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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 11, 2012



Eliana Calmon e Ayres Britto: novo presidente reforça o papel do CNJ (Luiz Silveira/Agência CNJ)


Investigar juízes é a prioridade

CNJ
Investigar juízes é a prioridade  
Na primeira sessão à frente do Conselho Nacional de Justiça, o ministro Ayres Britto define a meta do órgão

» DIEGO ABREU


Eliana Calmon e Ayres Britto: novo presidente reforça o papel do CNJ
O ministro Carlos Ayres Britto anunciou ontem, durante sua primeira sessão na condição de presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o órgão irá priorizar o julgamento de processos disciplinares contra magistrados. Defensor dos amplos poderes de investigação do CNJ, Britto inaugura uma nova fase do conselho, fortalecendo ainda mais o papel da Corregedoria Nacional de Justiça, comandada pela ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Mais:
http://aposentadoinvocado1.blogspot.com.br/2012/05/investigar-juizes-e-prioridade.html

THIETRE / RJ 

*Ajusticeiradeesquerda

FEBRABAN RACHA NOVAMENTE E PRESIDENTE DO BRADESCO PEDE DESCULPAS PELA ESTUPIDEZ DE RUBENS SARDENBERG.
Não faltem com
o devido respeito.
 
A FEBRABAN emitiu ontem uma NOTA "DESAUTORIZANDO" o que o seu economista chefe Rubens Sardenberg havia dito na última segunda-feira ao publicar um relatório da entidade sobre juros e crédito. Sardenberg foi, da mesma forma que anteriormente Murilo Portugal, profundamente grosseiro, arrogante e inábil, usando uma expressão / comparação infeliz de "cavalos sendo levados à beira de rio" para criticar o governo em sua política de redução dos juros praticados pelos bancos e financeiras.
Mais:

CPI não tem competência para convocar Gurgel, diz Barbosa -CPI abalando as estruturas

Enviado por luisnassif, sex, 11/05/2012 - 10:01
Do Jornal do Brasil
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do Mensalão do PT, disse ontem que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o “Caso Carlinhos Cachoeira” não tem competência para convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O chefe do Ministério Público foi criticado por alguns parlamentares por não ter denunciado o esquema desbaratado agora pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 2009, quando já tinha conhecimento das atividades criminosas do empresário goiano, então investigado na Operação Vegas.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/cpi-nao-tem-competencia-para-convocar-gurgel-diz-barbosa
*Ajusticeiradeesquerda

Agora é oficial: documento derruba Gurgel

 

Um ofício divulgado pela Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás derruba a versão de Gurgel.

Em 8 de março deste ano, o Ministério Público de Goiás, para afastar suspeitas sobre o chefe do órgão, Benedito Torres, irmão do senador Demóstes Torres (ex-DEM-GO), divulgou nota comprovando que a Operação Monte Carlo surgiu a partir de 10 de setembro de 2010, através de um ofício à Polícia Federal pedido pela Promotoria de Justiça na cidade de Valparaíso.

Com este documento fica comprovado que, do lado dos agentes da lei, não houve continuidade da Operação Vegas como alegou o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, e que entre 15 de setembro de 2009 até 10 de setembro de 2010, a organização criminosa atuou sem ser importunada por investigações federais, enquanto o relatório da Operação Vegas dormia na gaveta da Procuradoria.



Eis a íntegra do documento:
*osamigosdopresidentelula

Charge do Dia



Comissão da Verdade: Quem são os membros?

 

Via Blog do Planalto
Conheça a biografia dos integrantes da Comissão da Verdade, que tomarão posse na próxima quarta-feira, dia 16, às 11h:
Claudio Fontele
Graduou-se em Direito pela Universidade de Brasília (1969).
Mestrado em Direito pela Universidade de Brasília (1983).
Ingressou no Ministério Público Federal em 1973.
Exerceu o cargo de Procurador-Geral da República de 2003 a 2005. Foi indicado para o cargo pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Como subprocurador-geral da República, grau mais alto da carreira, atuou no Supremo Tribunal Federal na área criminal.
Coordenou a Câmara Criminal (1991) e a antiga Secretaria de Defesa dos Direitos Individuais e Interesses Difusos - Secodid (1987).
Foi presidente do Conselho Penitenciário do Distrito Federal (1983-1985).
Exerceu o magistério por quase 40 anos.
Atuou politicamente como secundarista e universitário, tendo sido membro da AP (Ação Popular), movimento estudantil ligado à esquerda católica que comandou a UNE na década de 60.
É membro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, tendo se destacado, anteriormente, na luta pela demarcação de terras indígenas.
Atualmente, dedica-se a trabalhos de assistência social e ao estudo da Teologia. Católico, é membro leigo da Ordem de São Francisco.
Gilson Dipp
Ministro do STJe do TSE
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, Diplomado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1968.
Ministro do Superior Tribunal de Justiça desde 1998.
Membro da Corte Especial, do Conselho de Adminstração e da Comissão de Jurisprudência do STJ.
Ministro do TSE desde2011.
Presidente da Comissão de Juristas com a finalidade de elaborar o anteprojeto do Código Penal.
Principais Atividades Exercidas:
Juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – 1989.
Membro do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio Grande do Sul – 1995/1997.
Presidente do TRF da 4ª Região – 1993/1995.
Corregedor Nacional de Justiça - Biênio 2008/2010.
José Carlos Dias
Advogado criminalista e político brasileiro.
Graduado em direito pela Universidade de São Paulo (USP).
Exerceu as seguintes funções públicas:
Presidente da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo.
Secretário da Justiça do estado de São Paulo durante o governo de Franco Montoro – 1983/1987.
Ministro da Justiça durante o governo Fernando Henrique Cardoso – julho de 1999/abril de 2000.
Foi Conselheiro da Associação dos Advogados de São Paulo, da Ordem dos Advogados do Brasil, secção de São Paulo, tendo presidido a banca de Direito Penal e Processual Penal em vários exames da Ordem.
Foi Presidente do Conselho Superior de Coordenação do – Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud).
Coordenou a elaboração do programa do Governo Montoro na área de Justiça e Segurança. Durante a realização de tal trabalho, em 1982, participou de uma programação organizada pela Fundação Konrad Adenauer, em várias cidades da Alemanha, juntamente com outros assessores do então candidato a Governador de São Paulo.
Atualmente, é sócio do escritório "Dias e Carvalho Filho - Advogados", conselheiro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e membro do conselho curador da Fundação Padre Anchieta.
É conselheiro da Comissão Justiça e Paz tendo sido membro efetivo e Presidente.
É membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas.
É autor de dois livros de poesia – Miragens do meu Deserto (1957) e Vozes Perdidas (1957).
José Paulo Cavalcanti Filho
Advogado no Recife, escritor e consultor.
Consultor da Unesco e do Banco Mundial.
Ex-Presidente do CADE – 1985/1986.
Ex-Ministro Interino da Justiça no governo José Sarney .
Ex-Secretário-Geral do ministério da Justiça no governo José Sarney.
Ocupa a cadeira 27 da Academia Pernambucana de Letras.
Acaba de ganhar o título de livro do ano, no Prêmio Brasília de Literatura, promovido pela 1ª Bienal do Livro e da Leitura, na categoria biografia.
Obra: Fernando Pessoa – Uma quase autobiografia.
Maria Rita Kehl
Psicanalista, ensaísta, crítica literária, poetisa e cronista brasileira.
Formada em psicologia pela USP.
Em 1979, cursou mestrado em psicologia social e sua dissertação recebeu o título de "O Papel da Rede Globo e das Novelas da Globo em Domesticar o Brasil Durante a Ditadura Militar".
Em 1997 doutorou-se em psicanálise pela PUC-SP com uma pesquisa que resultou no livro Deslocamentos do Feminino - A Mulher Freudiana na Passagem para a Modernidade (Imago Editora, 1998).
Em 2010, foi vencedora do Prêmio Jabuti de Literatura na categoria "Educação, Psicologia e Psicanálise" com o livro O Tempo e o Cão.
Editora do Jornal Movimento, um dos mais importantes nomes do jornalismo alternativo durante o regime militar no Brasil ao lado do Opinião e d’O Pasquim.
Teve participação na fundação do jornal Em Tempo.
Escreveu como jornalista freelancer para meios de comunicação como Veja, IstoÉ e Folha de S. Paulo, além de coluna quinzenal no Caderno 2, em O Estado de S. Paulo.
Paulo Sérgio de Moraes Sarmento PinheiroProfessor de Ciência Política, escritor e consultor.
Livre-docente pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Doutorado em Troisiéme Cycle, Doctoral ès études politiques. Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne), SORBONNE, França.
Graduação em License en Sociologie . Unviersité de Vincennes, Paris.
É Coordenador de pesquisa do programa CEPID/FAPESP/Núcleo de Estudos da Violência, Universidade de São Paulo, USP.
Lecionou na Brown University, Columbia University, na Notre Dame University, nos EUA, na Oxford University, na Grã-Bretanha e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris.
É Comissionado e Relator da Infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
De 2004 a 2007 Foi membro do grupo de consultores internacionais do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, ICRC, Genebra.
Em 2003, foi indicado pelo Secretário-Geral da ONU como especialista independente, para preparar um estudo em profundidade sobre violência contra crianças.
Relator Especial da ONU para a Situação dos Direitos Humanos em Burundi de 1995 a 1998 e em Myanmar de 2000 a 2008.
Secretário Especial dos Direitos Humanos, no governo FHC e relator do Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH, em suas duas primeiras versões em 1996 e 2002.
Nomeado em janeiro de 2010 pelo Presidente Lula para representar a sociedade civil num grupo de trabalho de seis membros para preparar um projeto de comissão verdade no Brasil.
Membro do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação – EBC.
Rosa Maria Cardoso da Cunha
Advogada, professora e escritora
Graduada pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1969.
Mestrado em Direito Penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (anos 70).
Doutorado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro- IUPERJ (anos 80).
Advogada Criminalista desde 1969 ( trabalhando como Solicitadora a partir de 1967).
Nos primeiros 10 anos desta atividade a signatária especializou-se na defesa de crimes políticos, com intensa atuação nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, onde trabalhou, especialmente, junto ao Superior Tribunal Militar e Supremo Tribunal Federal.
Posteriormente passou a desenvolver atividades em todos os campos da advocacia criminal, com maior destaque nos delitos previstos em legislação especial (crimes contra o meio-ambiente, contra o mercado financeiro, contra a ordem tributária e a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade industrial e intelectual e delitos praticados pela imprensa).
Membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (1999/2002).
Professora do Curso de Especialização em Políticas Públicas e Governo do IESP/UERJ (1995/2012).
Subsecretária (Secretária Adjunta) de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (1991/1994 ).
Professora com concurso e de carreira nas Universidades Federais Fluminense -UFF e Universidade de Santa Catarina das disciplinas Direito Penal, Metodologia da Pesquisa, Epistemologia Jurídica e Ciência Política, onde lecionou em cursos de Graduação e Pós Graduação ( 1975/2001 );
Professora em outras Universidades do Brasil e do exterior (Universidade Nacional de Buenos Aires, Universidade de Belgrano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Unisinos, Universidade Federal de Santa Maria;
Autora de artigos, publicações didáticas e livros na área política e jurídica.
*GilsonSampaio

Atualidade de Marx

 

Via Brasil de Fato
O renascimento – a palavra justifica-se – do marxismo acompanhou o avolumar da contestação dos povos ao sistema responsável pela crise mundial
Miguel Urbano Rodrigues
Uma campanha de âmbito mundial proclamou após a desagregação da URSS o fim do marxismo. Para os teólogos do capitalismo, o neoliberalismo seria a ideologia definitiva. O movimento da História teria demonstrado a inviabilidade do socialismo; o marxismo foi identificado como arcaísmo obsoleto nas grandes universidades do Ocidente.
Essas profecias foram rapidamente desmentidas. A Humanidade não entrou na era de progresso, abundância e democracia anunciada por George Bush pai. Ocorreu o contrário: uma crise de civilização abateu-se sobre o planeta Terra. Uma prodigiosa concentração da riqueza foi acompanhada pelo alastramento da pobreza. Fomes cíclicas assolaram países da África e da Ásia e, no início do século 21, o capitalismo entrou numa crise estrutural de proporções globais.
Sem soluções, porque a lei da acumulação não funciona mais de acordo com a lógica do capital, os EUA, polo do imperialismo, desencadeiam guerras monstruosas, saqueando os recursos naturais de países do ex-Terceiro Mundo. Simultaneamente, a crise financeira e econômica iniciada nos EUA, ao alastrar à Europa, contribuiu para o descrédito do neoliberalismo e da democracia representativa de modelo ocidental.
O renascimento – a palavra justifica-se – do marxismo acompanhou o avolumar da contestação dos povos ao sistema responsável pela crise mundial.
Paradoxalmente, a social democratização de muitos partidos comunistas, resultante da derrota temporária do socialismo na Rússia, coincidiu com uma renovação do interesse pela obra de Karl Marx. A crise do capitalismo, afinal, vinha confirmar a validez e atualidade do seu legado.
Filósofos como o húngaro István Mészáros, o italiano Domenico Losurdo, os franceses Georges Labica , Georges Gastaud , Jean Salem , Alain Badiou, o esloveno Slavoj Zizek escreveram trabalhos que, a partir da obra do autor de O Capital, confirmam a atualidade do materialismo histórico e dialético como o instrumento dinâmico indispensável à compreensão dos grandes problemas e desafios sociais do nosso tempo. Na América Latina ocorre o mesmo. Os livros de marxistas como Florestan Fernandes, Caio Prado Junior, José Carlos Mariátegui são tema de teses de doutoramento. Os livros de acadêmicos prestigiados, como os brasileiros Ricardo Antunes,Virginia Fontes, Mauro Iasi, Milton Pinheiro, os argentinos Cláudio Katz e Julio Gambina, o boliviano Marcos Domich, o cubano Osvaldo Martinez, entre outros, exemplificam bem a vitalidade do marxismo no Sul do continente.
É precisamente por temer o explosivo renascimento do pensamento revolucionário que o imperialismo se esforça por promover a alienação das massas e vê com simpatia a transformação de partidos operários tradicionais em organizações reformistas, inofensivas para o sistema. Foi nesse contexto que surgiu o Partido da Esquerda Europeia. Não obstante a maioria desses partidos serem nominalmente comunistas, atuam sobretudo dentro do sistema parlamentar, secundarizando a luta pelo socialismo como objetivo principal. No panorama europeu, o Partido Comunista da Grécia surge hoje como a grande exceção à tendência majoritária que privilegia a linha reformista. Por isso mesmo, acompanhar os acontecimentos da Grécia, refletir sobre eles e apoiar o combate dos trabalhadores gregos se tornou um dever revolucionário. Eles se batem hoje pela humanidade. O que é valido para a Grécia não é obviamente transponível para outros países da zona euro.
Em Portugal – o PCP também não aderiu ao Partido da Esquerda Europeia – as condições subjetivas não são favoráveis para a luta como na Grécia. O meu povo acompanha angustiado o desenvolvimento da estratégia ultrarreacionária do governo de Passos Coelho. Há dois anos que a sua resposta à politica que está a destruir o país não para de crescer. Mas é ainda insuficiente. As gigantescas manifestações de protestos e duas greves gerais realizadas com êxito, confirmaram a disponibilidade das massas para a luta. Mas, para abalar o sistema, a luta terá de adquirir um caráter permanente, nas fábricas, nos portos, nas escolas, na administração, em múltiplos locais de trabalho, nas ruas.
Após quase meio século de fascismo, o povo português foi sujeito de uma grande revolução. Assassinada pela burguesia, as suas sementes não desapareceram. Voltarão a germinar, porque o capitalismo está condenado. Daí a atualidade de Marx. O socialismo é a única alternativa à barbárie.
Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português.
Texto originalmente publicado na edição 479 do Brasil de Fat
*GilsonSampaio

Espanha: Curso de Prostituição

Via Ópera Mundi
Curso de prostituição promete "formação" em uma semana na Espanha
Em país com desemprego acima dos 20%, organizadores do curso garantem dinheiro "rápido e fácil"
Uma campanha publicitária em outdoors com os dizeres "Trabalhe já! Curso de prostituição profissional" tem causado dores de cabeça nas autoridades de Valência, no leste espanhol. Pelo preço de cem euros, uma empresa afirma ensinar desde "técnicas especiais" até a história da "profissão mais antiga do mundo". As informações são do jornal espanhol Las Províncias.
Segundo a empresa que organiza o curso, 95 pessoas já se interessaram em participar.
Um dos "professores", identificado apenas por Brandon, que afirma fazer programas desde os 18 anos, diz que, com esse curso, os profissionais do sexo estarão mais preparados.
"Para que, acima de tudo, saibam o que estão fazendo. A prostituição éum um trabalho como qualquer outro", defende Marlon.
A empresa responsável pelas classes garante que, ao final do curso, os formados terão "quase certeza" de obter um emprego, podendo até mesmo dar aulas na própria instituição. Segundo a companhia, o sucesso é garantido pois este é um trabalho onde "se consegue muito dinheiro rápido e fácil".
O curso, que só é permitido para maiores de 18 anos, tanto homens ou mulheres, é relâmpago: dura apenas uma semana, com duas horas diárias, e cada aluno pode montar sua grade de acordo com suas necessidades. A confidencialidade dos alunos, segundo a empresa, é garantida.
Na grade curricular constam desde aulas teóricas (história da prostituição na Espanha; no resto do mundo; a microeconomia do setor; legislação; obtenção de dinheiro e lucro gerado) como práticas, com matérias como Kama Sutra, posições convencionais, não convencionais, acessórios e fetiches.
A prostituição é legalizada na Espanha, mas a Generalidade (órgão equivalente ao governo estadual) valenciana pediu à promotoria local que inicie uma investigação para saber se a empresa cometeu um delito por incentivar a prostituição (o que é proibido). E pediram a retirada dos anúncios por "publicidade sexista".

*Mundodesconecido/GilsonSampaio

Espanha estatiza banco. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges
O governo espanhol anunciou ontem (9) a estatização do terceiro maior banco do país, o Bankia. O Estado será o maior acionista do grupo financeiro, com 45% do seu capital. Na prática, exercerá o controle sobre a instituição falida. A medida confirma a gravidade da crise econômica europeia, com o definhamento de várias corporações empresariais.