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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Esteja a par de assuntos que não são veiculados na imprensa corrupta que as pessoas pensam que é brasileira, mas não é

Geopolítica

Ministro da Defesa visita a Estação Antártica Comandante Ferraz


Da Esq para a Dir: Comandante da Aeronáutica, Comandante da Marinha, Ministro da Defesa, Presidente da Vale Soluções em Energia e Embaixador do Brasil no Chile, por ocasião do acionamento do motogerador a etanol inaugurado na Estação Antártica Comandante Ferraz
O Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim, visitou, no dia 10 de janeiro, a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) – operada pela Marinha do Brasil -, acompanhado pelo Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, pelo Embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araujo, pelo Presidente da Vale Soluções em Energia (VSE), James Pessoa, e por outras autoridades civis e militares. O motivo foi a comemoração dos 30 anos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).
É muito difícil uma pessoa vir aqui e não se emocionar. Fico ainda mais feliz em ver o que encontro neste local, porque participei um pouco desse processo, dessa saga antártica brasileira, como representante do Ministério da Ciência e Tecnologia. Nossa presença contribui para o conhecimento, não só do Brasil, mas também do mundo”, afirmou o Ministro da Defesa.
“O Sucesso do PROANTAR se dá por uma conjunção de fatores. Pela participação ativa da Marinha, da Força Aérea Brasileira, da comunidade científica e de outros ministérios envolvidos no Programa. Mas estamos aqui para apoiar os pesquisadores. Queremos entender a Antártica e a influência dela para o Brasil. E essa é a proposta da Estação Antártica Comandante Ferraz”, afirmou o Comandante da Marinha.

Na ocasião, foi inaugurado o motogerador a etanol desenvolvido pela VSE, o primeiro a biocombustível a operar sobre as condições extremas do continente Antártico. Com desenvolvimento totalmente nacional, ele alimentará toda a demanda de energia da EACF, como explica o Engenheiro eletricista Thiago Martorani Moraes, da VSE. “Com capacidade de fornecimento de até 313KVA, energia suficiente para alimentar 60 residências em horário de pico, suprirá a necessidade energética da Estação Antártica Comandante Ferraz, ao mesmo tempo em que elimina a emissão de particulados e compostos de enxofre, gerando uma energia mais limpa”, conclui o Engenheiro.

Fonte: NOMAR

Deleite Tina

'A PAZ MUNDIAL PENDE POR UM FIO'.


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Ontem tive o prazer de conversar tranquilamente com Mahmoud Ahmadinejad. Nã o via desde setembro de 2006, há mais de cinco anos, quando visitou nossa Pátria para participar na 14ª Cúpula do Movimiento de Países Não Alinhados que teve lugar em Havana, onde pela segunda vez Cuba foi eleita como presidente dessa organização pelo tempo estabelecido de três anos.
 .
Por Fidel Castro
Eu tinha ficado gravemente enfermo em 26 de julho de 2006, um mês e meio antes da mesma, e só podía sentar na cama. Vários dos mais distinguidos líderes que assistiam ao evento tiveram a amabilidade de visitar-me. Chávez e Evo o fizeram mais de uma vez. Um meio dia vieram quatro, dos quais sempre recordo: Kofi Annan, secretario-geral da ONU; um velho amigo, Abdelaziz Buteflika, presidente da Argélia; Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã; e um vice-ministro de Relações Exteriores do governo da China e atual chanceler desse país, Yang Jiechi, representando o líder do Partido Comunista e presidente da República Popular da China, Hu Jintao. Foi realmente um momento de importância para mim que com grande esforço reeducava a mão direita que havia sofrido um sério acidente na queda em Santa Clara.
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Com os quatro comentei aspectos dos problemas que o mundo enfrentava naqueles instantes. Estes, certamente, tornavam-se cada vez mais complexos.

No encontro de ontem observei o presidente iraniano absolutamente sossegado e tranquilo, indiferente por completo às ameaças yanques, confiante na capacidade de seu povo para enfrentar qualquer agressão e na eficácia das armas, que em grande parte ele próprios produzem, para ocasionar aos agressores um preço impagável.
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Mísseis fateh iranianos, sendo testados durante exercicio militar

Na realidade quase não falou do tema bélico, sua mente se concentrava nas ideias expostas na conferência que fez no Salão Nobre da Universidade de Havana, centrada na luta pelo ser humano: “caminhar para chegar e alcançar a paz, a segurança, o respeito e a dignidade humana como um desejo de todos os seres humanos ao longo da história.”
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Estou seguro de que, por parte do Irã, não se deve esperar ações irrefletidas que contribuam para o desencadeamento de uma guerra. Se esta for inevitavelmente desatada, será fruto exclusivo do aventureirismo e da irresponsabilidade congênita do império yanque.
Da minha parte penso que a situação política criada em torno do Irã e os riscos de uma guerra nuclear que dela emanam e a todos envolve - possuam ou não tais armas -, são sumamente delicados porque ameaçam a própria existência de nossa espécie. O Oriente Médio se converteu na região mais conflitiva do mundo, e a área onde são gerados os recursos energéticos vitais para a economia do planeta.

O poder destrutivo e os sofrimentos massivos que originavam alguns dos meios utilizados na Segunda Guerra Mundial motivaram uma forte tendência a proibir algumas armas como os gases asfixiantes e outras empregadas naquela guerra. Contudo, as lutas de interesses e os enormes lucros dos produtores de armas os levaram à confecção dos armamentos mais cruéis e destrutivos, até que a tecnologia moderna aportou o material e os meios cujo emprego em uma guerra mundial conduziria ao extermínio.
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Mísseis intercontinentais
Sustento o critério, sem dúvidas compartilhado por todas as pessoas com um sentido elementar de responsabilidade, de que nenhum país grande ou pequeno tem o direito a possuir armas nucleares.
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Nunca estas armas deveriam ser usadas para atacar duas cidades indefesas como Hiroshima e Nagasaki, assassinando e irradiando com horríveis e duradouros efeitos centenas de milhares de homens, mulheres e crianças, em um país que já estava militarmente vencido.
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Se o fascismo obrigava as potências coligadas contra o nazismo a competir com esse inimigo da humanidade na fabricação de tal arma, finalizada a guerra e já criada a Organización das Nações Unidas, o primeiro dever dessa organização era proibir tal arma sem exceção alguma.
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Mas os Estados Unidos, a potência mais poderosa e rica, impôs ao resto do mundo a linha a seguir. Hoje possui centenas de satélites que espionam e vigiam a partir do espaço todos os habitantes do planeta. Suas forças navais, aéreas e terrestres estão equipadas com milhares de armas nucleares, manejam a seu talante, através do Fundo Monetário Internacional, as finanças e os investimentos do mundo.
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PODEROSA NAVE DE GUERRA NORTE-AMERICANA
Se se analisa a história de cada uma das nações da América Latina, desde o México até a Patagônia, passando por São Domingo e Haiti, poderá observar-se que todas, sem uma só exceção, sofreram durante duzentos anos, desde o início do século 19 até hoje, e de uma ou outra forma estão sofrendo cada vez mais, os piores crimes que o poderio e a força podem cometer contra o direito dos povos. Escritores brilhantes surgem em número crescente: um deles, Eduardo Galeano, autor de “As veias abertas da América Latina”, que fala sobre estes temas, acaba de ser convidado a inaugurar o prestigioso Prêmio Casa das Américas, como um reconhecimento a sua relevante obra.
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Eduardo Galeano e as 'Veias Abertas da America Latina'
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contecimentos se sucedem con incrível rapidez; mas a tecnologia os transmite ao público de forma ainda mais rápida. Um dia qualquer, como o de hoje, notícias importantes se sucedem com extraordinário ritmo. Um despacho telegráfico datado de ontem (11), dá textualmente a seguinte notícia: “A presidência dinamarquesa da União Europeia afirmou na quarta-feira que uma nova série de sanções europeias mais severas contra o Irã se decidirá em 23 de janeiro em razão de seu programa nuclear, atingindo não só o setor petrolífero mas também o banco central.

“‘Iremos mais longe simultaneamente no que se refere às sanções petrolíferas e contra as estruturas financeiras’” disse o chefe da diplomacia dinamarquesa Villy Soevndal, durante um encontro com a imprensa estrangeira. Pode apreciar-se com clareza que, a fim de impedir a proliferação nuclear, Israel pode acumular centenas de ogivas nucleares enquanto o Irã não pode produzir urânio enriquecido a 20%.

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Outra noticia sobre o tema, de uma conhecida qualificada agência informativa britânica noticia que: “A China não deu sinais na quarta-feira de ceder terreno às demandas dos Estados Unidos de que reduza suas compras de petróleo iraniano e considerou um excesso as sanções de Washington contra Teerã…”.
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Qualquer pessoa se assombraria com a tranquilidade com que os Estados Unidos e a civilizada Europa promovem esta campanha com uma espantosa e sistemática prática terrorista. Bastam estas linhas trasmitidas por outra importante agência europeia de notícias: “O assassinato, na quarta-feira, de um responsável pela usina nuclear de Natanz, no centro do Irã, conta três precedentes desde janeiro de 2010.”

Em 12 de janeiro daquele ano, “um físico nuclear internacionalmente reconocido, Masud Alí Mohamadi, professor na universidade de Teerã e que trabalhava para os Guardiães da Revolução, morreu na explosão de uma moto-bomba diante de seu domicílio.”
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“29 de novembro de 2010: Majid Shahriari, fundador da Sociedade nuclear do Irã e ‘encarregado de um dos grandes projetos da Organização iraniana de energia atômica’ [...] foi morto em Teerã pela explosão de uma bomba magnética fixada em seu automóvel.

“No mesmo dia, outro físico nuclear, Fereydoun Abasi Davani, foi alvo de um atentado em condições idênticas quando estacionava seu carro diante da universidade Shahid Beheshti em Teerã, onde os dois homens eram professores.” – Só ficou ferido.

23 de julho de 2011: O cientista Dariush Rezainejad, que trabalhava em projetos do ministério da Defesa, foi morto a tiros por desconhecidos que se deslocavam em uma moto em Teerã.”

“11 de janeiro de 2012: - no mesmo dia em que Ahmadinejad viajava da Nicarágua a Cuba, para dar sua conferência na Universidade de Havana - O cientista Mustafa Ahmadi Roshan, que trabalhava na usina de Natanz, da qual era vice-diretor para assuntos comerciais, morreu na explosão de uma bomba magnética colocada sobre su automóvel, perto da universidade Allameh Tabatabai, a leste de Teerã”. Como em anos anteriores, o “Irã acusou novamente os Estados Unidos e Israel.”

EPA
Dead: Iranian nuclear scientist Mostafa Ahmadi-Roshan
Trata-se de uma carnificina seletiva de brilhantes cientistas iranianos sistematicamente assassinados. Li artigos de conhecidos simpatizantes de Israel que falam de crimes realizados por seus serviços de inteligência, em cooperação com os dos Estados Unidos e a Otan, como algo normal.
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Ao mesmo tempo, desde Moscou as agências informam que “a Rússia advertiu hoje que na Síria está amadurecendo um cenário similar ao da Líbia, mas alertou que desta vez o ataque virá da vizinha Turquia.

“O secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev ( na foto abaixo, com o presidente iraniano), sustentou que o Ocidente deseja ‘castigar Damasco não tanto pela repressão à oposição mas por sua relutância em interromper sua aliança com Teerã’.”
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“…em sua opinião, na Síria está amadurecendo um cenário como o da Líbia, mas nesta oportunidade, as forças de ataque não virão da França, Grã Bretanha e Itália mas da Turquia’.”
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“Inclusive, se atreveu a adiantar que ‘é possível que Washington e Ancara já estejam definindo várias opções de zonas de exclusão de voos, onde exércitos armados de rebeldes sírios poderias ser treinados e concentrados’.”
http://www.airplane-pictures.net/images/uploaded-images/2008-2/8/10298.jpg As notícias não só procedem do Irã e do Oriente Médio, mas também de outros pontos da Ásia Central próximos ao Oriente Médio. As mesmas nos permitem apreciar a complexidade dos problemas que podem derivar-se dessa perigosa região.
Os Estados Unidos foram levados por sua contraditória e absurda política imperial a problemas sérios em países como o Paquistão, cujas fronteiras com outro importante Estado, o Afeganistão, foram traçadas pelos colonialistas sem tomar em conta cultura nem etnias.
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Neste último país, que durante séculos defendeu sua independência frente ao colonialismo inglês, a produção de drogas se multiplicou desde a invasão yanque, e os soldados europeus apoiados pelos aviões sem piloto e armamento sofisticado dos Estados Unidos cometem embaraçosas matanças que incrementam o ódio da população e afastam as possibilidades de paz. Isso e outras imundícies também se refletem nos despachos das agências ocidentais de notícias.
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“Washington, 12 de janeiro de 2012 - O secretário estadunidense da Defesa, Leon Panetta, qualificou nesta quinta-feira de ‘absolutamente lamentável’ o comportamento de quatro homens apresentados como marines norte-americanos urinando sobre cadáveres no Afeganistão em um vídeo difundido pela internet.
“Vi as imgens e encontro o comportamento (desses homens) absolutamente lamentável…”
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“‘Este comportamento é totalmente inapropriado da parte de membros do exército estadunidense e não reflete em nenhum caso os critérios e os valores que nossas forças armadas juram respeitar’…”

Na realidade, nem o afirma nem o nega. Qualquer pessoa pode ficar com a dúvida e possivelmente o próprio secretário da Defesa.
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Leon Panneta
Mas também é extremamente desumano, que homens, mulheres e crianças, ou um combatente afegão que luta contra a ocupação estrangeira, seja assassinado pelas bombas dos aviões sem piloto. Algo também muito grave: dezenas de soldados e oficiais paquistaneses, que cuidavam das fronteiras do país, têm sido destroçados por essas bombas.

Em declarações do próprio Hamid Karzai (foto abaixo com a secretária Clinton), presidente do Afeganistão, este expressou que o ultraje aos cadáveres era “’simplemente desumano’, e pediu ao governo estadunidense que ‘aplique o castigo mais severo a quem quer que seja que acabe sendo condenado por este crime’.”
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Porta-vozes dos talibãs declararam que “‘nos dez últimos anos se deram centenas de atos similares que não foram revelados’…”

Inclusive sente-se lástima por aqueles soldados, separados de familiares e amigos, a milhares de quilômetros de sua própria pátria, enviados para lutar em países que nem sequer talvez nem tenham ouvido falar quando estavam nas escolas, onde lhes atribuem a tarefa de matar ou morrer para enriquecer empresas transnacionais. 
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Fabricantes de armas e políticos inescrupulosos, que dilapidam a cada ano os fundos que são necessários para a alimentação e a educação dos incontáveis milhões de famintos e analfabetos no mundo.
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Não poucos desses soldados, vítimas dos traumas sofridos, terminam privando-se de sua própria vida.
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Por acaso exagero quando afirmo que a paz mundial pende por um fio?


Fidel Castro Ruz
12 de janeiro de 2012



Fonte: Cubadebate

Tradução da redação do Vermelho
*MilitânciaViva

Cravos para Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht



Milhares de pessoas participaram em Berlim na homenagem a Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, assassinados 15 dias depois de terem fundado o Partido Comunista da Alemanha (KPD), faz este domingo 93 anos. As comemorações incluiram um comício "contra o poder dos bancos", com a ativista chilena Camila Vallejo e dirigentes da esquerda alemã.
Memorial dos Socialistas no cemitério Friedrichsfelde, em Berlim.
Memorial dos Socialistas no cemitério Friedrichsfelde, em Berlim. Foto PPCC Antifa/Flickr

Na parte da manhã teve lugar a cerimónia tradicional da deposição de cravos vermelhos no memorial aos dois dirigentes revolucionários alemães, com a presença de figuras do Die Linke como os presidentes Gesine Lötzsch e Klaus Ernst, Gregor Gysi e Oskar Lafontaine.
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A manifestação que se seguiu contou com a presença de milhares de pessoas que fizeram ouvir o protesto contra o capitalismo, o governo de Angela Merkel e o poder dos bancos. Este foi também o tema forte do comício da tarde, a que aos dirigentes da esquerda alemã e do Partido da Esquerda Europeia (PEE) se juntou Camila Vallejo, a dirigente estudantil chilena que tem protagonizado a maior mobilização social do país nos últimos anos. O deputado bloquista Luís Fazenda esteve presente nesta jornada de homenagem e de luta da esquerda na Alemanha, a convite do PEE.


Texto de Renato Soeiro, publicado na passagem dos 90 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht.
É uma evocação de grande significado para a esquerda alemã que, naquele dia fatídico perderia, de uma forma violenta, os seus dois principais dirigentes revolucionários. Desde então, ano após ano, a população de Berlim vai neste dia ao cemitério de Friedrichsfelde mostrar que não esqueceu nem os mortos, nem os responsáveis.

Estes 90 anos de romagens atravessaram todos os difíceis anos 20, o regime nazi, a guerra, a República Democrática Alemã, a reunificação do país, a União Europeia.


Assumiu primeiro a forma de ato de revolta e protesto, depois de ação quase clandestina, após a Segunda Guerra a forma de ato oficial com pompa de Estado, nos anos 90 de afirmação contra a indiferença e o esquecimento. Mas, havendo ou não convocatória e organização oficial ou partidária, dezenas de milhares de berlinenses rumam, naquelas frias manhãs de janeiro, ao cemitério para deixar uma flor.
Não uma flor qualquer: tem de ser um cravo vermelho. Uma flor com história política na Alemanha. Quando os manifestantes do 1° de maio foram proibidos de transportar bandeiras vermelhas e quando a polícia lhes arrancava mesmo da banda do casaco uma tira vermelha que simbolizava a bandeira interdita, transportar na mão uma flor foi a solução criativa e resistente para que maio continuasse vermelho. O cravo, flor do maio dos trabalhadores alemães, foi o símbolo espontaneamente escolhido pelos que em 1920 vieram comemorar, pela primeira vez, o aniversário do assassinato.
Os últimos dias
Estes eram tempos de grande tensão na Alemanha. No início da guerra, em 1914, Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht, então proeminentes figuras do Partido Social Democrata (SPD), estão entre os mais determinados opositores à guerra que começa e à decisão parlamentar de votar o orçamento necessário para o esforço de guerra, que a maioria do SPD considerava um imperativo nacional. Uma cisão dá então origem à liga Spartakus, que organiza aqueles que não só se opõem ao esforço de guerra, como trabalham para que a guerra se transforme numa revolução socialista. Na sequência desta atividade política, Rosa e Karl serão presos em 1916. Em novembro de 1918, uma revolução destitui o Kaiser e devolve-lhes a liberdade. Estávamos no dia 8. No dia seguinte, Liebknecht, de uma varanda da residência fortificada do Kaiser, proclama a República Socialista Livre (Freie Sozialistische Republik). Nessa mesma noite, o SPD declara, a partir do Reichstag, a República de Weimar.
Juntos e em liberdade, Luxemburg e Libknecht reorganizam a liga Spartakus, fundam o jornal Bandeira Vermelha e, no dia 14 de dezembro, publicam o novo programa revolucionário da liga. Entre os dias 29 e 31, mesmo no fim do ano de 1918, realizam um congresso, conjuntamente com mais duas organizações, uma de socialistas independentes e outra de comunistas internacionalistas. As três fundem-se nesse congresso e, no dia 1 de janeiro de 1919, anunciam que nasceu o novo Partido Comunista da Alemanha (KPD).
O novo ano começa com mais levantamentos revolucionários em Berlim. O novo Chanceler, Friedrich Ebert, do SPD, dá ordens ao Freikorps, uma força de elite de tendência ultraconservadora, para esmagar a revolta. No dia 15, os militares do Freikorps prendem Rosa Luxemburg e Karl Libknechet, entre outros revolucionários. Às 20:45, um carro chega ao hotel Eden, sede do Freikorps, com Rosa sob prisão. 10 minutos depois chega outro carro transportando Libknecht. O capitão Pabst interroga-os sumariamente e ordena que sejam eliminados. Rosa, recebe uma coronhada, é arrastada para um carro e é abatida com um tiro na cabeça. O seu corpo é levado e às 22:30 o carro regressa e os seus ocupantes informam que o cadáver foi lançado ao rio Spree. Só viria a ser encontrado meses mais tarde, no dia 1 de junho.
O outro carro, que levou Libknecht, regressa pelas 23:00 com a missão cumprida de uma forma algo diferente. O preso foi levado vivo, foi maltratado e assassinado nos jardins junto ao Zoo de Berlim. O corpo foi entregue na morgue, sem qualquer identificação.

O oficial de baixa patente que executou a ordem de disparar sobre Rosa, Otto Runge, recebeu papéis falsos e dinheiro para desaparecer. Mas viria mais tarde a ser levado a julgamento. Pediram-lhe que confessasse o duplo homicídio, mas dizendo que tinha sido um ato de iniciativa individual devido a problemas de insanidade mental. Foi condenado a 25 meses de prisão, mas poucos meses depois já estava em liberdade. O regime nazi viria mesmo a atribuir-lhe uma recompensa pelo seu ato.


Os oficiais superiores que deram as ordens e organizaram a operação nunca foram julgados. Um deles, o capitão Pabst, que interrogou Rosa e Karl e terá dado a ordem de execução, numa entrevista dada em 1962 à revista "Der Spiegel", reiterou que tinham sido o ministro da defesa e o próprio chanceler Friedrich Ebert, ambos do SPD, que tinham dado a aprovação para as suas ações.
Ironia da história. Hoje a grande fundação ligada ao partido alemão da esquerda, Die Linke, é a Fundação Rosa Luxemburg. E a grande fundação dos sociais-democratas, ligada ao SPD, é a Fundação Friedrich Ebert. A política alemã não se compreende sem ter sempre o livro de história na mão.
A Alemanha é verdadeiramente o país onde tenho sentido, como em nenhum outro, a presença constante do último século, com todo o seu peso e todo o seu dramatismo. Mas talvez só a sua história contenha todo aquele denso emaranhado de emoções e dramas que consegue impelir, ano após ano, tantos milhares de pessoas a percorrerem longos caminhos de neve para depositarem um cravo vermelho numas pedras com uns nomes gravados. Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht - Die Toten mahnen Uns.


Ouça aqui a conferência do pensador marxista brasileiro radicado em França Michael Löwy sobre Rosa Luxemburgo, integrada no ciclo "Pensar os Pensadores do Socialismo", organizado pela CULTRA.
*Cappacete

Serra e Kassab mentiram ao afirmar que não sabíam da PM na cracolândia



Quando a operação cracolândia repercutiu negaticamente depois de críticos acusaram a ação de ser meramente “higienista”, pela falta de políticas sociais e de saúde, a Folha saiu em socorro do governador de São Paulo Geraldo Alckimin (PSDB) e Kassab, o prefeito paulista do PSD. Segundo matérias publicadas no jornal na semana passada,nenhum dos dois governantes sabíam o que estava acontecendo no centro de São Paulo. Também,desconheciam que a polícia, sob seu comando, estivesse dando cassetetada, usando gás pimenta, cavalaria e bombas de efeito moral para afastar os dependentes de crack da região onde se pretende criar um complexo imobiliário.

Hoje,a Folha resolveu voltar atrás e publicar o que nós ja denunciamos aqui no blog  no dia 11 de janeiro

Ou seja; Alckmin e Kassab mentiram.Eles legalizaram sim a tortura em São Paulo

Foi dos dois a idéia de acabar com cracolândia pela estratégia de 'dor e sofrimento'. 

Dia 07/01, a manchete do jornal O Estado de São Paulo "Alckmin e Kassab não sabiam de ação da Cracolândia" 

Matéria da Folha dessa segunda-feira 16/01


Encontro ocorrido em 1º de dezembro pôs fim à hesitação entre priorizar intervenção policial ou políticas sociais

Começo da operação também foi motivado pelo temor de que a gestão Dilma e o PT se apropriassem do tema

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) deram aval ao uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia, centro de São Paulo, em reunião no dia 1º de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes.Troca de e-mails e uma bateria de reuniões -uma delas com cem homens, na PM- antecederam a ação.

Alckmin e Kassab debateram com secretários da área social e de segurança medidas de combate ao tráfico, incluindo a ação policial ostensiva. Até então, eles hesitavam sobre a polícia. No governo, havia a tese de que era problema social e de Kassab.

Já a prefeitura era palco de disputa entre duas correntes. Uma delas defendia que a solução estava nas políticas sociais, mas, quatro meses depois, prevaleceu a tese, compartilhada pelo secretário Januário Montone (Saúde), de que, sem repressão policial, estariam "enxugando gelo".

O comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, defendeu janeiro, pois, com a cidade esvaziada pelas férias, seria possível destinar mais policiais para a ação.

"Definimos com outros órgãos que a operação aconteceria em janeiro", disse.

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Alda Marco Antonio, exibiu o modelo de tendas para viciados. Os secretários de Saúde listaram vagas para tratamento.

No dia 29 de dezembro, o núcleo de segurança desenhou a operação. A data -terça-feira, 3 de janeiro- foi fixada pelo comandante do centro, coronel Pedro Borges.

"A ação ia começar na segunda-feira. Mas como a segunda é um dia sem véspera, porque domingo é plantão, decidi esperar mais um dia para poder conversar com a tropa", afirma Borges.

Da reunião que decidiu a data participou o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool, José Florentino Filho. Alda foi informada nesse dia.

POLÍTICA

A definição de data e hora teve combustível político. No dia 23 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram em São Paulo a participação dos movimentos sociais no plano "Crack, é possível vencer".

Atento à movimentação e sob cobrança do eleitorado, Alckmin temia que o PT assumisse a bandeira. Padilha é tido como potencial candidato ao governo em 2014.

Na prefeitura, o medo era que a União se apropriasse do programa municipal de atendimento móvel aos dependentes, hoje com 27 equipes.

Em dezembro, a gestão Dilma lançou o programa de consultórios de rua, que prevê o transporte de profissionais de saúde em uma van com a marca do governo.

A prefeitura só aderiu depois que a União abriu mão da exibição do símbolo. Até hoje, o governo federal se queixa de não ter sido informado sobre a operação.

Após críticas da Promotoria, do Judiciário e da Defensoria Pública, o governo proibiu o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar usuários. 
*osamigosdopresidentelula

Estudo mostra que o Aquífero Guarani está contaminado por agrotóxicos

O Aquífero Guarani, manancial subterrâneo de onde sai 100% da água que abastece Ribeirão Preto, cidade do nordeste paulista localizada a 313 quilômetros da capital paulista, está ameaçado por herbicidas.
A conclusão vem de um estudo realizado a partir de um monitoramento do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) em parceria com um grupo de pesquisadores, que encontrou duas amostras de água de um poço artesiano na zona leste da cidade com traços de diurom e haxazinona, componentes de defensivo utilizado na cultura da cana-de-açúcar.
No período, foram investigados cem poços do Daerp com amostras colhidas a cada 15 dias. As concentrações do produto encontradas no local foram de 0,2 picograma por litro – ou um trilionésimo de grama. O índice fica muito abaixo do considerado perigoso para o consumo humano na Europa, que é de 0,5 miligrama (milésimo de grama) por litro, mas, ainda assim, preocupa os pesquisadores, que analisam como possível uma contaminação ainda maior.
No Brasil, não há níveis considerados inseguros para as substâncias. Ainda assim, a presença do herbicida na zona leste – onde o aquífero é menos profundo – acende a luz amarela para especialistas. Segundo Cristina Paschoalato, professora da Unaerp que coordenou a pesquisa, o resultado deve servir de alerta. “Não significa que a água está contaminada, mas é preciso evitar a aplicação de herbicidas e pesticidas em áreas de recarga do aquífero”, disse ela.
O monitoramento também encontrou sinais dos mesmos produtos no Rio Pardo, considerado como alternativa para captação de água para a região no longo prazo. “Isso mostra que, se a situação não for resolvida e a prevenção feita de forma adequada, Ribeirão Preto pode sofrer perversamente, já que a opção de abastecimento também será inviável se houver a contaminação”.
Aquífero ameaçado
O Sistema Aquífero Guarani, que faz parte da Bacia Geológica Sedimentar do Paraná, cobre uma superfície de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, sendo 839., 8 mil no Brasil, 225,5 mil quilômetros na Argentina, 71,7 mil no Paraguai e 58,5 mil no Uruguai. Com uma reserva de água estimada em 46 mil quilômetros quadrados, a população atual em sua área de ocorrência está em quase 30 milhões de habitantes, dos quais 600 mil em Ribeirão Preto.
A água do SAG é de excelente qualidade em diversos locais, principalmente nas áreas de afloramento e próximo a elas, onde é remota a possibilidade de enriquecimento da água em sais e em outros compostos químicos. É justamente o caso de Ribeirão, conhecida nacionalmente pela qualidade de sua água.
Para o engenheiro químico Paulo Finotti, presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente (Soderma), Ribeirão corre o risco de inviabilizar o uso da água do aquífero in natura. “A zona leste registra plantações de cana em áreas coladas com lagos de água do aquífero. É um processo de muitos anos, mas esses defensivos fatalmente chegarão ao aquífero, o que poderá inviabilizar o consumo se nada for feito”, explica.
Já para Marcos Massoli, especialista que integrou o grupo local de estudos sobre o aquífero, a construção de casas e condomínios na cidade, liberada através de um projeto de lei do ex-vereador Silvio Martins (PMDB) em 2005, é extremamente prejudicial à saúde do aquífero. “Prejudica muito a impermeabilidade, o que atinge em cheio o Aquífero”, diz.
Captação
Outro problema que pode colocar em risco o abastecimento de água de Ribeirão no médio prazo é a extração exagerada de água do manancial subterrâneo. Se o mesmo ritmo de extração for mantido, o uso da água do Aquífero Guarani pode se tornar inviável nos próximos 50 anos em Ribeirão Preto.
A alternativa, além de reduzir a captação, pode ser investir em estruturas de captação das águas de córregos e rios que, além de não terem a mesma qualidade, precisam de investimentos significativamente maiores para serem tratadas e tornadas potáveis. A perspectiva já é considerada pelos estudiosos do chamado Projeto Guarani, que envolveu quatro países com território sobre o reservatório subterrâneo. O cálculo final foi entregue no fim do ano.
O mapeamento mostrou que a velocidade do fluxo de água absorvida pela reserva é mais lenta do que se supunha. Pelas contas dos especialistas, a cidade extrai 4% mais do que poderia do manancial. A média de consumo diário de água em Ribeirão é de 400 litros por habitante, bem acima dos 250 litros da média nacional. Por hora, a cidade tira do aquífero 16 mil litros de água. Vale lembrar que a maior parcela de água doce do mundo, algo em torno de 70%, está localizada, em forma de gelo, nas calotas polares e em regiões montanhosas.
Outros 29% estão em mananciais subterrâneos, enquanto rios e lagos não concentram sequer 1% do total. Entretanto, em se tratando da água potável, aproximadamente 98% se encontram no subsolo, sendo o Aquífero Guarani a maior delas. A alternativa para não desperdiçar esses recursos é investir em reflorestamento para garantir a recarga do aquífero, diz o secretário-geral do projeto, Luiz Amore.
*comtextolivre

Não, não é piada: Brasil importou 1 bilhão de álcool dos EEUU

Etanol importado dos EUA para o país dispara em 3 anos: 54.900%
Desnacionalização, monopolização e câmbio arrasam a produção nacional de etanol e fazem o de milho invadir o Brasil
    Em 2011, o país importou 1 bilhão e 100 milhões de litros de etanol de milho dos EUA, um aumento de 1.384,8% em relação a 2010.
Nesse ano (2010), o ex-ministro Delfim Netto, com aquela verve que às vezes lhe caracteriza, disse aos empresários da Federação de Comércio de São Paulo:
... parece que com a taxa de câmbio de R$ 1,60 já podemos importar o etanol de milho dos EUA...” (ver HP, 23/11/2010).
Delfim provocou frouxos de risos entre os empresários. Era muito absurda a ideia de que um país que cultiva cana-de-açúcar há 500 anos, que até foi o primeiro a introduzir seus derivados no mercado mundial, que tem 2,9% de sua imensa área agricultável ocupada pela cana, e que há 40 anos inventou o uso do álcool como combustível automotivo, pudesse importar etanol de milho dos EUA – até porque o custo de produção deste é bem maior que o nosso: como apontou o diretor da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, para produzir a mesma quantidade de etanol, a produção a partir do milho dispende, no mínimo, oito vezes mais energia do que a produção a partir da cana.
Infelizmente, o ovo da serpente bêbada já tinha saído da casca: naquele mesmo ano de 2010, o Brasil importou 74,084 milhões de litros de etanol de milho dos EUA, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Não era muito significativo, quando comparado ao nosso consumo, mas era um sinal.
Agora, em 2011, aumentamos em 1.384,8% as importações de etanol dos EUA, alcançando 1,1 bilhão de litros. Um verdadeiro grande salto para trás.
Num país como o nosso, levantar que o problema foram as condições climáticas parece piada numa cultura, como a cana-de-açúcar, que existe do Sul ao Nordeste. E, antes que alguém (na verdade, já aconteceu) levante que esse é um grande negócio para o Brasil, pois ao mesmo tempo que importamos etanol dos EUA, também exportamos para lá (?!), observemos que as exportações de etanol do Brasil, de 2008 a 2011, caíram nada menos do que 70% - de 4,7 bilhões de litros para 1,4 bilhão de litros (cf.  UNICA, Marcos Jank, “The rise of ethanol imports: trends in Brazil’s ethanol market”, set./2011, p. 23).
Enquanto isso, as importações de etanol, que eram desprezíveis em 2008 (2 milhões de litros) cresceram para 1,1 bilhão de litros em 2011. Ou seja, de 2008 a 2011, cresceram 54.900% e estão quase empatando com as exportações (cf. UNICA, trab. cit., mesma p.).
A SECEX informa de onde vêm essas importações: 97,6% delas vêm dos EUA.
O que aconteceu com o setor de etanol, que há poucos anos era uma verdadeira grife brasileira, um anunciado e já carimbado passaporte para o futuro?
Primeiro, ele foi brutalmente desnacionalizado. Na apresentação da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) que acabamos de citar, realizada nos EUA, isso aparece com o nome nada sutil de “strong consolidation”: a Shell é agora proprietária da Cosan e da NovaAmérica; a British Petroleum é agora dona da CNAA e da Tropical Bioenergia; a Bunge tomou o Grupo Moema; a Louis Dreyfus tomou o Grupo Santa Elisa; o Noble Group levou o Grupo Cerradinho; a Shree Renuka Sugars pegou o Grupo Equipav; a Tereos tomou parte do Grupo Guarani, a Vertente e a Mandu (cf. “The rise of ethanol imports: trends in Brazil’s ethanol market”, p. 10).
Dos grupos e empresas importantes no setor, só não são estrangeiros a ETH, que pertence aos monopolistas da Odebrecht, a São Martinho, que a Petrobrás adquiriu, e a sociedade da mesma Petrobrás com os franceses da Tereo, no Grupo Guarani.
Notemos que o setor de etanol cresceu 10,4% ao ano de 2003 a 2008. Depois da desnacionalização, o crescimento anual caiu para 3,6% de 2009 a 2011, período em que o aumento da frota de carros flex atingiu 40% (UNICA, op. cit., p. 7 e 8).
Multinacionais são sempre monopólios. Investem o mínimo para lucrar mais. Assim, o que elas fizeram foi se apoderar do que as empresas brasileiras já tinham construído – a construção de novas usinas, que havia crescido de nove (2005) para 19 (2006), 25 (2007) e 30 (2008) caiu para 19 (2009), 10 (2010) e 5 (2011). Portanto, deixaram de investir, apesar da generosidade do BNDES com essas multinacionais.
Mas não foi um mecanismo econômico inconsciente que estrangulou a produção nacional de etanol. Segundo o sr. Paulo Costa, secretário-executivo da IETHA (International Ethanol Trade Association – a entidade das multinacionais do setor), “a concentração e consolidação do segmento em mãos de empresas financeiramente sólidas e melhor conhecedoras dos fundamentos de mercado fizeram com que o consumo fosse administrado através de uma oferta controlada por preços elevados” (ver HP, 24/06/2011).
Em suma, o que houve foi monopólio, cartelização do setor. O sr. Costa, um ex-executivo da Cargill, não se referiu ao estancamento dos investimentos após a desnacionalização do setor. Mas isso faz parte do perfil de sua especialidade. Para que as multinacionais iriam investir? Para baixar o preço do etanol com o aumento da produção?
Por tudo isso, parece algo delirante a estimativa do presidente da UNICA, Marcos Jank, de que os estrangeiros construirão, até 2020, mais 120 usinas (cf. Jank e Perina, “O Movimento Mais Etanol”, OESP, 14/12/2011).
Porém, mesmo que as multinacionais fizessem isso, em oito anos isso significaria apenas 15 novas usinas por ano – um número, portanto, inferior aos de 2006, 2007 e 2008.
Segunda questão: o câmbio. Com as taxas de câmbio vis-à-vis o dólar que os altos juros provocam no Brasil, até importar etanol de milho dos EUA no país da cana-de-açúcar (e do etanol) torna-se vantajoso. Como o ex-ministro Delfim Netto já havia tocado na questão, resta-nos apenas enfatizar: se a Groenlândia tivesse esses juros e essa taxa de câmbio, alguma multinacional iria importar sorvete para vender aos esquimós.
CARLOS LOPES
*Gilsonsampaio

Em apoio à Argentina, Brasil mantém decisão sobre navios procedentes das Ilhas Malvinas

Via Hora do Povo
O governo brasileiro, através do Itamaraty, confirmou o apoio à Argentina e manteve a decisão, aprovada na Cúpula dos Países do Mercosul, realizada em dezembro, de não autorizar que embarcações com bandeiras das Ilhas Malvinas atraquem em seus portos. A manifestação, comunicada pelo Itamaraty ao governo argentino, é uma resposta às pressões feitas pelo ministro das Relações Exteriores britânico,William Hague, contra o pleito de soberania da Argentina sobre a região.
Os governos do Chile e do Uruguai acompanharam a posição brasileira e também anunciaram solidariedade à Argentina. A decisão tomada na reunião do Mercosul foi de apoio à reivindicação da Argentina sobre o território, atualmente ocupado pela Grã-Bretanha. Em 1982 a Argentina decidiu retomar as Ilhas Malvinas ocupadas pela Inglaterra desde 1833. Houve uma guerra entre os dois países e a Inglaterra, com superioridade militar, insistiu em manter a ocupação sobre a região.
Em comunicado conjunto, após os ataques feitos pelo ministro britânico ao governo argentino, o Brasil, o Uruguai e o Chile confirmaram que não modificaram sua decisão de apoio ao país vizinho, tomada na última cúpula do Mercosul. Na época foi acordado que nenhum país do bloco permitiria a entrada de navios das Ilhas Malvinas em seus portos. 
*Gilsonsampaio

O Irã não é nosso inimigo.


*vodpod.com