O pragmatismo político de FHC e de Lula são boas lições a serem seguidas.
Os próximos dois anos serão decisivos para a viabilização do crescimento sustentado brasileiro. E não serão anos fáceis.
Dilma Rousseff
terá que enfrentar interesses poderosos ao mexer nos juros e câmbio.
Terá o desafio de reerguer uma indústria combalida. Não haverá o
benefício de taxas de crescimento robustas. E ainda se terá pela frente o
tsunami monetário.
Por tudo isso, a prudência não recomenda excesso de auto-suficiência, muito menos no campo político.
Uma das
características da gestora Dilma sempre foi o de mirar o objetivo final e
tratar sem dogmatismo as ações necessárias para se chegar lá. E não
perder tempo com aquilo que não fosse fundamental para o se alcançar o
resultado final.
Deveria aplicar os mesmos princípios agora, juntando à sua visão estratégica o componente político.
Nesse
exato momento, o Executivo pouco depende do Congresso. Já conseguiu o
relevante, a aprovação da DRU (Desvinculação das Receitas da União). A
presidente nada em popularidade, o Congresso em desgaste. Apesar do
desempenho pífio do PIB, no ano passado, o desemprego é baixo.
Mas a
política obedece muito mais às regras da teoria do caos do que às ações
programadas. Daqui a um ano, o cenário econômico poderá ser o seguinte:
* economia estagnada, enfrentando o tsunami monetário;
* base política fragmentada;
* velha mídia partindo para o terceiro tempo da guerra;
* uma multidão de políticos ressentidos, achando ter chegado o momento da forra.
Dilma
entra na nova batalha com a energia de um grande comandante. Esses
momentos são cruciais para montar as estratégias para quando a guerra
começar.
O pragmatismo político de FHC e de Lula são boas lições a serem seguidas.
por Luis Nassiff