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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 10, 2012

Dossiê mostrará impacto dos agrotóxicos na saúde das pessoas e dos ecossistemas

Natasha Pitts, via Adital

Buscando conhecer o impacto dos agrotóxicos na saúde dos/as brasileiros/as, o Grupo de Trabalho (GT) de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com outros GTs, comissões e associados, decidiu pesquisar o tema e publicar suas descobertas em um dossiê. O documento será lançado no Congresso Mundial de Nutrição, em abril deste ano, e durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontecerá em junho no Rio de Janeiro.
A realização do dossiê tem como objetivo principal sensibilizar autoridades públicas nacionais e internacionais para criar e executar políticas que possam proteger e promover a saúde das pessoas e dos ecossistemas afetados de forma negativa pelos agrotóxicos.
De acordo com o professor Fernando Ferreira Carneiro, chefe do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, dois aspectos foram levados em consideração quando se pensou em laborar o dossiê.
“O primeiro aspecto diz respeito ao fato de que há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no consumo de agrotóxicos em virtude do modelo de agronegócio e da produção de transgênicos e não está acontecendo uma avaliação dos impactos desses agrotóxicos na saúde da população. O segundo aspecto é que se espera do Estado e da Academia mais atenção para regular o uso. Existe um lobby para se permitir e flexibilizar a utilização de agrotóxicos. Precisamos visibilizar o problema”.
Para compor o dossiê, o GT de Saúde e Ambiente está recebendo a colaboração de pesquisadores de todo o Brasil. Mestres e doutores estão colaborando com o envio de seus trabalhos. O sistema de saúde de algumas cidades também está ajudando e enviando dados. Todo o material recebido será sistematizado por uma comissão.

O chefe do Departamento de Saúde Coletiva da UnB defende que a elaboração do dossiê representa uma oportunidade para repensar o modelo de desenvolvimento do Brasil.

“Será que este modelo está gerando bem-estar para a população? Ou está retirando agricultores de suas terras e dando espaço para grandes plantações de transgênicos? A verdade é que outro modelo de desenvolvimento é possível e necessário. A agroecologia é o caminho do futuro e pode gerar um novo modo de vida. O desafio do Brasil é deixar de ser o maior consumidor de agrotóxicos e se tornar o maior produtor de alimentos saudáveis. Há alternativas para alimentar o mundo sem agrotóxicos”, defende Fernando.

Agrotóxicos em dados
Hoje, o Brasil é o principal consumidor de agrotóxicos do mundo, tendo ultrapassado os Estados Unidos em 2008. Apesar dos avanços tecnológicos alcançados nos últimos dez anos, o País não conseguiu reduzir o uso deste produto em suas lavouras. Pelo contrário, Brasil utiliza a cada dia mais venenos em virtude da crescente produção de alimentos transgênicos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada caso de intoxicação por agrotóxico registrado, 50 outros acontecem, mas não são catalogados. A OMS também revela que cerca de 200 mil pessoas morrem anualmente pela ingestão de agrotóxicos e outras três milhões sofrem intoxicações agudas.
*Limpinhoecheiroso

A cachoeira pode se transformar em tsunami

Espera-se, para as próximas horas, a libertação do mafioso Carlinhos Cachoeira, que mandava no governo de Goiás, presenteava senadores, controlava delegados e era um doador universal da política. O pânico: ele pode ter feito acordo de delação premiada para reduzir sua pena
247 – O pedido de habeas corpus já foi apresentado pelo advogado Ricardo Sayeg, que defende o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Nele, sugere-se que o mafioso deixe a prisão de segurança máxima onde se encontra, em Mossoró (RN), e passe a ser monitorado por tornezeleira eletrônica, em prisão domiciliar. Em Goiânia, dá-se como líquido e certo que o bom amigo de todos os políticos goianos voltará para casa neste sábado. Já estão até sendo preparadas faixas para esperá-lo no aeroporto.
Ocorre que a cachoeira de lama em Goiás tem tudo para se transformar numa tsunami – exatamente um ano depois da tragédia de Fukushima. Isso porque se especula que ele tenha feito um acordo de delação premiada, que permite a redução de até dois terços da pena. Se isso for verdade, Cachoeira terá seguido o exemplo de outro homem-bomba que foi capaz de abalar um governo: o policial Durval Barbosa, que era um dos maiores corruptores de Brasília, mas se encontra em liberdade por ter aberto as comportas da Operação Caixa de Pandora.
Sem a delação premiada, Cachoeira corre o risco de passar o resto da vida atrás das grades. As acusações que pesam com ele vão de formação de quadrilha a corrupção ativa, passando por espionagem clandestina e exploração ilegal do jogo. Prato cheio para uma condenação exemplar, que poderia mantê-lo preso pelo resto da vida. Num cenário de delação, o quadro seria outro. E eis algumas dúvidas que ele poderia esclarecer:
- Quais foram os nomes de todos os delegados indicados por ele na polícia militar de Goiás?
- Como foi sua participação na campanha que elegeu o governador tucano Marconi Perillo?
- Qual foi o material preparado pelo sargento Idalberto Martins, vulgo Dadá, na campanha eleitoral de Perillo?
- Quais são suas relações com o senador Demóstenes Torres (DEM/GO) e que assuntos foram tratados nas 298 ligações telefônicas?
- Por que decidiu presentear o senador com uma cozinha completa avaliada em R$ 47 mil?
- Quais foram os políticos, de todos os partidos, que receberam doações, por dentro e por fora, de suas empresas?
- Qual é sua relação com a Delta Engenharia e por que tinha livre acesso ao caixa da empreiteira em Goiás? Havia alguma sociedade?
- Qual é a sua relação com o delegado e deputado Protógenes Queiroz (PC do B) e como foram seus encontros, com a presença do sargento Dadá?
Por essas e outras, já dá para imaginar o pânico que a eventual soltura de Carlinhos Cachoeira provoca nos meios políticos.
E não apenas de Goiás.

Documentos da Delta tiram sono de Perillo e Demóstenes

Material colhido durante a Operação Monte Carlo na sede de construtora de Fernando Cavendish (centro), onde Carlinhos Cachoeira dava expediente, ainda pode comprometer tanto o governador de Goiás quanto o senador do DEM

247 - Carlinhos Cachoeira fazia da sede da Delta Construções, de Fernando Cavendish, em Goiânia, seu escritório. Seu lugar-tenente, Wladmir Garcez, também despachava de lá. O diretor regional da Delta, Cláudio Abreu, era sócio de Cachoeira em diversos negócios, pegava dinheiro graúdo do esquema (remessas R$ 400 mil) e negociava apoios com o “abre-portas” dele. Tudo isto já foi revelado pela Polícia Federal.
O que não se sabe ainda é o teor dos registros eletrônicos e documentos que a PF colheu na sede da empresa. Foram computadores portáteis, papéis, pendrives e outras coisas que interessaram aos investigadores.
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Mais:
http://brasil247.com/pt/247/poder/46672/Documentos-da-Delta-tiram-sono-de-Perillo-e-Demóstenes.htm
http://s2.sscdn.co/uploadfile/letras/fotos/3/c/3/d/3c3d7b065540b6cf3b04496d69709076.jpg

Morrissey e o Príncipe Harry

Por Gustavo Belic Cherubine
Salve!
Um artista necessário: Morrissey.
He say:

"...príncipe Harry está no Rio 'para roubar seu dinheiro'."
Do Terra
Morrissey: príncipe Harry está no Rio 'para roubar seu dinheiro'
Morrissey levantou o público presente na Fundição Progresso
Foto: Felipe Panfili/AgNews
Que Morrissey é aclamado como um dos grandes nomes do Reino Unido isso não é novidade para ninguém. Mas o fato de ele nunca ter colocado em seu currículo o título de "Sir", que Paul McCartney e Sean Connery ostentam com tanto orgulho, muito se deve a sua eterna birra com a família real inglesa. Em seu segundo show da turnê brasileira - que terá seu encerramento no próximo domingo, em São Paulo - o ex-vocalista doThe Smiths fez valer o seu retrospecto de críticas à família da rainha Elizabeth II e não poupou Harrry, o caçula do príncipe Charles e da princesa Diana, que está em visita oficial à capital fluminense.
"Como vocês sabem, o príncipe Harry está na cidade", iniciou o seu discurso, na metade do show, antes da plateia acompanha-lo com uma sonora vaia ao terceiro herdeiro na linha sucessória britânica. "Ele veio pegar o dinheiro de vocês. Por favor, não o deem para ele", completou Morrissey, até certo ponto contido para quem já tachou a família real de "parasitas de subsídio". Harry está no Rio para cumprir uma agenda, que também passará por São Paulo. Nas duas principais capitais brasileiras, Harry divulgará o Great, campanha cultural para estimular a visibilidade da Inglaterra tendo em vista os Jogos Olímpicos de Londres, em agosto.
Voltando a apresentação na Fundição Progresso, na Lapa: o bairro mais boêmio do Rio de Janeiro viveu a sua noite mais retrô dos últimos anos. Quem caminhava pelas ruas se deparava com as milhares de camisetas pretas, e com topetes para tentar imitar o ídolo-mor. A apresentação seguiu a risca o repertório de abertura da turnê, em Belo Horizonte. Ou seja, empolgação para valer mesmo, somente com os cinco hits do set list dedicados ao The Smiths - com destaque para There´s a Light That Never Goes out e How Soon Is Now?, hits para levar qualquer fã assíduo a dizer aos amigos que valeu o ingresso.
Eu amo vocês, mas poderia ter caprichado um pouco mais
Famoso por ser eclético, no maior estilo liquidificador cultural que reúne todos os estilos entre as diversas casas noturnas, o bairro da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, pelo menos esta noite, foi retrô. Anos 80 na veia. Tudo por causa dele: Steven Patrick Morrissey, mas pode chamar apenas pelo último sobrenome. Ele chegou à capital fluminense depois de sua última turnê no Brasil, há 12 anos. Deu para entender agora o frenesi?
O cantor inglês da lendária banda The Smiths¿ incendiou a pista da Fundição Progresso, na noite desta sexta-feira, com sucessos da sua já extensa carreira solo - que inclui nove álbuns. Quase britanicamente, com singelos seis minutos de atraso, bem ao seu estilo social-romântico (com camisa vermelha, calça social e sapato, e cabelo arrumado, claro), Morrissey tratou de empolgar a lotada casa de shows (ingressos esgotados) dando o pontapé inicial na apresentação com First of The Gang To Die.
A canção é do album You Are The Quarry, de 2004 - ano em que quebrou o hiato de sete anos longe dos estúdios e provou seu valor para a crítica britânica, que já zombava da sua, então, incapacidade de retornar ao mainstream. Na sequência de sua performance, após um lacônico "obrigado", um passeio por Roma emYou Have Killed Me, single relativamente bem sucedido de Ringleader Of The Tormentors, de 2006.
A referência italiana aponta para Pier Paolo Pasolini, com seu Accattone, aclamada película do já longínquo ano de 1961, que tratava justamente da prostituição na capital da terra da bota. "Pasolini is Me, Accattone You´ll Be" (Eu sou Pasolini, Você serão Accattone), cantou o britânico para o público, nos primeiros versos. Do seu ultimo trabalho solo, Years Of Refusal que Morrissey, aliás, o classificou na época como "o seu mais forte e atual álbum", isso há três anos, veio Black Cloud. Como se fizesse parte obrigatória do repertório, não foi difícil achar gente chorando na pista.
Veio então o primeiro contato real (sem trocadilhos) com os fãs: "tudo bem por aí", perguntou, sucintamente, antes de partir para When I Last Spoke To Carol, do mesmo disco. Com Alma Matters, deMaladjusted, de 1997, o cantor inglês mandou os famosos versos: So, the life I have made. May seem wrong to you. But I've never been surer. It's my life. To ruin. My own way. Em tradução livre: "então, esta é a vida que eu levei, ela pode parecer errada para você, mas eu nunca estive tão certo. É a minha vida, arruinando-se à minha própria maneira". Mais Morrissey do que isso, impossível.
Entendendo ou não a mensagem do eterno vegetariano, topetudo e que já pregou o celibato, tornando a sua figura algo como um ser assexuado, as milhares de pessoas que lotaram a Fundição foram ao delírio de verdade com o primeiro refrão reconhecido da noite: Because to Someone, Somewhere. Aclamação que iniciava seu ápice com a abertura do repertório ao The Smiths. Sim, porque Still Ill emocionou quem estava ali pelo óbvio: relembrar os anos 80 em sua plenitude.
Entre quatro trocas de camisa, não se sabe se em função do calor, ou pelo próprio estilo de troca de figurino, mensagens típicas de quem deu uma volta pela cidade "e nunca vi gente tão bonita como aqui", além de alguns afagos com os fãs dando as mãos e mandando beijos, Morrissey insistiu em seu repertório pessoal. Tendo em vista que há 12 anos praticamente ignorou as suas raízes, promovendo shows baseados praticamente em seus discos solos, até que deu para cair bem no túnel do tempo.
Principalmente com dois momentos de êxtase da noite: There´s a Light That Never Goes Out, clássica de qualquer balada retrô que se preze, fez valer a sensação de dever cumprido. A música que compôs ao lado do seu ex-parceiro Johnny Marr é oriunda do álbum que relembra o motivo da crítica ao príncipe Harry: The Queen is Dead (A Rainha está morta), que foi lançado somente em 1992 ¿ cinco anos após o fim da banda, fato que ainda hoje engana muita gente que a relaciona com a carreira solo do vocalista.
Com How Soon is Now?, de 1984, novamente da parceria infelizmente encerrada de Morrissey e Marr, a plateia, enfim, desentalou a gana de ressoar uma letra inteira, do início ao fim. Após o bis, com Goodbye Will Be Farewell, para encerrar, Morrissey mandou um "Eu amo vocês". Para quem já sempre pregou o desapego sexual, ficou o gostinho de que o anfitrião poderia ter caprichado e agradado um pouco mais.
Antes de Morrissey levar fãs às lagrimas, subiu ao palco da Fundição a cantora e tecladista norte-americana Kristeen Young. Ela bem tentou animar o público, que em certos momentos até atendeu aos pedidos de palmas, mas nem sua menção ao dia internacional da mulher fez a plateia se empolgar com sua performance - o bar ficou cheio por cerca de meia hora. Mais empolgação causaram os hits dos Smiths tocados antes do lord britânico entrar em cena.
*Nassif

Google afirma que é ilegal cobrança pelo Ecad de blogs que utilizam vídeos do YouTube

 

O Google se manifestou na noite desta sexta-feira (09/03) sobre a cobrança do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) aos blogs que inserem em suas páginas vídeos do YouTube. Um nota enviada por Marcel Leonardi, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google Brasil, diz que "o Google e o Ecad têm um acordo assinado, mas ele não permite nem endossa o Ecad a cobrar de terceiros por vídeos inseridos do YouTube". Leonardi acrescenta que o Google espera que "o Ecad pare com essa conduta e retire suas reclamações contra os usuários".
Neste episódio, como efeito positivo, deixou ainda mais maculada a já débil credibilidade do Ecad. É hora do Ecad mudar! Cada vez fica mais evidente o anacronismo desta entidade. 
Abaixo, segue a íntegra da nota do Google:

Os videos online desenvolveram um novo universo de oportunidades para criadores de conteúdo. Eles possibilitam que artistas, músicos, cineastas, ativistas de direitos humanos, líderes mundiais e pessoas comuns levem seu trabalho para uma audiência global. No YouTube, nos esforçamos para apoiar esse ambiente, onde qualquer um pode se engajar, criar e dividir conteúdo. É por isso que vemos com surpresa e apreensão o recente movimento do ECAD na cobrança direta a usuários da ferramenta de inserção ("embed") do Youtube. Gostaríamos de esclarecer qualquer incerteza sobre algumas questões que aconteceram em alguns sites e blogs que inserem vínculos (embedam) a vídeos do YouTube, promovendo visualizações e ajudando a dividir seus pensamentos e opiniões por meio de vídeos:
1- Google e ECAD têm um acordo assinado, mas ele não permite nem endossa o ECAD a cobrar de terceiros por vídeos inseridos do YouTube. Em nossas negociações com o ECAD, tomamos um enorme cuidado para assegurar que nossos usuários poderiam inserir vídeos em seus sites sem interferência ou intimidação por parte do ECAD. Embora reconheçamos que o ECAD possui um papel importante na eventual cobrança de direitos de entidades comerciais, nosso acordo não permite que o ECAD busque coletar pagamentos de usuários do YouTube.
2- O ECAD não pode cobrar por vídeos do YouTube inseridos em sites de terceiros. Na prática, esses sites não hospedam nem transmitem qualquer conteúdo quando associam um vídeo do YouTube em seu site e, por isso, o ato de inserir vídeos oriundos do YouTube não pode ser tratado como “retransmissão”. Como esses sites não estão executando nenhuma música, o ECAD não pode, dentro da lei, coletar qualquer pagamento sobre eles.
3- O ECAD pode legitimamente coletar pagamentos de entidades que promovem execuções musicais públicas na Internet. Porém, o entendimento do ECAD sobre o conceito de “execução pública na Internet” levanta sérias preocupações. Tratar qualquer disponibilidade ou referência a conteúdos online como uma execução pública é uma interpretação equivocada da Lei Brasileira de Direitos Autorais. Mais alarmante é que essa interpretação pode inibir a criatividade e limitar a inovação, além de ameaçar o valioso princípio da liberdade de expressão na internet.
Nós esperamos que o ECAD pare com essa conduta e retire suas reclamações contra os usuários que inserem vídeos do YouTube em seus sites ou blogs. Desse modo, poderemos continuar a alimentar o ecossistema com essas centenas de produtores de conteúdo online. No YouTube, nós nos comprometemos a levá-los cada vez mais próximos a seu público graças à inovação tecnológica e a características sociais como compartilhamento, discussão e até inserção em outros sites, caso o próprio vídeo permita.
Continuaremos a oferecer a cada autor de conteúdo a opção de decidir se eles querem que seus vídeos tenham a opção de serem inseridos (embedados) ou também disponíveis para dispositivos portáteis ou telas maiores, usando o botão “editar informações” em cada um de seus vídeos. Essas opções também podem ser acessadas pelo http://www.youtube.com/my_videos.
*Aldeia Gaulesa

sexta-feira, março 09, 2012

Ambientalistas alemães consideram Angra 3 "obsoleta"

  Por Paulo F.
Da Deutsche Welle

Organizações ambientais pressionam Berlim a retirar garantia financeira para Angra 3
Estudo encomendado pelo Greenpeace e Urgewald, na Alemanha, considera projeto brasileiro "obsoleto" e com sérias falhas, que poderiam comprometer sua segurança. Garantia alemã passa de 1,3 bilhão de euros.
p>Um estudo divulgado nesta terça-feira (06/03) na Alemanha pelas organizações ambientais Greenpeace e Urgewald, reforçou as críticas ao posicionamento de Berlim por manter uma garantia de 1,3 bilhão de euros para a construção da usina nuclear de Angra 3 no Brasil. O levantamento, assinado pelo engenheiro brasileiro Francisco Corrêa, aponta falhas no projeto de construção da usina que poderiam comprometer seriamente sua segurança. Segundo o especialista, a continuidade do programa nuclear brasileiro apresenta ainda um grave problema: o país não estaria cumprindo o acordo realizado com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de deixar nas mãos de um órgão independente a fiscalização sobre as atividades nucleares. Corrêa ressalta que atualmente essa fiscalização é feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), mesmo órgão que desenvolve as atividades nucleares no país.
"A CNEN não é independente, pois fiscaliza e é dona das indústrias nucleares do Brasil", afirmou Corrêa à Deutsche Welle. Ele foi contratado pelas duas organizações para mostrar os riscos da instalação da usina de Angra 3 no Rio de Janeiro.

Corrêa: Brasil descumpre acordo internacional sobre fiscalização nuclear
Projeto obsoleto
Uma das maiores críticas apresentadas pelo estudo do consultor brasileiro é com relação à falta de atualização do projeto de Angra 3 com tecnologias e práticas modernas usadas nas usinas, hoje em dia. Planejada na década de 70, o projeto das instalações da usina são basicamente os mesmos desde os anos 80. "Angra 3 é totalmente obsoleta", afirma o especialista.
Ele explica que a contenção – construção que protege os reatores nucleares – prevista para a usina fluminense teria apenas 60 centímetros de espessura. "É muito fina, não resiste à queda de avião comercial ou militar, por exemplo", diz o especialista, reiterando que a colocação do governo de que não há linhas aéreas cruzando a região não justificaria a flexibilização. "Reatores modernos utilizam duas paredes de contenção de 1,30 metro."
Corrêa também critica o local escolhido para a construção da terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – onde já existem as usinas Angra 1 e 2. O município de Angra dos Reis, conhecido pela bela costa, oferece grandes riscos de deslizamentos de terra, como tem ocorrido nos últimos anos, podendo danificar as instalações das usinas e mesmo dificultar uma rota de evacuação da população, em caso de acidente.
"O local onde Angra 3 seria instalada não passaria nem nos critérios atuais estabelecidos pela Eletronuclear para futuras atividades, pois eles não aceitam locais onde possa haver deslizamento de terra, nem onde haja cidades próximas com mais de 5 mil habitantes", aponta o especialista.
Para o Greenpeace, o reator brasileiro descumpre totalmente os critérios básicos de segurança estabelecidos desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e a catástrofe de Fukushima no ano passado. "Este reator não seria passível de aprovação na Alemanha", alfineta o especialista em energia nuclear da organização na Alemanha, Tobias Riedl.

Área de Angra está sujeita a deslizamentos, diz estudo
Pressão alemã
O uso de energia nuclear é um tema bastante sensível na Alemanha e tem levantado grandes discussões e gerado protestos contrários ao seu uso na Alemanha. Após o acidente em Fukushima, no Japão, exatamente há um ano, a chanceler federal Angela Merkel foi pressionada a rever a política nuclear do país, e por fim anunciou o fim do programa nuclear do país. "Se a chanceler quer manter a credibilidade de sua política atômica, é preciso acabar com este acordo nuclear no Brasil", afirma Riedl.
Há anos, as organizações ambientais vêm aumentando a pressão para que Berlim não conceda a garantia superior 1,3 bilhão de euros – uma espécie de fiança para proteger as empresas envolvidas do negócio, em caso de fracasso. Angra 3 será construída pelo conglomerado francês Areva, do qual participa também a empresa alemã Siemens.
Apesar das declarações anteriores de que o futuro reator brasileiro seguiria as técnicas usadas na Europa ocidental e de que a produção das peças asseguraria empregos na Alemanha, o governo alemão dá sinais de que pode recuar na garantia. Nesta segunda-feira, durante a feira de informática CeBit, em Hannover, Merkel ressaltou que uma decisão final ainda não foi tomada sobre o assunto.
Questionada pela imprensa, porém, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, recebida no evento pela premiê alemã, reiterou que o projeto Angra 3 está mantido.
Autora: Mariana Santos
Revisão: Augusto Valente

Cadeirante tira habilitação para pilotar moto adaptada em Campo Grande

Cadeirante José Domingues é o primeiro do país a incluir categoria A na CNH (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Cadeirante José Domingues é o primeiro do país a incluir categoria A na CNH (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Triciclo especial foi batizado de ‘Biga’ e atinge até 80 km/h. Veículo tem alavancas para baixar plataforma e travas que prendem cadeira.
Cadeirantes que buscam meios rápidos de locomoção nas cidades já podem ter acesso a uma alternativa ao carro e ao transporte coletivo. Um triciclo especial, produzido por uma fábrica em Mato Grosso do Sul, permite que deficientes físicos com membros inferiores sem mobilidade ou amputados tirem habilitação na categoria A, que inclui motos e triciclos.
Na última quarta-feira (7), o carioca José Henrique Domingues, de 59 anos, tornou-se o primeiro no estado a fazer a inclusão dessa categoria na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS). A bordo do triciclo especial, ele foi aprovado no exame prático realizado no pátio do órgão, em Campo Grande.
Aprenda como obter sua carteira de habilitação especial
Aposentado com deficiência física constrói o próprio carro, em Fortaleza
Domingues, que mora no Rio de Janeiro e trabalha como técnico em contabilidade, conta que é cadeirante há quatro anos, desde que começou a ter complicações por causa da esclerose múltipla. No ano passado, depois de ler sobre o triciclo especial, ele decidiu tirar a habilitação no Rio de Janeiro, mas esbarrou na desinformação.
Cadeirante não perdeu pontos na prova prática (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Cadeirante não perdeu pontos na prova prática (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
“Cheguei ao Detran do Rio, mas lá ninguém sabia como aplicar as provas. Diziam que não tinha jeito. Juntei várias informações sobre o triciclo e protocolei um processo, aguardei quatro meses e não me deram resposta até hoje. Aí decidi viajar até Campo Grande para comprar o triciclo e tirar a carteira”, relata.
O Detran de Mato Grosso do Sul é o único a dispor de um centro de formação de condutores voltado aos deficientes físicos, de acordo com o órgão. As aulas teóricas podem ser feitas em centros convencionais, e as aulas práticas nas categorias A e B são oferecidas de graça pelo departamento. O centro possui automóveis adaptados e um triciclo especial do mesmo modelo que foi adquirido por Domingues.
“Ele começou como todo aluno, com dificuldades no início, achando que não daria conta. Agora ele está aí, aprovado”, diz o instrutor.
O examinador Sílvio Ângelo da Silva, que acompanhou as manobras do cadeirante no dia da prova, disse que ele não perdeu nenhum ponto durante o percurso. “Ele fez passagem de nível, conversão, obedeceu aos semáforos e às placas, trocou de pista, tudo de forma correta”, afirmou.
Após saber do resultado, Domingues disse esperar que outros cadeirantes como ele possam tirar a CNH da categoria A. “Isso vai beneficiar muita gente, porque é chato depender dos outros para tudo. Agora vou poder ir sempre que quiser à praia, ao centro da cidade.”
Velocímetro e indicador de nível de combustível (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Velocímetro e indicador de nível de combustível (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Características
O nome de “batismo” do triciclo é Biga, e o visual remete aos carros de combate usados na Antiguidade. O motor importado de 100 cilindradas pode desenvolver velocidade nominal de 80 km/h, mas o manual recomenda que o condutor trafegue em segurança a no máximo 60 km/h. O câmbio automático é composto por três marchas à frente e uma à ré, que são indicadas por luzes no painel.
A aceleração fica no punho direito, e os dois manetes acionam os freios. O manete esquerdo possui ainda um mecanismo que ativa o freio de estacionamento. Velocímetro, indicador do reservatório de combustível e buzina ficam no guidão. A capacidade do veículo é para apenas uma pessoa.
O cadeirante não precisa de auxílio de terceiros para usar o triciclo especial. Uma alavanca faz com que a plataforma seja rebaixada ao nível do chão, e corrimãos servem de apoio para subir ou descer do veículo. Travas garantem que a cadeira de rodas não se movimente durante a condução do triciclo. De acordo com a fabricante, o preço do produto é de R$ 15 mil.
Preparação para o exame consumiu 26 aulas práticas
Preparação para o exame consumiu 26 aulas práticas
Como um veículo zero
Segundo o idealizador e fabricante Oraci Silva da Costa, a ideia começou a sair do papel há cinco anos, quando ele se aposentou como professor de ensino industrial. O amplo conhecimento sobre mecânica e a paixão por motocicletas somaram-se à intenção de desenvolver veículos especiais. Desde então já foram comercializadas 13 unidades, sempre sob encomenda.
As peças não são reaproveitadas de outros veículos. “É o único triciclo do país totalmente projetado, diferentemente de outras motocicletas adaptadas para cadeirantes”, explica Costa. A vantagem, segundo ele, é que o triciclo sai da linha de montagem com o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). “É como um carro zero quilômetro que se compra em uma loja”, afirma.
*Deficienteciente

Pobreza cai e desigualdade alcança menor nível desde 1960

 

Apesar da crise econômica mundial, que vem se acentuando e aumentando as desigualdades em vários países, no Brasil a pobreza caiu 7,9% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012 e as desigualdades continuam a diminuir, atingindo o menor nível desde 1960. A constatação faz parte da pesquisa De Volta ao País do Futuro, que analisou a nova classe média e foi divulgada hoje (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). 


O coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, lembrou que a queda ocorre em ritmo três vezes maior que o sugerido pelas metas do Milênio das Nações Unidas (ONU). “O Brasil está um pouco na contramão de sua história pregressa e da de outros países emergentes e desenvolvidos. Aqui a desigualdade vem caindo nos últimos 11 anos consecutivos e está caindo com mais rapidez do que antes e hoje estamos no nosso menor nível de desigualdade da série histórica que começa em 1960”, destacou.

O estudo mostra que, de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, o índice de Gini, que mede a desigualdade numa escala de 0 a 1, caiu 2,1%, passando de 0,53 para 0,51 e que o crescimento da renda familiar per capita média foi 2,7% nos 12 meses estudados.

Neri defendeu que os resultados positivos devem-se às políticas públicas de redução da pobreza e ao fato de os brasileiros terem menos filhos e não deixarem de matriculá-los na na escola. “Educação é o fator mais importante para esse resultado, conforme nossos estudos, e a melhora na educação pode significar uma queda maior ainda.”

Apesar da melhoria, o economista lembrou que o Brasil permanece entre os 12 países mais desiguais do mundo. Embora seja a região mais pobre e desigual do país, a renda do Nordeste é a que cresce mais devido a investimento de novas empresas, políticas públicas e empreendimentos estatais entre outros motivos.

Uma parte da pesquisa se arrisca a fazer um cenário prospectivos e prevê que se a desigualdade continuar nesse ritmo de queda, a proporção da chamada classe C, que hoje representa 55,5% da população, deve chegar a 60,1% em 2014. A classe C, de acordo com a definição utilizada pelo estudo, é composta por famílias com renda familiar entre R$ 1.734 e R$ 7.475.

Baseado nessa metodologia, a pesquisa aponta que entre 2003 e 2011, cerca de 40 milhões de pessoas saíram da classe D para a classe C, que conta hoje com mais de 105,4 milhões de brasileiros. Cerca de 22,5 milhões pertencem à classe AB (com salários maiores que R$ 7.475) e cerca de 63,5 milhões estão na classe D e E (com renda inferior a R$ 1.085).

Com Agência Brasil
*Onipresernte

Pronunciamento da presidenta Dilma por ocasião do Dia Internacional da Mulher

Ditadores e torturadores não podem ser nomes de ruas

Gilberto Maringoni, Carta Maior
Uma Comissão da Verdade de verdade poderia começar seus trabalhos propondo ao Congresso Nacional uma lei simples: proibir em todo o território nacional que logradouros públicos sejam batizados com nomes de pessoas que enxovalharam a democracia e os bons costumes. E alterar as denominações existentes.
Em São Paulo, a situação é vergonhosa. A principal rodovia do estado chama-se Castello Branco. De tão naturalizada está a questão, que poucos param para pensar no seguinte: aquele foi o chefe da conspiração que acabou com a democracia no Brasil, em 1964. A homenagem foi feita por Roberto de Abreu Sodré, governador biônico, que inaugurou a via em 1967. Estávamos em plena ditadura e seria natural que um serviçal do regime quisesse adular seus superiores.
A via não representa uma exceção. A cidade comporta ainda o elevado (?) Costa e Silva, em homenagem ao segundo governante da ditadura. O idealizador foi outro funcionário do regime, Paulo Salim Maluf, nos idos de 1969. O mesmo Maluf mimoseou, em 1982, quando governador, o famigerado Caveirinha, alcunha que imortalizou o general Milton Tavares de Souza, falecido no ano anterior. Caveirinha foi chefe do Centro de Informação do Exército (CIE) e suas grandes obras foram a implantação dos DOI-CODI e da Operação Bandeirantes (Oban), órgãos responsáveis pelo assassinato de inúmeros oponentes do regime. Foi também um dos planejadores da repressão à guerrilha do Araguaia (1972-76).
Ernesto Geisel, ditador entre 1974 e 1979, é o nome de um conjunto habitacional em Bauru. Emilio Garrastazu Médici, o comandante da fase mais repressiva da ditadura, nomeia dezenas de ruas, escolas e praças pelo Brasil. Presidente Figueiredo é uma cidade no Amazonas. Diadema abriga uma Escola Estadual Filinto Muller, temido chefe da Polícia Política do Rio de Janeiro entre 1933 e 1942. Imortalizou-se por ter comandado a operação que resultou na deportação de Olga Benario à Alemanha, em 1936.
Mas nada supera a inacreditável rua Dr. Sergio Fleury, na Vila Leopoldina, na capital.
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Manter tais denominações significa conservar viva a memória de gente que deve ser colocada em seu justo lugar na História: o daqueles que perpetraram crimes contra a democracia e a cidadania, prejudicaram o país e contribuíram para o atraso em vários campos de atividade.
Na Itália não existe rua, monumento ou edifício público com o nome de Benito Mussolini ou de outro funcionário graduado do regime fascista. A decisão faz parte de uma luta ideológica que visa extirpar as marcas da intolerância, da brutalidade e da xenofobia que marcaram a vida do país entre 1924 e 1944.
Tampouco há na Alemanha uma avenida Adolf Hitler, um aeroporto Herman Göering (que foi ás da aviação na I Guerra Mundial), um viaduto Joseph Goebbels ou coisas que o valham. Aliás, evitou-se durante décadas batizar crianças com o nome Adolf, por motivos mais ou menos óbvios.
Argentina, Chile e Uruguai também não fazem rapapés à memória de responsáveis pelos anos de terror institucionalizado. A cidade de Puerto Stroessner, no Paraguai, teve seu nome mudado para Ciudad Del Este, assim que o ditador foi deposto, em 1989.
No Brasil, como os zumbis da ditadura não apenas assombram, mas aparentemente intimidam o poder democrático, as mudanças não acontecem. Estão aí, fagueiros e lampeiros na vida nacional, figuras como José Sarney, Marco Maciel, Paulo Maluf e outras, crias da ditadura e cheios de autoridade na vida pública. E os pijamas do Clube Militar volta e meia fazem ordem unida para enaltecer os anos de chumbo.
Banir os nomes de gente dessa laia dos logradouros públicos é um bom passo para se consolidar a democracia.
Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

*esquerdopata