Fome nos EUA: doze milhões de crianças à beira da morte
O império e seus miseráveis
Estudo revela que uma em cada seis crianças norte-americanas menores de cinco anos passa fome e insegurança alimentar
Cenas
de pobreza e miséria aparecem com freqüência em jornais de todo o
mundo. Imagens que mostram geralmente a situação extrema em que vivem os
povos na África, na América Latina ou no Sul da Ásia.
Muito
comum também é conhecer através da imprensa mundial a riqueza e o
desenvolvimento nos países acima da linha do Equador. Europa, EUA,
Rússia e Japão são sempre relacionados com avanço tecnológico, poder
aquisitivo e alto nível de bem-estar social.
Isso
não quer dizer, no entanto, que o mundo seja exatamente assim. O
colapso econômico mundial, a maior crise da história do regime
capitalista, está levando à tona o que os países ricos sempre fizeram
questão de esconder.
No país mais rico do
mundo, os EUA, milhões de crianças estão muito abaixo da linha de
pobreza e denunciam uma realidade cada vez mais difícil de esconder.
O
último informe da organização Feeding America (Alimentando a América),
que defende a criação de um banco de alimentos nos EUA, revela que pelo
menos 12 milhões de crianças estão à beira da fome em todo o país e mais
de três milhões e meio de crianças com menos de cinco anos passam fome,
uma cifra equivalente a 17% (um em cada seis) das crianças
norte-americanas de cinco anos de idade ou menos.
O
informe “Insegurança alimentar infantil nos EUA: 2005-2007”, publicado
no dia 7 de maio, é a primeira análise por estado que avalia a situação
de crianças e bebês que vivem em regiões pobres do país.
A
organização se baseou em dados coletados pelo Departamento Federal de
Agricultura (USDA, na sigla em inglês) e pelo Censo de 2005 e 2006.
Os
dados revelam a deterioração das condições de vida da classe
trabalhadora nos últimos cinco anos. A partir de 2005, a fome e a
pobreza se extenderam rapidamente junto com o aumento do desemprego e
com os rebaixamentos salariais.
“Feeding America
concluiu que neste período precedente à aparição da crise econômica, em
11 estados mais de 20% das crianças pequenas corriam perigo de passar
fome.
Lousiana, com 24,2%, tem o índice mais
alto de insegurança alimentar, seguido da Carolina do Norte, Ohio,
Kentucky, Texas, Novo México, Kansas, Carolina do Sul, Tennessee, Idaho e
Arkansas”.
Na Califórnia, os estudos concluíram que uma média 1,6 milhão de crianças se encontravam na extrema pobreza entre 2005 e 2007.
No
Texas, a média era de 1,47% milhão no mesmo período. Nenhum estado tem
menos de 10% de sua população infantil exposta à fome.
Até mesmo a “escassamente povoada” Dakota do Norte registrou um índice de 10,9%.
Segundo
a USDA, mais de um milhão de pessoas foram inscritas em programas de
assistência federal desde setembro do ano passado. Atualmente são 32, 5
milhões de norte-americanos recebendo auxílio alimentar do governo, mas o
número pode ser bem maior em razão do aumento do desemprego e da
pobreza. Uma grande parcela não teve ainda a oportunidade de se
cadastrar.
A organização Food Research
and Action Center estima que mais de 16 milhões de pessoas estão
procurando assistência alimentar federal, mas não conseguiram se
inscrever no programa.
Uma reportagem
publicada pelo New York Times no dia 9 de maio identificou uma profunda
insuficiência dos programas de assistência nos estados.
Na Califórnia, por exemplo, só a metade das pessoas que passam fome conseguiu se cadastrar em um programa de vale alimentação.
Em
outros estados, como Missouri, onde a inscrição das pessoas que reúnem
os critérios do programa é de 98%, centenas de milhares de famílias
trabalhadoras pobres inscritas estão recebendo cada vez menos ajuda a
cada mês que passa.
Em conseqüência disso,
cada vez mais famílias norte-americanas estão recorrendo a restaurantes
populares e organizações de caridade. Ou então cortam as despesas e
passam a consumir produtos mais baratos e de menor qualidade.
Esta
é a situação da maior potência econômica que a humanidade já conheceu.
Cada vez mais milhões de famílias passam fome e perdem suas residências,
sendo obrigadas a se alojarem em acampamentos improvisados ou até mesmo
dentro de veículos.
Estes
são os ingredientes para a eclosão de uma enorme situação
revolucionária que fermenta no seio da maior classe operária do mundo.
Hillary Clinton confessa: Al Qaeda é criação do terrorismo americano
Hillary
Clinton admitió en una entrevista concedida a la cadena estadounidense
Fox News que el gobierno de EEUU creó Al Qaeda. Fuente: teleSUR.
*GilsonSampaio