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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 12, 2012

EM COMEMORAÇÃO AOS 90 ANOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922, TARSILA DO AMARAL GANHA MOSTRA NO RIO DE JANEIRO

Depois de 43 anos, o Rio de Janeiro recebe uma exposição individual de um dos nomes mais importantes da Semana de Arte Moderna de 1922 que está completando 90 anos: a pintora Tarsila do Amaral. E Tarsila, a pintora de formas inusitadas e peculiares, cores vibrantes e forte sensibilidade para retratar o Brasil e o povo brasileiro, aparece de forma intimista, em uma espécie de conexão entre sua arte e sua vida pessoal.

Isso porque a exposição Tarsila do Amaral – Percurso Afetivo que acontece no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, de 14 de fevereiro a 29 de abril, foi pensada a partir da descoberta de seu Diário de Viagens o que permitiu reunir cerca de 80 obras, entre pinturas, desenhos, objetos e até gravuras capazes de traçar um contorno emocional com a “caipirinha vestida por Poiret”, como a chamava Oswald de Andrade e assim não só a obra, como também os traços de uma personalidade marcante da história nacional poderão ser revisitados.

O Theatro Municipal de São Paulo também revisita as origens do Movimento de 1922, que começou justamente naquele palco, com apresentações de música e dança entre 15 e 26 de fevereiro.

*Educaçãopolitica

Concordata entre estados fascistas

 


O Estado da Cidade do Vaticano assinala hoje o seu aniversário, 83 anos depois da assinatura, a 11 de fevereiro de 1929, do tratado que decretou a sua instituição.
acordo insere-se nos denominados Pactos de Latrão, negociados quando o rei de Itália era Victor Manuel III, tendo sido assinado pelo primeiro-ministro Benito Mussolini e pelo cardeal Pietro Gasbarri, secretário de Estado do Papa Pio XI, e posteriormente ratificados por este e pelo monarca.
*diarioateista

Amigo de Alckmin terá de devolver R$ 1,5 mihão


 
Fernando Porfírio _247 – O presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), José Bernardo Ortiz, foi condenado a devolver ao erário público R$ 1,54 milhão. O valor é referente à indenização por conta de um contrato considerado irregular por falta de licitação. Ortiz autorizou, em março de 2002, quando era prefeito de Taubaté, no interior de São Paulo, a contratação da Armco Staco Indústria Metalúrgica. A empresa forneceu tubos de aço corrugados para a canalização de córregos do município.
A decisão, por votação unânime, é da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, que reformou sentença de primeiro grau favorável a Ortiz. O juiz de Taubaté julgou improcedente a ação civil proposta pelo Ministério Público paulista. A indenização, de acordo com a corte paulista, deve ser solidária, atingindo o ex-prefeito de Taubaté e a empresa Armco Staco. Á defesa vai recorrer da decisão.

 
No entendimento do relator, desembargador Magalhães Coelho, não há dúvida de que o ex-prefeito de Taubaté praticou ato de improbidade administrativa. Para o relator, sob a justificativa de falta de exigência de licitação, Ortiz realizou contratação direta, deixando de atender requisitos legais e constitucionais.
“Deixou ainda de considerar a existência de outras empresas fornecedoras de tubos passíveis de serem utilizados na canalização dos córregos municipais”, completou Magalhães Coelho.

 
O valor do contrato, na época, foi de R$ 817.592,12. Em sua defesa, o então prefeito alegou que não seria exigível a licitação para contratação de serviço de fornecimento de tubos de aço. O Ministério Público paulista, autor da ação contra Ortiz, alegou que o contrato, sem o devido processo de licitação, era irregular, pois contrário aos princípios inerentes à Administração Pública.

 
O relator do recurso, desembargador Magalhães Coelho, entendeu que, no caso, não ficou comprovado por meio de estudos técnicos, a escolha do material adquirido, o que demonstrou que a contratação se de “de forma irregular” ao impedir a melhor prestação de serviço de acordo com o interesse público.

 
Em seu voto, o desembargador Magalhães Coelho, relator, reconheceu a nulidade do contrato pautado em inexigibilidade de licitação e condenou Ortiz e a empresa Armco Staco S.A. Indústria Metalúrgica a ressarcirem, solidariamente, o erário público, pelo valor total da contratação, corrigido desde o efetivo pagamento e aplicação de juros de mora desde a citação.
Ortiz foi prefeito de Taubaté por três vezes. Em janeiro do ano passado, foi nomeado pelo governador Geraldo Alckmin para ocupar a presidência da FDE. A Fundação, com orçamento de R$ 3 bilhões, é vinculada à Secretaria da Educação.
*oterrordonordeste

Charge do Dia

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Portugal vive maior protesto dos últimos 30 anos

Esquerda.net 
Segundo a CGTP, a manifestação nacional contou com 300 mil pessoas e encheu a baixa de Lisboa durante a tarde de sábado. A central sindical vai reunir o Conselho Nacional na próxima quinta-feira e decidir aí novas formas de luta, tendo em conta a mobilização desta manifestação.
No seu primeiro discurso após tomar posse como secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos apontou baterias ao governo da troika. "De austeridade em austeridade, os sacrifícios sucedem-se sem fim à vista, o país definha economicamente e a pobreza alastra", declarou, acrescentando que "os pacotes sucessivos de austeridade e sacrifícios não criam riqueza. O país precisa que lhe tirem a corda da garganta".
Para que isso aconteça, Arménio Carlos defendeu a "renegociação da dívida em prazos, montantes e juros mas também a alteração de políticas que tenham como prioridade o crescimento económico, o emprego e a salvaguarda do interesse nacional". O líder da CGTP aproveitou para responder a Paulo Portas, que considera que a renegociação é passar uma mensagem de caloteiro para o exterior. "Caloteiro não é aquele que exige a renegociação da dívida para criar riqueza e emprego e criar condições para pagar aquilo que se deve. Caloteiro é aquele que se submete, que aceita o que lhe é imposto, sabendo de antemão que jamais em tempo algum com estas condições irá pagar aquilo que deve", declarou o sindicalista.
Para Francisco Louçã, esta manifestação foi "um sinal de dignidade, porque o país já percebeu uma coisa: é que o governo sussurra no ouvido dos ministros alemães que ditam a sorte de Portugal, mas não ouve as razões da maioria do povo português". "O governo e a troika dizem-nos o seguinte: mais facilidade de demissões, dias de trabalho gratuito, perdem o subsídio de natal e de férias e no fim há mais dívida e talvez um novo empréstimo para mais dívida ainda", acrescentou o dirigente bloquista presente no "Terreiro do Povo". 
Sobre a visita da troika prevista para a próxima semana, Arménio Carlos lembrou que o acordo "é bom para eles", referindo-se aos milhares de milhões que o país é chamado a pagar só em juros e comissões, ao dinheiro posto à disposição da banca e aos favores feitos ao patronato, aos acionistas das empresas privatizadas e aos detentores das cadeias de distribuição. Para o líder da CGTP, "o povo português está a encher o Terreiro do Paço e a dizer ao Governo e às entidades patronais que aqui não há rendição".
No início do discurso, Arménio Carlos referiu-se às lutas dos trabalhadores gregos, "um povo que já marcou a história pela sua heroicidade, que não abdica de lutar por aquilo que tem direito" e aos trabalhadores espanhóis, que "anunciaram uma jornada de luta para contestar as medidas que o Governo anunciou para, tal como aqui, embaratecer os despedimentos".

*esquerdopata

Carta do ex-presidente Lula para o 32º Aniversário do PT

Brasília, 10 de fevereiro de 2012 
Cara Presidenta da República Dilma Rousseff, 
Caro Presidente do PT Rui Falcão,
Dirigentes e Militantes do PT,
Companheiras e Companheiros,
         Eu queria muito estar hoje em Brasília com vocês. Além de celebrar coletivamente o aniversário do nosso partido, teria a oportunidade de rever e abraçar tanta gente amiga cujo carinho e companheirismo têm um papel fundamental na minha vida.
         No entanto, o meu tratamento de saúde entrou em sua etapa final e devo manter a rigorosa disciplina seguida até agora, para que a cura seja completa e eu volte o mais rápido possível à militância social e política que tanto nos apaixona e mobiliza.
         Se não terei, hoje, a alegria de revê-los, é porque quero estar com vocês muitas e muitas vezes nos próximos meses e nos anos vindouros, participando intensamente das lutas promovidas pelo PT em defesa da dignidade do povo brasileiro e da democratização cada vez mais substantiva da nossa sociedade.
         O PT tem motivos de sobra para orgulhar-se de sua trajetória e de suas conquistas.
         Conseguimos, nesses 32 anos de vida, enfrentando todo tipo de preconceito e dificuldade, construir o maior partido de esquerda da história do Brasil e uma das organizações progressistas mais respeitadas do mundo.
         Cumprimos, com notável êxito, os principais compromissos contidos em nosso “Manifesto de Fundação” lançado em 10 de fevereiro de 1980 naquele memorável encontro do Colégio Sion.
         Nunca será demais lembrar que, junto com outras forças de oposição, o PT contribuiu de modo decisivo para o fim do autoritarismo e a redemocratização do país. Ajudamos a criar e consolidar a maioria das organizações populares, independentes e combativas, que fazem a riqueza da sociedade civil brasileira. O chamado “modo petista de governar”, primeiro nos municípios e estados e depois no próprio governo federal, renovou profundamente a cultura administrativa do país, tornando-o muito mais republicano e participativo. Construímos, em parceria com outros partidos de esquerda, imprescindíveis ao sucesso da causa comum, generosas frentes populares, que se opuseram ao desmonte neoliberal e ofereceram ao país um modelo alternativo de desenvolvimento, capaz de gerar empregos, distribuir renda e promover inclusão social. E fomos além. Inspirados no saudoso Paulo Freire, que recomendava “unir os diferentes para melhor enfrentar os antagônicos”, constituímos uma ampla aliança de centro-esquerda para conquistar democraticamente a Presidência da República.
         Nesses nove anos de governo nacional, o PT e seus aliados realizaram, pacificamente, uma verdadeira revolução econômica e social, levando o país a dar um extraordinário salto produtivo e tecnológico e, sobretudo, incorporando aos direitos básicos de cidadania dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras que viviam à margem da sociedade. Tudo isso resultou em uma nação muito mais próspera e justa, que conquistou importante lugar no mundo. A atuação internacional do Brasil expressa os mesmos valores éticos e políticos, afirmando a soberania do país, impulsionando a integração regional e pugnando pela reforma da ordem global, na perspectiva de um mundo multipolar, em que todos os povos tenham verdadeiras oportunidades de desenvolvimento.
         Nosso projeto transformador, hoje sob a liderança da querida companheira Dilma Rousseff -- essa mulher corajosa, lúcida e competente, que o Brasil e o mundo estão aprendendo a admirar -- segue de vento em pôpa.
         A Presidenta Dilma, além de consolidar as conquistas do período precedente, cujo mérito é também dela, como excelente ministra que foi, está dotando o país de novos objetivos estratégicos, que devemos apoiar com entusiasmo. São metas econômicas, políticas, sociais e culturais que pavimentam o caminho do futuro. Peço licença a vocês para destacar duas delas, que tocam fundo o meu coração: erradicar a extrema pobreza até 2014, dando oportunidade de sobrevivência digna a 16 milhões de pessoas, por meio do Programa Brasil Sem Miséria; e expandir em escala massiva o ensino profissional e tecnológico, interiorizando a oferta, por meio do Pronatec, que pretende beneficiar 8 milhões de jovens até 2016.
         Ainda existem, evidentemente, desafios importantes a superar. Mas os avanços obtidos sob a liderança do PT são inequívocos e prefiguram conquistas ainda maiores e mais valiosas.
         Para estar à altura de suas responsabilidades, como esteve até agora, o nosso partido precisa manter-se sempre democrático e inovador, sem perder nunca a capacidade de aprender com as lutas do povo e de se aperfeiçoar a cada dia.
         Quero concluir essa saudação dizendo da minha alegria em saber que nesse ato estão sendo homenageadas duas pessoas admiráveis, que dedicaram toda a sua vida aos ideais de liberdade e justiça: Apolônio e Reneè de Carvalho. Sei que outros falarão sobre o inesquecível e insubstituível Apolônio. Direi uma palavra sobre a caríssima Reneè. Nada melhor do que o espírito fraterno, a bondade e o sorriso luminoso dessa linda companheira para simbolizarem o humanismo que deu origem ao PT e que sustenta a nossa caminhada.
                                   
   Um grande abraço,
    do Lula

*esquerdopata

Bispo de Assis é golpista “mal amado”

Por Altamiro Borges

Em entrevista ontem ao Estadão, o bispo de Assis, dom José Benedito Simão, retomou a sua cruzada preconceituosa. Ele disse que a nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, “é uma pessoa mal-amada e irresponsável”. Seu sermão rancoroso visou atacá-la pela “defesa do direito ao aborto” – e não a “defesa do aborto”, como os trogloditas tentam confundir a sociedade.

Paul Maccartney - Uma Homenagem a Chico Mendes


*EgrégorasCarrancasliterarias

sábado, fevereiro 11, 2012

A involução irreversível da Europa

 



 

Por robertog
Direitos sociais e trabalhistas duramente conquistados desde o início do século XX, especialmente depois do final do salazarismo e da ditadura militar grega estão sendo tragados a canetada. Estamos assistindo uma gigantesca regressão social. E agora na Espanha também. Seria cômico se não fosse trágico: o chamado "bom senso dos mercados financeiros" acaba prevalecendo justamente para "curar as economias" da doença que a própria ciranda financeira trouxe para as sociedades.
Por trás da fumaça da crítica das aposentadorias precoces e da evasão fiscal que realmente existem na Grécia e das "pontes" de feriados portugueses vai passando a precarização quase completa do trabalho e a reversão dos direitos a aposentadoria e mesmo à saúde e escolarização das camadas menos favorecidas daqueles países.
E além da desgraça intrínseca da regressão ao estado liberal mais tradicional temos a constatação cada vez mais óbvia que as economias dos países destituídos se tornam anêmicas e caem em estagnação de longo prazo. A grande diferença é que a paulada social de agora é na cabeça de uma população mais instruída e acostumada com um nível de segurança e bem-estar sem precedentes. A pergunta é como ela irá reagir no médio e longo prazo. No final do XIX e início do século XX enormes contingentes desses países imigraram para as Américas e outros espaços mais promissores. Hoje em dia não há mais espaços vazios.