A
revista "Veja" é inimiga do Brasil, é um antro de corruptos, ladrões e
assassinos. Se fosse na Inglaterra já teria sido fechada
*
APOSENTADO INVOCADO
Veja: o Pânico
Eu li o artigo da Veja, e só tenho uma observação: a Veja quer enterrar a CPI, custe o que custar.
O
caso Cachoeira pega diretamente o senador Demóstenes Torres
(DEM/Goiás), o governador Marconi Pirilo (PSDB/Goiás), o deputado Carlos
Alberto Leréia (PSDB/GO) e o editor-chefe da revista Veja, Policarpo
Jr.
A
primeira reação da mídia, diante do escândalo, foi tentar envolver todo
mundo: Agnelo (PT/DF), Protógenes (PCdoB/SP), e a construtora Delta --
que, segundo a imprensa, "faz negócios com o Governo Federal" --
convenientemente omitindo o fato de que a Delta faz negócios com todas
as esferas do governo, em diversos estados, inclusive São Paulo!!!
Notícias
recentes da Folha, do Estadão, e da Globo, dizem que a CPI preocupa a
Dilma e setores do PT; quando os mais preocupados, obviamente, devem ser
o DEM e o PSDB.
Mas
vamos assumir que as acusações sejam verdadeiras, e que Agnelo,
Protógenes, e o próprio Governo Federal estejam envolvidos no escândalo.
Este seria, sem dúvida nenhuma, o maior escândalo da história recente
do país. Maior do que o mensalão, que segundo a Veja foi "o maior
escândalo de corrupção da história do país".
A
Veja não quer investigação, e usa todos os artifícios que têm à sua
disposição para isso: apela para a PT-fobia, para o "risco para a
liberdade de expressão", para a imagem de Hitler e Mussolini... nenhum
recurso é deixado de lado no objetivo de demonstrar, por A+B, que a CPI
será péssima para o Brasil.
Vamos a alguns trechos do artigo (em negrito, intercalado com meus comentários):
"Com
o julgamento do mensalão pelo Supremo a caminho, os petistas lançam uma
desesperada ofensiva para tentar desviar a atenção dos crimes cometidos
por eles no que foi o maior escândalo de corrupção da história
brasileira"
Mas
quem está fazendo "uma desesperada ofensiva para desviar a atenção dos
crimes cometidos" é a própria Veja. (Apenas como exemplo, além dos mais
de 200 telefonemas entre Policarpo e Cachoeira, agora temos evidências
de que a gravação do Hotel Nahoum -- naquela fatídica capa contra "o
poderoso chefão" José Dirceu -- foi feita pelo bicheiro.)
E a Veja continua, dizendo que "o
PT espera desmoralizar na CPI todos que considera pessoal ou
institucionalmente responsáveis pela apuração e divulgação dos crimes
cometidos pelos correlegionários no mensalão — em especial a imprensa."
A imprensa não precisa do PT para se desmoralizar. Ela tem feito isso por conta própria.
"Esse
truque funcionou na União Soviética, funcionou na Alemanha nazista,
funcionou na Itália fascista de Mussolini, por que não funcionaria no
Brasil?". E responde: "Bem, ao contrário dos laboratórios sociais
totalitários tão admirados por petistas, o Brasil é uma democracia, tem
uma imprensa livre e vigilante"
O
Brasil é uma democracia, e a liberdade de imprensa não está sob ameaça.
Qualquer um pode escrever o que quiser, e sites na internet começam a
dar furos em tempo real -- antes mesmo que as revistas possam chegar às
mãos dos assinantes. Isso não significa que a imprensa possa se associar
ao crime, ocultar a existência de uma quadrilha por 8 anos em troca de
informações privilegiadas, obtidas de maneira ilegal, e promover membros
desta quadrilha a "mosqueteiros da ética".
O delírio prossegue: "Uma
CPI dominada pelo PT e seus mais retrógrados e despudorados aliados é o
melhor instrumento de que a falconaria petista poderia dispor — pelo
menos na impossibilidade, certamente temporária para os falcões, de
suprimir logo a imprensa livre, o Judiciário independente e o
Parlamento."
Aqui
a Veja deixa bem claro -- na sua opinião, a CPI é um instrumento para
suprimir a imprensa livre, o judiciário independente, e o parlamento. É
um instrumento para transformar o Brasil em um ditadura. É uma
simplificação grosseira -- como outras que aparecem no artigo -- com o
objetivo de causar um mal-estar com relação à CPI.
A essa altura o leitor típico de Veja deve estar pensando: "esta CPI é um perigo!"
"Enquanto
o triunfo final não vem, os falcões petistas vão se contentar em usar a
CPI para desmoralizar todos os personagens e forças que ousem se
colocar no caminho da marcha arrasadora da história, que vai lançar ao
lixo todos os que atacaram o PT e, principalmente, seu maior líder, o
ex-presidente Lula."
O
mais curioso, de acordo com a tortuosa lógica da Veja, é que -- mesmo
que a rede de corrupção de Carlinhos Cachoeira seja "suprapartidária",
isto é, envolva diretamente o PT -- esta CPI seria de interesse do
partido.
"Lula
viu na CPI a oportunidade política de mostrar que todos os partidos
pecam. Que todos são farinha do mesmo saco e, por isso mesmo, o mensalão
não seria um esquema de corrupção inaudito, muito menos merecedor de um
rigor maior por parte do Judiciário e da sociedade. Para os petistas,
apagar a história neste momento é uma questão de sobrevivência."
Questão
de sobrevivência? A presidenta Dilma tem o maior índice de aprovação de
toda a história do país, superando até mesmo o Lula; a oposição está
desorientada; a própria Veja diz que o PT estaria caminhando rumo ao
poder absoluto. Por que esta seria uma "questão de sobrevivência"? O
artigo da Veja não consegue manter-se auto-coerente; a única coisa que
está perto de se extinguir é a credibilidade da revista.
"É
tamanha a ânsia de Lula e dos mensaleiros para enterrar o escândalo
que, se preciso, o PT rifará o governador do Distrito Federal, o petista
Agnelo Queiroz, que também aparece no arco de influência dos trambiques
da máfia do jogo."
É
tamanha a ânsia da Veja para enterrar a CPI que, se preciso, deixará o
petista Agnelo Queiroz livre, junto com Cachoeira, Demóstenes, Pirilo,
Leréia, e, é claro, o editor-chefe da revista, Policarpo Jr.
Para defender Policarpo, sem citar o seu nome, a revista diz: "A
oportunidade liberticida que apareceu agora no horizonte político é
tentar igualar repórteres que tiveram Carlos Cachoeira como fonte de
informações relevantes e verdadeiras com políticos e outras autoridades
que formaram com o contraventor associações destinadas a fraudar o
Erário."
É
uma simplificação grosseira. Policarpo Jr. fez muito mais do que apenas
usar Carlos Cachoeira como fonte. Ele usou e foi usado. Durante mais de
8 anos, em mais de 200 telefonemas gravados e reuniões presenciais,
Policarpo Jr ajudou a promover os interesses da quadrilha, enquanto a
quadrilha satisfazia os interesses da Veja.
A
Veja sabia das relações de Demóstenes com Carlinhos Cachoeira, e nunca
falou nada. Ou melhor: enalteceu Demóstenes, chegando ao ponto de dizer
que ele era um dos "mosqueteiros da ética" do senado. A Veja também
ajudou a melar uma CPI contra Cachoeira em 2004. Em troca, Cachoeira foi
responsável por inúmeros "furos" da revista, em gravações ilegais que
envolviam terceiros.
Mas a Veja prossegue com a seguinte lição sobre a ética jornalística:
"Os
petistas acham que atacar o mensageiro vai diminuir o impacto da
mensagem. Pelo que disse Marco Maia, eles vão tentar mostrar que obter
informações relevantes, verdadeiras e de interesse nacional lança
suspeita sobre um jornalista. Maia não poderia estar mais equivocado.
Qualquer repórter iniciante sabe que maus cidadãos podem ser portadores
de boas informações. As chances de um repórter obter informações
verdadeiras sobre um ato de corrupção com quem participou dele são muito
maiores do que com quem nunca esteve envolvido. A ética do jornalista
não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando
informações. Isso é básico."
Se Cachoeira tivesse feito gravações de suas conversas com Demóstenes e Pirilo, isto estaria dentro da ética jornalística.
Mas
Cachoeira fez gravações contra terceiros -- pessoas que não estavam
envolvidas com eles. Para citar um exemplo, hoje sabemos que as
filmagens no Hotel Nahoum foram obra da quadrilha. A reportagem de capa
de Veja foi ironicamente intitulada "O Poderoso Chefão".
A Veja tinha acesso ao verdadeiro "chefão" -- e nunca falou nada.
A Veja teve acesso a todas as informações sobre a máfia de Goiás e nunca denunciou o esquema.
Durante 8 anos a Veja usou e foi usada por Carlinhos Cachoeira. E é por isso que estão com medo. Mas não é só isso:
"Motivo
mesmo para uma CPI seria investigar os milionários repasses de dinheiro
público que o governo e suas estatais fazem a notórios achacadores,
chantagistas e manipuladores profissionais na internet. Fica a
sugestão."
A Veja está com medo porque não controla mais a informação. Se a CPI sair, não haverá como filtrar as informações.
Viva os blogs sujos!
Viva a internet!
por Foo
*Briguilino