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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 16, 2012

Chile Allende vive


Revista mostra trechos bíblicos cuja existência crentes fingem não saber

A reportagem de capa da Superinteressante de junho é “A Bíblia como você nunca leu”. Trata-se dos trechos bíblicos que propagam, com candura, sacrifícios humanos, morte para virgens defloradas, poligamia, bebedeira e por aí vai.
As perversidades bíblicas têm sido destacadas à exaustão, mas ainda assim a reportagem é oportuna porque ocorre cada vez mais com frequência a exaltação por vereadores e deputados da Bíblia como “padrão de moralidade”. 
Recentemente na Assembleia Legislativa de Goiás, por exemplo, a leitura da Bíblia se tornou obrigatória no começo das sessões para garantir “um ambiente de princípios e de harmonia entre os deputados”. 
O deputado evangélico Daniel Messac (PSDB), autor da lei dessa obrigatoriedade, agiu como só existisse uma parte da Bíblia, a "boa", e não também a "ruim", a podre, e como se esta não contaminasse aquela. E assim tem sido nas pregações de pastores e de padres, nos sermões televisivos, nos livros religiosos. Tudo sem questionamentos dos fiéis. 
maio de 2012

Seguem trechos do texto de Alexandre Versignassi e Tiago Cordeiro.

Maridos & esposas


Rei Salomão e suas esposas
Rei Salomão teve 
700 mulheres
O Velho Testamento deixa claro que as mulheres deveriam ser funcionárias de seus maridos, com deveres e direitos. Se uma esposa fosse “demitida” pelo parceiro, por exemplo, ela podia ganhar uma carta de recomendação, para a moça utilizá-la como trunfo na hora de tentar uma vaga de mulher de outro sujeito.

A poligamia era regra. Tanto que o primeiro caso aparece logo no capítulo 4 do primeiro livro da Bíblia: “E tomou Lameque para si duas mulheres” (Gênesis). A situação era tão comum que vários dos personagens mais importantes do Antigo Testamento viviam com mais de uma esposa sob o mesmo teto.

[...] Nunca na história do Livro Sagrado houve maior predador matrimonial que Salomão, o rei: foram 700 esposas. Setecentas de papel passado, já que o sábio soberano ainda mantinha 300 concubinas.

O Novo Testamento não cita tantos exemplos de poligamia, mas sugere que ela ainda era comum no século 1. Jesus não toca no assunto, mas, em duas cartas, são Paulo recomenda que os líderes da nova comunidade cristã tivessem apenas uma esposa porque “assim eles teriam mais tempo para dedicar aos fiéis”.

“O cristianismo só refuta a poligamia quando se aproxima do poder em Roma, que proibia essa prática”, afirma o historiador Marc Zvi Brettler. Como escreve santo Agostinho no século 5, “em nosso tempo, e de acordo com o costume romano, não é mais permitido tomar outra esposa”.

“As mulheres sejam submissas a seus maridos.”
(Colossenses, 3, 18)

Bíblia não condena aborto nem a poligamia, afirma estudioso.
novembro de 2010

Sexo


Virgem bíblica
Para se casar, mulher
tinha de ser virgem
Uma série de regras estabelece como deve ser a vida sexual: toda mulher tem de se casar virgem, ou então poderá ser dispensada pelo marido.

As leis sexuais eram bem abrangentes: “Quem tiver relações com um animal deve ser morto”, diz o Êxodo. E a masturbação também não pode. Como diz o sutil são Paulo: “A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao marido. E o marido não pode dispor de seu corpo: ele pertence à esposa.”

“O sexo na Bíblia é cheio de contradições”, diz o arqueólogo Michael Coogan, autor de God and Sex (Deus e o Sexo). “É de se desconfiar que fossem realmente levados a sério naquela época.”

E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia.” (Gênesis, 29, 30)

Bíblia é tão machista como Corão: ambos mandam a mulher se calar.
por Lukretia em maio de 2011

Negócios e finanças


A cobrança de juros é proibida. As ordens se repetem ao longo da Bíblia, sempre em tom firme: “Não tomarás deles juros nem ganho” (Levítico). [...] Mas existe uma exceção: nos casos em que o empréstimo é concedido a um não judeu (“um estranho”, nas palavras de Deuteronômio) é permitido praticar a usura. Até por isso os judeus se tornaram os grandes banqueiros da Idade Média.

Se o Livro Sagrado proíbe a cobrança de juros, mas só entre judeus, o mesmo vale para a escravidão. Você pode ter escravos, contanto que “sejam das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas”, diz o Levítico.

“Ao estranho, emprestarás com juros.” (Deuteronômio 23:20)

Marvado vinho


Jesus transforma água em vinho
Água vira vinho: primeiro
milagre de Jesus
O álcool nem sempre foi consumido com moderação na Bíblia. A palavra “vinho” é citada mais de 200 vezes, e os porres são frequentes: Noé é embebedado pelas filhas, e Amnon, filho de Davi, está mais pra lá do que pra cá quando é assassinada por ordem de seu irmão Absalão — a interessar: foi pelo crime de ter estuprado a própria irmã, Tamar.

“Os sacerdotes são orientados a não beber antes de entrar no tempo, e o álcool é relacionado à perda de controle pessoal e da capacidade de diferenciar o bem do mal. Mas nada no texto bíblico proíbe o consumo”, diz o historiador Marc Zvi Brettler.

O álcool chega a ser recomendado para curar os males da alma. Está em provérbios: “Daí bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espíritos”.

E tem o primeiro milagre de Jesus: transformar água em vinho — segundo o evangelista João, no melhor vinho da festa.

São Paulo vai mais além: recomenda a um discípulo, Timóteo, que troque a água pelo vinho.

“O chefe do serviço provou [o vinho que Jesus criara a partir da água] e falou com o noivo: ‘Tudo guardaste o melhor vinho até agora!’” (João 2, 7-10)

Vinho feito em abadia é símbolo de alcoolismo na Escócia.
fevereiro de 2010

Saúde e educação


[...] Ao longo da infância, os pais têm a obrigação de repassar a eles a palavra de Javé. Já o Novo Testamento é mais pedagógico, digamos assim: enfatiza a educação pelo bom exemplo dos pais. [...] Quando não funcionar, o Antigo Testamento indica que um bastão flexível deve ser usado para bater nos desobedientes. O objeto tem até nome, vara da correção, e é indicado para qualquer situação em que o pai considere que a criança não seguiu suas instruções. “A vara e a repressão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesa envergonha a sua mãe” (Provérbios).

“O sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, (...) é praga de lepra; o sacerdote o examinará, e o declarará por imundo.” (Levítico 13:3).

Malafaia cita castigo bíblico à vara contra lei que pune pais violentos.
dezembro de 2011

Homossexualidade


Davi e Jonatas, amor homossexual
Rei Davi e Jonatã: 
amor homossexual
O amor entre homens era punido com a morte — a não ser que você fosse o rei Davi. Os livros Samuel I e Samuel II contam a história da amizade entre ele e Jonatã, filho do rei Saul, antecessor de Davi e candidato natural ao trono de Israel. Davi acaba escolhido para a sucessão, mas isso não abala o relacionamento dos dois. Está escrito: “A alma de Jonatã se ligou com a alma de Davi. E Jonatã o amou, como à sua própria alma” (Samuel I).

Em outra passagem, Jonatã tira todas as roupas, entrega a Davi e se deita com ele. “E inclinou-se três vezes, e beijaram-se um ao outro” (Samuel I). “Esse relato incomoda os intérpretes tradicionais da Bíblia, que tentam explicar a relação como uma forte amizade, e o beijo como um costume comum entre homens”, diz o historiador finlandês Martii Nissinem, da Universidade de Helsinki e autor de Homoeroticism in the Biblical World (Homoerotismo no Mundo Bíblico). “Mas é difícil negar a referência à homossexualidade nesse caso, mesmo que a lei judaica a proíba expressamente.”

Para alguns especialistas, o Antigo Testamento também sugere um relacionamento homossexual entre duas mulheres, Noemi e sua nora Rute. Está no livro de Rute um trecho em que ela diz a Noemi: “Aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu. Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada”.

“Estou angustiado por causa de ti, Jonatã. Mais maravilhoso me era teu amor do que o amor das mulheres.” (Samuel II 1, 26).

Anglicano apoia união gay e diz que rei Davi gostava de homem.
agosto de 2011

Sacrifício


Abraão prestes a matar seu filho Isaac
Abraão por pouco não 
matou seu próprio filho
Muito sangue jorra na Bíblia. Abraão é orientado a sacrificar seu próprio filho Isaac a Javé — e teria obedecido, caso um anjo não aparecesse no ultimo minuto dizendo ser tudo um teste para sua fé. Além disso, durante os 40 dias em que Abraão detalha suas regras ao patriarca, Deus exige uma série de sacrifícios de animais.

Os rituais são descritos com grande riqueza de detalhes. Moisés manda matar e drenar 12 bois. O sangue é colocado numa tina. Metade é lançada no altar e o resto sobre a multidão. Carneiros abatidos são esfregados no corpo de fiéis, que seguram seus rinas nas mãos para oferecê-los a Javé. Pedaços de bichos são queimados sobre o altar. Era uma forma de trocar favores com os deuses.

“O sangue é o maior símbolo da vida. Ao usá-lo em rituais, os fiéis reforçam seu vínculo com a divindade e se purificam”, diz Richard Friedman. [...] ”Na interpretação cristã posterior, o próprio Jesus é considerado o sacrifício final, que limpa os pecados da humanidade de forma definitiva, o que dispensa a morte de animais.”

“Derramar-se-a seu sangue me volta do altar. Será oferecida a cauda, a gordura que cobre as entranhas. Os dois rins e a pelo que recobre o fígado.” (Levítico 7, 2-4).

Sacrifício de animais esconde o fundamento espúrio das religiões.
junho de 2011

Crime e castigo


Levítico manda matar as
prostitutas a pedradas
Sequestro, adultério, homossexualidade, prostituição.... Tudo dava pena de morte. Até fazer sexo com uma virgem poderia custar a vida do “criminoso”. Adorar outros deuses também trazia problemas sérios. Moisés mandou matar 3 mil judeus por causa disso.

O Levítico também manda matar prostitutas a pedradas. Não caso de a moça ser filha de um sacerdote, a punição é pior: “Com fogo será queimada”.

Em geral, a pena de morte por apedrejamento não precisava ser julgada pelos sacerdotes. A maioria dos crimes recebia punição na hora, diante de um grupo de pessoas que presenciaram a cena ou que estavam por perto da cena do crime.

O Antigo Testamento estabelece que toda mulher menstruada é tão impura que até mesmo os lugares onde ela senta devem ser evitados. Se um homem encostar na esposa, na mãe ou na irmã nesse período do mês, ele não pode sair de casa por sete dias. E, se o fizer, pode ter de pagar uma multa.

Como o Antigo Testamento não aceita o aborto, é crime provocá-lo, mesmo que por acidente, mas a pena depende da gravidade da situação.

Em caso de roubo e furto ou qualquer outro prejuízo ao patrimônio alheio, a pena é o pagamento de 4 vezes o valor do bem que foi levado ou destruído. Se a pessoa que cometeu a infração não tivesse condições de pagar, podia ser vendida como escrava.

“Quando houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, então trarei ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram.” (Deuteronômio 22:23-24)

Ateus suíços querem proibir a Bíblia às crianças por conter crueldades.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/05/revista-mostra-trechos-biblicos-cuja.html#ixzz1xzHmnt6S
Paulopes

Eduardo Galeano - El Derecho al Delirio

O carro voador holandês


*Nassif

Zero, documentário sobre o 11 de setembro

 

Por A.Alvaro Guedes
Fato ou Teoria da Conspiração Esta lei da propaganda de guerra do governo americano me suscitou dúvidas. Será?
O Filme
O documentário Zero rompe o silêncio
Esta investigação jornalística se baseia em entrevistas, filmadas em vários países, com sobreviventes e testemunhas do 11 de Setembro, e vários técnicos, cientistas, pesquisadores, jornalistas e especialistas que dão alguma credibilidade à pesquisa.
Aparecem além das gravações de som e vídeo e inéditas exclusivas, documentos oficiais e de modelagem de computador inédito.
Três personalidades proeminentes, Giulietto Chiesa, Dario Fo , e Gore Vidal, e intervir neste documentário conduz o espectador através dos momentos-chave do filme.

 Leia mais

MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS E CARTAZES SOBRE OS ANOS DE DITADURA É REALIZADA PELO INSTITUTO VLADIMIR HERZOG

A cultura pelo esclarecimento

Como forma de lembrar os 75 anos de nascimento de Vladimir Herzog e também o poder que a cultura muitas vezes tem de ativar a busca pelo esclarecimento por meio dos panoramas e discussões que ela estabelece, chegando muitas vezes à frente das decisões políticas, o Instituto Vladimir Herzog sedia agora no mês de junho uma mostra de documentários políticos latino-americanos e também de cartazes sobre os nossos “anos de chumbo”: “Memória e transformação: o documentário político na América Latina ontem e hoje”.

A mostra ocupará as salas da Cinemateca Brasileira e do Cinesesc, em São Paulo, e ao ser realizada no ano em que Vlado – jornalista que dá nome ao Instituto e que foi torturado e assassinado em 1975 pela ditadura em São Paulo – completaria 75 anos de idade, pretende não só homenageá-lo, mas também homenagear as diversas formas de resistência aos governos totalitários, ditadoriais e opressivos que se instalaram na América Latina de 1950 até os dias atuais.

São 49 títulos, entre curtas, médias e longas-metragens documentais, vindos de 13 países latino-americanos, de exibição rara no Brasil e definidos pela curadora da mostra, Marina Dias Weis, socióloga e cineasta formada na EICTV, escola de cinema fundada por Fernando Birri e Gabriel García Márquez em Cuba, como “um olhar no espelho: a memória como ponte para o presente”.

A ideia é justamente relacionar a herança desse passado de autoritarismo e violência, com cenas igualmente violentas vividas no contexto atual. É o que faz, por exemplo, a brasileira Beth Formaginni em “Memória para uso diário”, construindo uma ponte por justiça dos familiares de desaparecidos políticos e das mães de jovens executados nos dias de hoje pela polícia que atua nas favelas do Rio de Janeiro.

Paralela à mostra de filmes, também acontece desde 31 de maio na Cinemateca Brasileira, uma Exposição de Cartazes sobre a Anistia, com 60 trabalhos. A mostra de cartazes e também dos documentários segue até 08 de julho.

Veja trecho de notícia sobre o assunto publicada pelo Brasil de Fato com mais informações:

Eventos lembram 75 anos do nascimento de Vladimir Herzog
Por Camila Moraes, do Opera Mundi
Os processos formais ligados à restauração da memória e ao direito à justiça, nos países latino-americanos que viveram décadas de ditadura, demoraram bastante a se estabelecer. É o caso do Brasil, que só em 2012, longos anos após a queda do poder ditatorial, vê estampadas com maior frequência na imprensa nacional manchetes sobre as chamadas Comissões da Verdade.
O cenário é ainda mais complicado quando o assunto são crimes de estado isolados ou jamais investigados e, especialmente, os que são cometidos no presente. É o que acontece em países como a Colômbia, nos esforços de contenção (ou de maquiagem) de uma guerra interna envolvendo exército, guerrilha e paramilitares, que já dura quase 60 anos.
A cultura não garante o direito à vida ou faz justiça, mas muitas vezes é mais rápida do que os interesses governamentais. Através dela, podem ser estabelecidos panoramas e discussões que ativem a busca por esclarecimento. Com esse objetivo, foi idealizada uma mostra de documentários políticos latino-americanos que ocupará as salas da Cinemateca Brasileira e do Cinesesc, em São Paulo, a partir de junho.
Quem está por trás do projeto é o Instituto Vladimir Herzog, que contou com o apoio do Ministério da Cultura para realizá-lo no ano em que Vlado – jornalista que dá nome ao Instituto e que foi torturado e assassinado em 1975 pela ditadura em São Paulo – completaria 75 anos de idade. Seu objetivo é fazer um repasso, de 1950 aos dias atuais, pelo cenário sócio-político latino, com foco em obras que tratam das lutas de resistência às ditaduras militares, governos totalitários e outras formas de opressão do poder contra o povo, grupos étnicos ou minorias. (Texto completo)
*Educaçãopolitica

Padre é preso em flagrante abusando de coroinha de 12 anos


padre Marcelo de Matos Tinoco
Padre Marcelo Tinoco admitiu ter
acariciado a genitália do garoto
A Polícia Militar prendeu o padre Marcelo de Matos Tinoco (foto), da Diocese de Castanhal (Pará), por abusar de um coroinha de 12 anos. Na quarta-feira (13) à noite, ele foi pego em flagrante com o garoto dentro de seu carro em uma estrada de pouco movimento na periferia da cidade.

Ao ser abordado pelos PMs, Tinoco desceu do carro, se apresentou como secretário da Diocese e disse que estava sozinho. Os policiais suspeitaram do nervosismo do padre e viram que no carro havia outra pessoa. Era o menino, que estava com o pênis ereto.

O padre admitiu ter beijado o garoto e acariciado a genitália dele. Disse que faria qualquer coisa para não ser preso.

Tinoco era um dos principais sacerdotes da Catedral Santa Maria Mãe de Deus. O garoto era seu coroinha havia quatro anos. Ele foi encaminhado para um centro de tratamento psicológico.

A Polícia Civil está investigando o padre porque suspeita que há outras vítimas. A Diocese de Castanhal emitiu nota informando que Tinoco foi suspenso de suas atividades. “Deixamos que a Justiça faça a sua parte”, diz a nota.
fevereiro de 2012

Padres pedófilos.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1xydRtBaZ
Paulopes
Atos de racismo perderão o direito de fiança


Pela Constituição, delitos desse tipo não dão direito a fiança ou anistia
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A comissão de juristas que prepara o anteprojeto do novo Código Penal, que será enviado ao Senado, decidiu ampliar a lista dos chamados crimes hediondos, incluindo trabalho escravo e racismo.

Pela Constituição, os crimes hediondos não dão direito a fiança ou anistia.

A progressão de regime também é mais difícil para esses casos: só ocorre após o cumprimento da metade da pena, se o apenado for primário, e de três quintos, se reincidente.

Além disso, a prisão temporária, que para os crimes não hediondos é de 15 dias, será de 30 dias para os hediondos. Durante a reunião, a comissão chegou a votar a inclusão do crime de corrupção entre os hediondos, mas a proposta foi rejeitada.

Os juristas mantiveram a pena para o crime de estelionato (de 1 a 5 anos), mas permitiram o aumento da pena de um terço até metade se o crime for cometido mediante abuso, engano ou indução de criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência mental.
*Mariadapenhaneles

Desmontar a mentira para combater a alienação e dinamizar a luta

 

 

Miguel Urbano Rodrigues
A compreensão pelos povos da estratégia exterminista do imperialismo que os ameaça é extremamente dificultada pela ignorância sobre o funcionamento do sistema de poder dos Estados Unidos e pela imagem falsa que prevalece a respeito da sociedade norte-americana não apenas na Europa mas em muitos países subdesenvolvidos.

Repetir evidências passou a ser uma necessidade no combate à alienação das grandes maiorias, confundidas e manipuladas pelos responsáveis da crise de civilização que atinge a humanidade.
Talvez nunca antes a insistência em iluminar o óbvio oculto tenha sido tão importante e urgente porque a falsificação da História e a manipulação das massas empurra a humanidade para o abismo.
Essa tarefa assume um carácter revolucionário porque as forças que controlam o capitalismo utilizam as engrenagens do sistema mediático para criar uma realidade virtual que actua como arma decisiva para a formação de uma consciência social passiva, para a robotização do homem.
A compreensão pelos povos da estratégia exterminista do imperialismo que os ameaça é extremamente dificultada pela ignorância sobre o funcionamento do sistema de poder dos Estados Unidos e a imagem falsa que prevalece a respeito da sociedade norte-americana não apenas na Europa mas em muitos países subdesenvolvidos.
UM MITO ROMÂNTICO
Não obstante serem inocultáveis os crimes cometidos pelos EUA nas últimas décadas em guerras de agressão contra diferentes povos, uma grande parte da humanidade continua a ver na pátria de Jefferson e Lincoln uma terra de liberdade e progresso. O mito romântico dos pioneiros do Mayflower é difundido por uma propaganda perversa que insiste em apresentar o povo e o governo dos EUA como vocacionados para defender e liderar a humanidade. Os males do capitalismo seriam circunstanciais e a grande república, presidida agora por um humanista, estaria prestes a superar a crise que a partir dela alastrou pelo mundo.
Não basta afirmar que estamos perante uma perigosa mentira. Desmontar o mito estadounidense é, repito, uma tarefa prioritária na luta contra a alienação das maiorias. O político negro cuja eleição desencadeou uma vaga de esperança entre oprimidos da Terra engavetou os compromissos assumidos com o povo e ao longo do seu mandato deu continuidade a uma estratégia de dominação mundial, ampliando-a perigosamente.
Diferentemente de Bush junior, Obama soube construir uma mascara de estadista sereno e progressista. A sua reeleição, não tenhamos dúvidas, será facilitada porque o candidato republicano que o enfrentará, Mitt Romney, é um político ultra reaccionario, sem carisma.
AS GUERRAS IMPERIAIS
No Iraque a violência tornou-se endémica, milhares de mercenários substituíram as tropas de combate e um governo fantoche actua como instrumento das transnacionais do petróleo.
No Afeganistão a guerra está perdida. Após onze anos de ocupação, as forças da NATO e as dos EUA somente controlam Kabul e algumas capitais de província. Todas as ofensivas contra a Resistência (que vai muito alem dos Talibãs) fracassaram e nos quartéis e nos Ministérios os recrutas matam com frequência os instrutores estrangeiros, americanos e europeus.
A retirada antecipada das tropas francesas do país colocou um problema inesperado ao Pentágono. Em Washington poucos acreditam que o presidente cumpra o acordo sobre a evacuação do exército de ocupação antes do final de 2014.
Em declarações recentes, Obama, já em campanha eleitoral, retomou o tema da defesa dos «interesses dos EUA no mundo». Essa política implica a existência de centenas de bases militares em mais de uma dezena de países. Na Colômbia, por exemplo, foram instaladas mais oito.
Numa inflexão estratégica, o presidente informou que está em curso uma deslocação para Oriente do poder militar norte-americano. O secretário da Defesa esclareceu que dois terços da US Navy serão deslocados para o Pacifico. Ficou transparente que o objectivo inconfessado é cercar por terra e mar a Rússia e a China.
Vladimir Putin interpretou correctamente a mensagem. Consciente de que na sua escalada agressiva os EUA teriam de reforçar a sua hegemonia no Médio Oriente, abatendo o Irão, antes de definirem aqueles países como «inimigos» potenciais, o presidente russo num discurso firme advertiu Washington de que está a ultrapassar a linha vermelha.
Contrariamente ao que afirmam alguns analistas que cultivam o sensacionalismo, a iminência de uma terceira guerra mundial é, porém, uma improbabilidade. Mas isso graças à firmeza da Rússia. Putin não esqueceu Munique. Usou palavras duras, recordando a agressão ao povo líbio, para lembrar a Obama que já foi longe demais e que não tolerará uma intervenção militar USA-Uniao Europeia na Síria, qualquer que seja o pretexto invocado.
ASSASSINAR À DISTÂNCIA
O belicismo de Obama é, alias, tão ostensivo que até um jornal do establishment, o New York Times (que o tem apoiado), sentiu a necessidade de revelar que a lista de «terroristas» e dirigentes políticos a aniquilar pelos aviões sem piloto (os famosos drone) é submetida à aprovação do chefe da Casa Branca. Matar a longa distância, numa guerra electrónica de novo tipo, tornou-se uma rotina graças aos progressos da ciência. Leon Panetta, o actual secretário da Defesa, não somente a aprova como a elogia, assim como o general Petraeus, o director da CIA.
O prémio Nobel Obama aprova previamente os alvos humanos seleccionados cujas biografias lhe são enviadas. A esse nível se situa hoje o seu conceito de ética.
Os homens do presidente chegaram à conclusão de que essa modalidade de assassínio não tem suscitado grandes protestos internacionais e evita a perda de pilotos.
O principal inconveniente é a imprecisão desses ataques. No Paquistão, dezenas de aldeões foram mortos em bombardeamentos dos drones nas áreas tribais da fronteira afegã. O erro (assim lhe chamam no Pentágono) gerou uma crise nas relações com o Paquistão quando 26 soldados daquele país foram abatidos por um avião assassino. O governo de Islamabad proibiu a partir de então a travessia da fronteira pelos caminhões que carregam alimentos e armas para as tropas dos EUA e da NATO.
Não obstante os «inevitáveis danos colaterais», os generais do Pentágono definem como revolucionária a guerra barata na qual basta carregar num botão, por vezes a centenas de quilómetros de distância, para atingir alvos humanos seleccionados em gabinetes nos EUA e aprovados pelo Presidente.
A esmagadora maioria dos estadounidenses tem um conhecimento muito superficial do que se passa nas guerras asiáticas do seu país. Mas no Exército alastra um difuso mal-estar. No ano corrente registou- se um record de suicídios de militares.
O FANTASMA DA AL QAEDA
São qualificados de especialmente satisfatórios os bombardeamentos frequentes a tribos «terroristas» do Iémen e da Somália. Se a CIA informa que uma tribo perdida nas montanhas da outrora chamada Arábia Feliz é acusada de ligações suspeitas com a Al Qaeda, envia-se um drone da base de Djibuti para liquidar o seu chefe. Obama dá o seu aval à operação.
O New York Times, no editorial citado, reconhece com pesar que o actual poder decisório presidencial de assassinar «terroristas» em regiões remotas «não tem precedentes na história presidencial». Monstruoso, mas real: Obama comporta-se como um ciber-guerreiro.
Nessa estratégia criminosa, a invocação da Al Qaeda como a grande ameaça à segurança dos EUA é permanente, obsessiva.
Somente em Março pp. o Google registou 183 milhões de entradas em busca de informações sobre a organização.
OS EUS planearam e executaram a morte de Ben Laden numa operação obscura de forças especiais, violadora da soberania do Paquistão. Mataram já ou afirmam ter assassinado os principais dirigentes da Al Qaeda. Mas o fantasma da Al Qaeda sobreviveu, e é esse dragão, invisível, medonho, que motiva os bombardeamentos dos drones, a guerra electrónica assassina.
O mito da Al Qaeda, o inimigo número 1, tornou-se um pilar da estratégia «anti-terrorismo» dos EUA.
Quantas pessoas, mundo afora, sabem que Ben Laden foi um aliado íntimo dos EUA durante a guerra contra a Revolução Afegã? Poucas.
E poucas são também as que têm conhecimento das relações estreitas que a CIA e a inteligência militar dos EUA mantiveram e mantêm com organizações fundamentalistas islâmicas.
A necessidade de aniquilar a Al Qaeda foi o argumento básico que Bush filho brandiu para justificar o Patriot Act e a invasão e ocupação do Afeganistão, numa cruzada «antiterrorista» em defesa «da liberdade, da democracia, da paz…»
Obama, usando um discurso diferente, muito mais hábil, aprofundou a estratégia de poder dos EUA.
Ao assinar a lei da Autorização da Segurança Nacional, o presidente dos EUA tripudiou sobre a Constituição, transformando o país num Estado militarizado que exibe uma fachada democrática. Internamente subsistem algumas liberdades e direitos, mas a politica externa é a de um estado terrorista.
RUSSIA E CHINA AMEAÇADAS
A engrenagem imperial está em movimento. Primeiro foi o Iraque, depois o Afeganistão, depois a Líbia. Agora o alvo é a Síria.
A máquina mediática trituradora das consciências repete o método utilizado na campanha que precedeu o ataque armado à Líbia. A CIA e o Pentágono prepararam e financiaram grupos de mercenários que instalaram o caos nas grandes cidades sírias. O presidente Bachar al Asad foi demonizado e, inventada uma realidade virtual- uma Síria imaginária – uma campanha massacrante tenta persuadir centenas de milhões de pessoas de que intervir militarmente naquele pais seria «uma intervenção humanitária» exigida por aquilo a que chamam «a comunidade internacional». Mas o projecto de repetir a tragédia líbia está a esbarrar com a oposição, até hoje inultrapassável, da Rússia.
Insisto: compreender o funcionamento da monstruosa engrenagem montada pelo imperialismo para anestesiar a consciência social e criar um tipo de homem robotizado é uma exigência no combate dos povos em defesa da liberdade, da própria continuidade da vida.
Não exagero ao definir como tarefa revolucionária essa luta.
Vila Nova de Gaia, 13 de Junho de 2012 
*GilsonSampaio