Documentos em primeira-mão no Blog Os Amigos do Presidente Lula em 17/03/2012
Você gostaria de ser dono de 20% uma grande e lucrativa faculdade
privada numa grande cidade, por um valor de um apartamento de classe
média modesto? E em condições camaradas, pagando em 25 parcelas
correspondentes a menos da metade de seu salário?
Pois o senador Demóstenes Torres (DEMos/GO) é um felizardo que conseguiu
essas condições através de um sócio milionário de Goiás, dono de
laboratório!
Calma, gente! Desta vez não estou falando do "professor"-bicheiro
Carlinhos Cachoeira. O senador tem outros amigos endinheirados.
O sócio milionário é Marcelo Henrique Limirio Gonçalves, ex-dono do
laboratório Neoquímica e sócio da Hypermarcas. Foi quem entrou com o
grosso do dinheiro para implantar a faculdade, e fez este negócio de pai
para filho com Demóstenes.
O contrato social da empresa mantenedora da faculdade prova:
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http://goo.gl/R88iD
Contrato Social original com a participação de cada sócio e forma de injetar o dinheiro . |
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http://goo.gl/vmBpW
Registro no MEC mostra que empresa de Demóstenes é a mantenedora da Nova Faculdade. |
O milionário Marcelo Limírio entrou com R$ 600 mil no ano de 2008, para botar a faculdade de pé.
Demóstenes Torres entrou com R$ 200 mil, mas em 25 prestações de R$ 8
mil por mês (suaves, para quem tem salários de senador e de
ex-procurador do Ministério Público de Goiás). As prestações só
terminaram de serem pagas em março de 2010.
A terceira sócia foi assessora de Demóstenes no gabinete do Senado, até
assumir a direção do instituto, e também entrou no negócio exatamente
com as mesmas condições do senador.
Não há nada aí em cima que, por si, possa ser enquadrado
no código penal. Sem fazer ilações sobre laranjas, negócios de
fachada, etc, o que pode-se afirmar com certeza é que o milionário fez
uma ação entre amigos para proporcionar um negócio de pai para filho a
Demóstenes, para ele ter uma renda e patrimônio empresarial.
O problema é que Demóstenes não é filho de Marcelo Limírio, e seus
maiores atrativos são ocupar um estratégico cargo de Senador, presidente
da CCJ no Senado, tem trânsito no governo de Goiás, é irmão do
Procurador-Geral do Estado de Goiás, tem relacionamento pessoal com
ministros do STF como Gilmar Mendes.
Se Demóstenes fosse ministro da Dilma, ele já estaria pré-condenado por
suposto tráfico de influência, corrupção passiva, e coisas do gênero. E
ele, como Senador, tem que explicar a seus eleitores as razões que
levaram um milionário a fazer um negócio de pai para filho beneficiando
ele. O caso é mais esquisito do que a cozinha importada ganha de
Carlinhos Cachoeira.