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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Você Lembra?


Cachimbo de crack vira brinquedo na mão do então candidato Kassab

Supostamente monstros, supostamente vis

A rede de televisão CNN divulgou o vídeo em que, segundo a Associated Press “supostos membros do corpo de fuzileiros navais americanos uniformizados supostamente urinam sobre cadáveres de militantes do grupo radical Taleban”.
Supostamente talibãs, devemos supor, com tanto suposto que se coloca diante do evidente.
O comando dos fuzileiros navais diz que está investigando e – pasmem – limita-se a dizer que isso não condiz com os “valores das Forças Armadas dos EUA”.
Que valores esperam de pessoas que são mandadas matar outras do outro lado do planeta, que jamais lhes fizeram coisa alguma? Nem mesmo no Afeganistão estava Osama Bin Ladem, mas no aliado Paquistão!
É essa a civilização ocidental que lá foi para tirar os “bárbaros fanáticos” da vida primitiva com aviões, mísseis, lasers, escudos, radares, quase invulneráveis?
Haverá uma indignação mundial, em poucas horas.
Porque já é criminoso que se produzam cadáveres. Profaná-los, é mais que isso, é monstruoso.
E agora não há George Bush a quem atribuir isso.
Barbárie é uma palavra por demais gentil para definir isto.
Monstruosidade é o nome, e nada suposto, disso.
E pensar que um soldado dos Estados Unidos, Bradley Manning, está sendo condenado por deixar vazar as provas dos atos criminosos do exército americano no Afeganistão e no Iraque.
*Tijolaço

Chuíça (*) aprova
neonazismo na Cracolândia

Saiu na colona (**) “Painel”, na Folha (***), informação sobre a ascensão de Hitler ao poder, em 1933:

“A despeito das queixas de violação dos direitos humanos e dos questionamentos (sic) do governo federal, Geraldo Alckmin se ampara (sic) em pesquisas que circulam no Bandeirantes para respaldar (sic) a intervenção policial na cracolândia. Um dos levantamentos submetidos ao governador mostra 87% de aprovação à ação da PM no centro de São Paulo …”

Navalha
Será o Datafalha ou o Globope a fonte de preciosa informação?
(E a Folha (***) ainda tem ombudsman …)
Ou seja, breve, São Paulo adotará a pena de morte, invariavelmente aprovada em pesquisas de opinião pública.
Breve, mandará os nordestinos de volta, à força, porque, pelos próprios pés, muitos preferem, hoje, Pernambuco a São Paulo.
Breve, todas as favelas pegarão fogo, para a entrada triunfal da indústria que financia a eleição de Gilberto Kassab, o vice do Cerra.
Tudo muito natural.
Como se sabe, São Paulo ganhou a Guerra da Secessão de 1932.



Clique aqui para ler “Maierovitch: muralha protege FHC do crack”.


Paulo Henrique Amorim


(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico  como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

Juliana Borges e Pedro Martins: Polícia militar é incompatível com a democracia

 do Viomundo
Conceição Lemes
Juliana Borges e Pedro Martins
“Você sai de casa e não sabe se vai voltar.
A sociedade está em apuros, quando isso vai mudar?
Com sua violência e corrupção, a polícia não ajuda o pobre cidadão.
Segurança é o que queremos!
Violência é o que nos temos!
Polícia decadente…decadente!”
(Garotos Podres)
Na última segunda-feira, assistimos a mais um exemplo da truculência e da brutalidade da Polícia Militar de São Paulo. Um estudante foi agredido de forma arbitrária e discriminatória por um sargento, enquanto guardas universitários e policiais militares tentavam expulsar, sem qualquer justificativa, um grupo de estudantes da sede do DCE-Livre da USP.
Por meio de vídeos feitos pelos presentes, pudemos ver o policial pedindo identificação e partindo para cima do único jovem negro no local. A tentativa de diálogo do estudante foi respondida com empurrões, tapas e o policial chegou até a apontar a arma para ele. Os vídeos, que tiveram rápida circulação nas redes sociais, repercutiram também na mídia e resultaram no afastamento do policial e abertura de sindicância para apuração dos fatos.
Em outro lugar de São Paulo, mais especificamente no centro da cidade, vimos outro exemplo de violência policial. A chamada “Operação Sufoco”, organizada pela Polícia Militar, Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo com o objetivo de “resolver o problema da Cracolândia” baseada na tática de “dor e sofrimento”. Os usuários de crack são tratados como animais, enxotados das ruas com bombas de gás e balas de borracha. Até agora, uma “grande operação” midiática, mas com resultados pífios.
Não é uma novidade tanto para os estudantes quanto para a população esse tipo de atitude por parte da Polícia Militar. Infelizmente esse tipo de atitude por parte de policiais militares não se trata de um fato isolado, é recorrente em nosso estado, principalmente em relação a jovens e negros.
Os jovens são as maiores vítimas da violência no país – estão mais presentes entre agressores e vítimas da violência. Já é comprovado por estudos que criminalizar a juventude, com políticas repressoras (taxando os jovens como problema), aprofunda este panorama. Existe uma percepção, difundida em nossa sociedade, de que os jovens são desordeiros e, para os jovens pobres e negros isso se agrava porque são vistos como “suspeitos”. É sob essa visão que são pensadas a maior parte das políticas e ações do Estado – incluindo-se aí um cenário de violência institucional.
O problema da Polícia Militar não está em sua presença na Cidade Universitária, que se trata de um ambiente com dinâmica diferente de outros espaços urbanos, a questão é a existência em si de uma polícia militar, que em sua concepção é incompatível não só com um ambiente universitário, mas com a Democracia.
Além disso, Segurança Pública em São Paulo não é pensada de modo integrador, mas simplesmente como uma questão policialesca. Ou seja, a ações são focadas em policiamento ostensivo e em mais prisões, cadeias e praticadas de modo totalmente repressivo.
As políticas de Segurança Pública deveriam ser pensadas junto aos cidadãos, com foco em prevenção, policiamento comunitário, capacitação e cursos sobre Direitos Humanos e sobre uso moderado da força, mecanismos de controle social da ação policial, o reforço aos valores democráticos, além de integrar políticas educacionais, culturais, de esporte, de saúde (com uma forte política de redução de danos), trabalho e renda.
Apesar de alguns programas e ações já existirem nesse sentido em âmbito federal – como o Pronasci, pensado e articulado de modo transversal com o EJA, ProJovem (MEC), Paz no Campo (MDA), Segundo Tempo (Esportes), projetos de Economia Solidária que envolvem os familiares – é preciso que eles sejam articulados estadualmente. Mesmo porque, os programas federais neste sentido são direcionados para uma ação integrada entre estados e municípios, que são os responsáveis pela Política de Segurança.
Infelizmente, nosso estado não só reforça políticas repressoras, como não participa eficazmente dos programas federais, seja não apresentando projetos seja, em alguns casos (principalmente dos programas educacionais), devolvendo verbas à União, que poderiam beneficiar milhares de cidadãos paulistas.
O que ocorre na USP e na “Cracolândia” não são ações isoladas, fazem parte de uma política conservadora, higienista, autoritária e racista.
Este é o momento de movimentos, juventudes partidárias progressistas e sociedade civil organizada debaterem e formularem conjuntamente um novo projeto de Segurança Pública para o nosso estado. A criação de uma Frente seria um bom começo.
Juliana Borges é graduada em Letras pela USP e militante do PT e Pedro Martinez,  estudante de Direito da USP, militante do Movimento ParaTodos e da JPT.
*Gilsonsampaio

Gregos vão à luta, invadem TV Pública e convocam resistência

do Somos Todos Palestinos

Autor de pedido de CPI da Privataria diz que Serra está desesperado

Via Rede Brasil Atual
Para Protógenes Queiroz, Serra desrespeita o Congresso e deve explicações por "expedientes criminosos". Deputado diz que Aécio Neves o parabenizou pelo pedido de investigação
Raoni Scandiuzzi
Delegado Protógenes disse que FHC se surpreendeu com atividades sombrias de Serra (Foto: Brizza Cavalcante / Ag. Câmara)
São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) disse nesta quarta (11) que é gesto de “desespero” a crítica de José Serra (PSDB) à CPI da Privataria. Na véspera, o ex-governador paulista Serra classificou de “palhaçada” a eventual instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, pedida por Protógenes, para investigar privatizações de estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
O deputado lembrou que as assinaturas colhidas para a abertura da comissão foram protocoladas em dezembro, com o apoio de 185 parlamentares – 14 a mais do que o mínimo exigido pela Constituição. “Na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), dará ao pedido. Mas será instalada”, acredita. Ele antecipou que logo após o carnaval os trabalhos da CPI já devem se iniciar.
A investigação decorre do livro A Privataria Tucana, do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Jr., que apresenta documentos e indícios de um esquema bilionário de fraudes no processo de privatização de estatais na década de 1990. Serra era o ministro do Planejamento, gestor do processo. Com documentos, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira de ter atuado como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas.
Questionado sobre as acusações contidas no livro, Serra primeiro chamou o conteúdo de “lixo”, depois chegou a desqualificar a CPI: "Isso é tudo uma palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço".
Protógenes viu na atitude de Serra um desrespeito ao trabalho parlamentar de investigação. “Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.”
Para o parlamentar, o trabalho obscuro de pessoas próximas a Serra, desvendado por Ribeiro causou estranhamento nos próprios integrantes de seu partido, o PSDB. “Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu”, afirmou. Ele ainda relatou que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) o parabenizou pela iniciativa da CPI.
Confira a entrevista:
Rede Brasil Atual: Como está a tramitação da CPI?
Protógenes Queiroz: A CPI ja foi protocolada e agora segue um rito regimental. Logo na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia, deu. Mas será instalada – logo depois do carnaval.
Qual foi a sua impressão do livro A Privataria Tucana?
O livro traz vários fatos inéditos, não é uma reedição de fatos que já haviam sido publicados, pelo contrário. Ele se tornou mais que um livro, um documento que cruza com investigações da Polícia Federal, inclusive algumas que eu mesmo coordenei. O fato é que para o próprio PSDB tudo isso também foi uma surpresa, por isso que também houve a assinatura de vários parlamentares tucanos. É como aquela história do marido traído, que é sempre o último a saber e por terceiros.
Isso produziu alguma crise no PSDB?
Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu, quer dizer, já colocando a posição de surpresa e neutralidade naquilo que o Serra liderou, nas privatizações.
Algum outro tucano falou alguma coisa?
No dia em que entreguei a CPI, o Aécio Neves me abraçou, me dando os parabéns.
Qual deveria ser a posição do Serra neste momento?
O Serra deve explicações ao Brasil. Não somente ele, mas também quem estiver ligado a ele, como o Ricardo Sérgio, o grande operador do PSDB. Será que ele foi o operador de todo o PSDB ou só do grupo e da família Serra? Mas é o Serra que deve dar as explicações mais detalhadas, ele é o sujeito que se servia de expedientes criminosos.
Ele chegou a classificar a CPI da Privataria de palhaçada.
Ele foi um governador, como ele pode se expressar dessa forma? Ele está desrespeitando o Congresso Nacional e a vontade popular. Mas essa é uma expressão pela qual ele está acostumado, do próprio meio dele. Não é a expressão conveniente para um instrumento sério de investigação do Parlamento brasileiro, nem a expressão dos parlamentares que assinaram a CPI.
Por que acha que ele falou isso?
Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.
Como você enxerga que será o trabalho da CPI?
Nós vamos ter de ver se aqueles documentos do Amaury são verdadeiros ou não, e caso se confirmem vamos encontrar um foco de investigação e aprofundar.
O Serra será um dos convocados?
Com certeza.
A CPI poderia comprometer o futuro do Serra?
Em política tudo é possível. Depois que eu prendi o Paulo Maluf por 40 dias e ele foi eleito deputado federal, então tudo é possível. (Antes de seguir carreira política, Protógenes foi delegado da Polícia Federal e atuou em investigações de crimes de colarinho branco.)
*gilsonsampaio

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Latifúndio Midiota: Crime$, Crise$ e Trapaça$ será lançado no dia 7 de fevereiro em São Paulo

Livro de Leonardo Severo inaugura o selo Barão de Itararé
Livro denuncia crimes dos barões da mídia
Os conglomerados de comunicação no Brasil (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas e portais de internet) continuam imprimindo no inconsciente coletivo uma visão deformada do que somos, na tentativa de renegar o que sonhamos, para nos conduzir aonde não devemos. Proporcionar o debate e a reflexão sobre os descaminhos desta manipulação, estimulando a pensar com a própria cabeça e a caminhar com as próprias pernas. Esta é a paixão do mais novo livro de Leonardo Wexell Severo: Latifúndio Midiota: crime$, crise$ e trapaça$, (Editora Papiro, 136 páginas, R$ 20,00), obra que inaugura o selo Barão de Itararé.
O lançamento do livro acontecerá no dia 7 de fevereiro, terça-feira, das 18h30 às 21h30 na Livraria Martins Fontes, avenida Paulista, 509, próximo à Estação Brigadeiro do Metrô.
SOBRE O LIVRO
“Neste livro procurei selecionar assuntos e pautas que foram solenemente ignorados ou mascarados pela ‘grande’ mídia, convicto de que sua divulgação contribuirá, ainda que modestamente, para, através da denúncia, proporcionar o debate e a reflexão sobre as razões do seu silêncio”, assinala o autor, que é assessor da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), repórter-especial do jornal Hora do Povo, colaborador do jornal Brasil de Fato e do site Vermelho.
De acordo com o presidente do Centro Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, “o novo livro de Leonardo é uma arma afiada nas mãos dos lutadores do povo que não se deixam manipular e deformar pelos monopólios midiáticos. É uma honra e alegria participar da publicação deste livro – inaugurando o nosso selo”.
Para o diretor de redação do jornal Hora do Povo, Carlos Lopes, “o livro ajudará o leitor a perceber a luta política e ideológica em torno da comunicação”. “Não consigo conceber maior utilidade para um livro nos tempos em que vivemos”, sublinhou.
Secretária nacional de Comunicação da CUT e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti acredita que a obra traz consigo uma intensa capacidade de sensibilizar para a necessidade de darmos respostas coletivas aos desmandos dos monopólios de desinformação. “Que a indignação presente em cada uma das linhas deste livro acenda os sinais de alerta para o veneno a que somos submetidos diariamente, e nos desintoxique, fortalecendo o compromisso com a democratização da comunicação, com a luta e a vitória do Brasil e da Humanidade”, enfatizou.
AUTOR
Leonardo Wexell Severo integra o coletivo de comunicação da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), assessora a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e é membro fundador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Formado em Radialismo e Televisão pela Universidade Federal de Santa Maria-RS, cursou Política e Economia na Escola Júlio Antonio Mella, em Havana-Cuba, sendo pós-graduado em Política Internacional pela Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo. Foi membro da executiva da União Nacional dos Estudantes (UNE) na gestão que comandou as mobilizações pelo impeachment de Fernando Collor. Integrou brigadas internacionais para a colheita do café na Nicarágua Sandinista e de solidariedade à Cuba Socialista. Representou o Brasil na delegação em apoio ao povo palestino, durante a segunda intifada, quando entrevistou o presidente Yasser Arafat, em Gaza, tendo contribuído com artigo no livro “O Apartheid de Israel”, de Nathaniel Braia. Nos últimos anos acompanhou a delegação cutista na cobertura dos Fóruns Sociais Mundiais e Regionais (Caracas, Nairóbi, Recife, Belém, Assunção e Dakar) e, em 2008, na fundação da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (Panamá). É autor do livro “Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo” (Editora Limiar, 2008) e editor, em parceria com Valdo Albuquerque, do livro “A Regulamentação do Artigo 192: Desenvolvimento e Cidadania” (Editora Papiro, 2010), publicado conjuntamente pelo Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
No CUT
*comtextolivre

tucanos paulistas: maus feito pica-paus

Não, não, a Paulicéia não está desvairada.
Não ligue para o fato de Gilberto Kassab ir visitar Lula e dizer que gostaria de uma aliança com o PT na sucessão municipal.
Nem para o fato do PT dizer logo: comigo, não, violão”.
Muito menos para o fato de Geraldo Alckmin ter convidado Maluf para uma solenidade, onde o pepista lançou o tucano a Presidência – sem que este passasse recibo – por seus princípios éticos que deslubraram a alma malufiana.
Nem para o candidato do PMDB, ex-PSB e ex-PSDB, Gabriel Chalita sair de seu banho de imersão na periferia para se reunir com os cacos do DEM paulista.
Tudo isso tem um nome: José Serra.
Alckmin e Kassab têm sérias dúvidas de que seja possível uma vitória na prefeitura este ano.
Não tem, até agora, candidatos viáveis e não querem ser patronos da derrota.
Sem Serra, a direita paulista fica embolada na faixa mediana das pesquisas, entre oito e 13 por cento, no bolo dos “inhos” : Netinho, Soninha, Paulinho, que seguem logo atrás de Celso Russomano. E com tudo pronto para que Lula venha de trás, empurrando Fernando Haddad numa eleição sem favoritos.
Tem   razão o Ricardo Kotscho em dizer, no seu blog, que a eleição municipal em São Paulo virou uma “zona federal”.
Mas não no sentido da gíria; no termo literal.
É lá que se está começando a desenhar o cenário de 2014.
E se é importantíssimo vencer, se isso não é possível, o jogo é escolher quem e como perderá.
PCdoB e PDT, com Netinho e Paulinho, exercem seu legítimo direito de procurar crescer com candidato próprio. Soninha, dependendo de Serra, encosta a bicicleta. Russomano tem duvidosas chances de crescer, por conta de sua já imensa exposição.
Mas com Serra candidato tudo muda e a eleição se polariza. De um lado, Lula; de outro, nem Alckmin nem Kassab, mas José Serra. Apenas ele, só como sua ambição o faz.
A esta altura, há parte da direita paulistana pensando que é melhor qualquer arranjo que evite uma derrota no primeiro turno e que o vexame não caia no colo de Alckmin, de Kassab ou de ambos.
Ambos têm um nome ideal para isso.
José Serra.
*Tijolaço

Por trás de Yoani Sánchez


por Hélio Doyle

Com a aproximação da viagem da presidente Dilma Rousseff a Havana, volta à cena a blogueira Yoani Sánchez, hoje a mais conhecida opositora da revolução vitoriosa em 1959 e do sistema socialista que vigora em Cuba desde 1961. Yoani, ao contrário de outros opositores residentes em Cuba, não lidera um grupo político, mas dispõe de um blog que é traduzido em 18 línguas. Ela gravou um vídeo pedindo à presidente Dilma que interceda para que o governo cubano lhe dê autorização para vir ao Brasil. E o senador petista Eduardo Suplicy tem feito gestões públicas para a blogueira possa vir à Bahia para o lançamento de um documentário em que é personagem.

No Itamaraty, não oficialmente, há a suspeita de que a movimentação em torno da vinda de Yoani está sendo feita por setores interessados em prejudicar a visita de Dilma a Raúl Castro, colocando-se na pauta da mídia um tema político que possa constranger os cubanos e reduzir o impacto dos pontos econômicos e comerciais da viagem. E Suplicy faz seu papel porque quer aparecer na mídia. É possível, pois qualquer um que conhece o jeito cubano de enfrentar situações adversas sabe que esse tipo de pressão é o mais contraproducente possível caso o objetivo fosse realmente trazer Yoani à Bahia.

Para o governo cubano, Yoani, jovem, bonita e fluente, é sustentada financeiramente pelos Estados Unidos para ser a mais influente opositora do regime, utilizando-se das redes sociais para disseminar pelo mundo posições contrárias ao regime – embora, em Cuba, sua repercussão seja quase nula. Uma das maneiras de remunerá-la, segundo os cubanos, é a concessão de prêmios patrocinados por instituições contrárias a Cuba. O embaixador de Cuba em Brasília, Carlos Zamora, assegura que oficialmente não foi apresentado ao consulado o documento básico para iniciar os trâmites para a viagem: uma carta-convite formal a Yoani.

O presidente cubano Raúl Castro já anunciou, em diversas ocasiões, que haverá mudanças na legislação que regula as viagens de cubanos ao exterior, abrandando-se as exigências. O tema, porém, está associado a outra questão delicada: a política dos Estados Unidos em relação à imigração de cubanos para aquele país. Cuba acusa os Estados Unidos de negarem vistos de entrada a cubanos, ao mesmo tempo em que os incentivam a sair ilegalmente do país.

Em 2010, Yoani deu uma entrevista ao jornalista francês Salim Lamnarium, que conhece bem a história e a situação de Cuba. É na verdade um diálogo dele com a blogueira, em que ela se vê contestada e acaba caindo em contradições e demonstrando desconhecimento sobre questões simples. Reproduzo o longo texto, já que a web permite, para que cada um faça seu juízo. A propósito, as fotos sobre o alegado sequestro de Yoani nunca foram mostradas.

A entrevista: