Uma das mulheres, supostamente, abusadas sexualmente pelos policiais da
Rota, durante a operação de desalojamento dos moradores do Bairro
Pinheirinho em São José dos Campos, declarou à reportagem da Folha: "Não
sei o que esses policiais tinham na cabeça"
Poderíamos inferir que eles tinham na cabeça alguma das substâncias que
foram procurar na casa invadida, se for verdade que na casa havia drogas
e traficantes.
Seria uma maneira de tranquilizar ,um pouco nossas almas, diante de um relato brutal e desumano como o narrado no vídeo.
Pensar que seres humanos, como nós, são capazes de submeter outros seres
humanos a atos brutais e degradantes como estupro, empalamentos,
humilhações físicas, morais e emocionais é de tão difícil aceitação que
seria mais reconfortante pensar que esses policiais, se praticaram esses
atos, estavam
sob efeito de alguma substância que os alienou de suas consciências.
Entretanto, não podemos deixar de inferir também, que o que esses
policiais tinham na cabeça, ou melhor têm na cabeça é uma convicção,
passada a eles por seus comandos em anos de treinamento, de que são os
defensores da lei, da ordem, dos bons costumes e que, para garantir
eficazmente a vitória do "bem" contra o "mau", podem tudo, até mesmo
passar por cima da própria lei, matando, violentando, aterrorizando,
enfim torturando seres humanos que, em suas concepções são a parte má e
podre da sociedade.
Sentem-se verdadeiros super homens, com super poderes acima da lei
divina e humana, se a declaração da mulher, supostamente, torturada
durante horas, for verídica
"Eles cutucavam a gente com o cano da 12 e diziam: Vou falar um negócio
prá você...Deus faz, a mãe cria e a Rota faz o quê? Fala o que que a
Rota faz..., a gente tinha que abaixar a cabeça e falar: A ROTA mata
senhor. Ah! isso mesmo"
"Deus faz, a mãe cria e a Rota mata." Esta é a filosofia constitutiva da Rota?
O governador declarou que tudo será apurado.
Mas, será que o governador Geraldo Alckimin e o Secretário de Segurança
Pública de São Paulo não conheciam o histórico da Rota quando nomearam
para comandá-la o tenente coronel Salvador Modesto Madia, que participou do massacre do Carandiru e que declarou no ato de posse, que daria seu toque pessoal na doutrina da corporação?
Que tudo seja rigorosamente apurado, pois vivemos num Estado de Direito
onde todos tem o direito de defesa, direito que os jovens torturados não
tiveram. Se, depois das investigações essa sórdida história for
confirmada, não podemos nos conformar com a prisão e/ou expulsão dos
policiais envolvidos nesse ato bárbaro. Devemos exigir o
responsabilização de seus superiores hierárquicos na corporação, do
Secretário de Segurança Pública de São Paulo e do governador Geraldo
Alckimin, que nomeou o comandante da Rota.
Tentando entender a questão colocada pela mulher torturada:" O que esses
policiais tinham na cabeça?" , Tudo leva a crer que "o que eles tinham
na cabeça" ao praticar essas tortura é o tal "toque pessoal" que o
comandante da Rota deu à essa corporação da polícia.
O cachorro perde o pelo mas não perde o vício.
*Assista o Video no
*Brasilmobilizado
Bonner lê notícia sobre estupro no Pinheirinho igual lê uma bula de purgante
A gente sabe que falar em estupro dentro dos estúdios da TV Globo, é falar de corda em casa de enforcado... Mas o jornalismo do Jornal Nacional (JN) é uma vergonha.Até a Folha tucana (jornal Folha de São Paulo) mandou a repórter Laura Capriglione para apurar a denúncia de estupro por Policiais Militares, na operação de extermínio do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Eis o vídeo:
Já o JN, cuja Rede Globo conta com a equipe da TV Vanguarda, afiliada na cidade, não produziu nenhuma imagem.
William Bonner leu a denúncia do Ministério Público, rapidinho, igual lê uma bula de remédio. Patrícia Poeta leu um trecho da nota oficial de resposta da PM, e completou a frase padrão dita dezenas por vezes pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) toda vez que se mete em escândalos de corrupção, racismo e violência contra cidadãos paulistas: "... será apurado rigorosamente...".
Só que ninguém sabe, ninguém viu de apuração nenhuma de escrivã da polícia despida à força por policiais homens para revista, nem de estudante negro agredido na USP, nem dos três policiais filmados agredindo um cidadão sem motivo no Pinheirinho, nem de denúncias de idosos espancados, e dezenas de outros casos varridos para baixo do tapete.
*GrupoBeatriceWilliam Bonner leu a denúncia do Ministério Público, rapidinho, igual lê uma bula de remédio. Patrícia Poeta leu um trecho da nota oficial de resposta da PM, e completou a frase padrão dita dezenas por vezes pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) toda vez que se mete em escândalos de corrupção, racismo e violência contra cidadãos paulistas: "... será apurado rigorosamente...".
Só que ninguém sabe, ninguém viu de apuração nenhuma de escrivã da polícia despida à força por policiais homens para revista, nem de estudante negro agredido na USP, nem dos três policiais filmados agredindo um cidadão sem motivo no Pinheirinho, nem de denúncias de idosos espancados, e dezenas de outros casos varridos para baixo do tapete.