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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 03, 2012

Unasul reiterará na ONU respaldo à Argentina pelas Malvinas

O crescente respaldo internacional à reivindicação de soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas se fará patente outra vez amanhã na ONU, agora por intermédio da União Sul-americana de Nações (Unasul).

O tema será exposto ante o titular da organização mundial, Ban Ki-moon, pela secretária geral desse agrupamento regional, María Enma Mejía, quem cumpre uma visita à sede central das Nações Unidas em Nova York.

Desde o início de sua agenda aqui, a servidora pública anunciou que tratará o assunto das Malvinas com o máximo responsável pela ONU, a quem lhe ratificará o apoio unânime da América do Sul à Argentina em sua luta pela recuperação da soberania sobre essas ilhas austrais.

Ban Ki-moon está envolvido nesse tema desde fevereiro passado quando se ofereceu ante o chanceler argentino, Héctor Timerman, para mediar em procura de negociações entre Londres e Buenos Aires sobre as Malvinas, território ocupado pela Grã-Bretanha desde 1833.

Naquela ocasião, o ministro veio ao quartel geral da ONU e apresentou uma forte denúncia contra a crescente militarização da região do Atlântico Sul das Malvinas por parte dos britânicos.

Um mês mais tarde, os chanceleres da Unasul aprovaram em Montevidéu uma declaração de rejeição à presença militar britânica nesse arquipélago, ao considerá-la contrária à política regional por uma solução pacífica à disputa por sua soberania.

Os ministros reiteraram seu repudio às atividades unilaterais do Reino Unido na zona, entre outras, a exploração e exploração de recursos naturais de Argentina e a realização de exercícios militares vulnerando as resoluções da ONU. Na mesma linha pronunciou-se em dezembro passado uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) ao reafirmar o interesse dos 33 países membros em que Londres e Buenos Aires retomem negociações sobre o problema.

A ONU está envolvida no tema das Malvinas desde 1965, quando a Assembleia Geral aprovou a resolução 2065, mediante a qual reconheceu a disputa territorial entre Argentina e Grã-Bretanha em torno do arquipélago do Atlântico Sul.

O Comitê de Descolonização das Nações Unidas debaterá sobre a questão no próximo dia 14 de junho, quando se espera a participação da presidente argentina, Cristina Fernández.

Nesse dia se cumprirão 30 anos (1982) do fim da chamada Guerra das Malvinas, travada entre Argentina e o Reino Unido durante dois meses nesse território austral e que custou a vida de 649 argentinos e 255 ingleses.

A lista de territórios não autônomos atendidos pelo Comitê de Descolonização inclui a Anguila, Bermuda, Ilhas Caimán, Malvinas, Turcas e Caicos e Virgens Britânicas, Monserrat, Santa Elena, Gibraltar e Pitcairn, todos sob controle do Reino Unido.

Igualmente Ilhas Virgens norte-americanas, Guam e Samoa Americana (as três dos Estados Unidos), Nova Caledonia (França), Tokelau (Nova Zelandia) e Saara Ocidental (ex colônia espanhola ocupada pelo Marrocos).

O comitê também se ocupa do assunto de Porto Rico como um caso especial e trata de que seja reincorporado como um território colonial, depois de ter estado nessa condição até 1953.

Nações Unidas, 1 abr (Prensa Latina)  - Modificado el ( domingo, 01 de abril de 2012 )

Fonte: Prensa Latina
*Opovonalutafazhistoria

Demóstenes e a ponta do iceberg

 

Por Cristiana Castro
Comentário no post "O caso Demóstenes, por Maria Inês Nassif"
Execelente o texto da M.I.N.; fundamental para a compreensão do episódio e necessário no sentido de destacar o que, de fato, importa, nesse escândalo, além de indicar as exigência a serem cumpridas.
O caso Demóstenes não é mais um escândalo; não é mesmo, muito mais próximo está de ser a sequência de um mesmo escândalo que começou há décadas.
É uma chance ÚNICA; verdade, podemos não ter outra chance, como essas de passar o país a limpo. Agora é barba, cabelo e bigode, ou não é nada. Pode ser complicado mas, ou encaramos TODAS as conexões dessa máfia ou teremos jogado conversa fora.
p>Não foi a mídia que desmascarou Demóstenes; não mesmo, foi, antes a própria existência da personagem Demóstenes que expôs para o país inteiro, o grau de influência da quadrilha nas instituições brasileiras, Judiciário, parte do Legislativo, Midiático, MP, PGR, OAB.. Todos associados para envolver a sociedade na falácia da moralidade golpista.  Não é demais lembrar que esse consórcio teve como objetivo a derrubada de um governo e, quase conseguiu e que, uma das partes, há bem pouco tempo, anunciou a intenção de derrubar a presidente Dilma Roussef.  Não estamos tratando de corrupção e sim, de associação para o crime.
Parabéns a Maria Inês Nassif, pelo texto e agradecimento a Luis Nassif, pela oportunidade de expressarmos nossas impressões acerca de um dos episódios mais nojentos da República. Ficamos com a sensação de estarmos cercados de bandidos e sem ter a quem recorrer uma vez que as instâncias recursais são partes envolvidas na quadrilha.
*LuisNassif

Apenas um prefeito

 
A pior maldição de São Paulo é seu gigantismo. Por mobilizar um dos maiores orçamento da União, administrar a cidade parece não ser mais algo que tenha valor em si.
Ao contrário, São Paulo é apenas uma passagem, seja para voos mais altos, como a Presidência da República, seja para a utilização de seu peso político na construção de novos partidos, seja para a luta pela construção de hegemonias partidárias.
Há tempos a população paulistana não tem um prefeito, apenas um prefeito -alguém que queira simplesmente administrar a cidade e debruçar-se não sobre as taxas de juros do Banco Central ou dos grandes problemas do país, mas sobre o trânsito infernal da avenida Brasil ou a falta de bibliotecas na periferia.
Não por outra razão, a cidade nunca é referência quando se discute soluções urbanas inovadoras. Não há mais pensamento urbano em São Paulo -isto porque não há um poder público capaz de incentivá-lo e implementá-lo no interior de uma ação integrada de planejamento.
Do ponto de vista da criatividade referente à vida nas grandes metrópoles, São Paulo é uma cidade morta. Seus fios elétricos expostos, seus semáforos que não funcionam e seus ciclistas atropelados lembram como ela está parada no tempo, como alguém que parece desconhecer seu próprio tamanho.
Colabora para isso o fato de, nos últimos anos, o morador da metrópole ter sido obrigado a conviver com a mediocridade administrativa travestida de autossatisfação.
Enquanto as pesquisas eram unânimes em mostrar o descontentamento profundo da população com a metrópole, a ponto de vermos pesquisas em que a maioria dos habitantes afirmava querer simplesmente mudar de cidade, éramos obrigados a ouvir o atual prefeito dizer que daria para si mesmo nota dez. Há de perguntar-se quem precisa de tanta insensibilidade no cerne do governo.
De fato, é difícil para qualquer cidade sobreviver depois de uma série de prefeitos como Jânio Quadros, Paulo Maluf, Celso Pitta e o atual.
Não por acaso, eles representam momentos do desenvolvimento do mesmo grupo político, com concepções muito parecidas para a cidade. Todos eles (à parte Celso Pitta, cuja carreira foi destruída por escândalos de corrupção) entraram na prefeitura olhando para outros mares.
Por isso, a única coisa que a população paulistana pede nessas eleições é que os candidatos mostrem querer realmente administrar a cidade, ter ideias factíveis e detalhadas, do tamanho da real dimensão dos problemas brutais que vivemos no cotidiano.

*esquerdopata

São Paulo supera o Rio

Se você for honesto se filie ao PPS, depois peça dinheiro ao Cachoeira bicheiro ou fique bastante tempo sem ser julgado e suas tramóias prescreverão

  Stepan Nercessian pede afastamento do PPS

Ator e deputado federal teria recebido dinheiro de Carlinhos Cachoeira, acusado de ligações com o jogo do bicho
O ator e deputado federal Stepan Nercessian pediu afastamento do PPS, após denúncias de que ele teria recebido dinheiro do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.
*aposentadoinvocado

A encruzilhada do desenvolvimento

Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:

O naufrágio neoliberal subtraiu à mídia o poder de veto sobre o debate do desenvolvimento brasileiro. Seu discurso transita como um zumbi pelas ruínas daquilo que se apregoou durante décadas como virtuoso e irrecorrível. O vácuo, porém, ainda não foi ocupado pela discussão ordenada de um projeto regenerador para a economia e a sociedade, o que dá à narrativa econômica um clima de non sense, em que a poeira do passado comanda a visão do futuro.

Os mercenários que guerreiam na Síria

Por Altamiro Borges

O Conselho Nacional da Síria (CNS), instituição que reúne os grupos contrários ao presidente Bashar Al-Assad, anunciou neste final de semana que os militares que se rebelarem no país serão pagos com ajuda financeira de “nações ocidentais”. A decisão, tomada numa conferência realizada na Turquia, comprova o que todos já sabiam: a interferência estrangeira neste conflito interno.

Efeito dominó pode atingir Serra



Depois de cair Demóstenes Torres, senador do DEM, cai Agripino presidente do mesmo partido. Os dois maiores críticos do que chegaram a chamar de crise moral no governo Dilma viraram manchete de jornal e correm o risco de impeachment depois de abertos processos por desvio de conduta no Supremo Tribunal pelo Ministério Público Federal.

Com eles sucumbe o que restava dos escombros do edifício dos Democratas, trazido ao chão pelos filmes que mostravam o único governador eleito pela agremiação originada do extinto PFL, recebendo numerário de agente público incumbido da arrecadação de propinas.
 
Foram escândalos diferentes, ainda que de divulgação concomitante, os que vitimaram um e outro dos próceres oposicionistas. Mas o de maior estrago foi o de Agripino, que ameaça arrastar consigo o candidato `a prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Serra.

Serra, que insiste em São Paulo brigar como um cão velho pelo osso que pretende  saborear daqui a 2 anos em Brasília, tem gente graúda de sua confiança envolvida no escândalo que volta a atingir o último bastião moral do DEM, Agripino.

O nome do homem, que até rima com o de Maia , é João Faustino.  O tucano potiguar de quem ninguém tinha ouvido falar até que fosse preso pela polícia federal por chefiar esquema de fraude nos serviços de inspeção veicular em seu estado, foi feito suplente de senador de Agripino Maia por indicação do paulista José Serra, no momento em que desfrutava de grande prestígio dentro de seu partido pelo fato de ser candidato a presidente da república.

Estranho, não? O padrinho do prefeito paulistano Kassab, que teve os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de fraude na inspeção veicular da cidade de São Paulo, patrocinou alguém do seu círculo com domicílio a quase 4.000 km de distância,  que, por sua vez, também ele envolveu-se em fraudes bilionárias nos serviços de inspeção veicular.

Mas não se pense que por suas pretensões eleitorais em âmbito nacional, José Serra foi buscar amigos e apoios lá onde as necessidades de voto o exigiriam, vindo a conhecer casualmente o aliado Faustino. Não, José era chapa de João desde os tempos da UNE, quando o famigerado, diria Guimarães Rosa, presidiu a seção norte-riograndense da entidade.

Mais, quando governador Serra abonou a ficha de filiação do amigo ao partido dos tucanos e abrigou-lhe na antessala de Aloysio Nunes, seu Chefe da Casa Civil, com o pomposo título de Sub-Chefe da Casa Civil, cargo de que desfrutou por 2 anos e meio no Palácio dos Bandeirantes. Até 2010 Faustino recebia estipêndios do governo de São Paulo como conselheiro de empresas estatais.

A convivência entre Aloysio e João tampouco foi difícil, desde que um e outro trabalharam juntos no governo Fernando Henrique Cardoso: Faustino na condição de Secretário da Presidência para Assuntos Federativos e Aloysio na de Secretário Particular do Presidente.

À aproximação da campanha eleitoral, Serra incumbiu seu “protegée” de levantar dinheiro no nordeste. Com uma boa ajuda de custo no bolso e uma idéia esplêndida na cabeça: reproduzir entre os nordestinos a bilionária experiência da inspeção veicular da cidade de São Paulo que ele, Serra, havia deixada prontinha para ser operada por seu  substituto e depois prefeito eleito com seu esforço pessoal, Gilberto Kassab.

João Faustino, usando o nome do candidato presidencial, foi direto à governadora Wilma Maia para que baixasse, ainda antes das eleições presidenciais, lei estadual instituindo a inspeção veicular no estado. 

Os investigadores interceptaram mensagens eletrônicas entre os operadores do esquema e contatos seus dentro da Prefeitura de São Paulo que comprovam estreita colaboração de funcionários com a quadrilha na elaboração da lei que criou a inspeção veicular em Natal, no edital de concorrência publicado e até nos despachos que deveriam ser apostos em caso de recursos apresentados contra o fraudado certame.

Agora Serra quer ser Prefeito e chama de inconsequente a proposta de seu jovem oponente Fernando Haddad de extinguir a taxa de inspeção veicular paga pelos motoristas paulistanos, mesmo depois de haverem já pago o imposto sobre veículos automotores, o IPVA, que tem cota-parte destinada ao município. Talvez não esteja mesmo bem avaliando o candidato do PT a importância que tem para o caixa de Serra as contribuições desse bilionário negócio em São Paulo.
  

O automóvel e o ar comprimido



Inventado há mais de 10 anos, tal meio de transporte conseguiu obter a homologação só nos últimos tempos. Os inventores, a família francesa Negré, afirma ter sido obstaculizados e desacreditados, além de não ter recebido algum tipo de financiamento.

Agora os Negré apresentam uma inteira gama, com a marca MDI, que vala  pena observar.

AirPOD 

Carro pequeno (2 metros de comprimento), com capacidade para 4 ocupantes.

Com uma potência de miseráveis 5 cavalos, é um automóvel no verdadeiro sentido do termo, não faltando nada. Até possui um computador de bordo, sistema para o controle da estabilidade, recuperação de energia nas travagens, airbags, direcção assistida.

Permite alcançar 70 km/h, tem uma autonomia de 220 km em cidade, carrega-se em 90 segundos, percorre 100 km com 0.50 €.


OneFlowAir

Carro um pouco mais comprido (3,4 metros), para cinco pessoas, 15 cv de potência, alcança 110 km/h, pode ser equipado com um adicional motor de combustão interna, o que eleva a autonomia até 900 km.

Em modalidade "ar comprimido" consegue percorrer 100 km. Em modalidade "dual fuel" isso é, desfrutando também o combustível fóssil) consome 1,7 litros por cada 100 km.

Pormenor interessante: como combustível pode ser utilizada a gasolina, o gasóleo, o etanol, óleos vegetais...
Preço: 5.300 Euros.


MiniFlowAir

O mesmo conceito do modelo anterior, só em miniatura.

Com um comprimento de 2.65 metros, consegue transportar 3 pessoas, debita 50 cv, atinge 130 km/h, consome 1.8 litros de combustível por cada 100 km e tem uma autonomia de 1.500 km (50 em modo "ar").
Preço: 9.200 Euros.


CityFlowAIR

Um carro destinado ao transporte de objectos também pois de facto é uma espécie de pick-up (isso é, com uma ampla zona de carga descoberta na parte posterior do veículo). Em alternativa, pode ser um verdadeiro furgão, como na imagem ao lado.

As especificações são idênticas ao modelo anterior, sendo o CityFlowAIR apenas mais comprido (4.1 metros).
Preço: 13.000 Euros.

Em projecto há também o MultiFlowAIR, um transporte público modular, alimentado unicamente com ar comprimido para assegurar zero emissões poluentes. 

Muito interessante os modelos alimentados por ar comprimido, mas não podemos esquecer os de dupla energia; estes motores de dupla energia têm uma maior autonomia e garantem:
  • Menos de dois litros de combustível por cada 100 km percorridos
  • Zero emissões NOx (óxidos de azoto)
  • Emissões 3 vezes inferiores de C02 em comparação com os motores clássicos.

O dono da empresa, Cyril Guy Négre, ex engenheiro da Williams (Renault), em 2007 assinou um acordo com a casa automobilística indiana Tata, pela construção dum veículo citadino: velocidade máxima 50 km/h, autonomia 200 km. Em Junho de 2009 o AirPOD é adoptado como veículo de serviço no aeroporto de Amsterdam.

Desde já é possível reservar um dos modelos no site da empresa (link no fundo do artigo). Mas atenção: a empresa fadigou não pouco para obter a homologação em França, nos outros Países é claro que as dificuldades iriam repetir-se.

Tudo simples então? Não, pois ainda há alguns problemas técnicos, nomeadamente a formação de gelo.
O principal problema do motores que funcionam com ar comprimido é que a expansão do gás subtrai calor ao ambiente, o ar no motor atinge os 40ºC negativos e a presença de humidade no ar comporta a formação de gelo no mesmo motor.

Négre afirma ter ultrapassado o problema com um sistema  politrópico, mas não peçam o que isso pode significar porque não faço ideia. Todavia gelo no motor foi o que o jornalista do Guardian encontrou durante uma breve prova do carro:
Ao contrário dos convencionais motores de combustão interna, movidos a ar motores, gelo espesso forma-se rapidamente sobre o motor. Isto significa que a única característica que vem de graça no carro será o ar condicionado.
Outra empresa que apresentou um modelo movido com ar comprimido foi nada mais nada menos de que a Honda.

Em 2012 apareceu a Honda Air, protótipo de carro desportivo (imagem ao lado) que prontamente desapareceu da cena.

Até que qualquer referência ao modelo foi apagada no site da Honda: hoje carros menos poluentes significa tecnologia híbrida, gás e etanol. Todos produtos que funcionam ainda com o paleolítico motor de combustão interna.

No máximo fala-se de fuel cell, especificando que em qualquer caso será o futuro, não o presente. 

A verdade é que nenhuma grande empresa parece interessada no desenvolvimento dum motor de ar comprimido. Um empresário privado, Négre, sem financiamentos ou outras ajudas, conseguiu montar uma empresa que produz carros movidos com ar comprimido. Ainda há problemas técnicos, como vimos, mas a minha pergunta é: que aconteceria se uma ou mais grandes empresas, com as imensas capacidades delas, decidissem investir na pesquisa e no desenvolvimento?

Talvez nada, talvez o motor de ar comprimido seja um beco sem saída, destinado a conviver com o problema do gelo. Mas a impressão é que falte a vontade para abandonar os combustíveis fósseis. Isso seria uma revolução, algo que subverteria a sociedade tal como é conhecida. E ninguém quer correr este risco, para não perder as posições de poder. 

Por isso, lamento, mas não será possível livrar-nos do petróleo e derivados, pelo menos no futuro próximo. 


Ipse dixit. 
*InformaçãoIncorreta