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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 04, 2011

Até quando ó Saladino, até quando?

Israel não quer nenhum Estado palestino em seus arredores.

 
E se não bastasse isso, provocou a Síria, ofendeu a UNESCO e agora ameaça o Irã.
Afinal, o que querem os israelenses?
Por que odeiam tanto a convivência e a paz?
Alguém pode explicar por que tanto ódio?
Que mal os iranianos fizeram?
Há mais de 30 mil judeus vivendo, e muito bem, no Iran.
Participam do parlamento, têm seus hospitais, suas sinagogas, suas escolas, seus açougues e nunca foram molestados.
Isso afirmam os próprios judeus.
São respeitados e gratos aos descendentes de Dario e Xerxes.
Por que Israel não segue o exemplo e abre seus portos aos iranianos?
Os governantes de Israel estão criando uma sociedade doente que corrói as próprias entranhas.
Uma sociedade doentia que odeia o diferente.
Constrói muros para manter e oprimir os diferentes.
Recentemente sua engenharia para o mal cercou as Colinas Sírias de Golan.
A troco de que?
Israel é um péssimo exemplo para os vizinhos.
Israel só consegue conviver com regimes ditatoriais.
Vejam o caso do Egito, da África do apartheid, dos emirados do Golfo e de muitos outros mais.
Seus soldados de língua árabe participaram dos massacre no Iraque e Líbia.
Denominar de psicopatas os governantes de Israel é ofender a psicopatia.
O mal que eles causam não tem denominação científica.
E agora estão direcionando seu ódio a UNESCO, entidade cultural cujo único crime foi reconhecer que os palestinos têm direito a seu Estado.
E os palestinos?
Ah, os palestinos.
Povo milenar cujo amor ao próximo e pacifismo tem sido a razão de sua opressão.
Receberam os diferentes de braços abertos e estes fecharam seus braços em torno de seus pescoços.
Podiam ser idosos, podiam ser mulheres e podiam ser crianças.
Os que escapavam eram caçados e explodidos.
Contra as pedras, aviões, tanques e mísseis.
Tudo bem que os perseguidos e oprimidos reagem.
Mas e as oliveiras?
Que mal elas fizeram?
Foram queimadas, arrancadas pela raiz, não antes do roubo das colheitas pelos colonos ladrões, com apoio dos soldados do exército com quem dividiam o butim.
Não bastasse invadir suas casas, roubar suas colheitas, destruir suas escolas e hospitais, querem matá-los também pela fome.
E de sede, já que os palestinos raramente tem acesso a água potável.
Raramente conseguem ultrapassar o muro do aparheid.
Raramente conseguem atravessar os postos de controle.
Raramente conseguem sobreviver as bombas despejadas pelos aviões e tanques.
E agora, numa demonstração de brutalidade sem igual, a marinha de Israel cercou o mar para que os pescadores palestinos não conseguissem seu sustento.
Até quando ó Saladino, até quando continuarão abusando da paciência da humanidade?

 
   Que democracia é essa?

Iraque e a democracia tipo exportação dos Estados Unidos

Certa vez, conversando com um clérigo iraquiano, perguntei-lhe porque os muçulmanos sentiam um certo desconforto com a palavra democracia.

A resposta não podia ser mais luzidia:


"Os iraquianos receiam a palavra democracia porque a relacionam com morte, matanças e fome.

Estados Unidos conseguiram que o povo rechaçasse essa denominação, mas não seu significado real, que é o que nós pretendemos conseguir".

Moral da história: cada um tire a sua.

Oscar Niemeyer e o Aquário de Búzios Este vídeo é para fazer todos nós nos sentirmos bem pequenininhos.


*comtextolivre

Juiz mantém 100% da prova do Enem

O Presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - TRF5, Paulo Roberto de Oliveira Lima, suspendeu a liminar que determinava o cancelamento de 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para todo o Brasil. De acordo com a decisão, só ficarão sem efeito as 13 questões para os 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, que tiveram acesso às perguntas antes da prova.
O juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva, do Ceará, havia atendido uma recomendação do Ministério Público de anular itens do pré-teste realizado em 2010 que apareceram no exame de outubro. Ele havia baseado a decisão no fato de que "não seria possível afirmar que apenas os estudantes do 3º ano do Ensino Médio tiveram acesso às questões". O iG mostrou na semana passada que pelo menos 320 alunos do cursinho do mesmo colégio também receberam o simulado com as perguntas.
Nesta sexta-feira, o presidente do TRF5 atendeu ao feito quinta (3/11) pela Advocacia Geral da União (AGU). De acordo com Oliveira Lima, a solução de manter a prova originalmente aplicada para o Brasil inteiro, inclusive o Ceará, e recalcular somente as provas feitas pelos alunos do Colégio Christus, é a mais razoável. “A liminar considerada atinge a esfera de interesses de cerca 5 milhões de estudantes, espraiando seus efeitos para o ingresso deles nas várias universidades públicas do País, com repercussão na concessão de bolsas, na obtenção de financiamentos e na orientação de políticas públicas. O assunto é grave e influi, sim, na organização da administração”, avaliou o presidente do TRF5 na sua decisão.
O magistrado acrescentou, no entanto, que nenhuma solução é boa e garante a isonomia. "Anular ‘somente’ as questões dos alunos beneficiados não restabelece a isonomia. É que eles continuariam a gozar, para o bem ou para o mal, de situação singular (afinal a prova, para os tais, findaria com menos questões). E certamente a solução não teria a neutralidade desejável, é dizer, o resultado não seria o mesmo, com e sem a anulação. De outro lado, anular as questões para ‘todos’ os participantes também não restauraria a igualdade violada".
*comtextolivre

Haddad pode ser a bola da vez


Haddad e a mania de dar educação a pobre


O Conversa Afiada reproduz texto do Valor:



PSDB tenta convocar Haddad no Congresso


SÃO PAULO – Cada vez mais próximo de virar o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, virou alvo do PSDB. O líder dos tucanos na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), promete apresentar na segunda-feira requerimento para convocar o petista a explicar os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).


“Aprovamos um convite na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para o ministro explicar como o Enem custará três vezes mais em relação ao ano passado, mas ele vinha desmarcando várias vezes. Agora, com os problemas no Ceará [onde vazaram questões da prova] urge a necessidade de explicações”, afirmou o tucano.


Nogueira nega que o novo pedido esteja relacionado com a provável candidatura de Haddad. “O requerimento é de setembro, quando as prévias ainda não tinham esse desdobramento”, afirmou o tucano. A nova tentativa de convocar o petista, porém, começou a ser divulgada pelo partido nesta quinta-feira, dia em que o ministro saiu fortalecido com a desistência da senadora Marta Suplicy (PT) em disputar as prévias para a prefeitura paulistana.


(Raphael Di Cunto/Valor)

ENEM: Haddad não pode
ser prefeito de SP

O clip de encerramento do Bom (?) Dia Brasil desta sexta-feira entrega para o programa da Urubóloga (em reconfortantes férias) com duas imagens: um cartaz pede a anulação total do ENEM; outro cartaz diz que o ENEM é uma vergonha nacional.

É a confirmação de que o ENEM não tem nada a ver com o Ensino ou a punição do autor do crime cometido em Fortaleza para beneficiar alunos do cursinho Christus.

Como se viu no post “Haddad pode ser a bola da vez”, o ENEM é tema de implacável investigação da liderança do PSDB na Câmara dos Deputados.

Por que, amigo navegante ?

Porque, como diz o Estadão, o Haddad pode destronar os conservadores que mandam em São Paulo.

Segundo a Folha (*), na pág. A8, com a saída de Marta Suplicy da disputa, o Padim Pade Cerra também sai.

Porque os tucanos e a Folha (*) supõem que seja mais fácil derrotar Marta do que Haddad.

Trata-se, portanto, de uma questão de vida ou morte para os tucanos de São Paulo: é preciso abater Haddad antes de alçar vôo.

Como ?

Com a ajuda do autor do crime cometido em Fortaleza, aquele que passou as provas aos alunos do cursinho.

E emparedar o Haddad no ENEM – esse desastre irremediável, que leva o pobre à universidade e detona o monopólio da elite obscurantista de São Paulo, que, por definição, é separatista.

O ENEM ganha, assim, uma nova dimensão.

Destruí-lo não é apenas uma forma de combater o acesso do pobre à universidade.

É uma forma de impedir o acesso do Haddad à Prefeitura de São Paulo.

Só isso.


Paulo Henrique Amorim

Dilma defende criação de "CPMF global"

Apesar da rejeição de Estados Unidos e Grã-Bretanha, projeto apresentado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, ganha peso com apoio do Brasil e da Argentina.
A situação da Grécia e seu referendo sem sentido ainda estão entre os principais temas de discussão nas pausas da reunião do G20 em Cannes. A cada demonstração de enfraquecimento do poder do primeiro-ministro grego George Papandreou, o presidente Nicolas Sarkozy comemora com seus vizinhos de mesa. Mas enquanto o país não bate o martelo em direção a uma aceitação sem imposições do pacote de ajuda assinado pela União Europeia, é preciso seguir a agenda do encontro.
O chefe de Estado francês trouxe novamente à roda de discussões um assunto que ainda deve gerar muita discordância: a tal da taxa sobre transações financeiras. Herdeiro da "taxa Tobin", o imposto ganhou espaço com a crise de 2008. O Prêmio Nobel de Economia americano, James Tobin, criador da teoria, acredita que esse seja um meio de frear as "idas e vindas" especulativas no curto prazo nos mercados de divisas, ao impor uma pequena taxa às operações. "Os países pobres não podem ser duas vezes vítimas da crise, uma pela queda da atividade interna e outra pela diminuição da ajuda que recebem dos países ricos" disse Sarkozy para justificar a pertinência deste novo procedimento de arrecadação. Segundo um relatório apresentado por Bill Gates, a pedido do líder francês, uma taxa baixa de 0,1% sobre a ações e de 0,02% sobre as obrigações poderia arrecadar 48 bilhões de euros no G20 ou 9 bilhões de euros em escala europeia. A Alemanha defende a ideia. Por outro lado, Estados Unidos e Grã-Bretanha se mostram pouco cooperativos.
Mas o presidente Nicolas Sarkozy ganhou duas partidárias de peso. A presidente Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, da Argentina, se colocaram a favor do projeto. "Apoiamos a tese de que um piso único de renda não é filantropia, é uma rede de proteção mundial fundamental para enfrentar a crise", discursou Dilma, no plenário dos lideres, durante a sessão de trabalho sobre dimensão social da globalização e comércio. "O Brasil não irá se opor a uma taxa financeira mundial se isso for um consenso entre os países, a favor da ampliação dos investimentos sociais." Segundo ela, no Brasil, o Bolsa Família é um benefício parecido com o proposto pela organização.
Roberta Namour
*comtextolivre

Obrigado, Ministro Orlando Silva

Messias Pontes *

Os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (México) foram encerrados na noite do último domingo com um brasileiro no alto do pódio recebendo a medalha de ouro por ter vencido a maratona de pouco mais de 42 quilômetros. Trata-se de Solonei da Silva, um catador de lixo do interior de São Paulo, bolsista do Ministério do Esporte. É oportuno lembrar que 40% dos atletas brasileiros que foram ao Pan do México este ano são bolsistas do programa Bolsa Atleta, criado pelo ministro Orlando Silva.

Neste ano o Brasil bateu o recorde de medalhas em Pan-Americanos fora do País: foram 48 de ouro, 35 de prata e 58 de bronze, totalizando 141, ficando o Brasil no honroso terceiro lugar, atrás apenas dos Estados Unidos e de Cuba. Por uma questão de justiça tem-se de creditar o êxito do Brasil ao ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, um baiano, preto, de origem muito pobre e além do mais comunista. Isto é demais para ser absolvido pela Casa Grande.

Como será que ficou a cara dos colonistas e demais jornalistas amestrados, em especial a do racista Boris Casoy ao ver um catador de lixo, do alto de sua vassoura, fechando com chave de ouro os Jogos de Guadalajara ao som do Hino Nacional e com uma medalha de ouro no peito? Isto é o fim do mundo para os amestrados da velha mídia conservadora, venal e golpista. Mas esses idiotas terão de engolir a esmagadora maioria dos brasileiros dizer: muito obrigado, ministro Orlando Silva!

Esses são os mesmos que não se conformam com a ascensão de um ex-operário metalúrgico, sem formação universitária, ao mais alto posto da Nação. Pior ainda para essa gentalha é ter de engolir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos principais líderes mundiais, sendo condecorado em todos os continentes e recebendo o diploma de Doutor Honoris Causa das principais Universidades do Planeta.

O preconceito de classe dessa gente salta aos olhos. No final de setembro último o ex-presidente Lula recebeu o diploma de Doutor Honoris Causa da prestigiosa universidade francesa Sciences Po. A correspondente do jornal O Globo perguntou ao diretor da universidade francesa, Richard Descoings, por que dar um prêmio ao presidente Lula e não ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo, poliglota e grande intelectual? Outro amestrado perguntou por que premiar “quem tolerou a corrupção?” E um terceiro amestrado perguntou por que dar um título tão importante a quem chamou Muammar Kaddafi de irmão? É muita cretinice.

Dessa mesma cretinice foi vítima o ministro do Esporte Orlando Silva. A elite não pode permitir que um preto, pobre e comunista seja responsável pelo sucesso do País nos jogos Pan-Americanos tanto de 2007 no Rio de Janeiro como agora em Guadalajara. E o pior é que se prenuncia um sucesso maior com a Copa das Confederações em 2013 e com a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e com as Olimpíadas em 2016. “Esse negro não pode permanecer onde está porque vai se projetar como nenhum branco conseguiu neste País. Temos de cortar as asinhas dele antes que seja tarde. Temos de usar a nossa imprensa não só para derrubá-lo, mas para desmoralizá-lo e atingir o partido dele no que ele tem de mais caro que é a ética”, raciocinam os canalhas de todas as matizes. E aí o macarthismo se desnuda de vez.

Esse macarthismo surgiu no Brasil em 1937 com o famigerado Plano Cohen, elaborado pelo então capitão fascista Olímpio Mourão Filho a pedido do líder da Ação Integralista Brasileira João Salgado Filho, e foi utilizado pelo governo federal com o objetivo de aterrorizar a população e justificar o golpe de Estado que deu origem ao famigerado Estado Novo. Somente 14 anos depois é que o senador norte-americano Joseph McCarthy criou em seu país o movimento macarthysta para combater os comunistas e seus simpatizantes.

As elites econômicas brasileiras, com a sua velha mídia conservadora, venal e golpista e com a ajuda da igreja católica passaram a disseminar a ideia de que comunista comia criancinha (hoje se sabe quem come criancinha e tem de pagar indenizações milionárias) e matava aleijados e velhos que não mais produziam para fazer sabão. Ah como eu tinha ódio de comunista! Foi essa mídia que apoiou o reacionário presidente Eurico Gaspar Dutra a cassar o mandato de 14 deputados federais e um senador comunistas em 1948.

Aquela mídia que repetia à exaustão que existia um mar de lama no Palácio do Catete e que levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio, é a mesma que tentou impedir a posse de Juscelino Kubitscheck, eleito presidente democraticamente em 1955, e de João Goulart, com a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961; é a mesma que preparou e corroborou com o golpe militar de 1º de abril de 1964 e que deu sustentação à ditadura durante 21 anos. A Folha de São Paulo emprestava suas camionetes para transportar presos políticos para serem torturados nos porões dos quartéis do Exército e do Dops.

São esses mesmos canalhas que tentaram derrubar o presidente Lula e não conseguiram. Porém obtiveram sucesso derrubando o ministro Orlando Silva utilizando as mentiras de um bandido que já foi preso por corrupção e responde a nada menos de 11 processos. Esse bandido, o soldado PM João Dias Ferreira, para se vingar do ministro que exigiu a devolução de mais de R$4 milhões do Ministério do Esporte por não ter sido utilizado no Programa Segundo Tempo, caluniou Orlando Silva dizendo que tinha dado dinheiro a ele na garagem do Ministério, mas nunca provou. Disse que tinha gravação provando e nunca apresentou. Depois disse que não tinha nada contra o ministro, mas a velha mídia continua, criminosamente, tentando atingir o PCdoB no que ele tem de mais sagrado que é a ética.

Mas não conseguirá! São 90 anos de luta contra a tirania e na defesa da soberania nacional, dos trabalhadores, da justiça social, da liberdade e da paz!


* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.
*OniPresente

Especialista diz que economistas midiáticos defendem um sistema falido porque são pagos por bancos

 Os embalos da opinião econômica 
Luiz Gonzaga Belluzzo 

Professor da escola de economia de Paris, Bertrand Rothé abre seu artigo na revista Marianne com uma pergunta: por que os economistas midiáticos defendem com tanto ardor um sistema falido? Ele responde: porque eles são pagos pelos bancos. Um tanto rude, a resposta.

Mas Rothé mata a cobra e mostra o pau. Diz o economista que, em 10 de agosto, o jornal Le Monde publicou no caderno Debates 22 depoimentos de especialistas na matéria. Nesse grupo de sabichões, 16 (76,6%) são ligados a instituições financeiras. A promiscuidade vai longe. Anton Brender, reputado economista da esquerda francesa, hoje diretor de estudos econômicos do Dexia Asset Management usou duas páginas do Nouvel Observateur para concluir que “não são os mercados que estão em causa, mas a impotência política.”

A quase unanimidade, o realejo de opiniões banais encontra na mídia contemporânea um espaço ideal. Um jornalista do L’Expansion justificou a preferência pela ligeireza: “Os economistas de bancos sabem responder rápido, eles são pagos para isso. Esse já não é o caso dos universitários que se entregam à reflexão e cujas nuances são difíceis de transcrever.”

Vamos às relações entre “impotência política”, descuidos midiáticos e captura dos economistas. Até mesmo um idiota fundamental é capaz de perceber que na construção da crise atual a “impotência política” tem origem na ocupação do Estado e de seus órgãos de regulação pelas tropas da finança e dos graúdos interesses, digamos, corporativos, aí incluídos aqueles das megaempresas de mídia. As tropelias do meliante Rupert Murdoch dão testemunho das ligações perigosas entre o mass media, a política e a polícia. No Brasil é o “puder”, já na pérfida Albion it’s power.

O americano Robert Kaiser no livro So Damn Much Money listou 188 ex-congressistas registrados oficialmente como lobistas em Washington. A pesquisa de Kaiser revela como funciona a porta giratória entre os grandes negócios e a política. Estudo realizado por um grupo de advogados, o Public Citizen, flagrou na nobre ocupação de lobistas metade dos senadores e 42% dos deputados que deixaram o Congresso entre 1998 e 2004. No período 1998-2011 o setor financeiro gastou 84,5 bilhões de dólares com essa turma. Há “rachuncho” com o caixa das campanhas políticas.

Não escasseiam relatórios oficiais, depoimentos, documentários e livros de gente oriunda dos mercados a respeito da invasão dos bárbaros na cidadela da política e das políticas. Nesse espaço que, generosamente, me reserva CartaCapital, já publiquei um artigo sobre o relatório do Congresso americano que expõe as tropelias dos agentes da finança na montagem da crise financeira.

“No relatório do Congresso, o percurso em direção à crise é analisado mediante a narrativa de episódios esdrúxulos e de depoimentos patéticos de banqueiros, altos executivos e autoridades. A articulação entre as falas e as narrativas permite uma avaliação do papel desempenhado pelos vários fatores e protagonistas que levaram a economia global da euforia e da depressão: as inovações financeiras geradoras de instabilidade, a omissão sistemática das autoridades encarregadas de supervisionar os mercados de hipotecas e, finalmente, a farra da emissão de securities lastreadas em empréstimos imobiliários.

Before Our Very Eyes, assim é denominado o primeiro capítulo do Relatório do Congresso. Em linguagem popular “Estava na Cara”. É difícil negar que, ao longo dos anos de gestação da crise, os olhos – os da mídia incluídos – estiveram vendados pela trava que os hipócritas apontam na visão alheia (Palavras de Cristo, de admirável sabedoria). Já no caso de muitos economistas eminentes, sempre procura-dos para opinar, os olhos estavam travados, mas as imagens e palavras do documentário de Charles Ferguson, Inside Job, sugerem que os bolsos estavam arreganhados para a grana que escorria das façanhas da haute finance.

Ian Fletcher, autor do livro Free Trade Doesn’t Work, descreve formas mais sutis de cooptação dos economistas. Tais métodos, diz ele, não frequentam o ethos de bordel, com propostas do tipo “diga X e lhe pagarei Y”. Mas na faina de conseguir clientes, muitos economistas devem cultivar a reputação de sempre dizer aquilo que o freguês quer ouvir. “Certas ideias, como o aumento da desigualdade e problemas acarretados pelo livre-comércio devem ser evitadas. Elas não são economicamente corretas.” A mídia, em seus trabalhos de purificação da opinião pública, cuida de retirar tais “excentricidades” de circulação, assim como a polícia leva a enxovias os manifestantes de Ocupe Wall Street, uma súcia de desordeiros desatinados e desordeiras de barriga de fora.

*esquerdopata

Hoje, a maioria dos países latino-americanos tem economias em crescimento e bancos sólidos. O que desejamos para a Europa é que suas economias comecem a assemelhar-se mais às da nova América Latina e menos às da velha Europa

MOISÉS NAÍM

Latino-americanização da Europa



Qualquer sugestão de que havia lições a tirar de crises na América Latina era rejeitada pelos europeus

Algumas semanas atrás, participei de uma reunião em Bruxelas que coincidiu com a cúpula em que líderes europeus traçaram o plano para estabilizar o velho continente. Também por coincidência, muitas das delegações à cúpula estavam hospedadas no hotel em que minha reunião -que não era ligada à cúpula- estava tendo lugar.
Inevitavelmente, ao final do dia ou durante o café da manhã, vários colegas e eu conversávamos informalmente com amigos que trabalham nas equipes técnicas que dão apoio às negociações de alto nível.
As histórias, a ansiedade e a exaustão deles (trabalhavam sem parar havia vários meses) trouxeram de volta muitas memórias: numa carreira anterior, eu estive envolvido em um processo semelhante em meu próprio país, a Venezuela, e depois trabalhei no Banco Mundial e estive próximo de negociações semelhantes em outros países.
Em Bruxelas, fiquei fascinado com as semelhanças entre a crise europeia e as que testemunhei no passado. Mas fiquei ainda mais surpreso ao constatar que as autoridades europeias ignoravam as experiências de outros países com crises.
Qualquer sugestão de que poderia haver lições úteis a tirar das crises de dívida latino-americanas era rejeitada educadamente, mas com firmeza. "A Europa é diferente" foi a reação automática deles. "Temos o euro; nossas economias e sistemas financeiros são diferentes, assim como nossa política e cultura."
Isso tudo é verdade. Mas há outras realidades que também são verdade. Entre 1980 e 2003, a América Latina sofreu 38 crises econômicas, e a região -suas autoridades, os reguladores e, sim, até mesmo o público e os políticos- aprendeu com esses episódios dolorosos.
Talvez a lição principal seja o que eu chamo "o poder do pacote". O "pacote" é um conjunto abrangente, maciço, digno de crédito e sustentável de medidas, que não oferece só cortes e austeridade, mas também crescimento, redes de segurança social, reformas estruturais, empregos e esperança para o futuro.
Decisões econômicas fragmentadas, tomadas em partes e frequentemente contraditórias não funcionam. Elas são muito tentadoras, porque criam a ilusão de uma solução que evita as medidas mais impopulares. Mas, mais cedo do que tarde, a realidade teima em mostrar que as medidas parciais não estão funcionando, que se desperdiçaram tempo e dinheiro e que outra coisa se faz necessária.
E essa outra coisa é o pacote abrangente, que inclui remédios fortes para todos os males que afetam a economia: dívida demais, gastos governamentais demais, bancos insuficientemente capitalizados, supervisão ineficiente, políticas fiscal e monetária não coordenadas, baixa competitividade internacional e regras que inibem o investimento e a geração de empregos.
Quando críticos descrevem a crise europeia como sendo "semelhante à latino-americana", pensam na América Latina que sofreu as crises, não na que sabe como evitá-las.
Hoje, a maioria dos países latino-americanos tem economias em crescimento e bancos sólidos. O que desejamos para a Europa é que suas economias comecem a assemelhar-se mais às da nova América Latina e menos às da velha Europa.

@moisesnaim

Iranianos celebram tomada de embaixada dos EUA em 1979

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Manifestantes iranianos seguram cartazes contra os EUA durante protesto em frente à extinta embaixada americana em Teerã. Foto: AFP
Manifestantes iranianos seguram cartazes contra os EUA durante protesto em frente à extinta embaixada americana em Teerã
Foto: AFP
Aos gritos de "Morte aos Estados Unidos!", milhares de iranianos se concentraram nesta sexta-feira por ocasião do aniversário da tomada de reféns na embaixada americana em Teerã, em 4 de novembro de 1979, um fato que acabou na ruptura das relações diplomáticas entre os dois países. A concentração também serviu para saudar a Primavera Árabe, que os iranianos chamam de "Despertar Islâmico", e para criticar Israel.
Em 4 de novembro de 1979, alguns meses depois da Revolução Islâmica que derrubou o xá Mohamed Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, 52 funcionários da embaixada americana na capital iraniana foram sequestrados por estudantes islamitas e mantidos reféns por 444 dias.
Em abril de 1980, o presidente Jimmy Carter ordenou uma operação militar para libertá-los, acabou fracassando. Os reféns só foram libertados em 20 de janeiro de 1981. Washington rompeu relações com Teerã em 7 de abril de 1980, e desde então a situação entre ambos países é tensa.
*Terra