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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 03, 2012

Império terrorista: o ataque final

do  Octopus
O desmembramento programado do mundo árabe.
(Vermelho) Países em crise (cor-de-laranja)  Manifestações (cor-de rosa)  Poder deposto
O complô está dirigido contra a Síria e não contra Bachar al-Assad, este só é atingido porque é o presidente do país. A ordem instaurada após a primeira guerra mundial está-se a chegar ao fim.
Atingir o Irão através da Síria
A influência crescente do Irão, aliado da Síria, está a perturbar os planos geoestratégicos da NATO. O ocidente está a tentar retomar em mão a situação. A desestabilização da Síria, como a do Iraque, faz parte do projecto de desmembramento do mundo árabe com base em nas diferenças étnicas, tribais e religiosas.
Pretende-se criar mini-Estados antagonistas no mundo árabe. O "caos construtivo e controlado", preconizado pelos neoconservadores, durante a governação de George W. Bush, arrisca-se a acabar simplesmente e apenas no caos. Para as multinacional tanto faz, o principal objectivo para elas é o controlo dos campos petrolíferos e... a sobrevivência de Israel como Estado judaico.
O número de vítimas civis anunciado pela ONU, que dá cobertura "humanitária" à operação contra a Síria, nunca foi confirmado. Para a NATO e Israel, depor o regime de Damas, liquidar o Hezbollah libanês e o Hamas palestiniano, representam apenas etapas.
Os americanos e os franceses pediram várias vezes a Bashar al-Assad de se distanciar do seu aliado iraniano. Ele recusou por suspeitar que quando a sua vez chegar, ele ficaria só e desprotegido perante a máquina de guerra ocidental.
Bases americanas à volta do Irão
Cercar o Irão
Neste momento temos um "arco xiita" ao qual os ocidentais querem contrapor um "crescente sunita" que reúne os Emirados do Golfo, os réis da Arábia Saudita e da Jordânia, e os partidos político-religiosos que lhes são mais ou menos favorável, mais não seja por oportunismo, como é o caso da Irmandade Muçulmana.
Cerco militar americano à Rússia
Enfraquecer a Rússia
Sendo a Rússia um obstáculo, no plano americano, os Estados Unidos rapidamente tornaram-se o porta-voz de certos blogues russos e das Organizações Não-Governamentais (ONG), que eles financiam na Rússia, para denunciar pretensas fraudes eleitorais durante as últimas eleições legislativas.
O antigo presidente Mikhail Gorbatchev, apoiado pelas oligarquias refugiadas no Reino Unido, chegaram a reclamar novas eleições. Manifestações anti-Putine foram organizadas e Gorbatchev "aconselhou" a Putine a apresentar a sua demissão.
Todos os ingrediente utilizados pelo milionário George Soros, especialista em "revoluções coloridas", estavam reunidos. Centenas de milhões de dólares de "fundos estrangeiros" cedo começaram a circular na Rússia para influenciar o escrutínio.
Esses fundos financiam as ONG russas pro-ocidentais transitando pelo National Democracy Institute presidido pela antiga secretária de estado Madeleine Albright, uma organização que também tínhamos visto por trás de muitos blogues na origem das "primaveras árabes".
O objectivo era livrar-se de Putine, ou denegrir a sua imagem, para evitar o veto dos russos no Conselho de Segurança da ONU quando for necessário intervir na Síria ou no Irão.
Cerco militar americano à China
A ONU legítima os crimes da NATO
A ONU é responsável pelos crimes que legaliza através das medidas tomadas pelo seu Conselho de Segurança. A ONU foi criada para servir os interesses dos vencedores da segunda guerra mundial. Nenhum membro da ONU deveria estar acima das leis e das convenções internacionais, como é o caso dos Estados Unidos.
Alargar o Conselho de Segurança aos grandes países emergentes, a Índia, o Brasil e a África do Sul, é necessário mas não suficiente. A reforma do direito de veto é fundamental. Muitos são os que querem que o papel da ONU seja apenas "um local para fazer discursos", como é o caso do Council on Foreign Relations, sendo que o "governo mundial" seria o G20. Muitos interesses estão em jogo, talvez tenhamos que esperar pela terceira guerra mundial para assistir ao nascimento de uma organização mais representativa.
Não sou o único a pensar que para colmatar o seu declínio económico e político, os Estados Unidos e os seus aliados irão atacar a Rússia e a China. O plano actual de cercar e desestabilizar estes dois países é sinal disso.
Tradução Octopus de um excerto de uma entrevista de Gilles Munier, secretário-geral da associação Amitiés Franco-Irakiennes, ao jornal de informação independente argelino "La Nouvelle République":
Gilles Munier escreve no blogue:
*Gilsonsampaio

Projeto reserva 10% das concessões de taxi para pessoas com deficiência


TáxiRosinha da Adefal: pessoas com deficiência terão acesso a um novo campo de atuação profissional. A Câmara analisa o Projeto de Lei 2286/11, da deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que reserva 10% das vagas em concessões, permissões ou autorizações de exploração do serviço de táxi para pessoas com deficiência. A proposta altera a Lei 8.987/95 , que regulamenta os regimes de concessão e permissão da prestação de serviços públicos
De acordo com o projeto, a pessoa só poderá concorrer às vagas reservadas se o veículo for de propriedade dela e conduzido por ela. O carro precisa estar adaptado às necessidades do condutor, nos termos da legislação vigente, e estar identificado, em local de fácil visualização, como veículo da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.
Para a autora, a acessibilidade física não é a maior barreira a ser transposta para que essa parcela da população possa ter sua autonomia garantida. Vencer o preconceito de que a pessoa com deficiência não está apta às atividades laborais e ao provimento do próprio sustento é um passo mais difícil que transpor as barreiras arquitetônicas, pois depende de uma mudança cultural de toda a sociedade.
Deficientes podem adaptar veículos na categoria C, D e E
Justiça diz que deficientes poderão trabalhar como motoristas
A deputada ressalta que a pessoa com deficiência, com algumas adaptações simples, é capaz de desenvolver a maior parte das atividades laborais disponíveis no mercado de trabalho. O transporte individual de passageiros, o táxi, serviço público explorado por particulares sob regime de concessão, permissão ou autorização, é mais um campo de atuação profissional que deve estar aberto ao ingresso das pessoas com deficiência.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta: PL-2286/2011
Autor: Agência Câmara
Fonte: Jus Brasil
*DeficienteCiente

Guerra nuclear fantasma como pano de fundo ao estado de guerra permanente

As próximas guerras que acabarão com a América "tal como a conhecemos"



No interior dos EUA, Obama preparou o terreno para uma nova e grande guerra no Médio Oriente através da relocalização de tropas desde o Iraque até o Afeganistão e a sua concentração contra o Irão. Para minar o Irão, Washington está a expandir operações militares e civis clandestinas contra aliados iranianos na Síria, Paquistão, Venezuela e China. A chave para a estratégia belicosa dos EUA e de Israel em direcção ao Irão, são uma série de guerras em estados vizinhos, sanções económicas à escala mundial, ciber-ataques destinados a incapacitar indústrias vitais e assassínios terroristas clandestinos de cientistas e responsáveis militares. Toda a pressão, planeamento e execução das políticas estadounienses que levam à guerra com o Irão podem ser empiricamente e sem qualquer dúvida, atribuídas à configuração de poder sionista que ocupa posições estratégicas na administração dos EUA, nos Mass Media e na "sociedade civil".

Uma análise sistemática de decisores americanos que concebem e implementam a política de sanções económicas revela que os papéis principais são exercidos por mega-sionistas (Israel-Firsters) como Ileana Ros-Lehtinen e Howard Berman no Congresso; Dennis Ross na Casa Branca, Jeffrey Feltman no Departamento de Estado e Stuart Levy e seu substituto David Cohen no Tesouro. A Casa Branca está totalmente dominada por gente que arrecada fundos para os sionistas e faz o que querem os "52 presidentes das Principais Organizações Judias Americanas". A estratégia israelita-sionistas é cercar o Irão, enfraquecê-lo economicamente e atacar os seus militares. A invasão do Iraque foi a primeira guerra por Israel; a guerra Líbia a segunda; a actual guerra por procuração contra a Síria é a terceira. Estas guerras destruíram adversários de Israel ou estão em vias de fazê-lo.

Em 2011, as sanções económicas, as quais foram concebidas para criar descontentamento interno no Irão, foram a arma escolhida. A campanha de sanções globais empenhou todas as energias dos principais lobbies judeus-sionistas. Eles não enfrentaram qualquer oposição dos Mass Media, do Congresso ou da Casa Branca. A Configuração de Poder Sionista (Zionist Power Configuration, ZPC) ficou virtualmente isenta de crítica por parte de quaisquer movimentos ou grupos progressistas, de esquerda e jornais socialistas – com umas poucas excepções notáveis. O reposicionamento do ano passado de tropas estadounienses do Iraque para as fronteiras do Irão, as sanções e a influência crescente da quinta coluna israelita nos Estados Unidos, significa que a guerra irá estender-se ao Médio Oriente. Isso implica sem dúvida um ataque aéreo "surpresa" de mísseis pelas forças estadounienses. Ele será justificado por um pretenso "ataque nuclear" iminente inventado pelo Mossad israelita e transmitido fielmente pela ZPC aos seus lacaios dos Congresso estadouniense e da Casa Branca para ser oficializado e difundido no mundo inteiro. Esta será uma guerra assassina, sangrenta e longa em proveito de Israel; os Estados Unidos pagarão o preço militar directo e o resto do mundo, pagará um preço económico elevado. A guerra estadouniense promovida pelos sionistas, converterá a recessão do princípio de 2012 numa grande depressão por volta do fim do ano e provavelmente, provocará levantamentos em massa. 



fonte: http://www.resistir.info/petras/petras_25dez11.html
*guerrasilenciosa

Bergamo: Ricardo Teixeira pode deixar CBF caso dossiê seja aberto


Voltou a circular com força no fim da semana a informação de que Ricardo Teixeira pode deixar definitivamente a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Faria isso na esteira da decisão da Justiça suíça de suspender o sigilo do dossiê do caso ISL, o maior escândalo de corrupção da história da Fifa.



O dossiê revelaria que Teixeira e João Havelange devolveram dinheiro de propinas após fazerem, junto com a entidade, acordo para encerrar sob sigilo investigação criminal, em 2010.


A CBF não se pronuncia oficialmente desde que o caso explodiu. Interlocutores de Teixeira afirmam, no entanto, que ele não pretende se afastar da entidade.


Na semana passada, o jornal suíço "Handelszeitung" publicou que um tribunal do país rejeitou a ação que bloqueava os documentos. E que, com isso, eles serão abertos em até 30 dias, caso nenhum dos dois cartolas envolvidos recorra da ação.


Os papéis tratam da falência da ISL, ex-parceira de marketing da Fifa, e mostraria que os dirigentes receberam US$ 100 milhões (R$ 186 mi) em subornos.


Segundo a BBC, Teixeira e Havelange estão envolvidos no caso, que permanece sob sigilo judicial na Suíça. Por causa de seu teor, poderiam até ser expulsos.



O processo judicial de falência da ISL constatou o pagamento de subornos a dirigentes nos anos 1990. Tais informações são mantidas em sigilo por conta de um acordo judicial. Dois cartolas da Fifa admitiram ter recebido suborno, pagaram multas e foram mantidos anônimos.


Após lutar por esse sigilo, Blatter mudou de ideia e prometeu divulgar o processo em meados de dezembro para limpar sua imagem e a da Fifa. Mas recuou sob o argumento de que uma liminar foi obtida para impedir a publicação do dossiê. Extraoficialmente, a Fifa atribui essa medida a Havelange e Teixeira.


Fonte:Folha

Miriam Leitão previu saldo de US$ 3 bi na balança comercial, mas foi 10 vezes maior

Há um ano atrás, em 9 de dezembro de 2010, madame Miriam Leitão previu US$ 3 bilhões de saldo na balança comercial para 2011.

Fechadas as contas deste ano, o valor foi R$ 29,8 bilhões, ou seja, 10 vezes mais do que previu a maior "especialista" em economia da TV Globo.

Vai chutar torto e fora assim, lá onde o vento faz a curva.
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2010/12/09/impasses-do-bc-348065.asp  * osamigosdopresidentelula

Globalização, ou “o mundo é dos EUA”

 

As primárias de Iowa podem dar força ao ultradireitista Rick Santorum
Começam hoje as eleições primárias que não escolher o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos – entre os democratas, a escolha de Obama é óbvia.
E, por mais decepcionante que possam ter sido as atitudes do atual presidente, a alternativa republicana é mil vezes pior.
Hoje, numa expressão crua do que é a economia globalizada, um dos candidatos favoritos, Mitt Roomey, disse que os EUA não ajudariam “nem com um dólar” a Europa a vencer a crise; crise, aliás, que tem suas origens exatamente no sistema bancário americano.
Outro republicano – que pode crescer nas pesquisas com o resultsdo da primeira prévia, hoje, em Iowa – o ultradireitista Rick Santorum começou o ano afirmando que, eleito, bombardearia o Irã.
Decadentes ou não, o fato é que os EUA ainda são o império. E impérios, na decadência, tornam-se pateticamente agressivos.
*Tijolaço

Kassab vira piada no twitter

A avaliação do prefeito para a implosão mal sucedida do edifício na favela do Moinho virou motivo de chacota no twitter
Assim ficou o edifício após a implosão. Uai, se precisava implodir porque corria risco de desabamento, por que depois de tanto explosivos ele continua em pé?
..


Kassab dá nota 10 pra ventania que danificou meu guarda-chuva.
@cesaraovivo
Cesar Cardoso
Kassab dá nota 10 para os gênios que o elegeram.
@pedromoraes
Pedro Moraes
"Kassab dá nota 10 para o Palmeiras em 2011"
@mauriciostycer
Mauricio Stycer

No Maria Fro

Classismo, sexismo, escravismo, racismo, xenofobismo, homofobismo e especísmo

O teocentrismo dominou o pensamento ocidental por mais de mil anos. O livro do Gênesis descreve a criação do mundo por Deus da seguinte forma: No primeiro dia, Deus criou a luz. No segundo dia, criou o firmamento. No terceiro dia, separou as águas da terra e mandou a terra fornecer ervas, plantas e árvores frutíferas. No quarto dia, criou luzes no firmamento para separar a luz da escuridão e marcar dias, estações e anos. No quinto dia, mandou o mar se encher de criaturas vivas e os pássaros voarem pelos ares. No sexto dia, mandou a terra produzir criaturas vivas (animais domésticos, répteis e animais selvagens segundo as diversas espécies) e, por último, criou o ser humano (primeiro o homem e depois a mulher) à sua própria imagem e semelhança, ordenando: "Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." No sétimo dia Deus descansou.
 
Esse teocentrismo traz em seu bojo uma visão antropocentrica (teo-antropocentrismo), pois, segundo esse mito do surgimento do mundo, o ser humano foi criado à imagem de Deus, possuindo uma missão de se multiplicar e dominar a Terra e todas as espécies vivas do mundo. Mas, na tradição bíblica, embora o “Homem” tenha sido criado à imagem e semelhança de Deus ele não possui os poderes divinos, já que foi condenado a ter uma vida de sofrimentos na Terra, devido ao Pecado Original que provocou a expulsão de Adão e Eva do Paraíso. Somente pelo esforço, as penitências, as orações, os sacrifícios e muito trabalho o ser humano poderia conseguir a reabilitação divina e atingir, depois da morte, a vida eterna no paraíso perdido. A principal lição do teocentrismo-antropocentrico é que a natureza - criada por uma Força Superior – é imutável e que o ser humano é incapaz de alterar a ordem natural do mundo e tampouco a sua própria condição na Terra. Além do mais, a ordem hierarquica da natureza se reproduzia na sociedade humana, sendo que os reis (e a nobreza) tinham seus privilégios e riqueza atribuídos à origem divina e o clero tinha os privilégios de quem, supostamente, possuia contato direto com as leis divinas.
O renascimento, o empiricismo e o iluminismo foram movimentos que surgiram, no início da idade moderna, para se contrapor ao teocentrismo e ao poder das religiões sobre os costumes, a organização social e a ciência. Ajudados pela Reforma Protestante e por uma nova classe social que não estava ligada à renda da terra, mas sim ao comércio internacional e à industria, estes movimentos provocaram uma onda de revoluções, cujos eventos mais marcantes foram a Revolução Gloriosa (1688), na Inglaterra, a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).
Com base no empirismo e no iluminismo os pensadores progressistas dos séculos XVII e XVIII buscaram combater os preconceitos, as superstições e a ordem social do antigo regime. Trocaram o teocentrismo pelo antropocentrismo. Ao invés de uma natureza incontrolável e caótica, passaram a estudar suas leis e entender o seu funcionamento. Associavam o ideal do conhecimento científico com as mudanças sociais e políticas que poderiam propiciar o progresso da humanidade e construir o “paraíso na terra”.
Entre os pensadores iluministas podemos encontrar aqueles que eram contra os privilégios da nobreza (classismo), contra a escravidão (escravismo), contra o racismo, contra os privilégios masculinos sobre os femininos (sexismo) e contra o preconceito contra estrangeiros e migrantes (xenofobismo).
Os pensadores iluministas buscaram substituir o Deus onipresente e onipotente da religião e das superstições populares pela Deusa Razão. Eles acreditavam que semeando razão se colheria progresso. De fato, as idéias iluministas foram fundamentais para o avanço da educação, da ciência e tecnologia e para o desenvolvimento econômico dos povos do mundo. Porém, a forma concreta como isto se deu foi por meio da Revolução Industrial e todas as suas consequências.
Na prática novas relações sociais foram implementadas com o desenvolvimento da sociedade industrial e o classismo, o sexismo, o racismo e o xenofobismo foram reconfigurados. O escravismo foi abolido oficialmente no final do século XIX e o Brasil foi o último país a acabar com a escravidão legal (embora ainda haja escravidão em escala local).
Na verdade, a razão e o progresso não foram implementados para o conjunto da humanidade e muito menos para o conjunto dos seres vivos do Planeta. O novo antropocentrismo passou a utilizar a razão, não como uma fonte substantiva de pensamento finalistico e valorativo, mas sim como uma razão instrumental a serviço da dominação da natureza e das espécies e dos diversos segmentos da população humana. Assim como muitos crimes e guerras foram cometidos em nome de Deus, também muitos crimes e guerras foram cometidos em nome da Deusa Razão.
O mundo continua um lugar perigoso, desigual e sem um rumo razoavelmente definido. Mas entre os avanços conquistados, diveros estão consolidados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Os quatro primeiros artigos da Declaração dizem o seguinte:
1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
3° - Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
4° - Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Um item que ainda está longe de conseguir legitimidade e uma legislação adequada é o combate ao homofobismo e a todas as manifestações de homofobia. Mas em outras áreas houve grandes avanços, embora a civilização humana ainda esteje longe de tratar todos os seus membros de forma justa e igualitária. Porém, existem instrumentos para se combater as discriminações adivindas do classismo, escravismo, sexismo, xenofobismo e homofobismo.
Contudo, permanece a velha concepção antropocêntrica que se manifesta na separação entre natureza e cultura e na falta de instrumentos para combater o especísmo. Ou seja, o ser humano continua a discriminar os animais sencientes, utilizando-os para a alimentação, para diversos usos e a prática da “escravidão animal”. Muitas pessoas ainda acreditam que pelo simples fato de serem humanos e racionais possuem mais direitos e maior poder sobre a vida de outros seres vivos de outras espécies. É a racionalidade instrumental a serviço do egoísmo humano e em nome da dominação e exploração de outras espécies.
Ou seja, é preciso colocar um fim ao especísmo. Os Direitos Humanos não podem estar em contradição e em conflito com os direitos da Terra e os direitos da biodiversidade. A humanidade precisa saber utilizar a sua racionalidade, não para a dominação e a exploração predatória da Terra e das demais espécies vivas, mas é preciso saber utilizar a razão para a convivência pacífica e harmoniosa entre todos os seres vivos do Planeta.
José Eustáquio Diniz Alves
No O Pensador Selvagem
*comtextolivre

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