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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 23, 2011

Ministra Miriam Belchior cala os que propagam mentiras contra Belo Monte

*Brasilmostraatuacara

Tortura em Dilma prescreveu. Viva o Brasil !


Eros Grau e o ex-Supremo anistiaram a Lei da Anistia


Amigo navegante que está louco para depor na Comissão da 1/2 Verdade – clique aqui para ler “quem deveria depor na Comissão da 1/2 Verdade“  – enviou essa pérola do caráter do brasileiro !

(Leia também artigo excelente de Luiz Claudio Cunha sobre “Torturador da Dilma vai depor ?” )

Viva o Supremo !

Viva o Ministro Eros Grau !

Justiça extingue processo contra militar acusado de torturar Dilma


Processo contra torturador de Dilma foi extinto | Foto: Ramiro Furquim/Sul21


Da Redação


O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região extinguiu processo que responsabilizava o tenente -coronel Maurício Lopes Lima, acusado de torturar a presidenta Dilma Rousseff. Na ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) figuravam outros três agentes do Estado acusados de cometer abusos na Operação Bandeirante (Oban). Em seu voto, o juiz federal Santoro Facchini entendeu que os possíveis crimes já prescreveram e encerrou o processo. A Procuradoria Regional da República em São Paulo já comunicou que vai recorrer da decisão.


Para Facchini, a imprescritibilidade dos crimes de lesa-humanidade deve seguir o enfoque da legislação brasileira, e não tratados internacionais. “Decisões estrangeiras não podem ser aplicadas no Brasil, por afronta ao princípio da legalidade. O Brasil não subscreveu a convenção sobre a imprescritibilidade dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade de 1968, e somente reconheceu a autoridade da Corte Interamericana em 2002″, anotou o juiz federal em sua decisão.


Santoro Facchini também afirmou que os fatos narrados nos autos “não indicam a ocorrência de tortura, como fato ocasional ou delimitado, mas, ao revés, revelam a sua prática, sistematizada e institucionalizada, contra parte da população, composta por opositores do governo militar instalado em 1964″.


O MPF considera a tortura crime contra a humanidade, imprescritível, tanto no campo cível como no penal. Destaca ainda na ação diversos tratados internacionais e que a validade da Lei da Anistia, reafirmada no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não inviabiliza medidas de responsabilização civil.


O tenente-coronel Lopes Lima afirma que ainda não foi notificado da decisão. Em sua defesa, ele alegou que não integrava o destacamento da Operação Bandeirante à época dos fatos relatados. A ação contra Lopes Lima e mais três militares — Innocencio Beltrão, João Thomaz e Homero Machado — é baseada em depoimentos colhidos por tribunais militares, informações mantidas em arquivos públicos e testemunhos de algumas vítimas.


A Oban foi criada em São Paulo com o objetivo de reunir em um único destacamento o trabalho de repressão política até então pulverizado por órgãos militares e policiais, estaduais ou federais durante o período da ditadura. Funcionou como um projeto piloto à margem das estruturas oficiais, contando com financiamento de empresários. Diante do sucesso da Oban na repressão, o modelo foi difundido pelo resto do país.


Com informações do Correio Braziliense

*PHA

Incompetência na Segurança Pública paulista reflete na Assembleia

Assembleia de SP aprova lei que proíbe garupa em motos
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que proíbe garupas em motocicletas nos dias úteis da semana. De autoria do  deputado Jooji Hato (PMDB), o texto também obriga o uso de capacetes e coletes com o número da placa da motocicleta afixado na parte de trás, em cor fluorescente.
Se sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, a medida passará a vigorar nos municípios do Estado com população superior a um milhão de habitantes.
O descumprimento da lei pode acarretar multa no valor de R$ 130 a cada infração cometida. O valor será atualizado anualmente pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Além do objetivo de reduzir acidentes com motocicletas, o projeto visa coibir assaltos realizados por duplas criminosas em motocicletas.
~ o ~
Comentário do ContextoLivre:
É mais fácil proibir a garupa em motos do que ser competente na segurança pública. Assaltos agora só nos finais de semana.
Isso faz lembrar aquela ideia genial do tucano Alckimin para evitar a entrada de celulares em presídios. Cadastro de todos os aparelhos telefônicos. Resolveu alguma coisa? Só mais burocracia para o cidadão.

Não vou nem comentar do absurdo da proibição de garupa em moto pela Assembléia Legislativa de São Paulo . Não vou nem comentar da cultura ridícula que o poder público nacional tem em resolver tudo por meio de lei, resquício do autoritarismo histórico. Aliás, sequer mesmo vou comentar que esta lei é inconstitucional e só não enxerga isso quem, há muito, perdeu qualquer capacidade de visão.
Quero comentar outra coisa. Quero comentar, en passant, despretensiosamente, o atestado de burrice e de incompetência que a aprovação da lei revela. Não conseguimos resolver uma questão? Proíba-a de acontecer. Está difícil diminuir os assaltos com motos? impeça a existência do garupa.
Aliás, quero ressaltar, nesse quesito, a inovação e coragem de um juiz, o bravo e destemido Jairo Xavier Costa, do interior de Alagoas, que, visando o mesmo objetivo da Assembléia  Legislativa de São Paulo, a saber, a diminuição dos assaltos praticados por motociclistas, ousou estar na vanguarda e proibiu o uso de capacete! Sim, o juiz, corajoso, cidadão de bem, preocupado com o número de delitos contra o patrimônio que esses motoqueiros cometem, proibiu, por decreto, que os meliantes escondessem seus rostos atrás de capacetes. Um gênio da raça, o togado, agora comparado a outro gênio, o deputado estadual Jooji Hato, autor do projeto de lei.
Já que mencionei a incompetência e a sua sanha legiferante, venho sugerir, de coração, desejando o melhor possível para Gilberto Kassab, e para aqueles que vivem na cidade de São Paulo que, com a proximidade da época das chuvas (cujas obras contra enchentes estão atrasadas), o nosso prefeito tenha coragem de bater de frente com São Pedro e proibir que chova no perímetro metropolitano.
Muitos transtornos seriam evitados.
*Terra

Charge do Dia

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVHPgUbJizbuG6Et111zJ1bT3lmd6VYWz7CBXwKzyuoqCvWGEqpLAfrAQfzECKzWAXojkxHc_1o1G-pFvEAMYXJja8Fbt8smRy2KxkBBkZd5Dg14Za6w7mRdXtfNcXXe6S8wNUUlymwzA/s1600/latuff-ditadura.jpg[regi197.jpg]
“Um governo que cometeu crimes pode anistiar a si próprio?! Isso não existe!”
(Dr. Hélio Pereira Bicudo, um dos maiores juristas do Brasil, o homem que prendeu Fleury)
*quemtemmedodademocracia

“O torturador é um infame e covarde”, garante o Brigadeiro Rui Moreira Lima – especial para o QTMD?

  do QTMD?
Sentado na sala de sua casa, o Major-Brigadeiro aponta para a miniatura que representa fielmente o avião que usou na 2ª Guerra. Foto: Ana Helena Tavares
Detalhe de camisa. Foto: Ana Helena Tavares
“O povo desarmado merece o respeito das Forças Armadas”. Foi este um dos ensinamentos que Pedro Moreira Lima deixou em carta para o filho. Gozando de invejável lucidez aos 92 anos, o Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima, que é um dos únicos pilotos veteranos da 2ª Guerra Mundial ainda vivos, abriu as portas de sua casa (em dois dias diferentes) para o “Quem tem medo da democracia?”. Para contar como a carta de seu pai o norteou por toda vida, levando-o a não aderir a golpes.
Por Ana Helena Tavares(*)
“Vargas governava cercado por nazistas”, lembrou Moreira Lima. Mas, diferentemente das ditaduras que reprimem e punem aqueles que são contrários a ela, na guerra – que, como garantiu o Major-Brigadeiro-do-Ar, “começou pelo mar” – os cadetes tinham liberdade de expressão: “Nós podíamos dizer se torcíamos pelos aliados ou pelos alemães”, frisou.
 
Todas as edições de “Senta a Pua!”, incluindo a em inglês Foto: Ana Helena Tavares
Clique aqui e assista a Rui Moreira Lima contando como o Brasil entrou na 2ª Guerra.
Clique aqui e assista-o declamando a carta de seu pai.
Sobre sua experiência na Itália, ele é autor de 2 livros – “Senta a pua!”, que já está na 3ª edição e traduzido para o inglês e “O diário de guerra”. Senta a pua! era uma ordem de abate, algo como: “Manda ver!”. Mas o homem que cumpriu 94 missões de guerra, sempre almejou a paz e, por conta disso, andou na contramão da ditadura, sendo colocado na reserva logo após o golpe de 64. E até hoje não foi anistiado pelo Estado. Tudo o que conseguiu foi na justiça comum. Pelo que reza a Constituição de 88, ele já teria a patente mais alta da Aeronáutica em tempos de paz, que é a de Tenente-Brigadeiro-do-Ar. Uma 4ª estrela no ombro, pela qual ainda luta. “Não pelo dinheiro, pois a diferença não é grande, mas por justiça”.
No início da década de 60, Rui Moreira Lima era responsável por organizar Conferências para cadetes. Em uma delas, foram explicados os motivos que levaram à construção de Brasília. “O Brasil estava à beira-mar, de costas para a terra, então a idéia era trazer o Brasil para o centro. Ainda se discute muito se foi bom ou ruim. Eu acho que foi ótimo, porque hoje o Brasil está integrado”, opina. Outra das Conferências (a 1ª), contou com a presença de D. Hélder Câmara. “Tem muita gente que engole a hóstia e nem sabe por que está engolindo a hóstia… Mas ele (D. Hélder) sabia tudo de costas”, elogia Moreira Lima, que pediu ao então padre que explicasse aos jovens militares o porquê da hóstia, o porquê da Páscoa, etc…  Depois, ainda convidou um conferencista para ministrar-lhes uma palestra sobre o que é democracia e o que é ditadura.
“O livro do Estado Maior (regimento das Forças Armadas) dizia que o Comandante podia promover conferências de esclarecimento aos seus comandados”, garante Moreira Lima. Porém, ao que parece, o alto comando não gostou dos esclarecimentos. Na conferência sobre democracia e ditadura, um sargento fez uma pergunta sobre Reforma Agrária. Moreira Lima permitiu que o conferencista (que era um coronel) respondesse. “Ele não falou nada demais. Falou que é importante o governo dar ensino e mantimentos… E o que o que o sujeito (agricultor) produzir é dele.” Em seguida, Moreira Lima ainda organizou uma conferência específica sobre Reforma Agrária. O conferencista fez uma crítica ao Congresso e “esse foi o ponto-chave”, analisa o Major-Brigadeiro, referindo-se aos motivos que o levaram a ser afastado da ativa. “Ao me impedirem de voar, tiraram a minha paixão”, lamenta-se.
“Quando veio a chamada ‘revolução’, que foi o golpe de 1º de Abril, eu estava em Santa Cruz. Eu era um oficial novo. Era Tenente-Coronel. E me convidaram para ser comandante da base. Enquanto isso, dois companheiros meus me telefonaram dizendo: ‘Rui, você não está sabendo o que está acontecendo, está uma loucura. Os majores estão tomando conta disso e ninguém mais está obedecendo a ordens. ’ Eu respondi da maneira como meu pai me ensinou (pela hierarquia): fui tenente, capitão , major, tenente-coronel e coronel desta unidade, agora vou comandar.”
 
O jovem Moreira Lima e sua esposa, com quem permanece casado até hoje
Rui Moreira Lima foi, então, alertado que outro militar – Lafayette –, com o mesmo pensamento legalista dele, já havia tentado comandar Santa Cruz e havia sido reformado. Moreira Lima tentou. “Não vai ter problema comigo não”, pensou. “Houve mil problemas, mas batalhei antes de haver os problemas.” E frisa que, durante o tempo em que conseguiu comandar a base, só mandou prender dois oficiais, mas “seguindo o regulamento militar e não por questões políticas”.
“Então, o que aconteceu é que, na luta pelo poder, me prenderam. Foi um golpe dentro do golpe”, definiu Moreira Lima, que diz ter orgulho de ter sido o único comandante de base a não ser preso de madrugada, nem em casa. Recebeu voz de prisão por telefone, na base, de madrugada, mas conseguiu passar o comando apenas na manhã seguinte, pois, do contrário, “iria morrer mais gente”. Atitude serena que irritou os militares golpistas: “Passa logo o comando desta merda”, ouviu do ministro militar que o telefonou. No que Moreira Lima respondeu: “O Senhor pode achar que esta base é uma merda, mas para mim não é. Agora, se o senhor disser que eu sou, aí eu fico à vontade e digo que o senhor é outra. O senhor venha aqui amanhã de manhã e faça aquele discurso bonito onde tinha dito que eu era o oficial padrão da FAB”.
Após a troca de comando, Moreira Lima ficou três dias em casa até ser efetivamente preso. “Foi uma violência. Me colocaram no porão do navio de tropa Barroso Pereira, perto da Ilha Fiscal. Quando todos os colegas estavam no Leopoldina, que era um navio de turismo, com ar condicionado, comida boa, banho de sol, etc… Três dias depois de eu ser preso o meu comandante de guerra soube que tinham me colocado num navio diferente e telefonou pro Castelo Branco, que também tinha sido meu companheiro na guerra (ele era general, eu tenente). Aí me mudaram de navio e cumpri 49 dias de prisão. Não havia nada contra mim. Mas, depois disso, passei a ser campeão sul-americano de prisão. ‘Qualquer coisa, prende o Rui!’”. Segundo Moreira Lima, antes do golpe de 64, ele nunca havia sido preso por questões políticas: “Nunca fui indisciplinado, mas não fechava a boca. Sempre disse as coisas com muita verdade. Tem muito puxa-saco por aí…”.
Clique aqui e assista a Moreira Lima contando sobre as conferências que promovia e a forma como foi preso em 64.
 
Mesinha de sala com a miniatura de seu avião de guerra e homenagens recebidas. Foto: Ana Helena Tavares
Como exemplo de militar íntegro, Moreira Lima contou suas lembranças do Marechal Teixeira Lott: “O filho dele chegou a ser meu aluno e meu comandado. Eu conheci o então General Lott quando ele era ministro da guerra. Era um sujeito incorruptível. Mas muito rígido. Foi ele que garantiu a posse do Juscelino (em 1956). E eu o apoiei, porque sabia que, senão, iriam fazer uma ditadura, como fizeram em 64.”
“Eles (UDN) nunca conseguiram chegar ao poder pelo voto. Só tomaram o poder pela força. Não foi um golpe do povo. Muitos civis que apoiaram no início pensaram que retomariam logo o poder, mas os militares não deixaram. O povo estava mal informado e até hoje está. O João Goulart não tinha nenhuma prática de comandar. E o Assis Brasil, que era general dele, também não. Mas todo o Brasil queria as reformas do Jango. Muitas até agora não foram feitas. Hoje, temos aí o agronegócio… E cadê a Agrária?”, pergunta-se Moreira Lima.
Para ele, Leonel Brizola – que, em 1961, quando Jânio Quadros renunciou, era governador do Rio Grande do Sul e garantiu a posse do vice João Goulart na presidência, ao lançar a Cadeia da Legalidade - “foi um exemplo de patriota, um sujeito de uma valentia e de uma coragem fantásticas”.
Sobre as torturas mentais que sofreu, ao ser preso novamente, 6 anos depois do golpe, a quebra de hierarquia militar foi uma das coisas que mais chocou Moreira Lima: “Eu, um coronel, fui preso por um sargento e fiquei três dias num buraco que era chão de barro, sem poder deitar na cama, que era um tripé. Quando eu precisava fazer necessidades fisiológicas, vinha um soldado de 18 anos apontando arma pra mim”. Conta que só não morreu “porque não tiveram tempo pra isso”. Crê ter sido salvo pela repercussão das mortes do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, as quais forçaram o fim da ditadura.
“E tem essa história de ‘revanche’… Ninguém quer fazer revanche em ninguém!”, assegura. E pede para que as pessoas se imaginem no lugar de uma mãe cujo filho “estava na faculdade e sumiu de casa e foi para o Araguaia”, por exemplo. “Eu já conversei com amigos meus que estiveram lá e me disseram: ‘Rui, lá não tinha quartel nem pra nós nem pra eles.’ Mas a grande questão é que ninguém pode suportar perder o seu filho e não saber onde ele está. O torturador é um infame!”, verbera Moreira Lima com as mãos em punho. “No mundo inteiro, os torturadores são presos independentemente do tempo que se passou depois das torturas”. Mas ele não acredita que isso vá acontecer aqui, embora considere equivocada a decisão do STF de anistiar os torturadores: “É crime contra a humanidade! Esses sujeitos não têm consciência, não têm alma, são covardes! Eu até digo pros meus colegas e eles me dizem: ‘Mas Rui… Você não alivia nada!’ E eu digo que não posso aliviar. Isso é porque vocês não foram cassados, não perderam o direito de voar… O Figueiredo anistiou os torturadores, ‘o lado de lá’, e não anistiou nós militares que lutamos pela democracia. Já em 79 eu deveria ter a patente de Brigadeiro, mas fiquei esperando 17 anos.”
Clique aqui e assista a Moreira Lima chamando os torturadores de “infames” e “covardes”.
Além da impunidade, como exemplo de regalias a que tiveram direito os torturadores, Moreira Lima citou o caso de Brilhante Ustra, coronel que foi reformado após o golpe e colocado, através de adido militar, como Cônsul no Uruguai. Lá, ele foi um dia reconhecido pela atriz e então deputada Bete Mendes, que fez um escândalo, dizendo: “O senhor é o “Doutor Tibiriçá”. O senhor me torturou!”. Bete Mendes enviou uma carta ao então presidente José Sarney solicitando que Ustra fosse removido do cargo. Ela ainda pronunciou um discurso no Congresso. O general Lêonidas Pires Gonçalves (que foi colega de turma de Moreira Lima e era ministro do Exército de Sarney), não só manteve Ustra no posto como também avisou que não demitiria nenhum outro militar acusado de tortura. Depois disso, “Ustra ficou num ostracismo tranqüilo”, como definiu Moreira Lima. “E os três Clubes Militares ainda ofereceram um jantar de desagravo a esse cara. Com mais de 700 talheres!”, detalhou.
 
Medalha dada recentemente pelo Clube da Aeronáutica. Foto: Ana Helena Tavares
Ainda assim, o Major-Brigadeiro não vê possibilidade de um novo golpe: “Eu acho que a Dona Dilma não vai perder para esses caras”, disse balançando negativamente a cabeça. Mas acha bom que ela fique atenta: “Naquela época, cansei de avisar… Não façam isso, vai terminar em golpe, esses caras vão colocar o Jango pra fora.”
Em plena democracia, ele conta que ganhou um livro com uma biografia de Lula, autografado por ele, e colegas se sentiram incomodados. Quanto à recém instalada “Comissão da Verdade”, Moreira Lima acha “correto” que se apure de 1946 a 1988, mas vê “pressão dos golpistas”. E alerta que ainda hoje é “muito forte o medo que os civis têm dos militares. E estão cheios de razão, já que as Escolas Militares continuam chamando o que aconteceu em 64 de revolução. Não foi”, garante.
Clique aqui e assista a Moreira Lima falando sobre Lei de Anistia e Comissão da Verdade.
Ele considera que “a mídia não cumpre o papel de bem informar sobre a ditadura. Não se conta a história!”. Mas pondera que “devido ao jogo de interesses, esse papel não é cumprido satisfatoriamente em lugar nenhum do mundo”. Deveria se chamar “mírdia”, alfineta.
“Mas é preciso que se saiba tudo. Se você coloca uma rolha num tanque, uma hora a pressão da água vai empurrá-la, procurando a verdade. Aí, até a rolha vai querer estar na superfície para ver melhor o que está acontecendo e dizer para a água ‘não faz isso comigo, poxa!’”, metaforiza Moreira Lima.
Sobre a atuação de Dilma, ele vê de forma positiva. Crê que ela está “empenhada” em “destampar a rolha”: “Acho que ela está mergulhada de cabeça nisso. Só que há um sistema em volta dela que não a permite fazer tudo o que quer. Eu tenho uma vontade de falar com ela!”, exclama.
Clique aqui e assista a Moreira Lima falando sobre a “mírdia” e a atuação de Dilma
E conclui respondendo à pergunta-título deste site: “Olha, como eu não tenho medo da democracia, como eu amo a democracia, acho que só quem está devendo muito, com a consciência muito pesada, porque já praticou atos antidemocráticos – principalmente os que exerceram ditaduras, e foram discriminatórios em suas atitudes, matando e torturando – estes têm medo da democracia. Tenho certeza que têm”.
Clique aqui e assista-o respondendo “Quem tem medo da democracia?”.
Rui Moreira Lima e Ana Helena Tavares. Foto tirada pelo filho dele.
Esta entrevista é a continuação de uma série sobre a ditadura. Para conferir as anteriores, clique aqui.

terça-feira, novembro 22, 2011

O desastre da Chevron prova: pré-sal, só com a Petrobras

Com este escândalo que foi – e ainda está sendo – o vazamento de óleo em um dos poços da Chevron-Texaco no Campo de Frade, ao largo do Rio de Janeiro, trouxe, em toda a mídia brasileira, a discussão sobre a capacidade e o preparo do país para a exploração de petróleo no subsolo marinho.
Embora a discussão seja mais do que legítima, os objetivos com que ela é trazida, neste momento, não o são.
É como discutirmos a segurança nas estradas ao lado de um acidente onde o automóvel que o provocou tinha os pneus carecas e andava a 250 km por hora e ainda tinha tomado uns tragos.
A estrada poderia ser uma autobahn alemã e o desastre teria sido igual. Sobretudo porque a responsável pelo acidente ainda tem muitas explicações a dar sobre as razões de seu “erro de cálculo e, sobretudo, porque ocultou-o o quanto pôde.
Como é que não tem níveis pelo menos razoáveis de segurança um país que explora petróleo no mar há 35 anos, em milhares de poços perfurados no leito marinho e só agora tem o seu primeiro acidente de alguma expressão na plataforma continental?
É só olhar o mapa dos poços marítimos da ANP que está no post e você verá que o exagero com que se aborda a questão é apenas um encobrimento das verdadeiras intenções: bloquear a exploração da riquíssima fronteira econômica representada pelas jazidas do pré-sal e favorecer sua entrega aos poderosos interesses das grandes petroleiras estrangeiras.
É necessário eclipsar que este acidente – e já é confesso por parte da Chevron-Texaco, embora a mídia o minimize – decorreu exclusivamente da negligência de uma destas grandes petroleiras, interessada em gastar o mínimo possível nas perfurações q que – suprema ironia – nem mesmo tinha os sistemas de vigilância e inspeção submarino adequados, ao ponto de tê-los de aceitar emprestados pela Petrobras.
E a Petrobras os tinha porque há 40 anos desenvolve tecnologia e rotinas operacionais para exploração marítima. Primeiro com seu Centro de Pesquisas, depois em programas específicos, a partir de 1986, quando criou o Procap, seu Programa de Capacitação em Águas Profundas, com o objetivo de perfurar em até um quilômetro abaixo da superfície marinha. Depois vieram o Procap-2000 e o 3.000, com a necessidade de perfurar em locais ainda mais profundos. Só este último teve um investimento previsto em US$ 128 milhões,
A petroleira brasileira é reconhecida em todo o mundo como líder em tecnologia de exploração a grandes profundidades. E isso, é claro, tem um custo pesado que, muitas vezes, o investidor estrangeiro não quer suportar.
Aí é fácil dizer que as multinacionais são mais rentáveis, gastando menos para garantir a segurança de suas instalações.
Este episódio mostrou que não apenas não ficamos em nada a dever às gigantes do petróleo em matéria de segurança como, ao contrário, foi uma delas que se mostrou incompetente e criminosamente irresponsável na atividade mais arriscada da exploração, que é a perfuração e completamento de um poço pioneiro.
Além das razões econômicas, a segurança provida pela Petrobras é motivo mais que suficiente para a determinação de que só ela possa operar a perfuração e a operação de poços no pré-sal, muito mais profundos e complicados tecnologicamente que os de águas rasas e de profundidade média.
A resposta sobre se o Brasil está preparado para a exploração de águas ultra profundas é sim, ele está, através da Petrobras, que é uma empresa que deve contas e satisfação perante o Governo e o país.
Mas será não se for através de empresas que ganham montanhas de dinheiro, pagam um multa por poluir e, se quiserem, juntam as tralhas e vão embora, com um rico saldo em petróleo e em dinheiro.
Fernando Brito
*comtextolivre

O verdadeiro governante do planeta

Espanha quebrou.
Portugal quebrou.
Grécia quebrou.
Irlanda quebrou.
E falando claramente, a Europa está quebrada, os Estados Unidos também.
Mas os bancos estão cada vez mais robustos.
Alguém tem dúvidas sobre quem governa o planeta?
Eles é que decidem quem continua no poder e quem deve ceder o lugar.
O melhor exemplo é Berlusconi.
Que reinou como quis até o momento em que recebeu ordem para arrumar as malas.
Era um intocável.
Era.
Mas quem são esses bancos?
A quem pertencem?
Será que eles não têm face como nos querem fazer crer?
Dirão: bancos quebraram, outros fecharam, outros estão agonizantes.
Bobagem.
Os bancos pulverizados não passam de meros varejistas que são sempre sacrificados para manter as aparências.
O grande banco tem nome e endereço e há séculos manipula o sistema a seu bel prazer.
É o banco da família Rothschild.
Que desde o século XIV reina.
Seja o governo monarquia ou republica, capitalista ou socialista.
Jamais sofreu qualquer abalo, nem mesmo durante todas as guerras ou revoluções que afligiram a humanidade.
Até a Alemanha nazista teve que se curvar diante de seu poderio econômico.
Ou alguém acha que as guerras se ganham apenas com armas?
Não se esqueçam que sem fundos não se compra armamento.
O banco da família Rothschild controla também, através de prepostos, a mídia e a industria de entretenimento.
É tão poderosa essa família que controla até a Organização das Nações Unidas (ONU) que foi criada principalmente para criar o Estado de Israel.
E ameaçar e apoiar a invasão de nações que se recusam a se curvar ou entregar seus tesouros.
Alias essa família é tão poderosa que possui o titulo de “Guardiã do Tesouro do Vaticano”.
Quem quiser aprofundar esse texto, e ele precisa ser muito mais aprofundado e detalhado, basta consultar a História.
Alguém se habilita?
*Bourdoukan

Judeus são mesmos judeus?

Palavra da Bíblia
Ganhei uma bíblia, mas tive que assistir a missa.
O que acabou me remetendo à minha infância no Líbano quando era obrigado a assistir a missa todos os domingos.
Dos cinco aos nove anos de idade fui coroinha.
Explico: meu tio-avô era o padre da nossa aldeia.
Padre católico melquita, esclareça-se.
O sacerdote que me presenteou a Bíblia pediu para que eu lesse o capítulo que fala de Ruth.
Disse ao padre que já havia lido e relido a Bíblia, assim como também o Alcorão.
Ele insistiu para que eu lesse a história de Ruth.
Li e reli.
É impressionante como a gente deixa passar fatos tão importantes.
Repito, li, reli e conheço muitos trechos da Bíblia devidamente decorados, mas a leitura de Ruth me surpreendeu.
Principalmente quando descubro que ela não era judia, mas moabita.
Ruth, como os leitores do Livro Sagrado sabem, vem a ser Avó de David e bisavó de Salomão e, naturalmente de todos os seus descendentes, principalmente o mais nobre de todos, Jesus Cristo, o ilustre filho da Palestina.
E o que isso significa?
Tudo e muito mais.
Como se sabe, os judeus reconhecem como judeu somente quem nasce de mãe judia.
Em poucas palavras, Ruth era moabita, portanto David, Salomão e Jesus não são judeus.
É verdade que isso não teria a menor importância não fosse a avassaladora propaganda judaica, em nome deles e de Abraão, para justificar a invasão e a ocupação da Palestina.
E pesquisando ainda mais, não encontrei nenhuma escritura onde Deus oferece a Palestina ou qualquer pedaço de terra a Abraão e seus descendentes.
E se houve alguma oferta de Deus, ela sem dúvida alguma coube ao primogênito de Abraão, pois nas sociedades semíticas, o primogênito era sempre o herdeiro.
E o primogênito de Abraão como todos sabem foi Ismael, considerado o pai dos árabes.
Portanto meus amigos e de acordo com o Livro Sagrado, a Palestina ( incluindo Israel) sempre foi terra árabe e aos palestinos pertence.
Palavra da Bíblia.
Ou será que a Bíblia está equivocada?