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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 14, 2012

Maluf e Dantas integram a lista dos mais corruptos do mundo divulgada pelo Banco Mundial. Aqui, eles passeiam

A informação é do Banco Mundial e eu vi na Pública.

Por aqui, Dantas e Maluf conseguem tudo o que querem, até dois Habeas Corpus do à época presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em 48 horas.

Mas, lá fora, a coisa é um pouco diferente. Maluf é procurado pela Interpol, se pisar fora do Brasil, vai preso. Este modesto blog lançou até uma campanha, em 2007, Uma passagem para Maluf:

A justiça americana indiciou o ex-governador e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, seu filho Flávio e outras três pessoas pelo envio ilegal de US$ 11,6 milhões (R$ 24,4 milhões) do Brasil para um banco norte-americano. Há uma ordem de prisão contra os cinco, que pode ser cumprida em qualquer país com o qual os EUA têm tratado de extradição.

Como Maluf é brasileiro e por isso não pode ser extraditado, este blog lança a campanha: Vamos comprar uma passagem de primeira classe e enviar Maluf para os EUA. Ele merece.


Mas o paulistano parece que só gosta de dar dinheiro a Maluf de forma indireta (votando nele) e não conseguimos nosso intento...

Mas, vamos ao que diz a Pública:

Numa pesquisa rápida no banco de dados é possível encontrar nomes conhecidos do público brasileiro como o banqueiro Daniel Dantas e Paulo Maluf, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo. Dantas é citado pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008, quando teve US$ 46 milhões bloqueados em contas do Reino Unido e foi condenado por corrupção na tentativa de suborno de US$ 1 milhão para que um investigador desistisse das acusações contra ele, sua irmã e sócia, Veronica Dantas, e seu filho.

Além de Dantas, outro banqueiro foi parar na lista do Banco Mundial: Edemar Cid Ferreira, fundador e ex-presidente do Banco Santos. Ferreira foi condenado, em 2006, pela justiça brasileira a uma pena de 21 anos pelos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Durante o processo, o juiz do caso determinou a busca e apreensão de bens adquiridos com o dinheiro ilegal. Entre os bens apreendidos estavam obras de arte avaliadas entre US$ 20 e US$ 30 milhões, de artistas do porte de Roy Liechenstein, Jean Michel Basquiat e Joaquin Torres Garcia. Segundo os dados do processo, US$ 8 milhões ainda estão sendo monitorados pela justiça.

Paulo Maluf é citado pelo banco de dados duas vezes. Na primeira oportunidade, Maluf acusado pelo Procurador-geral de Nova Iorque de movimentar uma quantia de US$ 140 milhões no Banco Safra, entre 1993 e 1996. Durante esse período, era prefeito da cidade de São Paulo e participou de um esquema de desvio de verbas durante a construção da arterial Avenida Água Espraiada. O dinheiro foi transferido para contas de Nova York e, posteriormente, enviado para paraísos fiscais nas Ilhas do Canal no Reino Unido e, segundo as investigações, parte do dinheiro retornou ao Brasil para gastos com despesas pessoais e campanhas políticas.

Num outro processo, o ex-prefeito é acusado de desviar dinheiro oriundo de pagamentos fraudulentos para contas em bancos em Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. Maluf e seu filho foram enquadrados nos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro e tiveram US$ 26 milhões bloqueados em contas de duas empresas, Durant Internacional Corporation e Kildare Finance Limited, que seriam de propriedade do político. As transferências de dinheiro entre as contas levantaram a suspeita da promotoria de Nova York, que decretou a prisão de Maluf colocando-o na lista dos mais procurados da Interpol em 2011.

Indo ao site da Pública, você acessa não apenas informações sobre Dantas e Maluf, mas também explora o mapa da corrupção mundial.
*BlogdoMello

Em maio, linhas da CPTM tiveram panes em pelo menos 15 dias


Todo dia...



No mesmo mês em que faz 20 anos de fundação, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerrou maio com uma estatística que não pode ser comemorada. Dos 31 dias do mês, em 15 ocorreram problemas em pelo menos uma das linhas de trens distribuídas por cidades da Grande São Paulo, segundo reconhece a própria companhia. 

As causas dos problemas são diversas. De trens de passageiros que precisam diminuir a velocidade devido à presença de trens de carga na linha, passando por defeitos na sinalização e queda de energia, até chegar a linhas inteiras paralisadas por conta de greve de funcionários. 

Assim como as causas, os prejudicados também são muitos. Aproximadamente 2,7 milhões de passageiros utilizam as linhas todos os dias. “Sempre tem problema, não tem dúvida. Os maiores problemas são a lotação e a lentidão. Às 17h sempre fica parado porque a energia está baixa. O trem fica parado por muito tempo na estação. Quatro, cinco minutos e aí quando vai sair está tão cheio que não consegue fechar as portas”, reclama Mauro de Souza Macedo, corretor de vendas de um banco.

A CPTM gerencia seis linhas de trens na Grande São Paulo e nenhuma delas escapou dos problemas em maio. A greve de funcionários de duas linhas, no dia 23 de maio, e o acidente com duas composições do Metrô, no dia 16 de maio, ajudaram a ampliar os problemas.

A linha mais problemática do mês foi a 12-Safira, que liga as estações Brás - onde fica o centro de controle da CPTM - a Calmon Viana, com problemas em sete dias do mês, incluindo greve, reflexos do acidente do Metrô e ações de vandalismos dos próprios usuários. A segunda linha mais problemática foi a 9-Esmeralda, que liga Osasco ao Grajaú, com cinco ocorrências. Essa linha tem passado por constantes obras nos últimos meses, ficando fechada em vários finais de semana, para modernização.

“Sempre tem problema nessa linha por falta de energia, lotação, por não conseguir fechar as portas. O trem para muito tempo nas estações. A gente acaba atrasando, perdendo tempo, perdendo serviço”, diz Antônio Bernardino de Lima, aposentado de 72 anos e office boy, na estação Cidade Jardim, na Linha 9.

Mas foi o dia 18 o que apresentou problemas em mais linhas, quando um defeito na linha 8-Diamante prejudicou, em cascata, os usuários de outras 4 linhas. “O problema é sempre o mesmo, atraso e lotação. E quando está lotado, você não vê um funcionário para ajudar. A lotação é pior no Grajaú e Santo Amaro (Linha 9). Hoje mesmo (ontem, 31) o trem ficou parado mais de 40 minutos no Grajaú (dia em que a CPTM diz que não houve problemas). Isso atrapalha a gente, está sempre lotado, atrasa e o problema é que mal temos tempo de reclamar. Não tem opção”, reclama a diarista Maria Sônia Pereira de Andrade, de 53 anos.

Nem mesmo o Centro de Controle Operacional Unificado, no Brás, que segundo a CPTM é considerado o mais moderno das ferrovias brasileiras, tem sido suficiente para diminuir o sofrimento dos passageiros. Das seis linhas, apenas a 10-Turquesa (Brás - Rio Grande da Serra) não é controlada pelo centro. Ela também é uma das três que registraram problemas em ‘apenas’ três dias de maio, assim como as linhas 8-Diamante (Júlio Prestes – Itapevi) e a 11-Coral (Luz – Estudantes).

fonte: Portal IG
*Cappacete

A decadência do jornalismo esgoto...Bem feito.


PIG QUEIMA ESTOUQUE:
Jornal Estadão + revista Veja= R$ 11,90 - a decadência do jornalismo esgoto. Bem feito.


Zé Dirceu: Resposta às agressões da Veja e de Arnaldo Jabor



A bem da verdade, e para esclarecimento público, volto a falar aqui no blog sobre a reportagem com o título “Onde foi Parar o Dinheiro?”, publicada pela Veja desta semana sobre a administração da Prefeitura de Maricá (RJ).



A matéria me aponta como responsável pela nomeação de dois secretários municipais na cidade, o de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Petróleo, Marcelo Sereno, e a de Administração, Maria Helena Alves Oliveira.
Faço-o, hoje, com nota divulgada pela Prefeitura de Maricá, que assegura:
"A reportagem (de Veja) insiste em uma tese conspiratória, que mistura personagens nacionais (com locais), mas isso está errado. O ex-ministro José Dirceu não tem ou teve influência na administração municipal e sequer conhece a cidade. A secretária executiva, Maria Helena Alves Oliveira, não tem relação com o ex-ministro e seu nome consta em quase todos os contratos (municipais) por ser a autoridade de gestão e controle. O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Marcelo Sereno atuou na preparação da cidade como atrativo de grandes investimentos e não há nada que desabone sua atuação na prefeitura."
Aproveito, ainda, para responder ao comentarista Arnaldo Jabor que afirmou ontem na Rádio CBN;
"Segundo a revista Veja neste reduto (Maricá) da administração do PT a influência maior vem do sempre fatal José Dirceu. Na cidade todos sabem que os que participam da administração são apaniguados do ex-chefe da Casa Civil, como seu ex-assessor Marcelo Sereno, que foi deslocado para também extrair os lucros do pré-sal e Maria Helena Alves Oliveira, que teria sido nomeada secretária de Administração pelo mesmo chefe político Dirceu, que deve ser julgado em breve no processo do mensalão no STF."
As matérias de Veja e do comentarista da CBN, Arnaldo Jabor, são agressões gratuitas contra mim. As denúncias e acusações dos dois nada têm a ver comigo. Nunca fui a Maricá, e como bem diz a nota de sua Prefeitura, não participo da vida política do município e não tenho nenhuma relação com sua administração.

blog do Zé Dirceu
*Ajusticeiradeesquerda 



O Brasil diante de dois inimigos


 

 

Em discurso recente no Senado, Pedro Simon advertiu contra o perigo de que o crime organizado se aposse das instituições do Estado. Até o caso Cachoeira, disse o parlamentar gaúcho, havia sido comprovada a corrupção de setores da burocracia dos governos, mas não a da estrutura do Estado.
O governador Marconi Perillo se esquivou, com habilidade, das questões mais graves, em seu depoimento na CPMI. Registre-se que ele se encontrava mais do que tranqüilo, mesmo respondendo às indagações precisas do relator, até que chegou a vez do deputado Miro Teixeira. O experiente homem público, mesmo tendo como ponto de partida o caso menor, que é o da venda da casa de Perillo, deixou, na argúcia de suas perguntas, graves suspeitas.
Como pôde o governador receber o dinheiro de uma empresa e passar a escritura a um particular? Também ficou claro a quem ouviu o governador ser difícil que ele ignorasse as atividades ilícitas do apontado contraventor; ele conhecia, com intimidade, a sua vida empresarial, social e familiar.
O caso Cachoeira – e a advertência de Pedro Simon é importante – mostra como a nação está acossada por um inimigo interno insidioso, que é o crime organizado. Os recursos públicos são desviados para alimentar um estado clandestino, que está deixando de ser paralelo, para constituir o núcleo do poder, em alguns municípios, em muitos estados e na própria União. Essa erosão interna da nacionalidade brasileira, que se assemelha a uma gangrena, coincide com o cerco internacional contra o nosso país.
Enquanto parte da opinião nacional acompanha, indignada, as revelações do esquema Cachoeira, articula-se eixo internacional entre os Estados Unidos, a Espanha e todos os países da Costa do Pacífico, com a exceção do Equador e da Nicarágua, contra o nosso povo, mediante a Aliança do Pacífico. Não há qualquer dissimulação.
Como informa a publicação Tal Cual, da oposição venezuelana, o foro funciona ativamente e já celebrou seis reuniões de alto nível. “Os quatro países signatários da nova Aliança do Pacífico – revela a publicação – têm, todos eles, governos de centro ou centro-direita, crêem no capitalismo, são amigos dos Estados Unidos, e favorecem os tratados de livre comércio e o princípio do livre-comércio em geral. Une-os sobretudo um temor comum e impulso defensivo frente à ascendente potência hegemônica ou neo-imperial que é o Brasil”. E termina: “sentimo-nos satisfeitos e aliviados pelo surgimento do muro de contenção à expansão brasileira, que é a Aliança do Pacífico”.
Assim, os Estados Unidos cuidam de retomar a sua influência e presença militar na América Latina. Nesse sentido, procuram valer-se da Aliança do Pacífico para estabelecer bases militares cercando o Brasil, da Colômbia ao sul do Chile. Leon Paneta, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, acaba de acertar com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, o estabelecimento de uma base norte-americana em Fuerte Aguayo, nas proximidades de Valparaíso. Entre outras missões dos militares americanos está a de treinar os carabineiros chilenos, a fim de coibir manifestações populares. Há, ao mesmo tempo, uma orquestração da imprensa e dos meios políticos e empresariais, a fim de reabilitar a figura do ditador Pinochet.
Os Estados Unidos, que mantêm uma base no Chaco paraguaio, quiseram também ocupar o aeroporto de Resistência, na província argentina do Chaco, e o governador Capitanich assentiu, mas o governo de Cristina Kirchner vetou o acordo.
A participação da Espanha nesse novo cerco ao Brasil é evidente. Em Madri, os embaixadores dos quatro paises maiores envolvidos (México, Colômbia, Peru e Chile) se reuniram, para defender a nova aliança, e coube ao embaixador do Chile, Sergio Romero, ser bem explícito. Ao afirmar que o bloco não nasce contra o Brasil, nem contra o Mercosul, aclara, no entanto, que o grupo recebe de braços abertos os investimentos europeus, especialmente da Espanha e dos Estados Unidos – que poderiam formalmente participar da Aliança.
Limpemos os nossos olhos, vejamos os perigos que ameaçam diretamente a nossa sobrevivência como nação independente, nas vésperas do segundo centenário do Grito do Ipiranga. Não temos que ficar abrindo mais divisões internas, e devemos nos unir para enfrentar, ao mesmo tempo, o inimigo interno, que é o crime organizado e suas teias nas instituições do Estado, e os inimigos externos.
Esses, sempre que estivemos avançando no desenvolvimento social e econômico, procuraram quebrar as nossas pernas, contando com traidores brasileiros. Não é preciso recuar muito no passado. Basta lembrar o cerco contra Vargas, em 1954, a tentativa de golpe de 1955, repetida em 1961 e, por fim, o golpe de 1964, com as conseqüências conhecidas. Registre-se que, apesar da vinculação com os Estados Unidos, durante o governo Castelo Branco, e a famosa doutrina das “fronteiras ideológicas”, vigente durante o governo Médici, a partir de Geisel os militares brasileiros não mantiveram a mesma subserviência diante de Washington.
Enfim, espera-se que o Itamaraty mantenha o governo da Sra. Dilma Roussef a par dessas manobras anti-brasileiras, comandadas a partir de Madri e de Washington, e que a CPMI vá até o fundo, nas investigações em curso. Elas não devem parar nas imediações de Anápolis, mas chegar a todo o Brasil, conforme os indícios surjam. É bom conhecer a verdade do passado, mediante a Comissão formada para isso. E se faz também necessário conhecer a verdade do presente, e impedir que o crime tome conta das instituições nacionais, como está ocorrendo no México de Calderón.
E não nos devemos esquecer que o sistema financeiro mundial é também uma forma – superior e mais poderosa – de crime organizado. E muito bem organizado.
*

Dilma afirma que governo vai continuar ampliando o consumo das famílias brasileiras

Charge foto do Dia

Nos fazem engolir o choro, sapos e o orgulho e depois veem nos dizer que estamos engordando.
Queriam o que?...

mafalda.jpg (300×506)

Collor consegue notificar Gurgel e a mulher

Como se sabe, Gurgel mandou investigar Agnello Queiroz e Marconi Perillo. Agora, o Demóstenes, nada…
O Conselho Nacional do Ministério Público concedeu prazo de 15 dias para que o brindeiro Gurgel e a mulher se defendam da acusação de prevaricação feita pelo Senador Fernando Collor na sessão da CPI em que depôs Marconi Perillo.
Como se sabe, o brindeiro Gurgel nesta quarta-feira resolveu se levantar da cadeira em que repousou quando recebeu a Operação Vegas: agora mandou investigar Agnello Queiroz e Marconi Perillo.
Agora, o Demóstenes, nada…
Paulo Henrique Amorim
* Conversa Afiada

quarta-feira, junho 13, 2012

Fernando Pessoa, 124 anos


Fernando Pessoa
Por Gilberto Cruvinel
13 de junho, há 124 anos, nascia Fernando Pessoa.

" Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? "


          POEMA EM LINHA RETA
Álvaro de Campos
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

*Nassif