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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 07, 2012

Veja dá Privataria na capa!

Fábio Alexandro Sexugi descobre as capas da Veja:
* Conversa Afiada

12 mitos do capitalismo




Guilherme Alves Coelho
São muitos e variados os tipos e meios de manipulação em que a ideologia burguesa se foi alicerçando ao longo do tempo. Um dos tipos mais importantes são os mitos. Trata-se de um conjunto de falsas verdades, mera propaganda que, repetidas à exaustão, acriticamente, ao longo de gerações, se tornam verdades insofismáveis aos olhos de muitos.
Um comentário amargo, e frequente após os períodos eleitorais, é o de que “cada povo tem o governo que merece”. Trata-se de uma crítica errónea, que pode levar ao conformismo e à inércia e castiga os menos culpados. Não existem maus povos. Existem povos iletrados, mal informados, enganados, manipulados, iludidos por máquinas de propaganda que os atemorizam e lhes condicionam o pensamento. Todos os povos merecem sempre governos melhores.
A mentira e a manipulação são hoje armas de opressão e destruição maciça, tão eficazes e importantes como as armas de guerra tradicionais. Em muitas ocasiões são complementares destas. Tanto servem para ganhar eleições como para invadir e destruir países insubmissos.
São muitos e variados os tipos e meios de manipulação em que a ideologia capitalista se foi alicerçando ao longo do tempo. Um dos tipos mais importantes são os mitos. Trata-se de um conjunto de falsas verdades, mera propaganda que, repetidas à exaustão, acriticamente, ao longo de gerações, se tornam verdades insofismáveis aos olhos de muitos. Foram criadas para apresentar o capitalismo de forma credível perante as massas e obter o seu apoio ou passividade. Os seus veículos mais importantes são a informação mediática, a educação escolar, as tradições familiares, a doutrina das igrejas, etc. (*)
Apresentam-se neste texto, sucintamente, alguns dos mitos mais comuns da mitologia capitalista.
• No capitalismo qualquer pessoa pode enriquecer à custa do seu trabalho.
Pretende-se fazer crer que o regime capitalista conduz automaticamente qualquer pessoa a ser rica desde que se esforce muito.
O objectivo oculto é obter o apoio acrítico dos trabalhadores no sistema e a sua submissão, na esperança ilusória e culpabilizante em caso de fracasso, de um dia virem a ser também, patrões de sucesso.
Na verdade, a probabilidade de sucesso no sistema capitalista para o cidadão comum é igual à de lhe sair a lotaria. O “sucesso capitalista” é, com raras excepções, fruto da manipulação e falta de escrúpulos dos que dispõem de mais poder e influência. As fortunas em geral derivam directamente de formas fraudulentas de actuação.
Este mito de que o sucesso é fruto de uma mistura de trabalho afincado, alguma sorte, uma boa dose de fé e depende apenas da capacidade empreendedora e competitiva de cada um, é um dos mitos que tem levado mais gente a acreditar no sistema e a apoiá-lo. Mas também, após as tentativas falhadas, a resignarem-se pelo aparente falhanço pessoal e a esconderem a sua credulidade na indiferença. Trata-se dos tão apregoados empreendedorismo e competitividade.
• O capitalismo gera riqueza e bem-estar para todos
Pretende-se fazer crer que a fórmula capitalista de acumulação de riqueza por uma minoria dará lugar, mais tarde ou mais cedo, à redistribuição da mesma.
O objectivo é permitir que os patrões acumulem indefinidamente sem serem questionados sobre a forma como o fizeram, nomeadamente sobre a exploração dos trabalhadores. Ao mesmo tempo mantêm nestes a esperança de mais tarde serem recompensados pelo seu esforço e dedicação.
Na verdade, já Marx tinha concluído nos seus estudos que o objectivo final do capitalismo não é a distribuição da riqueza mas a sua acumulação e concentração. O agravamento das diferenças entre ricos e pobres nas últimas décadas, nomeadamente após o neo-liberalismo, provou isso claramente.
Este mito foi um dos mais difundidos durante a fase de “bem-estar social” pós guerra, para superar os estados socialistas. Com a queda do émulo soviético, o capitalismo deixou também cair a máscara e perdeu credibilidade.
• Estamos todos no mesmo barco.
Pretende-se fazer crer que não há classes na sociedade, pelo que as responsabilidades pelos fracassos e crises são igualmente atribuídas a todos e portanto pagas por todos.
O objectivo é criar um complexo de culpa junto dos trabalhadores que permita aos capitalistas arrecadar os lucros enquanto distribui as despesas por todo o povo.
Na verdade, o pequeno numero de multimilionários, porque detém o poder, é sempre auto-beneficiado em relação à imensa maioria do povo, quer em impostos, quer em tráfico de influências, quer na especulação financeira, quer em off-shores, quer na corrupção e nepotismo, etc. Esse núcleo, que constitui a classe dominante, pretende assim escamotear que é o único e exclusivo responsável para situação de penúria dos povos e que deve pagar por isso.
Este é um dos mitos mais ideológicos do capitalismo ao negar a existência de classes.
• Liberdade é igual a capitalismo.
Pretende-se fazer crer que a verdadeira liberdade só se atinge com o capitalismo, através da chamada auto-regulação proporcionada pelo mercado.
O objectivo é tornar o capitalismo uma espécie de religião em que tudo se organiza em seu redor e assim afastar os povos das grandes decisões macro-económicas, indiscutíveis. A liberdade de negociar sem peias seria o máximo da liberdade.
Na verdade, sabe-se que as estratégias político económicas, muitas delas planeadas com grande antecipação, são quase sempre tomadas por um pequeno número de pessoas poderosas, à revelia dos povos e dos poderes instituídos, a quem ditam as suas orientações. Nessas reuniões, em cimeiras restritas e mesmo secretas, são definidas as grandes decisões financeiras e económicas conjunturais ou estratégicas de longo prazo. Todas, ou quase todas essas resoluções, são fruto de negociações e acordos mais ou menos secretos entre os maiores empresas e multinacionais mundiais. O mercado é pois manipulado e não auto-regulado. A liberdade plena no capitalismo existe de facto, mas apenas para os ricos e poderosos.
Este mito tem sido utilizado pelos dirigentes capitalistas para justificar, por exemplo, intervenções em outros países não submissos ao capitalismo, argumentando não haver neles liberdade, porque há regras.
• Capitalismo igual a democracia.
Pretende-se fazer crer que apenas no capitalismo há democracia.
O objectivo deste mito, que é complementar do anterior, é impedir a discussão de outros modelos de sociedade, afirmando não haver alternativas a esse modelo e todos os outros serem ditaduras. Trata-se mais uma vez da apropriação pelo capitalismo, falseando-lhes o sentido, de conceitos caros aos povos, tais como liberdade e democracia.
Na realidade, estando a sociedade dividida em classes, a classe mais rica, embora seja ultra minoritária, domina sobre todas as outras. Trata-se da negação da democracia que, por definição, é o governo do povo, logo da maioria. Esta “democracia” não passa pois de uma ditadura disfarçada. As “reformas democráticas” não são mais que retrocessos, reacções ao progresso. Daí deriva o termo reaccionário, o que anda para trás.
Tal como o anterior este mito também serve de pretexto para criticar e atacar os regimes de países não capitalistas.
• Eleições igual a Democracia.
Pretende-se fazer crer que o acto eleitoral é o sinonimo da democracia e esta se esgota nele.
O objectivo é denegrir ou diabolizar e impedir a discussão de outros sistemas politico-eleitorais em que os dirigentes são estabelecidos por formas diversas das eleições burguesas, como por exemplo pela idade, experiencia, aceitação popular, etc.
Na verdade é no sistema capitalista, que tudo manipula e corrompe, que o voto é condicionado e as eleições são actos meramente formais. O simples facto da classe burguesa minoritária vencer sempre as eleições demonstra o seu carácter não representativo.
O mito de que, onde há eleições há democracia, é um dos mais enraizados, mesmo em algumas forças de esquerda.
• Partidos alternantes igual a alternativos.
Pretende-se fazer crer que os partidos burgueses que se alternam periodicamente no poder têm políticas alternativas.
O objectivo deste mito é perpetuar o sistema dentro dos limites da classe dominante, alimentando o mito de que a democracia está reduzida ao acto eleitoral.
Na verdade este aparente sistema pluri ou bi-partidário é um sistema mono-partidário. Duas ou mais facções da mesma organização política, partilhando políticas capitalistas idênticas e complementares, alternam-se no poder, simulando partidos independentes, com políticas alternativas. O que é dado escolher aos povos não é o sistema que é sempre o capitalismo, mas apenas os agentes partidários que estão de turno como seus guardiões e continuadores.
O mito de que os partidos burgueses têm politicas independentes da classe dominante, chegando até a ser opostas, é um dos mais propagandeados e importantes para manter o sistema a funcionar.
• O eleito representa o povo e por isso pode decidir tudo por ele.
Pretende-se fazer crer que o político, uma vez eleito, adquire plenos poderes e pode governar como quiser.
O objectivo deste mito é iludir o povo com promessas vãs e escamotear as verdadeiras medidas que serão levadas à prática.
Na verdade, uma vez no poder, o eleito auto-assume novos poderes. Não cumpre o que prometeu e, o que é ainda mais grave, põe em prática medidas não enunciadas antes, muitas vezes em sentido oposto e até inconstitucionais. Frequentemente são eleitos por minorias de votantes. A meio dos mandatos já atingiram índices de popularidade mínimos. Nestes casos de ausência ou perda progressiva de representatividade, o sistema não contempla quaisquer formas constitucionais de destituição. Esta perda de representatividade é uma das razões que impede as “democracias” capitalistas de serem verdadeiras democracias, tornando-se ditaduras disfarçadas.
A prática sistemática deste processo de falsificação da democracia tornou este mito um dos mais desacreditados, sendo uma das causas principais da crescente abstenção eleitoral.
• Não há alternativas à política capitalista.
Pretende-se fazer crer que o capitalismo, embora não sendo perfeito, é o único regime politico/económico possível e portanto o mais adequado.
O objectivo é impedir que outros sistemas sejam conhecidos e comparados, usando todos os meios, incluindo a força, para afastar a competição.
Na realidade existem outros sistemas politico económicos, sendo o mais conhecido o socialismo cientifico. Mesmo dentro do capitalismo há modalidades que vão desde o actual neo-liberalismo aos reformistas do “socialismo democrático” ou social-democrata.
Este mito faz parte da tentativa de intimidação dos povos de impedir a discussão de alternativas ao capitalismo, a que se convencionou chamar o pensamento único.
• A austeridade gera riqueza
Pretende-se fazer crer que a culpa das crises económicas é originada pelo excesso de regalias dos trabalhadores. Se estas forem retiradas, o Estado poupa e o país enriquece.
O objectivo é fundamentalmente transferir para o sector publico, para o povo em geral e para os trabalhadores a responsabilidade do pagamento das dividas dos capitalistas. Fazer o povo aceitar a pilhagem dos seus bens na crença de que dias melhores virão mais tarde. Destina-se também a facilitar a privatização dos bens públicos, “emagrecendo” o Estado, logo “poupando”, sem referir que esses sectores eram os mais rentáveis do Estado, cujos lucros futuros se perdem desta forma.
Na verdade, constata-se que estas politicas conduzem, ano após ano, a uma empobrecimento das receitas do Estado e a uma diminuição das regalias, direitos e do nível de vida dos povos, que antes estavam assegurados por elas.
• Menos Estado, melhor Estado.
Pretende-se fazer crer que o sector privado administra melhor o Estado que o sector público.
O objectivo dos capitalistas é, “dourar a pílula” para facilitar a apropriação do património, das funções e dos bens rentáveis dos estados. É complementar do anterior.
Na verdade o que acontece em geral é o contrário: os serviços públicos privatizados não só se tornam piores, como as tributações e as prestações são agravadas. O balanço dos resultados dos serviços prestados após passarem a privados é quase sempre pior que o anterior. Na óptica capitalista a prestação de serviços públicos não passa de mera oportunidade de negócio. Neste mito é um dos mais “ideológicos” do capitalismo neoliberal. Nele está subjacente a filosofia de que quem deve governar são os privados e o Estado apenas dá apoio.
• A actual crise é passageira e será resolvida para o bem dos povos.
Pretende-se fazer crer que a actual crise económico-financeira é mais uma crise cíclica habitual do capitalismo e não uma crise sistémica ou final.
O objectivo dos capitalistas, com destaque para os financeiros, é continuarem a pilhagem dos Estados e a exploração dos povos enquanto puderem. Tem servido ainda para alguns políticos se manterem no poder, alimentando a esperança junto dos povos de que melhores dias virão se continuarem a votar neles.
Na verdade, tal como previu Marx, do que se trata é da crise final do sistema capitalista, com o crescente aumento da contradição entre o carácter social da produção e o lucro privado até se tornar insolúvel.
Alguns, entre os quais os “socialistas” e sociais-democratas, que afirmam poder manter o capitalismo, embora de forma mitigada, afirmam que a crise deriva apenas de erros dos políticos, da ganância dos banqueiros e especuladores ou da falta de ideias dos dirigentes ou mecanismos que ainda falta resolver. No entanto, aquilo a que assistimos é ao agravamento permanente do nível de vida dos povos sem que esteja à vista qualquer esperança de melhoria. Dentro do sistema capitalista já nada mais há a esperar de bom.
Nota final:
O capitalismo há-de acabar, mas só por si tal decorrerá muito lentamente e com imensos sacrifícios dos povos. Terá que ser empurrado. Devem ser combatidas as ilusões, quer daqueles que julgam o capitalismo reformável, quer daqueles que acham que quanto pior melhor, para o capitalismo cairá de podre, O capitalismo tudo fará para vender cara a derrota. Por isso quanto mais rápido os povos se libertarem desse sistema injusto e cruel mais sacrifícios inúteis se poderão evitar.
Hoje, mais do que nunca, é necessário criar barreiras ao assalto final da barbárie capitalista, e inverter a situação, quer apresentando claramente outras soluções politicas, quer combatendo o obscurantismo pelo esclarecimento, quer mobilizando e organizando os povos.
(*) Os mitos criados pelas religiões cristãs têm muito peso no pensamento único capitalista e são avidamente apropriados por ele para facilitar a aceitação do sistema pelos mais crédulos. Exemplos: “A pobreza é uma situação passageira da vida terrena”. “Sempre houve ricos e pobres”. “O rico será castigado no juízo final”. “Deve-se aguentar o sofrimento sem revolta para mais tarde ser recompensado.”
*GilsonSampaio

sexta-feira, janeiro 06, 2012

Jornalismo da Record "amarela" para a Globo e perde audiência


O telejornalismo da TV Record cresce quando se diferencia da TV Globo.

Nas eleições 2010, cresceu. Mostrou o que a Globo escondia.

Em 2011, a audiência do noticiário da Record perdeu cerca de 20% de seu público.

Há uma enorme janela de oportunidade para a Record crescer. Jornalismo depende de credibilidade, e o jornalismo da Globo está muito ruim e se expondo demais. Não apenas manipula, mas também está errando muito, e deixando transparecer seu partidarismo demo-tucano com matérias confusas, elitistas, lobistas,  com seletivismo nas denúncias, forçando destaque para assuntos irrelevantes, e está chato igual àqueles pessimistas azedos que as pessoas gostam de evitar. Até telespectador conservador esclarecido não gosta de ser manipulado.

Basta a Record mesclar as notícias que todo telejornal deve dar com um contraponto honesto à Globo que tem uma avenida aberta para crescer.

Primeiro conquista a credibilidade que o Jornal-Nacional-bolinha-de-papel perdeu. A audiência vem a reboque.

Infelizmente, a Record não está fazendo um jornalismo com pauta própria e de contraponto (raras exceções, como nos casos Privataria Tucana e Ricardo Teixeira, mesmo assim há bochinhos falando em trégua com a CBF).

O noticiário da Record sobre as enchentes está seguindo a mesma pauta da Globo, apenas não está sendo golpista, mas está indo à reboque.

A Globo inventou a "crise do Contas Abertas" do Ministério da Integração mas, pelo menos, deu espaço ao contraditório nos dias seguintes.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB/PE) deu a resposta que quis no Jornal Nacional, e se saiu muito bem com o discurso de que a competência de Pernambuco não pode ser punida (pela incompetência dos outros governadores, nas entrelinhas).

Em sua entrevista coletiva, o ministro da Integração foi editado na Globo (e mal editado, pois foi mostrado só resmungando, com a edição escondendo os argumentos objetivos de sua defesa). A Record poderia fazer uma edição honesta desta entrevista que ganharia pontos na credibilidade. Comeu mosca, e não fez.

O bom jornalismo nesta história quem fez foi o Fernando Brito, do blog Tijolaço. Matou a cobra e mostrou a cobra morta, mostrando que o governador Geraldo Alckmin não recebeu dinheiro em 2011 porque demorou a se mexer.

Há uma pauta inexplorada, da Globo reclamando de verbas "marretadas" na ONG Contas Abertas, que nem os governadores de oposição, que seriam os maiores afetados, reclamam. Até o Merval Pereira desmentiu o Jornal Nacional, em sua coluna, quando narrou um telefonema de Eduardo Campos:

O governador Teotônio Vilela, do PSDB, apoiou as obras porque beneficiam também Alagoas. O governador Antonio Anastasia, de Minas, também não reclamou porque sabe os problemas que Pernambuco enfrenta. E também Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, não acusou Pernambuco de estar sendo beneficiado por métodos escusos.
Isto é, nenhum governador de outros estados também afetados pelas chuvas, como Minas e Rio de Janeiro, reclamou de um suposto privilégio de Pernambuco: "O Anastasia não reclamou, o Sergio Cabral não reclamou, o Teo Vilela apoiou. Eles sabem que não houve privilégios".

E nem essa pauta a TV Record seguiu. Aliás ela não tem seguido várias das boas pautas dos blogs pessoais dos próprios bons jornalistas que trabalham na casa.

A Globo não faz um jornalismo de serviço nas catástrofes, do tipo que salva vidas, como faz as emissoras de TV estadunidenses quando há furacões. A Record poderia estar fazendo e também não está.

Nem a Globo, nem a Record fazem reportagem sobre o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e como funcionam os sistemas de alertas. Só sabe que isso existe quem vê a TV Brasil ou a NBR (a TV do governo federal, que nem todos tem acesso, pois só está disponível em parabólica e tv por assinatura).

Tem havido pouco empenho da Record nas denúncias que envolvem governadores tucanos, a exemplo da venda de emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo.

A Fundação Roberto Marinho é vidraça escancarada desde agosto de 2010, com a operação Voucher da Polícia Federal, e só nosso blog foi atrás de procurar os indícios de irregularidades e acompanhar o caso.

É sabido que quando a Record abre fogo com denúncias contra os interesses da família Marinho, a Globo abre fogo contra Edir Macedo. Ambos saem perdendo em desgaste de imagem.

Fala-se muito em "acordão" no Congresso, acordão no governo, acordão PT-PSDB, etc, etc.

Mas será que não existe nenhum acordão Globo-Record? Algum pacto de não agressão em determinados assuntos, que só é quebrado quando algo desanda?

Se for assim, então, como já perguntou Ricardo Kotscho (também jornalista da Record): liberdade de imprensa para quê?
*osamigosdopresidentelula

Maconha não danifica cérebro, diz pesquisa

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPfSmc89Pb9pTLu2cvRpSkQhYLgBYqcjkSAPaHv7Ls1quwMpJvT3OmsiPOZJ-GfHRV5y9nVF2FUAHuy203F_Jt29V3UFre-knT919ob6zAFUIRzrE996wYjE6IC3r5HJPCJNsYdpWvhfs/s1600/jdfadfa.jpg
Um estudo britânico sugere que pessoas na meia idade que usaram ou ainda usam drogas não tiveram o cérebro danificado. A pesquisa foi publicada pelo "American Journal of Epidemiology".
Pesquisadores do King's College, em Londres, estudaram milhares de pessoas com 50 anos e descobriram que aqueles que tinham usado drogas ilícitas, principalmente a maconha, tiveram um desempenho melhor do que os outros nos testes de memória e de outras funções cerebrais.
As informações são da Reuters.
Cerca de um quarto dos indivíduos disseram que ter usado drogas em algum momento de suas vidas e 6% ainda usavam.
Uma das hipóteses que explicam o resultado é a relação entre o nível de estudo, que é melhor entre os usuários de drogas, segundo os pesquisadores.
"Os resultados parecem sugerir ainda que o uso de drogas, no passado ou atualmente, não está necessariamente associada com o funcionamento cognitivo na meia idade", disse Alex Drugan, o pesquisador-chefe.
"Entretanto, nossos resultados não excluem eventuais efeitos nocivos em alguns indivíduos que podem estar expostos a drogas durante longos períodos de tempo."
 *tireotubo

Deleite

Sobre a Ganância e a Bestialidade "humanas"- Reparação

GilsonSampaio
Sobre o impacto da brutalidade da noticia deixei de fazer o óbvio: deixar a emoção um pouco de lado e fazer uso da razâo, ou seja, procurar outras fontes. Uma imagem vale por mil palavras me pregou uma peça. A foto é falsa. E, grosseiramente falsa.
Burrice 1
Um corpo carbonizado a ponto de deixar à mostra as costelas, estas não poderiam ser claras.
Burrice 2
A fonte de luz está no canto inferior esquerdo. A parte que corresponderia à coxa direita não poderia apresentar sombras.
Burrice 3
Parte da imagem próxima à data tem contornos nítidos de um sapato ou bota e flutua sobre a imagem. Assim como, a imagens correspondentes aos quadris, fêmures e peito são inverossímeis.
Burrice 4
Como fui burro.
Tive um amigo baiano que dizia: Burrice é irreversível. Espero que ele esteja só um pouquinho errado.
Depois da imagem, a verdade.
image
Luiz Carlos Azenha fez o óbvio e foi a uma fonte confiável.
Luiz Carlos Azenha
O que existe de fato sobre uma criança indígena que teria sido queimada por madeireiros no interior de Maranhão é um relato de testemunhas indiretas, reproduzido por terceiros. Como disse o jornalista Renato Santana, assessor do Conselho Indigenista Missionário, em Brasília, cuidado com o que circula na internet.
O Cimi divulgou uma nota a respeito, em seu site:
O corpo foi encontrado carbonizado em outubro do ano passado num acampamento abandonado pelos Awá isolados, a cerca de 20 quilômetros da aldeia Patizal do povo Tenetehara, região localizada no município de Arame (MA). A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi informada do episódio em novembro e nenhuma investigação do caso está em curso.
As suspeitas dão conta de que um ataque tenha ocorrido entre setembro e outubro contra o acampamento dos indígenas isolados. Clovis Tenetehara costumava ver os Awá-Guajá isolados durante caçadas na mata. No entanto, deixou de encontrá-los logo que localizou um acampamento com sinais de incêndio e os restos mortais de uma criança.
“Depois disso não foi mais visto o grupo isolado. Nesse período os madeireiros estavam lá. Eram muitos. Agora desapareceram. Não foram mais lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados”, diz Luís Carlos Tenetehara, da aldeia Patizal. Os indígenas acreditam que o grupo isolado tenha se dispersado para outros pontos da Terra Indígena Araribóia temendo novos ataques.
Conversei com Rosimeire Diniz, coordenadora do Cimi em São Luís do Maranhão, que confirmou a declaração dada por ela:
“A situação é denunciada há muito tempo. Tem se tornado frequente a presença desses grupos de madeireiros colocando em risco os indígenas isolados. Nenhuma medida concreta foi tomada para proteger esses povos”.
A Terra Indígena Araribóia tem 413 mil hectares devidamente homologados e demarcados. Nela os Tenetehara convivem com os Awá, um povo coletor.
Renato Santana negou a existência de alguma foto do corpo carbonizado. Só uma investigação oficial da Funai pode confirmar se de fato existe o corpo carbonizado e se de fato  é de uma criança. Além disso, é preciso esperar o testemunho direto de alguém que presenciou o episódio para saber se houve crime e, se houve, para tentar identificar os autores.
Dizer que “madeireiros mataram queimada uma criança indígena de oito anos” é, no mínimo, um exagero.
*GilsonSampaio

Sobre a Ganância e a Bestialidade "humanas"

A imagem é forte mesmo para ilustrar a barbárie
Uma criança de oito anos foi queimada viva por madeireiros em Arame, cidade da região central do Maranhão.
Enquanto a criança – da etnia awa-guajá  – agonizava, os carrascos se divertiam com a cena.
O caso não vai ganhar capa da Veja ou da Folha de São Paulo. Não vai aparecer no Jornal Nacional e não vai merecer um “isso é uma vergonha” do Boris Casoy.
Também não vai virar TT no Twitter ou viral no Facebook.
Não vai ser um tema de rodas de boteco, como o cãozinho que foi morto por uma enfermeira.
E, obviamente, não vai gerar qualquer passeata da turma do Cansei ou do Cansei 2 (a turma criada no suco de caranguejo que diz combater a corrupção usando máscara do Guy Fawkes e fazendo carinha de indignada na Avenida Paulista ou na Esplanada dos Ministérios).
Entretanto, se amanhã ou depois um índio der um tapa na cara de um fazendeiro ou madeireiro, em Arame ou em qualquer lugar do Brasil, não faltarão editoriais – em jornais, revistas, rádios, TVs e portais – para falar da “selvageria” e das tribos “não civilizadas” e da ameaça que elas representam para as pessoas de bem e para a democracia.

Mas isso não vai ocorrer.
E as “pessoas de bem” e bem informadas vão continuar achando que existe “muita terra para pouco índio” e, principalmente, que o progresso no campo é o agronegócio. Que modernos são a CNA e a Kátia Abreu.
A área dos awa-guajá em Arame já está demarcada, mas os latifundiários da região não se importam com a lei. A lei, aliás, são eles que fazem. E ai de quem achar ruim.
Os ruralistas brasileiros – aqueles que dizem que o atual Código Florestal representa uma ameaça à “classe produtora” brasileira – matam dois (sem terra ou quilombola ou sindicalista ou indígena ou pequeno pescador) por semana. E o MST (ou os índios ou os quilombolas) é violento. Ou os sindicatos são radicais.
Os madeireiros que cobiçam o território dos awa-guajá em Arame não cessam um dia de ameaçar, intimidade e agredir os índios.
E a situação é a mesma em todos os rincões do Brasil onde há um povo indígena lutando pela demarcação da sua área. Ou onde existe uma comunidade quilombola reivindicando a posse do seu território ou mesmo resistindo ao assédio de latifundiários que não aceitam as decisões do poder público. E o cenário se repete em acampamentos e assentamentos de trabalhadores rurais.
Até quando?


Canção do Tamoio...Poema Maravilhoso
Canção do Tamoio

(Natalícia)

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV

Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
Dimigos transidos
Por vil comoção;
E tremam douvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.



… que não havia religiões.
Dá a impressão de que, na Nigéria, alguém percebeu mal a evangelização.  Ao que parece, um tal JC terá dito “Amai-vos uns aos outros”, mas alguém percebeu “Matai-vos uns aos outros”.
Não há ninguém para os esclarecer?
*diarioateista

O Conversa Afiada reproduz e-mail da amiga navegante Marilia, indignada com a leitura do Globo de domingo:

Você viu no segundo caderno do Globo o artigo (?) do caetano? (Como diz você, é com minùscula mesmo, revisor.) Fala de tudo e de nada para no meio elogiar (!!!) o livro (?) do FHC e colocar em dúvida o livro do Amaury.  De chorar! Porque no te calas, Caetano? De quebra ainda evoca o Geisel para dizer que ninguém poderà convencê-lo de que o liberalismo é pior que a ditadura. Que jênio!


Em compensação, no primeiro caderno (e não no segundo), Aldir Blanc, Mestre Sala dos Mares e dos Ares, diz logo nas primeiras linhas da força do Amaury “.. sobre o Brasil de FHC I e II ‘vendendo tudo’, principalmente o que pertencia a nosostros”.


Ufa, pelo menos um, nesse jornal infecto.


Ainda no segundo caderno, a coluna social (?) do Joaquim Santos, elogia de novo o FHC  dizendo que o cachaceiro é o Lula ! Bem, esse é o jornal O Globo.


Marilia


BUNDA E CÉREBRO.



Todo mundo tem bunda                                               Todo mundo tem cérebro

mas bunda bonita                                                                mas cérebro bonito

pouca gente tem                                                                    pouca gente tem


Toda bunda tem potencial                                       Todo cérebro tem potencial

mas é preciso malhar muito                                      mas é preciso malhar muito

para ter uma bunda legal                                            para ter um cérebro legal


Bunda exige tempo e dedicação                      Cérebro exige tempo e dedicação

Todo mundo tem bunda                                              Todo mundo tem cérebro

mas a maioria tem a bunda mole.                    mas a maioria tem o cérebro mole.



Para malhar um você vai ter que repousar o outro

Use cada um no lugar certo

Nada de pensar com a bunda

Nada de usar o cérebro para fazer coisas que só a bunda faz

Não confunda cérebro com bunda!


Malhe um tanto quanto malhe o outro


O equilíbrio entre sua mente e seu corpo é a saída.






Andréa Beheregaray

Da série
Bom Dia TPM!