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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, abril 09, 2012
O Homem que engarrafava Nuvens completo
O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS" (2008) é sobre o advogado, político, instrumentista, poeta e compositor HUMBERTO TEIXEIRA.
VISITE O LINK: http://ohomemqueengarrafavanuvens.blogspot.com/
Quando as pessoas pensam em música brasileira, pensam em samba e bossa nova. Entre esses dois ritmos há uma década esquecida. Um período em que um ritmo nordestino foi levado ao sul, tomou o país como um furacão, e logo se espalhou pelo mundo.
É o mais excitante e autêntico de todos os sons brasileiros. BAIÃO.
Dirigido por Lírio Ferreira, o premiado diretor de "Árido Movie", "Cartola" e "Baile Perfumado", esse documentário -- musical conta a história de Humberto Teixeira, o "Doutor do Baião", o compositor por trás de clássicos como Asa Branca, uma das canções mais populares do Brasil.
O filme é não só uma celebração de genialidade poética e musical de Teixeira, mas também uma jornada de descoberta, do sertão, do baião, da cultura e da história do Brasil.
O Baião é Ótimo !!!
A surpreendente história de Humberto Teixeira "O Doutor do Baião" está encantando o público e a crítica. Uma série de matérias especiais sobre o filme O Homem que Engarrafava Nuvens foram publicadas na imprensa antes e depois da estréia no dia 15 de janeiro. Importantes críticos de cinema e jornalistas têm sido unânimes ao ressaltar a qualidade do documentário que está cotado como ótimo e recomendado para a maioria dos jornais.
Forró!
VISITE O LINK: http://ohomemqueengarrafavanuvens.blogspot.com/
Quando as pessoas pensam em música brasileira, pensam em samba e bossa nova. Entre esses dois ritmos há uma década esquecida. Um período em que um ritmo nordestino foi levado ao sul, tomou o país como um furacão, e logo se espalhou pelo mundo.
É o mais excitante e autêntico de todos os sons brasileiros. BAIÃO.
Dirigido por Lírio Ferreira, o premiado diretor de "Árido Movie", "Cartola" e "Baile Perfumado", esse documentário -- musical conta a história de Humberto Teixeira, o "Doutor do Baião", o compositor por trás de clássicos como Asa Branca, uma das canções mais populares do Brasil.
O filme é não só uma celebração de genialidade poética e musical de Teixeira, mas também uma jornada de descoberta, do sertão, do baião, da cultura e da história do Brasil.
O Baião é Ótimo !!!
A surpreendente história de Humberto Teixeira "O Doutor do Baião" está encantando o público e a crítica. Uma série de matérias especiais sobre o filme O Homem que Engarrafava Nuvens foram publicadas na imprensa antes e depois da estréia no dia 15 de janeiro. Importantes críticos de cinema e jornalistas têm sido unânimes ao ressaltar a qualidade do documentário que está cotado como ótimo e recomendado para a maioria dos jornais.
Forró!
2ª Marcha Pelo Estado Laico (2012)
Proteja o Estado Laico. Em todo o Brasil.
SÃO PAULO
14 de abril de 2012 (sábado), às 12h00 no vão do MASP
+ informações: https://www.facebook.com/events/325719334131899/
BELO HORIZONTE
26 de abril de 2012 (quinta)
+ informações: https://www.facebook.com/events/398916353470445/
RIO DE JANEIRO
14 de maio de 2012 (segunda)
+ informações: https://www.facebook.com/events/367994129886906/
*comtextolivre
SÃO PAULO
14 de abril de 2012 (sábado), às 12h00 no vão do MASP
+ informações: https://www.facebook.com/events/325719334131899/
BELO HORIZONTE
26 de abril de 2012 (quinta)
+ informações: https://www.facebook.com/events/398916353470445/
RIO DE JANEIRO
14 de maio de 2012 (segunda)
+ informações: https://www.facebook.com/events/367994129886906/
*comtextolivre
Por uma infância livre de consumISMO
A internet é realmente uma revolução. E quando usada para o bem, é maravilhosa. Existe um projeto de lei, que tramita há 10 anos, com o intuito de proibir a veiculação de publicidade direcionada ao público infantil.
Parece radical, parece censura? Mas não é. Lembram-se da publicidade
para cigarros? A propaganda de cigarro gerou a mesma polêmica e só
ganhamos com a ausência das “caras de pau” das empresas e publicitários
que insistiam em associar cigarro a esporte e vida saudável
e bem sucedida. Uma reportagem com fumantes famosos confirma que a
maioria fumou para ser moderno e se inserir no grupo social que
desejavam. Hoje se arrependem pois não conseguem se livrar do vicio.
Assim é a publicidade infantil. No futuro teremos criancas com a vida
pautada na satisfação exclusiva pelo consumo. Comprar é viciante e a
insatisfação compulsiva já se trata nos consultorios e com medicação
tarja preta como antidepressivos e ansiolíticos, porque hoje, quem não
consome, não faz parte da turma moderna, descolada e bem sucedida.
Qualquer semelhança com o cigarro é mera coincidência?
Para completar , a Associação de
Agências de Publicidade, criou uma ação que pretende parecer dizer que
todos somos responsáveis pela infância. À primeira vista, a gente
entende que a intenção da campanha é chamar todos à reflexão mas não é isso.
A campanha empenhou-se em culpabilizar exclusivamente os pais pelo
controle do que os filhos assistem na TV, como se as empresas não
tivessem responsabilidade nenhuma sobre o que fabricam, vendem e
anunciam, e as agências de publicidade sobre suas ações de marketing
para promover qualquer tipo de produto e serviço direcionado ao público
infantil. Uma ação com título dúbio, com atitudes dúbias, com intenções
dúbias, assim como é a publicidade voltada para crianças que não têm
condições de distinguir o que é bom para elas, o que é realidade, o que é
mentira e o que manipulação. Nós adultos somos ludibriados, imaginem as
crianças!
Os
pais ativistas da internet se uniram e reagiram na hora. E a ABAP
tratou-os com um desrespeito e desprezo absurdo, apagando suas mensagens
na página da campanha, manipulando os comentários, banindo
comentaristas que se opunham ao que eles queriam propagar. E ainda
dizendo que nós, pais, queremos censurar a propaganda e impedir a
liberdade de expressão da pobre publicidade. Liberdade de expressão só
deles, basta ver as regras de participacão do seu site que a gente vê a
cara ditatorial e demagógica de suas intenções. Mas uma coisa importante
de se tentar entender, é o que a publicidade espera dos pais quando os
culpabiliza. Afinal, o que querem que façamos: ficamos em casa cuidando
do lixo propagandeado excessivamente às crianças ou saimos para
trabalhar como loucos para poder consumir o que eles anunciam? Fiquei
confusa.
O que eles não esperavam , era
encontrar pais instruídos, informados e prontos para defender o bem
estar de seus filhos respondendo na mesma moeda: criaram um site para
divulgar a importância de se botar um freio na farra da publicidade
infantil. E o site dos pais, entituladoINFÂNCIA LIVRE DE CONSUMISMO,
recheado de depoimentos, artigos técnicos, reportagens, charges e
imagens relacionadas ao tema, atingiu, em apenas 3 dias, o mesmo número
de simpatizantes e apoiadores que o site da ABAP levou 1 mês para
conseguir.
E em 5 dias, o site Infância
Livre, conseguiu ultrapassar o site da ABAP, que vale lembrar, é mantido
por uma agência de publicidade contratada, o que não acontece com a
ação dos pais da internet. Isso nos leva a pensar em outras coisas. Por
que a ABAP faria uma ação tão desastrosa? Por que usaria profissionais
tão amadores? Por que não teria o menor constrangimento em agir com tão
pouca ética com os usuários do site? Será que isso se resume em apenas
uma questão: eles subestimam as famílias? Os pais? E acham que somos
realmente uma massa tola e manipulável sem força nenhuma para reagir?
Hoje, a publicidade é
autorregulamentada pelo CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação
Publicitária e isso é péssimo para a nossa sociedade a começar pelo
fato que o conselho de ética da entidade tem apenas 19 pessoas representam a sociedade civil, dentre
eles, seis jornalistas, três advogados e apenas um médico, enquanto as
outras 136 pessoas representam anunciantes ou veículos de comunicação. Isso prova, na base, o tamanho do problema que é o controle da publicidade brasileira que está longe de defender os interesses da sociedade.
Por isso, esse grupo de mães e
pais, que defende a infância, convida a todos a conhecer e CURTIR esta
iniciativa no Facebook . Ela tem o intuito de informar e mostrar os
argumentos que levam a ver essa necessidade tão grande de se proteger
nossos filhos dos malefícios de uma propaganda que é estratégicamente
pensada e elaborada para encantar, que não os respeita, que os engana,
que os faz acreditar numa falsa sensação de alegria e determina o que se
tem como fator primordial de status social desde a mais tenra idade. E
que ao repensar a publicidade, estamos pensando na forma como estamos
consumindo o planeta, já que o consumismo está na contramão da educação
para o futuro e da sociedade mais sustentável que buscamos.
*mariadapenhaneles
Nassif coloca capa da revista Veja sob suspeita
Blogueiro, que já foi atacado pela revista e se vingou com dossiê Veja,
faz interessante conexão a partir dos grampos de Cachoeira; o bicheiro
tinha interesse em construir escolas de baixo custo seguindo um modelo
chinês e alugá-las para o governo; logo depois, Veja fez capa em que
tratou do assunto
Não são poucas nem raras as conexões entre a revista Veja e o bicheiro
Carlos Cachoeira. O contraventor produziu o vídeo sobre Maurício
Marinho, que deu origem à CPI dos Correios, em 2005, foi auxiliado pela
revista quando era alvo de uma CPI do jogo no Rio de Janeiro e, ao que
tudo indica, também filmou as cenas do Hotel Naoum, em Brasília, que
deram origem a uma capa recente da publicação, sobre encontros do
ex-ministro José Dirceu com autoridades como o ex-ministro Fernando
Pimentel e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Em todos esses casos, a revista terá sempre o mesmo argumento para
defender a parceria: os filmes, ainda que ilegais, teriam permitido
desbaratar quadrilhas, filmar corruptos e economizar alguns milhões para
a União, como diria o blogueiro Reinaldo Azevedo. No entanto, neste
domingo, o jornalista Luís Nassif – que já foi atacado por Veja, na já
extinta coluna de Diogo Mainardi, e também contra-atacou escrevendo um
dossiê sobre a publicação – fez uma interessante conexão entre uma
reportagem da revista e a defesa de interesses privados de Cachoeira na
área de educação.
O ponto de partida foi uma reportagem do portal G1, das Organizações
Globo, que revelou tentáculos do grupo de Cachoeira até na Secretaria de
Educação de Goiás. O secretário do governo Marconi Perillo, Thiago
Peixoto, teria repassado ao bicheiro um modelo de escolas chinesas que
poderia ser implantado em Goiás. Seriam escolas de baixíssimo custo, mas
também muito eficientes, que seriam construídas pela iniciativa privada
e alugadas ao Estado – ressalte-se que Cachoeira, ao que tudo indica,
era também sócio oculto da construtora Delta em Goiás.
Além deste fato, Nassif resgatou um grampo entre Cachoeira e o araponga
Jairo Martins, que foi publicado pela própria revista Veja há duas
semanas, para isentar seu diretor Policarpo Júnior, interlocutor
frequente da dupla. É o grampo em que Cachoeira diz que “Policarpo nunca
vai ser nosso” e que foi publicado, de forma incompleta, por Veja.
A conversa inteira é a que segue:
Cachoeira: Certamente, rapaz. Nós temos de ter jornalista na mão, Jairo.
O Policarpo nunca vai ser nosso. A gente vai estar sempre trabalhando
para ele e ele nunca traz um negócio. (a partir de agora entram os trechos não publicados por Veja há duas semanas)
Por exemplo, eu quero que ele faça uma reportagem de um cara que está
matando a pau aqui, eu quero que eles façam uma reportagem da educação,
sabe, de um puta projeto de educação aqui. Pra você ver: ontem ele falou
pra mim que vai fazer a reportagem, mas acabando esse trem aí ele pega e
esquece de novo. Quer dizer, não tem o troco sabe.”
Fazendo a tradução, “esse trem aí” é provavelmente o filme do Hotel
Naoum, cuja capa foi publicada em outubro de 2011. O “puta projeto” era a
importação do modelo chinês de construção de escolas. E o “troco”
talvez seja a capa de Veja chamada “A arma secreta da China”, que
tratava da “educação em massa”.
Uma reportagem feita por Gustavo Ioschpe, especialista da revista Veja
em educação, que foi à China conhecer o modelo das escolas. Num dos
trechos, ele destacou o modelo de construção. “Os prédios são parecidos
com os de muitas escolas brasileiras, ainda que um pouco mais
verticalizados. São escolas grandes, a maioria com mais de mil alunos
(...) em algumas, cada série ocupava um andar. Essa organização do
espaço é relevante. Pois em cada andar há uma sala de professores...”
Será que este modelo seria replicado em Goiás? Construído por Cachoeira,
implantado por Perillo e exaltado por Veja? Com informações de Brasil
247
*oterrordonordeste
7 Graves Decisões sobre a Verdade e a Ditadura
Dia 12 de abril, quinta-feira, 13h30
Ato Público pelo Dia do Direito à Justiça no STF em Brasília.
CONVOCAÇÃO
O Supremo Tribunal Federal julgará na próxima quinta-feira, dia 12 de abril, a ação da OAB sobre o cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA no caso Araguaia. Na mesma ação decidirão se os crimes de desaparecimentos políticos estão abrigados pela lei de anistia e ficarão impunes.
Este julgamento tem caráter DEFINITIVO e, caso indeferido, NUNCA MAIS nenhuma ação judicial poderá ser aberta no Brasil sobre os crimes da ditadura!
Teremos pelo menos SETE GRAVES CONSEQUÊNCIAS para todo o povo brasileiro:
1) O Ministério Público Federal ficará impedido de abrir ações de investigação sobre os crimes da ditadura no Brasil;
2) O Direito à Verdade ficará prejudicado, pois sua efetividade depende da complementaridade entre as ações dos tribunais e da Comissão da Verdade, como a experiência internacional demonstra;
3) Caso os militares convocados pela Comissão da Verdade fiquem em silêncio, não poderão ser convocados pela Justiça;
4) O Brasil se tornará o paraíso oficial dos ditadores e torturadores do mundo, pois nossa legislação os protegerá da extradição por crimes que não admitem punição pela lei brasileira;
5) Teremos uma democracia incompleta, pois se reconhecerá que acordos políticos firmados pelos generais há mais de 30 anos restrinjam ainda hoje os direitos humanos dos brasileiros;
6) O Sistema Internacional de Proteção aos Direitos Humanos será enfraquecido e seremos o único país do continente que não cumprirá a determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA de anular as leis de anistia das ditaduras;
7) Mais uma vez, em nossa história, os criminosos ganharão a impunidade.
O judiciário brasileiro no passado cumpriu um vergonhoso papel ao promover a criminalizarão dos que se opunham à ditadura, segundo a Doutrina e a Lei de Segurança Nacional.
O judiciário aderiu à ‘legalidade autoritária’ do regime militar, negou o habeas corpus, condenou opositores a prisões que eram verdadeiros centros de tortura e morte.
O Congresso Nacional aprovou a lei da Comissão da Verdade.
O Poder Executivo tem promovido reparação e as políticas de memória.
É a hora de o Poder Judiciário sair dos palácios de mármore, ouvir o povo e os jovens e respeitar o Direito à Verdade e à Justiça!
Não à impunidade dos torturadores da ditadura militar!
Pela punição aos crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis!
Pela abertura das ações criminais pelo Ministério Público!
Jair Krischke – Presidente
Movimento de Justiça e Direitos Humanos
Porto Alegre, RS
*esquerdopata
Inflação cai e desmoraliza a mídia
Por Altamiro Borges
O IBGE divulgou nesta semana a inflação do primeiro trimestre de 2012. Ela é a mais baixa dos últimos 12 anos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos três primeiros meses ficou em 1,22%, patamar mais baixo para o período desde 2000, quando ficou em 0,97%. A inflação oficial ficou em 0,21% em março, 0,24 ponto percentual abaixo do verificado um mês antes.
O IBGE divulgou nesta semana a inflação do primeiro trimestre de 2012. Ela é a mais baixa dos últimos 12 anos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos três primeiros meses ficou em 1,22%, patamar mais baixo para o período desde 2000, quando ficou em 0,97%. A inflação oficial ficou em 0,21% em março, 0,24 ponto percentual abaixo do verificado um mês antes.
Dilma e Obama: aparente calmaria
Por Altamiro Borges
A visita da presidenta Dilma Rousseff aos EUA, que se inicia nesta segunda-feira, tem gerado distintas expectativas. Até agora, a mídia imperial não deu maior destaque ao fato. Já a mídia colonizada do Brasil insiste em dizer que a viagem deverá reatar as relações “cordiais” entre os dois países, afetada pela postura “agressiva” do Itamaraty na gestão de Lula-Celso Amorim.
Na avaliação de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” do PSDB, “a beligerância verbal e as idiossincrasias entre o Brasil e EUA esfriaram muito de Lula para Dilma... O Itamaraty está mais tímido e Dilma não é tão bom produto de política externa quanto Lula era”. No mesmo rumo, o Estadão avalia que a visita consolidará os laços de amizade entre os dois países.
Agenda esconde divergências
Pela agenda divulgada por ambos os governos, a tranquilidade reinará nos contatos entre Dilma e Obama. O principal ponto será sobre a implantação do programa “Ciência sem Fronteiras”, de intercâmbio entre estudantes. A presidenta brasileira inclusive visitará algumas universidades. Também estão previstas discussões sobre programas de ciência e tecnologia e política comercial.
A calmaria, porém, é apenas aparente. Os EUA nunca abdicaram da sua condição de império, que se mete e interfere nas políticas de todos os países periféricos. É evidente que Obama e seus aspones tentarão convencer o Brasil a endurecer suas relações com a Síria, o Irã ou Cuba. Como potência capitalista em declínio, eles também defenderão os interesses econômicos dos EUA.
Continuidade da política externa
Nestes pontos, entretanto, o governo Dilma parece manter a política externa do seu antecessor. É certo que a retórica é mais “tímida”, mas o conteúdo permanece, na essência, o mesmo. Na recente reunião dos Brics, por exemplo, a presidenta condenou as políticas de sanção ao Irã ou de intervenção militar na Síria. Já na visita a Cuba, ela defendeu a soberania desta nação sabotada pelo império.
As divergências entre Dilma e Obama também deverão se manifestar nas questões econômicas. O Brasil registra déficit comercial crescente com os EUA – de US$ 8,1 bilhões. O império tenta empurrar sua grave crise para as “nações emergentes”. E o Brasil tem adotado algumas medidas, ainda tímidas, de proteção a sua economia, o que deve gerar atritos entre os dois presidentes.
Como se nota, a calmaria é aparente. Neste sentido, a análise de Jânio de Freitas, também na Folha, é mais certeira. “Sejam quais forem os temas de seu encontro, Dilma Rousseff e Barack Obama só prometem desencontro. Se concordarem em alguma coisa, é improvável que seja a presidente a ceder: o Brasil está em lua de mel com sua afirmação. O presidente está em convívio duvidoso com a reeleição”.
A visita da presidenta Dilma Rousseff aos EUA, que se inicia nesta segunda-feira, tem gerado distintas expectativas. Até agora, a mídia imperial não deu maior destaque ao fato. Já a mídia colonizada do Brasil insiste em dizer que a viagem deverá reatar as relações “cordiais” entre os dois países, afetada pela postura “agressiva” do Itamaraty na gestão de Lula-Celso Amorim.
Na avaliação de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” do PSDB, “a beligerância verbal e as idiossincrasias entre o Brasil e EUA esfriaram muito de Lula para Dilma... O Itamaraty está mais tímido e Dilma não é tão bom produto de política externa quanto Lula era”. No mesmo rumo, o Estadão avalia que a visita consolidará os laços de amizade entre os dois países.
Agenda esconde divergências
Pela agenda divulgada por ambos os governos, a tranquilidade reinará nos contatos entre Dilma e Obama. O principal ponto será sobre a implantação do programa “Ciência sem Fronteiras”, de intercâmbio entre estudantes. A presidenta brasileira inclusive visitará algumas universidades. Também estão previstas discussões sobre programas de ciência e tecnologia e política comercial.
A calmaria, porém, é apenas aparente. Os EUA nunca abdicaram da sua condição de império, que se mete e interfere nas políticas de todos os países periféricos. É evidente que Obama e seus aspones tentarão convencer o Brasil a endurecer suas relações com a Síria, o Irã ou Cuba. Como potência capitalista em declínio, eles também defenderão os interesses econômicos dos EUA.
Continuidade da política externa
Nestes pontos, entretanto, o governo Dilma parece manter a política externa do seu antecessor. É certo que a retórica é mais “tímida”, mas o conteúdo permanece, na essência, o mesmo. Na recente reunião dos Brics, por exemplo, a presidenta condenou as políticas de sanção ao Irã ou de intervenção militar na Síria. Já na visita a Cuba, ela defendeu a soberania desta nação sabotada pelo império.
As divergências entre Dilma e Obama também deverão se manifestar nas questões econômicas. O Brasil registra déficit comercial crescente com os EUA – de US$ 8,1 bilhões. O império tenta empurrar sua grave crise para as “nações emergentes”. E o Brasil tem adotado algumas medidas, ainda tímidas, de proteção a sua economia, o que deve gerar atritos entre os dois presidentes.
Como se nota, a calmaria é aparente. Neste sentido, a análise de Jânio de Freitas, também na Folha, é mais certeira. “Sejam quais forem os temas de seu encontro, Dilma Rousseff e Barack Obama só prometem desencontro. Se concordarem em alguma coisa, é improvável que seja a presidente a ceder: o Brasil está em lua de mel com sua afirmação. O presidente está em convívio duvidoso com a reeleição”.
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