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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 18, 2011

Luciano Huck é o Cruzado Encapuzado da Globo #blogmundofoz #ForçaLula

Por Davis Sena Filho - Blog Palavra Livre
Luciano Huck: o Cruzado Encapuzado herói do PIG "derrotou os traficantes
Quando eu era menino, no fim da década de 1960 e início dos anos 1970, passava na televisão a série que fez muito sucesso praticamente em todo o mundo ocidental. Tratava-se do Batman, o Cruzado Encapuzado, e do seu inseparável companheiro na luta contra o crime, o Menino Prodígio — Robin. A série tinha uma linguagem pop, quase psicodélica, de fino humor, pois parte intrínseca dos tempos do flower power dos hippies.
Passados quase 40 anos eis que surge o Cruzado Encapuzado brasileiro, cujo esconderijo não é a batcaverna e sim a Venus Platinada, também conhecida como TV Globo. O Cruzado Huck não gosta do poder público e de governantes trabalhistas, tal qual aos seus patrões, a família Marinho, mas o “forte” do seu programa, “Caldeirão do Huck”, é o assistencialismo de direita como o faz, há tempos, o apresentador Gugu e tantos outros que já fizeram parte da história da televisão.

Cada anônimo acredita no que quer , é a democracia , mas acreditar no "JN" é muita ingenuidade. Serra é amigo do "JN" e da Chevron

Chevron,a protegida do "Jornal Nacional",aquele que pediu carona no avião da própria empresa investigada. É muita corrupção!

Perguntas para o anônimo da postagem anterior: Por que uma empresa que paga um avião , JN no AR , para percorrer quase todo o Brasil pega carona com uma empresa , a Chevron , para visitar o malfeito dessa companhia ? Não lhe parece que tem um "JN mal cheiroso no AR" ?

Constelação global se une contra Belo Monte

Opinião Amoral:
Os Bobos da GROBO, estão  do lado de lá da telinha

Constelação global se une contra Belo Monte Foto: DIVULGAÇÃO

Elenco de novela coloca no ar vídeo contra a usina hidrelétrica, mistura realidade e ficção, usa apelo erótico e convoca “primavera árabe” para brecar a construção, mas os argumentos são toscos; é a versão sustentável do Cansei


247 – “De onde tiraram essa ideia de que energia hidrelétrica é energia limpa?”, pergunta a atriz Maitê Proença. “Seria energia limpa se fosse no deserto”, responde a também atriz Letícia Sabatella. Ah, bom. Água no deserto. É com argumentos desse naipe que uma constelação de atores globais se uniu para bloquear a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. O vídeo, com um elenco digno de uma novela das oito, está disponível no youtube. É uma peça de propaganda, organizada por um movimento chamado Gota D´Água, na qual é difícil separar o que é realidade e o que é ficção (assista, no pé deste artigo).
“Neste momento, em todo o mundo, milhares de pessoas estão indo às ruas para protestar e mudar o seu destino”, convoca o galã Sergio Marone. “Vocês entendem que se a gente conseguir uma enorme quantidade de assinaturas, a gente pode parar essa obra”, prossegue Ingrid Guimarães. Parece ser uma convocação para uma primavera árabe brasileira, com viés ambiental.
Mais adiante, vem o apelo erótico. Maitê Proença tira o sutiã para “ficar mais à vontade”. E, do lado de cá, quem assiste fica na expectativa de ver os seios da bela balzaquiana. Enquanto isso, Juliana Paes dá uma piscadinha e diz que ainda está no ar. Sergio Marone também se insinua, ao dizer que não é o Leonardo Di Caprio, mas pedindo também uma assinatura pela petição. Uau: será que os globais tiram a roupa por Belo Monte? Ficam peladões pelos índios do Xingu? No fim do vídeo, passado o clímax, o respeitável Ary Fontoura dá uma lição de moral na presidente Dilma: “Que país a senhora quer deixar para os seus netos?”
Argumentos toscos
Os problemas, no vídeo, são amazônicos. Em primeiro lugar, não fica claro se aquilo é um manifesto espontâneo dos artistas ou uma peça de propaganda, tal a encenação dos atores. Em segundo lugar, os argumentos são frágeis. Quando Eriberto Leão grita pela energia eólica, ninguém lhe pergunta se ele sabe quais são os custos e o impacto ambiental das gigantescas torres de concreto. E quando Bruno Mazzeo fala em colocar os peixes da Amazônia num aquário, ironiza uma situação que, sim, é levada em conta pelas equipes de engenharia que tocam as obras. Tanto no Rio Madeira quanto em Belo Monte, há compensações ambientais significativas.
O mais grave, no entanto, diz respeito ao protesto sobre o custo da obra. “Trinta bilhõooooooooooes”, enfatizam os atores. “O meu, o seu, o nosso dinheiro”, reforça Maitê Proença.
Mas, peraí. Maitê Proença não é aquela que entrou na Justiça para garantir o direito a uma pensão vitalícia do governo paulista de R$ 13 mil? Sim, ela mesma. Como o pai, ex-promotor, e a mãe, morreram, ela teria direito ao benefício eterno se não se casasse. Mas durante anos Maitê viveu com o lobista Paulo Marinho, sem que jamais tenha se casado no papel, apenas para preservar o benefício. E agora ela aparece preocupada com “o meu, o seu, o nosso dinheiro”.
Em vez de tirar o sutiã, Maitê, devolve a pensão!
De fato, o vídeo dos atores globais foi a gota d´água.
Em favor de Belo Monte.
Assista, agora, ao vídeo do Movimento Gota D´Água:

*blogdoamoralnato

quinta-feira, novembro 17, 2011

Rosana Jatobá: O insustentável preconceito do ser!

Rosana Jatobá

Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.

Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:

– Recomendo um passeio pelo nosso “Central Park”, disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!

– Então estarei em casa, repliquei ironicamente.

– Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.

– A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?
– Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem “farofa” no parque.
– Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.
– Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar...
De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que, de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado. Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os “Paraíba”, que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a “cabeça chata”, outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.
Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.
Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:
– O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de Carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:
O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor.
“É ofensivo”, diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.
A expressão “pé na cozinha”, para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constrangimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.
O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de S.Paulo um artigo no qual ressalta:
Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra ‘niger’ para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:
‘Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe’... que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).
Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra, os negros cunharam o slogan ‘Black is beautiful’. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém.
Será que na era Obama vão inventar “Pé na Presidência”, para se referir aos negros e mulatos norte-americanos de hoje?
A origem social é outro fator que gera comentários tidos como “inofensivos”, mas cruéis. A nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:
– A minha “criadagem” não entra pelo elevador social!
E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, “viado”, maricona, boiola e uma infinidade de apelidos despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?
Mulher é rainha no dia 8 de março. Quando se atreve a encarar o trânsito e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:
– Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!
Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:
– Só podia ser loira!
Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:
– Só podia ser judeu!
A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia...
Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: “O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem”.
Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.
A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o “Princípio da igualdade”, sem o qual nenhuma sociedade pode ser sustentável.
O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorância e alimenta o monstro da maldade.
Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcoólatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:
– Só podia ser mendigo!
No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:
– Só podia ser bandido!
Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.
PS.: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos.

Rosana Jatobá é jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em Gestão e Tecnologias Ambientais da Universidade de São Paulo.
*Bloglimpinhoecheiroso

Cerimônia de lançamento do Viver Sem Limite


*Blogdoplanalto

Occupy Wall Street: New York, New York Obviedade Polícia é uma força bruta criada para defender os ricos do resto da sociedade.


Occupy Wall Street visto por Frank Sinatra por Zimbanoslig
*Gilson sampaio

Deleite

Mês da Consciência Negra na USP

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*http://cine-africa.blogspot.com/

AS CAFUNGADAS DOS TOXICÔMANOS E DOS BANQUEIROS

Em sua coluna desta 5ª feira, Quando o vício é privado, o veterano jornalista Clóvis Rossi levanta a possibilidade de estar sendo inútel, mesmo do ponto de vista capitalista, o receituário neoliberal imposto a governos europeus, no sentido de que reduzam gastos sociais e infelicitem seus cidadãos.

A tese de CR (ver íntegra aqui), com a qual concordo, é de que a atual crise tem como principal vilão os bancos. Priorizar sua salvação só agrava os males, pois equivale a oferecer novas doses a viciados em drogas:
"...a cura, pela austeridade, do vício dos governos de gastar demais nem de longe resolve o problema.
 A banca (...) continua intoxicada e 'mata' um governo depois do outro, no desespero de mais uma cafungada nos juros obscenos cobrados para rolar a dívida de países europeus".
Mas, vou além de CR: em termos estruturais, os problemas não podem ser resolvidos sob o capitalismo. Deixar de acarretar penúria aos homens para socorrer bancos seria apenas um primeiro passo na direção correta.

No final da estrada encontra-se o fim do próprio capitalismo -- ou, talvez, o da espécie humana, se não livrar-se logo do sistema que a direciona para o abismo.
*Naufragodautopia