Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, dezembro 16, 2011
Revisitando a Venezuela: Sobre a ideologia da Revolução Bolivariana
.
Registei com satisfação a abertura dos organizadores à crítica construtiva de facetas do processo revolucionário venezuelano. Carmen Bohorquez, que foi a organizadora principal do Foro, em representação do Ministério da Cultura, não hesitou em dizer-me que era mais útil para a Venezuela Bolivariana a reflexão crítica dos amigos com ela solidários do que a apologia incondicional do processo.
.
No final de Novembro e início de Dezembro participei a convite do Ministerio da Cultura da Venezuela no VI Foro Internacional de de Filosofia de Maracaibo, que se desdobrou pelos 23 Estados do país e cuja sessão de encerramento se realizou em Caracas.
O título do evento pode confundir porque muitos dos participantes (metade venezuelanos) e dos estrangeiros, vindos de quase trinta países da America, Asia, Africa e Europa eram sociólogos, historiadores e escritores.
Não foram apresentadas comunicações. O Foro promoveu debates em quatro Mesas sobre o tema central do Encontro: Estado, Revolução e Construção de Hegemonia.
Tudo foi atípico numa iniciativa que reuniu intelectuais com formações muito diferentes que encaram as transformações da sociedade, as rupturas revolucionárias e o socialismo como alternativa ao capitalismo sob perspectivas não coincidentes.
Leia mais no http://militanciaviva.blogspot.com/
Com 56%, Dilma é mais popular que FHC e Lula
Apesar da crise econômica e da queda de sete ministros, presidente Dilma Rousseff chega ao fim do primeiro ano de governo com avaliação melhor que os antecessores; porcentual de brasileiros que acredita que próximos três anos de administração serão bons ou ótimos também cresceu
Oscar Niemeyer: 104 anos
Parabéns Camarada Oscar
Embora repita com frequência que "ter mais de 100 anos é uma merda", Niemeyer já recebeu um presente de aniversário: una escultura denominada "Laura", criação do caricaturista Lan e esculpida em bronze pelo artista Marcos André.
Nascido no dia 15 de dezembro de 1907 no Rio de Janeiro, o arquiteto - (ateu e comunista de carteirinha) - concebeu mais de 600 projetos arquitetônicos em todo o mundo. Ainda dirige vários, como a renovação do Sambódromo no Rio de Janeiro, adaptando-o aos Jogos Olímpicos de 2016 na cidade.
Em agosto passado, Niemeyer, que revolucionou a arquitetura moderna com curvas sensuais inspiradas, segundo ele, "no corpo da mulher brasileira", disse à imprensa que ainda há coisas que gostaria de fazer, como um "belo projeto para Copacabana".
"Uma vez me perguntaram o que pensava da vida. Respondi: enquanto houver uma mulher perto, que aconteça o que acontecer!", brincou Niemeyer, também autor da letra do samba "Tranquilo com a vida", uma canção otimista sobre um morador de uma favela que tem a esperança de um futuro mais justo.
*comtextolivre
FHC sem moral para falar de Amaury porque é réu por fraude na Privataria Tucana
O ex-presidente FHC tenta desqualificar o autor do livro "A Privataria Tucana", o premiado jornalista Amaury Ribeiro Jr., dizendo que ele é indiciado por quebra de sigilo (*). FHC acha que com isso desestimularia os outros a lerem o livro.
Mas o autor do livro não recorre só ao gogó para contar as roubalheiras na privataria de FHC e Serra, ele usa farta documentação que pode ser facilmente confirmada a autenticidade.
Além disso, se qualquer indiciamento fosse critério para desqualificar uma pessoa, o que dizer do próprio FHC que é réu por fraude no edital de licitação na privataria da Vale? (quem é réu, ainda nao é culpado, mas está numa fase posterior ao indiciamento, quando um juiz já aceitou a denúncia, abrindo processo, por considerá-la suficientemente fundamentada para ir a julgamento).
Conforme já cansamos de escrever aqui, desde agosto de 2007, e que pode ser conferido no Tribunal Regional Federal da Primeira Região, ...
O "sumiço" de 9,688 bilhões de toneladas em reservas de minério de ferro:
Em maio de 1995, a Vale informou oficialmente à Securities and Exchange Commission - SEC, órgão responsável pela fiscalização do mercado de ações norte-americano - que suas reservas de minério de ferro nas minas do Sistema Sul, todas localizadas em Minas Gerais, totalizavam 7,918 bilhões de toneladas.
No edital de venda da empresa (item 6.5.1), o Sistema Sul aparece com apenas 1,4 bilhão de toneladas, ou seja, 6,518 bilhões de toneladas a menos (e o tucano Aécio Neves ainda defende essa patranha contra o Estado de Minas Gerais).
A Vale informou à SEC que as reservas minerais do complexo de Carajás, situado no Pará, eram de 4,970 bilhões de toneladas. No edital, as reservas de Carajás foram estimadas em 1,8 bilhão de toneladas - 3,170 bilhões de toneladas a menos.
-----------------------------
(*) Ao contrário de FHC que quer abafar o assunto que lhe atinge, o próprio Amaury não foge do assunto e conta a história deste indiciamento em seu livro.
Zé Augusto
*Amigos do Presidente Lula
Assinar:
Postagens (Atom)