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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 05, 2012

Fascismo esmaga a solidariedade

Por Marcelo Semer, no blog Sem Juízo:


Meses atrás, manchetes de grandes jornais davam conta de que cem mil presos iam sair das cadeias da noite para o dia com a nova lei das prisões.

A fotografia de uma delegacia em Goiás nesta semana, com detentos jogados ao chão e algemados na parede por falta de vagas dá bem o retrato do embuste que foi a criação dessa expectativa.

Mas o discurso do medo teve lá a sua serventia. Como diz o escritor Mia Couto, "Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos. Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas".



Esse discurso elevado propositadamente à enésima potência tem servido para legitimar, se é que o verbo pode se adequar a hipóteses tão dramáticas, a política de ordem e disciplina que vem pouco a pouco se instalando em corações e mentes.

A forte repressão, policial e jurídica, à marcha da maconha; a tropa de choque contra estudantes na USP; a polícia na linha de frente da saúde pública, na Cracolândia; o abrupto despejo de milhares de almas em Pinheirinho.

Como drogados, estudantes rebeldes, famílias inteiras foram submetidas a doses de dor e sofrimento em nome do restabelecimento da ordem. Afinal, onde ficaria o respeito à propriedade privada e à decisão judicial?

Mas será que um terreno de um milhão de metros quadrados vazio por décadas, ao lado de milhares de pessoas que não têm onde morar, também não seria por si só uma violação da ordem?

Com o apoio de um certo terror midiático, que busca convencer que o fim do mundo está na próxima esquina, as políticas de estado vão sendo paulatinamente subordinadas a decisões bélicas -é basicamente disso que se trata quando a PM prepara por meses a inteligência de suas intervenções.

Acontece com frequência incomum na São Paulo atual, mas não apenas nela. Militarização e repressão tem se espalhado por outros cantos do país.

A supervalorização da ordem desconsidera, sobretudo, a solidariedade, fundamento dos principais objetivos de nossa República.

Eles ainda estão lá perdidos no art. 3º, da Constituição e lidos hoje parecem pouco mais do que contos de fada: "construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos...".

Se isso tudo que está no coração da Lei Maior não vale nada, como ensinar ao povo que a lei deve ser cumprida? Com a força e pronto.

O pior de tudo é que nossa experiência recente ensinou que a solidariedade, além de justa, produz efeitos colaterais irrenunciáveis.

As políticas de transferência de renda vitaminaram uma considerável ascensão social e revigoraram o mercado interno consumidor, importante para amortecer o peso da crise mundial.

É preciso apostar mais nas pessoas e não menos. Emancipar o povo fará do Brasil um país muito melhor -sacrificá-lo, o devolverá ao passado, não à modernidade que tanto se apregoa.

Afinal, privilegiar a ordem sem solidariedade é investir na mera dominação. Usar a polícia para tutelar a propriedade privada é coisa que se faz no país desde a escravatura. Mas a supervalorização da ordem que se vê hoje pode ir além do que o tradicional predomínio do mais forte: é um passaporte para o fascismo.

Um jornalista da Rede Record chorou em plena produção da reportagem quando viu uma criança de dois anos, chupeta na boca, sentada sobre um tijolo de sua casa despedaçada em Pinheirinho, talvez sem entender o que acontecia.

Também foi impossível ver a imagem do preso goiano deitado e algemado na parede e não se lembrar da amarra de um animal indócil.

Quiçá possamos ser um pouco reféns dessas imagens que nos perturbam e nos comovem.

Para além dos cálculos e dos códigos, dos cassetetes e dos tratores, existem vidas esperando ser simplesmente consideradas.

Por quanto tempo vamos ignorá-las?

PRESIDENTE DA CAMARA DOS DEPUTADOS AMEAÇA 'COLOCAR FOGO' NA REPÚBLICA - CPI DA PRIVATARÍA TUCANA VAI SAIR DA GAVETA!

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Maia tira CPIs da gaveta e põe oposição na mira

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No primeiro dia da volta do recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), criou três comissões parlamentares de inquérito, deixando a oposição na mira da CPI da Privataria. Desde que assumiu o cargo há um ano, Maia vinha barrando todos os pedidos de CPI. Agora, além das três abertas na quinta-feira, há mais duas na lista de espera: a que busca apurar o pagamento dos royalties da mineração e o pedido de investigação de privatizações no País com base no livro A Privataria Tucana.
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As regras da Câmara permitem o funcionamento de cinco CPIs ao mesmo tempo. Maia tem em mãos um instrumento de pressão sobre a oposição, com potencial de desgaste político ainda maior em um ano eleitoral. 
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O livro usado no requerimento de CPI, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., aborda a chamada era das privatizações do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
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O pedido foi apresentado pelo deputado Delegado Protógenes do PC do B-SP (foto acima), com o apoio de 184 parlamentares, no encerramento dos trabalhos legislativos em dezembro. Ele pede a investigação das denúncias de "irregularidades e lavagem de dinheiro" citadas no livro. Protógenes argumenta que as situações relatadas "constituem ameaças reais à democracia brasileira e por isso são preocupações atuais de todos brasileiros" e que são acontecimentos "que ainda repercutem na política brasileira pondo em risco o projeto de democracia" e que continuarão a repercutir caso não sejam tomadas providências.
Comissões

VITÓRIA DE PUTY:  COM  MAIA EM BRASÍLIA, CPI DO TRÁFEGO SAI DA GAVETA

As CPIs já criadas por Maia vão investigar o tráfico de pessoas, a exploração sexual de menores e o trabalho escravo. O pedido para apurar o tráfico de pessoas, apresentado pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS), esperava a decisão de Maia desde março do ano passado.
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Os outros dois requerimentos, do deputado paraense Cláudio Puty, do PT (ao centro com Marcos Maia), e da deputada Liliam Sá (PSD), respectivamente, foram apresentados em abril e em julho.
*MilitânciaViva

psdb-SP: de 40.000 para 8.500 filiados, mas deve ser menos





Da Folha
PSDB-SP revisa lista, e número de filiados ativos cai à metade
Pressionado pelos pré-candidatos e confrontado com inconsistências nos dados, o PSDB paulistano decidiu revisar sua lista de filiados, hoje com quase 22 mil nomes, e descobriu que os militantes ativos do partido não chegam à metade desse número.
O partido vai entregar uma nova lista aos quatro tucanos inscritos nas prévias -- os secretários estaduais Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia), além do deputado Ricardo Trípoli.
Até a última sexta-feira, a relação tinha cerca de 8.500 nomes. É a segunda vez que o PSDB revê seu número de filiados. A primeira contagem tinha cerca de 40 mil nomes.
Os primeiros a perceber as falhas foram os próprios pré-candidatos, que, ao tentar fazer contato para pedir votos para as prévias, viram que havia nomes de eleitores que já morreram e pessoas que não têm vínculo com a legenda.
"São pessoas que mudaram de São Paulo ou mesmo que mudaram de opinião e que não estão mais conectadas ao partido. Isso é natural e estamos tentando limpar essas incorreções", afirmou o presidente municipal da sigla, Julio Semeghini.
Para testar a atual lista, a reportagem telefonou para os 36 eleitores de Parelheiros (bairro de periferia na zona sul de São Paulo) que têm o número do telefone celular na lista dos tucanos.
Só dois estavam corretos e, desses, só um se disse simpatizante do PSDB. O outro, Rodrigo Gabriel Soares, diz que se filiou para ajudar um amigo, mas que não olha para partido quando vota. "Se eu pudesse sair [da lista], seria bom. Recebo muita propaganda dessas prévias e não estou interessado."
As falhas vão além. No último domingo, reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" identificou entre os filiados simpatizantes do PT e eleitores que acabaram no cadastro do PSDB depois de ter feito inscrição em programas sociais do governo estadual, comandado pelos tucanos.
A direção do partido e os quatro pré-candidatos calculam que de 4.000 a 6.000 saiam de casa para votar nas prévias, em 4 de março.
*AmoralNato

Assim Nasceu a #Privataria Tucana

"Assim Nasceu a Privataria" é um vídeo editado a partir do programa Jogo do Poder (CNT), que foi ao ar no dia 09/09/2009, no qual Alon Feuerwerker entrevista o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Verifica-se que desde aquela época, o brilhante político Ciro Gomes já desnudava a "Privataria Tucana" que ocorria no governo de FHC o qual contava com José Serra como seu ministro. Tais fatos foram documentados, comprovados e revelados nos nossos dias atuais pelo jornalista e escritor Amaury Ribeiro Jr, em sua obra entitulada "A Privataria Tucana", fruto de 12 anos de trabalho de pesquisa. "Penas Amestradas" = Mídia manipulada pelo PSDB, nesse caso, José Serra. Privataria = Privatização + Pirataria.
*Ajusticeiradeesquerda

Charge do Dia

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Marcha Contra o RACISMO, a Higienização Sócio Racial e a Criminalização da Pobreza
DIA 11 DE FEVEREIRO
SÁBADO
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Concentração às 14h
Praça do Metro Santa Cecília - SP

O Estado, racista, oprime a todos nós!
“Quantas guerras vou ter que vencer por um pouco de paz?”
Basta de racismo, “higienização” sócio-racial e criminalização da pobreza
Passados 124 anos da abolição da escravidão, a população negra continua sendo o alvo preferencial da violência do Estado e das elites brasileiras. Seja através das ações diretas do Estado, como a Polícia Militar, ou no cotidiano das relações sociais, o racismo segue como importante dinamizador da opressão e da barbárie no Brasil.
No curto período de 45 dias, em plena “virada de ano”, assistimos situações que não deixam dúvidas de que o racismo permeia e motiva ações de violência e desrespeitos à dignidade e aos direitos humanos da população.
Racismo em todos os cantos
No início de dezembro, todos souberam do caso de Ester Elisa da Silva Cesário, negra, de 19 anos, que trabalhava como estagiária no colégio Internacional Anhembi Morumbi a
té que sua chefe exigiu que ela alisasse o cabelo para permanecer no emprego. Pouco depois, um menino etíope, de seis anos, foi jogado para fora do restaurante Nonno Paolo ao ser “confundido” com uma criança de rua.
Já no início do ano, soubemos da lamentável história do jovem negro Michel Silveira, que foi preso de forma irregular, ficando dois meses encarcerado, acusado injustamente por um assalto, apesar de várias testemunhas comprovarem que, na hora do roubo, ele estava no seu local de trabalho.
No mesmo período, as imagens de outro jovem negro, Nicolas Barretos, sendo agredido por um policial militar racista, dentro da USP, ganharam as redes sociais expondo algo que há se sabe: a USP quer se manter como um espaço da elite (ou seja, branco). E para tal, inclusive, esta ameaçando de fechamento a principal entidade de combate ao racismo no seu interior: o Núcleo de Consciência Negra.


Cracolândia, Moinho, Pinheirinho: o racismo também esteve lá!
Enquanto isso, no centro da cidade, a Favela do Moinho “pegou fogo” e as 500 famílias foram jogadas a sua própria sorte. E bem perto dali, na “Cracolândia”, a prefeitura e o governo do Estado, ao invés de tratarem a dependência química como um problema social e de saúde, investiram na repressão e em sucessivos ataques, causando apenas, como eles próprios denominaram a operação, “dor e sofrimento”.


A mesma dor e sofrimento que foram enfrentados no Pinheirinho, em São José dos Campos, onde, depois de 8 anos de luta, seis mil pessoas viram seus sonhos e casas destruídos, pelo governador Alckmin e o prefeito da cidade apenas para beneficiar um corrupto confesso, Naji Nahas.
E não há dúvidas que o racismo também marcou estas histórias, como sempre, lado a lado com a exploração econômica e a marginalização social. Afinal, não há nenhuma dúvida sobre a “cor” da maioria dos homens e mulheres que viviam nestas comunidades: negros e negras.
Estado racista e opressor!
Lamentavelmente, o Brasil é um país onde cabelo liso é padrão estético e corporativo; pobreza é crime e problemas que deveriam ser tratados por médicos viram caso “de polícia”. Este é um país onde ser negro e pobre é passível de “punição”, prisão e morte. No entanto, nada acontece com o colégio que discriminou

nem com o restaurante que humilhou nem com o delegado que prendeu sem provas ou com o PM que atacou o estudante. Muito menos com quem ateou fogo ao Moinho, decidiu “dedetizar a luz”, tratando gente como ratos, ou esteve à frente da tropa que invadiu o Pinheirinho.
Nada acontece, porque a impunidade, a “justiça” e as autoridades do Estado estão do lado destes “senhores”, para garantir seus privilégios. O racismo brasileiro é isso: assassinato direto e indireto, maus tratos, falta de políticas públicas, desleixo, naturalização da desgraça, criminalização da pobreza.
Em todos os casos, em uma ponta, oprimindo e explorando, estão o Estado, os governos, a polícia, o judiciário, os interesses dos ricos e a manutenção de normas e padrões contrários ao povo. Na outra ponta, estão os pobres, a classe trabalhadora, as estagiárias, os agentes de saúde, os estudantes, os dependentes químicos, os sem teto, as mulheres vitimadas pelo machismo ou gays, lésbicas, bissexuais e travestis (LGBT) que sofrem com a homofobia.
Uma multidão de explorados e oprimidos que, num país como nosso, é inegavelmente, de maioria negra.
Basta!
Apesar de muitos acreditarem na farsa de que vivemos numa democracia racial, há 512 anos o racismo tem papel determinante na estrutura de dominação e na prática da opressão no Brasil. É hora de reconhecer isto e ir à luta.
É hora de nos organizarmos, juntarmos forças com os demais setores oprimidos e explorados, denunciarmos toda e qualquer atitude discriminatória e, sobretudo combatermos o racismo.
Em décadas de luta, fomos capazes de aprovar leis, criar organismos institucionais e produzir pesquisas e estudos que deslegitimam o racismo e punem sua prática. Mas, isto, contudo, ainda não foi suficiente para que negras e negros conquistem os direitos e a liberdade que merecem.
Os ataques recentes são provas de que racismo permanece ativo e operante. Por isso, exigimos que o Estado brasileiro (em todos os seus níveis, municipal, estadual e federal) e todos os que sejam coniventes e cúmplices destas práticas sejam responsabilizados e punidos!
"O Racismo está aqui! Basta!!!
Nossas bandeiras:
Contra o genocídio da juventude negra.
Contra a homofobia.
Contra o machismo.
Contra o encarceramento em massa.
Contra a violência policial.
Contra as desapropriações no pinheirinho e em outros locais.
Organização: Comitê Contra o genocídio da população Negra - SP
Assinam:
Amparar (Assoc. de Amigos e Familiares de Presos/as)
Anastácia Livre
Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove)
Centro de Resistência Negra
Círculo Palmarino
Coletivo AnarcoPunk SP
Coletivo Anti-Homofobia
CONEN
Consulta Popular
Empregafro
Força Ativa
Fórum Popular de Saúde
FORUM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA SÉ
Juventude Socialista
Levante Popular da Juventude
Mães de Maio
Movimento Negro Unificado (MNU),
Movimento Quilombo Raça e Classe,
MST
Núcleo de Consciência Negra na USP
Sarau da Brasa
Setorial LGBT da CSP-Conlutas
Sujeito Coletivo – USP
Tribunal Popular
UNEAFRO
UNEGRO
CALENDÁRIO
09 de Fevereiro: Ato Contra o Racismo - Em frente ao Teatro municipal de SP - a partir das 12h Agitação Cultural - 18h Ato político
21 de Março (Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial): Ato de Protesto em várias regiões de SP.
13 de Maio de Luta: Denúncia da falsa abolição da escravidão dos negros no Brasil. Participe conosco dessa luta!
CONTATO:
Blog: www.contraogenocidio.blogspot.com

NOS EUA TEM 2 PARTIDOS COCA COLA E PEPSI COLA GUARANÁ NÃO ENTRA POR ENQUANTO

Criador do Occupy Wall Street quer novo partido nos EUA e reinvenção da esquerda

 



Gerrit van Aaken/Flickr.com
Muita gente nunca ouviu falar na revista Adbusters. Editada em inglês em Vancouver, no Canadá, a publicação com tiragem mundial de 120 mil exemplares tem como objetivo declarado desestabilizar as estruturas de poder existentes no mundo e forjar uma mudança na forma como as pessoas viverão no século 21. Missão impossível?  O editor-chefe da revista, Kalle Lasn, garante que não. Foi com essa certeza que a modesta revista iniciou um movimento que promete abalar as estruturas do sistema politico norte-americano neste ano eleitoral.
Inspirado pelos acontecimentos da Primavera Árabe, Lasn e sua equipe criaram uma peça publicitária [imagem ao lado]em que uma bailarina pairava sobre o touro símbolo de Wall Street. O texto fazia apenas uma pergunta: “Qual a sua exigência?”, divulgava a hashtag #occupywallstreet e pedia para as pessoas levarem uma barraca para o centro financeiro de Nova York no dia 17 de setembro do ano passado.
O chamado catalizou a insatisfação, em especial dos jovens, com a crise econômica internacional, com a concentração de riquezas e com a influência cada vez maior das corporações sobre governos em todo o mundo. Milhares de pessoas atenderam ao pedido e ocuparam praças e outros espaços públicos nas principais capitais dos Estados Unidos e em mais de 1.500 cidades em 83 países. Lasn, um estoniano de 69 anos radicado no Canadá desde a década de 1980, ainda se surpreende ao analisar a dimensão do movimento. Nesta entrevista exclusiva ao Opera Mundi e à Carta Maior, ele fala da decepção com o governo de Barack Obama, explica por que é contra as corporações e como trabalha para criar um terceiro partido nos Estados Unidos.
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Como surgiu a ideia do Occupy Wall Street?
Quando começou a acontecer a mudança de regime na Tunísia, um momento muito excitante para o ativismo em todo o mundo e especialmente para nós, que vínhamos pedindo por esse tipo de revolução há 20 anos. Depois houve no Egito uma mudança de um regime duro instigada por jovens a partir do uso das mídias sociais e que levou as pessoas às ruas para exigir mudanças. Tudo isso nos fez pensar que nos Estados Unidos também há um tipo de regime. Não é como o do Egito, mas ainda assim é um regime que tem o poder, em que as megacorporações tem o poder de controlar Washington, o coração da democracia americana, e Wall Street, que tem o poder de controlar o destino econômico da América. Muitos jovens nos EUA sentem que todos os aspectos de suas vidas, como o tipo de sapato que compram, a música que escutam, ou a comida que comem, são de alguma forma controladas por poucas e poderosas megacorporações. Foi assim que começamos: precisamos de uma mudança de regime suave na América e como podemos realizá-la.
O que aconteceu depois de criado o slogan “Occupy Wall Street”?
O melhor a fazer era não tentar algo em Washington, mas sim em Nova York, e convocar as pessoas para ocupar o ícone do capitalismo global em Wall Street. Foi uma ideia muito poderosa naquele momento, quando muita gente odiava Wall Street pelo que aconteceu em 2008. Uma vez decidido que queríamos ocupar Wall Street, criamos um pôster, com a hashtag #occupywallstreet e assim que lançamos o feed no twitter as coisas começaram a ficar loucas. Passamos a divulgar os briefings táticos, enviando mensagens para as 90 mil pessoas que integram nossa rede global de ativistas e, aleluia, a ideia ganhou vida própria e agora estamos montados em um tigre.
O senhor se surpreendeu com a força do movimento?
Sabíamos que em Nova York seria uma grande explosão, um big bang. As pessoas estavam se organizando e bastante excitadas. O movimento chegou a Chicago e depois a Los Angeles, começou a cruzar fronteiras aqui no Canadá e, em meados de outubro, de repente havia mais de mil ocupações em todo o mundo. Nós apenas ficamos boquiabertos assistindo a tudo isso na Al Jazeera.
O senhor acompanha o avanço do movimento por outras cidades e países?
Sim, mantemos contato próximo com o máximo de pessoas possível. É como montar um tigre e é difícil monitorar todos eles, mas estamos em contato com as pessoas que organizaram as coisas originalmente no Zuccotti Park, com gente na Espanha, com ativistas em Londres e conhecemos muitos anarquistas na Grécia e pessoas de esquerda na Itália. Temos essa grande rede de contatos e as pessoas estão nos mandando informações o tempo todo de uma maneira muito efetiva.
O senhor é o líder do movimento?
Não, mas como iniciamos o processo e tivemos a ideia original, temos credibilidade. Há um ‘brainstorm’ global permanente acontecendo e a Adbusters faz parte dele. Uma das coisas maravilhosas, misteriosas e mágicas desse movimento é que ele nasceu sem liderança, sem demandas. Mas, como você sabe, sempre há líderes. Eles podem não se considerar líderes, mas no Zuccotti Park sempre havia alguém responsável pela área de mídia, outros encarregados da cozinha e trabalhando para que todos comessem bem. Os seres humanos por natureza têm os seus líderes. Por isso o movimento é complexo, um tipo de dança entre não ter líderes mas ter líderes, não ter demandas mas ainda assim ter demandas
É como o anarquismo?
Sim, é como o anarquismo. Você nunca sabe para onde está indo. É louco, muda todos os dias, mas há um tipo de liberdade, de espontaneidade. É como tocar jazz, como se todos os ocupantes fossem músicos que tocam uma música diferente a cada dia. Algumas vezes cantamos juntos e outras, separados. Improvisação é o nome do jogo e é por isso que o movimento tem sido um incrível sucesso ao lançar uma coalizão primeiro nos EUA e depois em outros países.
Qual sua avaliação do governo do presidente Barack Obama?
Todos acreditamos em Obama e na visão que ele apresentava. Mas assim que assumiu o poder ele começou a recuar em todas as decisões importantes que precisavam ser tomadas, como a questão dos presos em Guantánamo, a regulamentação do mercado financeiro e mesmo em relação à guerra no Afeganistão. Obama sempre ficou em cima do muro e não mostrou a ousadia que parecia ter. Ele deve ser reeleito, mas sem o apoio entusiasmado dos jovens americanos. E também porque os candidatos republicanos não têm carisma, visão e parecem um bando de perdedores.
Adbusters pretende apoiar Obama, como na eleição anterior?
Nós o apoiamos no passado. Ficamos tão impressionados com a visão dele sobre a direção que os EUA deveriam seguir, da política externa, mas estamos desiludidos. Este ano lutaremos pela criação de um terceiro partido nos EUA. Por muito tempo as opções políticas no país eram a Pepsi-Cola ou a Coca-Cola, os Republicanos ou os Democratas. As garrafas parecem diferentes, mas o conteúdo e o sabor são parecidos. A discussão sobre a plataforma do partido começará na Internet e se conseguirmos alguns milhões de pessoas para apoiar o novo partido faremos uma convenção. Não há qualquer chance de vencermos as próximas eleições, mas acho que podemos fazer o papel do desmancha-prazer e, em quatro ou cinco anos, teríamos possibilidades reais de nos tornarmos uma nova e poderosa voz política nos EUA.
Seria um partido de esquerda?
Não será necessariamente de esquerda porque a linha tênue que separa a esquerda da direita está em desordem há algum tempo. O fato é que tanto simpatizantes do Occupy Wall Street como do Tea Party estão desiludidos com o rumo dos EUA. De certa maneira, emocionalmente não há grande diferença entre o Tea Party e o pessoal do Occupy Wall Street. É claro que o pessoal do Tea Party, a direita política, odeia o governo e quer derrubá-lo. E nós não nos preocupamos com o governo, desde que seja eficiente, mas odiamos as corporações. Por isso acredito na possibilidade deste terceiro partido ser um estranho híbrido, unindo pessoas da esquerda e da direita.
Como vocês pretendem financiar o novo partido?
Há um grupo de pessoas tentando lançar um partido na Internet que conseguiu levantar alguns milhões de dólares com pessoas que acham excelente a ideia de um terceiro partido. Foi o que aconteceu com Obama. Ele surpreendeu todo mundo quando foi eleito ao conseguir doações de baixo valor de um grande número de pessoas. É possível para os jovens americanos enviar 25 dólares aqui, 50 dólares ali e com isso levantarmos milhões de dólares para realizar uma convenção. Também podemos conseguir milhões de dólares de alguns gatos ricos e gordos.
Atacar as instituições financeiras não é demogagia? Os bancos não são importantes?
A economia global e o atual paradigma econômico, neoliberal e neoclássico, estão totalmente no abismo. Temos uma economia global em que algo entre 1 trilhão e 3 trilhões de dólares são negociados diariamente em derivativos, swaps e todo tipo de instrumentos financeiros. Esse valor é 50 vezes maior do que as transações comerciais que significam alguma coisa para a economia real, para as pessoas de verdade, para os empregos de verdade. As pessoas que trabalham no mercado financeiro criaram um espécie de cassino global. São pessoas que colocam dinheiro aqui e dez minutos depois o transferem para outro lugar. 90% da economia mundial refere-se a fazer dinheiro em cima de dinheiro ad nauseum, sem nada real. Por isso há um sentimento muito forte no Occupy Wall Street de que esse cassino global precisa ser desmontado.
O problema então é o modelo, e não que o senhor seja contra os bancos
Não somos contra os bancos. Bancos são bancos, sempre estiveram e sempre estarão na praça. É claro que precisamos dos bancos, mas não precisamos que os bancos se tornem parte do cassino global. Precisamos de bancos que peguem dinheiro de quem tem dinheiro e o empreste para as pessoas comprarem uma casa ou começarem um negócio. Não precisamos que os bancos comecem a operar derivativos, swaps e nem que façam parte desse cassino global. Os bancos têm um papel que no momento está totalmente distorcido. Por isso os Estados Unidos estão em declínio. Por muitos anos pensou-se que poderíamos mandar nossas fábricas para a China, Indonésia e várias partes do mundo e, com a mão no mouse, apostar dinheiro no mercado financeiro à vontade. Só que agora começam a descobrir que isso não é uma fundação muito sólida para uma economia vibrante.
Mas e as pessoas que se beneficiaram do crédito fácil e irresponsável oferecido pelos bancos? Elas não têm sua parcela de culpa, ao tomar empréstimos que não tinham condições de pagar?
A única forma de a economia crescer num período em que os EUA mandavam suas fábricas para a China, Índia e Indonésia era apostar no mercado financeiro. Por isso os bancos estavam desesperados para emprestar para qualquer pessoa, inclusive desempregados. Gente sem condições de tomar empréstimos altos estavam recebendo empréstimos altos. Foi uma espécie de disfunção dentro do sistema americano, um problema cultural. De repente a cultura americana está ficando rota e eu responsabilizo algumas pessoas que tomaram aqueles empréstimos tanto quanto responsabilizo os bancos e o sistema financeiro. Eles são imorais.
O que leva alguém que nasceu na Estônia, viveu na Austrália, Japão e se radicou no Canadá a fazer política nos Estados Unidos?
Viajei muito quando tinha 20 e poucos anos. Fui à Índia, Afeganistão, Panamá e, para mim, o mundo é o mundo. Tudo está conectado e pude ver como as pessoas em alguns dos países mais pobres do mundo estavam sofrendo e levando uma vida terrível por causa da forma como o primeiro mundo tratava o terceiro mundo. Todos vivemos no mesmo mundo, e o que acontece com o Goldman Sachs ou o que algumas pessoas fazem em Wall Street pode me fazer sofrer aqui no Canadá, podem te fazer sofrer no Brasil, na Índia. Vivemos num mundo globalizado e temos que nos acostumar a isso. Não há nada estranho nem engraçado sobre uma pessoa que nasceu na Estônia e vive no Canadá lutar por um sistema diferente nos Estados Unidos.
Qual é o principal desafio para o movimento hoje?
Agora temos que saltar sobre o cadáver da velha esquerda política. A nova esquerda, formada por jovens liderados pela cultura da Internet, fez algo mágico acontecer e saltou sobre o cadáver da velha esquerda. O grande desafio agora é dos jovens de esquerda de todo o mundo, que precisam criar uma rede de contatos, fazer ‘brainstorms’ e descobrir se terão a coragem, a energia, as ideias e os programas para promover uma profunda transformação no capitalismo global. A esquerda terá a coragem, o poder e a resiliência para finalmente quebrar com esses terríveis 30 anos em que nos tornamos um bando de pessoas que choram, reclamam, apontam culpados, pessoas totalmente inefetivas que não fizeram coisa alguma? Esse é o grande desafio.
O senhor tem medo de ser preso?
Não.
Não acha que isso pode acontecer? Ser processado?
Bom, não sei. Moro no Canadá e tenho que ir aos Estados Unidos. Da próxima vez que eu cruzar a fronteira…diabos…talvez eu seja preso. Da última vez eu disse: ‘OK, na próxima semana tenho que ir a Seattle”. E pensei comigo: ‘Bom, eu provoquei muitos problemas nos EUA e talvez eles tenham me colocado numa lista de terroristas ou de pessoas procuradas pela polícia’. É muito desapontamento, há um regime brutal agora nos EUA, que usam mísseis por controle remoto para matar os próprios cidadãos acusados de terrorismo. Há uma ala da direita muito poderosa nos EUA. É muito assustador, portanto talvez eu pense duas vezes na próxima vez que tenha que ir. Talvez eu toque um tipo especial de jazz (risos).
*quemtemmedodademocracia

sábado, fevereiro 04, 2012

A arrogante Chevron não se desculpa ao Equador

 

Óleo na Amazônia equatoriana. Se a Chevron, que explorou petróleo lá por 30 anos afirma que não tem culpa, quem terá? Os índios, extra-terrestres, os tatus?
Se não é fácil para um grande país como o nosso enfrentar as gigantes do petróleo, veja como é muito mais difícil para nações menores, como o Equador.
A justiça daquele país condenou – em segunda instância – a Chevron a pagar uma indenização de US$ 9,5 bilhões pela poluição causada pela Texaco, seu antigo nome emprearial, por danos ambientais causados pela exploração descuidada de petróleo na região do Lago Agria, na Amazônia Equatoriana.
Era parte da condenação um pedido formal de desculpas aos cidadãos do país, que tinha prazo para ser feito até sexta-feira, sob pena de dobrar-se a condenação.
Neste dia, o porta-voz da empresa, James Craig, disse que ela não se desculpará, porque isso significaria uma admissão de culpa pela poluição.
Bem, a poluição está lá, e quem a teria causado? Os índios, por acaso, flecharam o chão e fizeram vazar petróleo? Ou foram extra-terrestres em busca de combustível para suas naves? Ou foi aquela história de “vazamentos naturais” com que tentaram nos levar na conversa quando apareceu o óleo no campo de Frade?
Mas a arrogância da Chevron não é gratuita. Eles tentam, nos Estados Unidos, invalidar a sentença da Justiça equatoriana sobre algo que se passou no Equador.  “Estamos certtos que essa sentença não será executável em qualquer país que tenha um Estado de Direito”.
Tradução: acham que nenhum país do mundo aceitará uma ordem de arresto de bens ou valores da Chevron para honrar a sentença do Equador.
Afinal o que é são as leis de um país perto do poder de uma grande petroleira?
Quem sabe, vendo o que acontece com nosso vizinho, a gente coloque nossas barbas de molho, a partir desta semana, quando acaba o prazo para a apresentação do inquérito da ANP sobre o vazamento da Chevron no campo do Frade…
*Tijolaço

Resposta a leitor sobre ruídos detectados nos céus



Como é sabido, os alemães levam muito a sério fenômenos cosmológicos e aqui em Dusseldorf, onde estou baseado, não se fala em outra coisa senão nas interferências produzidas em sinais de telecomunicação devido ao efeito de tempestades eletromagnéticas, em número e intensidade jamais vista desde que os atuais medidores de frequência entraram em operação.

Decidi ficar em Dusseldorf porque a cidade é um hub de infovias, sendo o mais importante polo de internet da Alemanha (são 18 provedores de internet e 3 gigantes em radiofrequencia -Vodofone, D2  E-Plus) e ser sede também de uma das unidades do Max Planck Institute.

Estive ainda ontem jantando com engenheiros da E-Plus no restaurante Basile, de italianos, que me disseram operarem, recorrentemente, em espectros de emergência para assegurar regularidade dos sinais. Segundo eles frequências eletromagnéticas desconhecidas competem com a dos transmissores.

Os ruídos de rádio, dizem, começaram em 2006 e foram detectados por americanos da Universidade de Maryland, quando pesquisavam o ruído de fundo do universo. Trata-se de um ruído 6 vezes maior que todas as fontes emissoras do universo juntas. Efetivamente ninguém sabe do que se trata e o assunto já foi tema de programa na ABC americana.

Não há, portanto, uma evidência. Mas várias que se somam, inclusive a desorientação e morte em massa de aves migratórias, e dão sentido aos relatos populares sobre audição de ruídos de origem difusa, sem que haja até agora nada oficialmente documentado.

O que há de oficial até agora é a detecção dos ruídos de rádio e as interferências. O pessoal do centro de estudos do ferro do Max Planck aqui de Dusseldorf chega a pensar  em reverberações internas da terra devido perturbações magnéticas, com as quais os ruídos de rádio poderiam estar relacionados. Há o receio, nesse caso, de catástrofes iminentes. Como o big one americano, que levaria San Francisco para o
fundo do mar.

Ninguém do Instituto parece disposto a abrir a boca. Agora que tem coisas esquisitas acontecendo, isso todos concordam.
*Brasilquevai