 anos, o “anjo loiro da morte”, e o ex-capitão de corveta Jorge “Tigre” Acosta, inventor do atroz “voo da morte”, no qual prisioneiros políticos eram atirados sobre o Rio da Prata ou no oceano ainda vivos.
Enquanto isso, as Forças Armadas brasileiras ainda relutam em reconhecer sequer a existência de crimes contra a humanidade durante a ditadura e manifestam-se de forma arredia contra iniciativas capazes de punir agentes do Estado responsáveis por tais violações. Com isso, a imagem da instituição e do Brasil seguem arranhadas junto aos cidadãos e à comunidade internacional, pois países vizinhos agem para esclarecer os crimes do período em seus territórios.
O atraso brasileiro gerou críticas da organização de Direitos Humanos Anistia Internacional em um relatório divulgado em maio deste ano. Além disso, o Brasil foi condenado em 2010 pela Organização dos Estados Americanos (OEA) por não investigar os crimes cometidos pelo regime militar na repressão à Guerrilha do Araguaia na década de 1970.
A negativa do País em condenar criminalmente agentes do Estado envolvidos em violações dos Direitos Humanos no período integra uma série de particularidades do Brasil sobre o assunto, aponta a cientista política e pesquisadora da Unicamp, Glenda Mezarobba, autora de Acerto de Contas com o Futuro – A Anistia e suas Consequências: Um Estudo do Caso Brasileiro (Humanitas, 272 págs., R$ 28,00). “A Justiça reconhece o crime e a sua responsabilidade na esfera civil. Oferece reparações, mas não identifica o agente das ações. Isso é peculiar.”
Segundo a especialista, doutora pela Universidade de São Paulo com uma tese abordando as posições de Brasil, Argentina e Chile sobre crimes de militares na ditadura destes países, a configuração da Justiça brasileira também é responsável pelo atraso nacional neste quesito. “Na Argentina e Chile, as vítimas podem entrar na Justiça para responsabilizar os agentes do Estado envolvidos, mas no Brasil precisamos da abertura do caso pelo Ministério Público”, destaca. “Na época da ditadura, o MP estava alinhado aos militares. Depois dela, não se movimentou a respeito.”
A legislação brasileira apresenta ainda mais empecilhos para solucionar esses crimes. “Somos pouco permeáveis à jurisprudência, tratados e acordos internacionais, que, de modo geral, possibilitam alguma responsabilização por crimes contra a humanidade, por exemplo.”
Além disso, a cientista política aponta que, enquanto a Argentina rechaçou suas leis de anistia, o Brasil fez um movimento para conseguir esse recurso na legislação, o que também dificulta o seu questionamento. “É obvio que o teor da lei brasileira tem o tom desejado pelos militares, mas a tramitação no Congresso, o debate e as propostas de emendas, embora não aceitas, proporcionam alguma legitimidade.”
Em 2010, o STF considerou a Lei da Anistia constitucional. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Esse engajamento popular foi inclusive utilizado como justificativa para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em considerar a lei constitucional em 2010. Na época, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) questionou a validade da anistia para agentes estatais que praticaram tortura, pedindo que o artigo 1º da Lei 6683 não incluísse agentes públicos autores de crimes como homicídio e desaparecimento contra opositores do regime.
A pesquisadora da Unicamp, porém, defende que a decisão do STF não impossibilita o julgamento de torturadores. Segundo Mezarobba, o Judiciário ainda interpreta a lei com a visão desejada pelos militares e isso impede que a mesma seja testada pelo Ministério Público. “Apenas recentemente estão surgindo algumas iniciativas isoladas no Rio Grande do Sul e em São Paulo para tentar definir os responsáveis por alguns crimes durante a ditadura.”
Wálter Maierovitch, jurista e colunista de CartaCapital, discorda da pesquisadora e explica que essa discussão se encerrou com o posicionamento do STF. “Está aí o grande problema da Comissão da Verdade, que vai realizar uma apuração e não poderá fazer mais nada.” No entanto, o ex-desembargador aponta que a Corte Interamericana de Direitos Humanos considera a lei brasileira de anistia ilegal por ser um autodecreto militar.
Em 2010, o STF também alegou não poder alterar e reescrever a Lei da Anistia por esta ser uma função do Legislativo. Por isso, os deputados Luiza Erundina (PSB-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ) apresentaram propostas de revisão da lei no Congresso. Contudo, uma decisão semelhante à ocorrida no Parlamento uruguaio, que derrubou na última semana a prescrição de crimes cometidos durante a última ditadura militar (1973-1985), parece distante no Brasil. As propostas dos parlamentares foram rejeitadas no final de setembro pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Os projetos ainda estão em tramitação e vão passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ir a plenário. Contudo, o revés ocorrido poucos dias após a aprovação da Comissão da Verdade na Casa dificulta a transformação em lei.
Por outro lado, a Comissão, que aguarda a sanção de Dilma Rousseff para entrar em vigor, é a aposta do governo no esclarecimento de fatos durante o período ditatorial. No entanto, não há a possibilidade de punir agentes do Estado envolvidos em violações dos Direitos Humanos.
Mesmo assim, houve atrito com os militares que pressionaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o texto original da proposta em 2010. A corporação não ficou satisfeita com o termo “apurar violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Após pressão, houve uma alteração para “violações praticadas no contexto de conflitos políticos”.
Desta forma, segundo os integrantes da caserna, a comissão investigaria também militantes de grupos armados, por exemplo. Este, diga-se, não foi o único desalinhamento do governo com os militares. Em 2009, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os três comandantes das Forças Armadas ameaçaram deixar os seus cargos devido à possibilidade da revisão da Lei da Anistia.
O comportamento dos militares e de alas mais conservadoras da sociedade brasileira reflete uma máxima irreal de que não é possível punir apenas agentes do Estado por crimes durante o regime autoritário, pois grupos de oposição e civis também praticaram atos de resistência violentos.
Mezarobba é, porém, enfática ao questionar os defensores deste argumento. Para a cientista política, não há como desconsiderar que inúmeros prisioneiros políticos e opositores de grupos armados cumpriram penas por seus atos. “Milhares de documentos nos arquivos da Unicamp mostram processos que tramitaram no Supremo Tribunal Militar. Essas pessoas foram processadas, condenadas e cumpriram pena com base em uma lei completamente arbitrária”, diz. E aponta: “Os militares envolvidos na repressão jamais foram condenados criminalmente.”
Posições quase opostas 
Para pesquisadora, a ditadura conseguiu emplacar e manter a ideologia do esquecimento. Foto: Marcello Casal JR/ABr
A pesquisadora também destaca outros fatores que acentuam a diferença nas políticas adotadas por Brasil e Argentina sobre o tema. “No Brasil, os exilados retornaram com a preocupação de fazer política, criar partidos e disputas eleitorais. Abandonaram a luta pela solução dos crimes da ditadura.”
Além disso, os argentinos possuíam um movimento de Direitos Humanos bem estruturado antes do regime militar, ao contrário do Brasil, explica. Esses grupos ganharam força no País apenas na luta pela anistia, que também envolvia a redemocratização, o fim das torturas e a condenação de responsáveis por estes crimes. “No entanto, por algum motivo peculiar a palavra de ordem vira anistia, que significa esquecer, perdoar. Enquanto isso, Argentina e Chile utilizam como bandeira a justiça.”
Apesar de adotar uma política de “não confrontar o passado”, o Brasil é pego em mais uma de suas “particularidades” ao ser capaz de reconhecer participantes de regimes autoritários de países vizinhos. Prova disto são as extradições de militares supostamente envolvidos em violações de Direitos Humanos na América do Sul.
Em 2010, o País extraditou para a Argentina o militar Manuel Juan Cordero Piacentini, um uruguaio acusado de perseguir opositores da ditadura no continente nos anos 70. Além dele, o militar argentino Norberto Raúl Tozzo foi enviado de volta a sua nação na última semana, onde deve responder pela participação no fuzilamento de 22 presos políticos em 1976.
Uma prática de extermínio comum na Argentina, país marcado pela mais violenta ditadura da América do Sul. De acordo com estimativas de ONGs argentinas e internacionais, 30 mil civis foram mortos durante o período militar, cinco mil deles pelas mãos da Esma.
Enquanto isso, uma aula de preparação do Ministério da Educação aponta em 384 os desaparecidos políticos ou mortos pela ação de agentes do Estado entre 1964 e 1985 no Brasil. Contudo, segundo ONGs e levantamentos de associações de parentes de vítimas da ditadura, o número pode ser maior. “Temos mais esquecimento que a Argentina nesta luta”, diz Mezarobba.
Para a pesquisadora, esse é um dos “méritos” do regime militar brasileiro e de João Figueiredo. Ao enviar ao Congresso o projeto da Lei da Anistia, quiseram a pacificação das famílias e o fim das lembranças, mas o principal objetivo era, claro, blindar os integrantes da caserna de punições. “Essa jogada conseguiu capturar corações e mentes e até hoje faz o mesmo seguindo a lógica da ditadura.” Cabe aos brasileiros livrar-se dela.

Libertação dos Povos da Patologia do Poder

“Somos a maioria, somos 99%, controlados doentiamente por 1%; somos a força e o verdadeiro poder (divino) sobre a Terra. Tenham esperança, seremos livres brevemente.”
A Libertação dos Povos – A Patologia do Poder, pág. 24, Norberto R. Keppe, Nova York, 1986
À medida que o Movimento Occupy ganha força como símbolo de indignação dos 99%, a análise de Keppe sobre a patologia do poder (escrita e publicada em 1986) nunca se tornou tão relevante.
Nós, da Associação STOP a Destruição do Mundo (www.stop.org.br ) temos trabalhado próximos com dr. Keppe por muitos anos para trazer consciência das causas profundas da destruição da natureza e da sociedade humana. Agora, neste tempo crucial de nossa história, nós gostaríamos de reintroduzir o monumental trabalho keppeano como fonte de pesquisa para todas as pessoas de mentalidade livre que buscam uma sociedade mais justa, equilibradae igualitária.
Sinta-se livre para:
- Imprimir este document e entregar a quem quer que você ache que deveria lê-lo (use a brochura)
- Difundir isto na sua rede social (use no email)
Não é possível construir uma verdadeira sociedade sem conhecimento da ciência da psico-sócio-patologia (doença psíquica e social do ser humano), pois é seu desconhecimento que gera todos os problemas da humanidade.
O caminho para uma sociedade melhor (autêntica) está aqui. Nós sentimo-nos honrados em unir você a este nobre propósito.


CONVOCAÇÃO

Queremos convocar todos os indivíduos práticos, todos os que têm idealismo e dinamismo, os que acreditam no bem, na verdade e no belo, para que se unam, para que possam construir um novo mundo, uma nova sociedade, o verdadeiro Reino Humano sobre a Terra, a fim de que consigamos trabalhar para nós mesmos e desfrutar o que o Criador nos legou, e até agora nos foi privado, pelos que detiveram o poder econômico-financeiro em suas mãos. Chegamos a um tempo decisivo, no qual não é possível mais continuar alimentando os indivíduos mal-intencionados, que se apoderaram do planeta, organizando uma ordem social só para eles — dando-nos algumas migalhas, quando sua situação periclita, ou eles são obrigados a fazê-lo.
Se o leitor perceber, estamos solicitando a todos, para que possam realizar a maior de todas as “revoluções” que a humanidade teve. Estamos convocando-os para desvirarmos a sociedade da inversão em que está, e a colocarmos em seus devidos pés — porque não queremos mais ser buchas para canhões, dos poderosos, pilotos para os seus aviões de morte, motoristas para os seus tanques de guerra, que espalham a morte e a destruição. Queremos viver a vida; queremos produzir para nós e nossos irmãos; queremos viver em paz com todos. Mas, ainda, não poderemos permitir que continuem nos usando e matando, jogando classe contra classe, povo contra povo, profissão contra profissão; estamos dando um basta a isso tudo, porque desejamos viver agora em um período de paz, como queríamos, e sempre nos foi negado.
Sei que a maior parte dos que estão no poder não têm consciência, de como são opressores e inimigos do ser humano: capitalistas, marxistas, empresários, religiosos não têm ideia de que navegam em um barco errado — temos de mostrar-lhes seus enganos para que os que têm boa intenção desistam de tal caminho, e se unam neste trabalho. Os que forem contra o bem social serão pouco a pouco neutralizados. Se vocês me perguntarem como realizar tal empresa, eu lhe responderei que, finalmente, encontramos um caminho para esta libertação; é o que estamos expondo neste livro.
Gostaríamos de convocar todas as pessoas que se sentem exploradas — professores, operários, funcionários públicos, comerciários, vendedores, artistas — para que se unam, a fim de realizar finalmente uma sociedade de justiça sobre a face da Terra. Para isso, temos os seguintes pontos de vista:
1º. A propriedade privada, nas dimensões em que existe, é um erro. O planeta foi criado para todos os seres humanos, e não para um grupo que o explora e lesa, impedindo que todos tenham o seu quinhão.
2º. O ser humano não nasceu para ser escravo do dinheiro, mas para exercer uma atividade em benefício de toda a coletividade, e para ele mesmo, como decorrência.
3º. Temos de conscientizar que as instituições foram criadas para beneficiar apenas pequenos grupos, explorando os seres humanos, impedindo-os de se desenvolverem.
4º. As famílias devem servir, e não usar a sociedade para fornecer-lhes todas as vantagens, como acontece com os grupos famosos, economicamente.

PROPOSTAS


Para evitar que tais fatos continuem acontecendo, propomos o seguinte:
1º. Todas as organizações econômicas pertençam a todos os que trabalham nela, formando-se empresas comuns a todos.
2º. Cada um ganhe conforme o valor de seu trabalho, e não de acordo com o capital que possui na organização.
3º. Formação de sociedades (trilógicas) que possam dominar as pessoas e os grupos de exploração.
4º. Eliminação gradativa das grandes propriedades privadas, como único meio de se ter paz entre os homens, e uma vida sem angústia — a fim de que todos tenham suas propriedades menores. A Terra é suficiente para a humanidade, desde que alguns não se apossem dela demasiadamente.
Existem vários tipos de dificuldades, para que o povo tome as rédeas de seu destino:
1) quem tem o poder, não está disposto a abandoná-lo;
2) todas as pessoas que tentaram modificar o status quo foram sacrificadas (Cristo, Sócrates, Martin Luther King);
3) a sociedade foi organizada com leis que favorecem os donos do poder econômico-financeiro, por isto elas têm de ser mudadas;
4) Mas acredito que a maior dificuldade entre todas tem sido a inexistência de uma ciência, que explicasse esse fenômeno social. Penso que agora a temos; é só usá-la. O ser humano sempre teve ideia de que bastava mudar algumas coisas que a humanidade melhoraria. Não é nada disso, teremos que alterar praticamente tudo, para que alcancemos  o bem-estar que temos direito de usufruir — deverá ser uma transformação básica, total.
Parece que tudo está errado; nesta hora de transformação total, necessitamos de pessoas de grande coragem e valor, para enfrentar o mundo, até desvirá-lo. No começo, serão algumas que se habilitam mas, pouco a pouco, o seu número aumentará, até que cheguemos à realização total — porque o que é certo e bom é símbolo do que é eterno, como a vida. E desejamos ser livres, como é o Criador; queremos usufruir dos céus, mares, construir um jardim, para viver, e não conseguimos. Por quê? Porque herdamos uma estrutura econômico-social absolutamente inimiga nossa. Até este momento foi assim, mas poderemos modificá-la. Você quer mudar tudo isso, para conseguir viver bem, ou deseja continuar na velha ordem de exploração humana? Acredito que possuindo uma sã consciência (como se costuma falar), pessoa alguma aceita permanecer nisso; pelo menos, desde a década de 1960, o número de jovens que se afastaram deste tipo de sociedade é grande. Não é melhor modificar a sociedade, do que continuar com essa retirada? Gostaria que todos soubessem que podemos realizar um paraíso desta nossa vida, porque temos possibilidade de fazê-lo atualmente, pois não nascemos para o opróbrio, para a doença, e a infelicidade, mas para o bem-estar e a alegria.
A luta pela liberdade atingiu o seu mais alto ponto no período da Revolução Francesa, da Independência Americana e na elaboração da Constituição dos Estados Unidos da América; nessa ocasião Immanuel Kant derramava lágrimas de gratidão vendo a luta do povo francês, e cada pessoa, que presencia tais acontecimentos ou lê a respeito, passa por uma onda de entusiasmo. No entanto, o que vemos agora é um outro tipo de escravidão, provavelmente muito pior, porque envilece, não só o corpo como a alma, porque impede que se o ser humano desenvolva sua inteligência e sentimentos, e o obriga a passar a sua vida de forma inteiramente animal. A escravidão do poder econômico é muito mais sutil, porque tem o poder de corromper a mente de cientistas e alienar o homem destruindo a própria civilização.
Estamos no momento exato de convocar o povo de todas as nações para evitar total fracasso do gênero humano, se continuarmos por este caminho — e o grande passo que temos de dar é reconhecer a origem principal desse problema, para resolvê-lo. Esta é a intenção deste livro e o empenho de minha própria vida.

PLANO DE AÇÃO


Acredito que é fundamental o povo tomar uma atitude, para não acontecer que as descobertas deste livro permaneçam no campo teórico. Para isso, proponho o seguinte plano de ação:
1. Formação de grupos de pessoas, para estudar a questão da escravização do povo, sob o poder econômico-financeiro.
2. Difusão deste assunto a toda a sociedade, principalmente às organizações e aos líderes sociais.
3. Formação de empresas trilógicas (veja explicação na última página), isto é, de corporações, lojas e de produção agrícola com a finalidade de fornecer lucro aos que trabalham nelas.
4. Organização de sociedades trilógicas, ou melhor, de um tipo de vida comunitário, mais moderno, prático e econômico. Nota: Estas organizações constam no final deste livro, em detalhes, mostrado para que servem, e como formá-las.
5. Temos de iniciar este trabalho pelos setores que mais exploram a população, ou seja, pelo comércio e negócios, estabelecendo uma ponte justa com os agricultores e industriais.
6. A medida que as empresas trilógicas forem sendo suficientes para atender às necessidades do país, o povo deve sabotar todas as outras organizações que o exploram.
7. Vigiar constantemente os políticos que estão ligados aos poderes econômicos, para não permitir que eles coloquem seus interesses, acima dos altos ideais da nação.
Observação: É importante conscientizar os indivíduos encarregados da repressão social (policiais) para não se colocarem ao lado do poder econômico-social, em detrimento do povo.
8. Incentivar todos os indivíduos bem-intencionados, os verdadeiros líderes a agir para o país conseguir atingir o seu grande sonho de igualdade e liberdade.
9. É importante que os 2/3 da população, que é formada por pessoas normais, produtivas e idealistas, se ponham neste tipo de ação que, em poucos anos, transformaremos toda a face da Terra.
NOTA FINAL: O nosso trabalho deve se basear na não violência. Deixemos que os indivíduos da maldade (os poderosos da economia) feneçam em seu próprio ódio.
Norberto R. Keppe
Libertação dos Povos – A Patologia do Poder, Editora Proton, Nova York, 1986

ECONOMIA E EMPRESAS TRILÓGICAS

Norberto R. Keppe, psicanalista, filósofo e cientista social traz em seu livro A Libertação dos Povos (NY 1986) uma nova dialética para a economia e trabalho. Sua visão do Trabalho e do Capital é a seguinte:
1) O fim da especulação: o capital sendo resultado do trabalho tem de estar subordinado à este  (trabalho) e não como é feito na dialética atual, onde capital “gera” capital. Os juros precisam acabar.
2) e o fim da exploração: é essencial para a dignidade do ser humano que ele seja “proprietário” de seu trabalho e dos frutos dele. O emprego, como é hoje, é imoral, pois escraviza o ser humano obrigando-o a passar sua existência trabalhando para enriquecer uma minoria de indivíduos detentores de um poder doentio.
•    Nem socialismo
•    Nem capitalismo
•    Mas uma terceira via independente e totalmente nova
Oferecendo soluções práticas para os problemas dos indivíduos e do tecido sócio-economico das classes produtivas, esta proposta de empresa é diferente de modelos comunistas e capitalistas.
Através dela, o poder do dinheiro é substituído pelo do trabalho e realização. Diversas empresas trilógicas já foram organizadas desde 1985, nos EUA, Europa e Brasil e fornecem um estilo de trabalho e ganho superior ao da média da sociedade.
Keppe desenvolveu estas descobertas nos Estados Unidos onde foi vítima de perseguições múltiplas, orquestradas por autoridades e poderes sócio-econômicos internacionais que tentaram brecar o seu trabalho.
Essa perseguição culminou com a sua prisão e de sua assistente Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco, em 1988, em New York, com a tentativa de assassinato por envenenamento dentro da prisão (MCC) e confisco de todos os seus bens e manuscritos.
Hoje, com 84 anos, Keppe continua seu trabalho em São Paulo acompanhado de um grupo internacional de seguidores que aplicam suas ideias em suas próprias empresas. Mais recentemente unificou a sabedoria da metafísica antiga com a ciência moderna resultando no livro A Nova Física da Metafísica Desinvertida. Baseados em suas teorias, um grupo de engenheiros da Associação STOP a Destruição do Mundo desenvolveram o Keppe Motor – uma tecnologia de motores, altamente sustentável, capaz de economizar até 15 vezes mais que os motores convencionais.
Realização:
STOP a Destruição do Mundo

quinta-feira, novembro 03, 2011

Mais uma guerra para aliviar crises?

 

O jornal inglês The Guardian anuncia hoje que existe uma escalada para preparar um ataque militar ao Irã. A Inglaterra estaria se preparando para atuar como ponta-de-lança de uma ofensiva norteamericana sobre o país. Segundo o jornal, o motivo alegado seria o relatório da Agência Internacional de Energia Nuclear, cuja divulgação está prevista para o dia 8, que, segundo dizem os americanos, concluiria que o programa nuclear iraniano teria finalidades militares.
Embora o Irã o negue e tenha se oferecido, com a mediação do Brasil e da Turquia, a manter fora do país as reservas de urânio enriquecido produzida suas centrífugas, se tiver mesmo propósitos militares não é diferente do que fizeram os países desenvolvidos e, ali na região, a Índia, o Paquistão e, sobretudo Israel, nenhum deles tendo sido vítima de sanções internacionais e muito menos ameaças de ataques.
Ao contrário, Israel testou ontem uma nova versão do seu míssil balístico Jericoh, com capacidade de transportar ogivas nucleares.
É curioso como todos se dispõe a gastar bilhões com guerras, mas não com o reequilíbrio da economia. Ou será que a guerra faz parte do bom funcionamento da economia?
De qualquer forma, os países emergentes devem aproveitar o momento “pires na mão” para dizer: com guerra, sem ajuda.
*Tijolaço

Bob Fernandes: é a gentalha que ataca Lula

Pedintes não podem escolher a quem pedir


Europa 'pedinte' não pode escolher a quem pedir, diz analista 
Rogerio Wassermann
Enviado especial da BBC Brasil a Cannes

Os países europeus em dificuldades financeiras tentam a partir desta quinta-feira, na reunião de cúpula do G20 realizada em Cannes, na França, convencer os grandes países emergentes, como o Brasil e a China, a ajudá-los. Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, os europeus devem deixar de lado um possível orgulho e admitir que não têm condições de deixar a crise sozinhos.

"Pedintes não podem escolher a quem pedir", afirma John Kirton, professor da Universidade de Toronto e diretor do G20 Research Group, que se dedica a acompanhar e analisar a atuação do grupo que reúne as principais economias do planeta.

Para ele, as resistências na opinião pública europeia à busca de ajuda entre os antigos "pobres" e a possível submissão às condições impostas para essa ajuda, como ter de seguir a cartilha de políticas do FMI, devem ser deixadas de lado por conta da necessidade.

"Certamente os italianos, por exemplo, não gostariam de receber ordens do Brasil ou da Rússia, mas se a Itália não conseguir equilibrar suas contas irá à falência e precisará de um resgate. E os países desenvolvidos sozinhos não têm condição de resgatá-los, quem pode fazer isso é o G20", diz.
Uma posição semelhante foi manifestada por Thomas Bernes, diretor-executivo do Centro para Inovação em Governança Internacional (CIGI) e especialista em G20. Para ele, "o orgulho europeu será ferido, mas há um crescente reconhecimento de que mais esforços serão necessários para conter a crise".
*esquerdopata

A sexualidade feminina levou mais de 60 mil mulheres à fogueira.


Você conhece a história do seu prazer?



O Malleus Maleficarum escrito em 1484 é um tratado de caça as bruxas.
Quem leu o livro percebe que a sexualidade, o desejo e o prazer feminino é criminalizado.
Ter prazer é pecado, quem tem prazer tem um pacto com o demônio ( senhor da luxúria), só as Bruxas tem prazer,mulheres `normais´ não.

A sexualidade feminina levou mais de 60 mil mulheres à fogueira.

A igreja e criminalizou o prazer feminino, só aos homens é permitido gozar.
O  Papa estava de acordo com o conteúdo do livro e a igreja foi o grande instrumento de morte nessa época.

Desde de sempre a Igreja encoraja o sexo para procriação, procriar depende da ejaculação masculina e a ejaculação masculiana está ligada ao prazer.
Já as mulheres não tem o óvulo ligado ao gozo, desta forma nosso prazer não está ligado a procriação e é portanto desnecessária.


Filhas de Eva

Descendentes das Bruxas

Herdeiras da culpa

Nosso pecado maior

é gozar.
*TPM