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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 22, 2012

Caetano Veloso e a ditadura militar 

 

Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:

Em "revelação" à Folha de S. Paulo, Caetano Veloso diz que militares forçaram sua participação em programas da Globo depois que ele voltou do exílio, em 1971. É o destaque de seu site, que ele pôs no ar hoje.

Oras bolas, porque ele esperou até hoje para contar isso? Não teria prestado melhor serviço ao Brasil se tivesse escancarado sua "escravidão" anos atrás? Apesar de gênio consagrado, não nos esqueçamos que Caetano sempre esteve mais para Carmem Miranda do que para Che Guevara, não é mesmo?

Caetano lembra de ter ido ao Chacrinha e de ter gravado um "Som Livre Exportação", programa que teria a finalidade de transmitir ao povão que "tudo estava normal" com nossa Ditabranda.

Acho que, conforme envelhece, nosso astro fica cada vez mais careta e gagá.
Segundo - ainda - o relato que faz à Folha, Caê só conseguiu voltar do exílio na Inglaterra, para onde foi em 1969, depois que Maria Bethânia intercedeu a seu favor, para que o cantor pudesse acompanhar a missa de 40 anos do aniversários de seus pais.

Caetano lembrou da vigilância que sofria de soldados do exército em 1971. "Fiquei angustiado."
Cá entre nós, puro marketing do meu ex-cantor preferido.

Kassab recebe título de pior prefeito das capitais

Por: Eliseu 
KassabMuito apropriado aquele ditado popular que diz que, “a voz do povo é a voz de Deus”. Mais uma vez ficou provado que está certíssimo.
O higienista prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, PSD, ex-DEMo, que é ex-PFL, também dissidência do PDS, ex-ARENA, o partido da ditadura militar, e compadre do tucano José Serra, foi considerado o pior prefeito das seis principais capitais do país pelo insuspeito Datafolha, pesquisa essa encomendada pelos também insuspeitos representantes do PIG, a TV Globo e o jornal ultraconservador Folha de São Paulo. Numa escala de 0 a 10, Kassab obteve a vergonhosa nota de 4,4.
Gilberto Kassab também é o último colocado na avaliação dos seis governos municipais como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. O levantamento registrou também que um grande número de paulistanos, 20%, certamente burgueses como ele consideram o seu desempenho como ótimo ou bom. Outros 39% consideraram a administração como ruim ou péssima.
O título de pior prefeito cabe como uma luva ao prefeito da cidade que se chover por 5 minutos alaga tudo (e a culpa é de São Pedro e não da falta de investimento em infraestrutura); os congestionamentos urbanos “normais” são da ordem de 160 km; persegue quem trabalha; desapropria terrenos que lhe interessam e joga os moradores na rua como se nada fossem; diz que para ser cidadão e morar em São Paulo tem que ter dinheiro, e outras “coisitas” corruptas mais.
E o mais preocupante é que seu compadre, o tucano José Serra, que todos brasileiros - menos boa parte dos paulistanos - conhecem por suas mentiras e não cumprir o que promete, continua bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para prefeito.
*Ocarcará

GERÔNIMO - O estranho amor dos norte-americanos aos indígenas brasileiros


O indigenista Orlando Villas Boas tem uma opinião sobre esse curioso amor. Assista no vídeo abaixo


Por causa da construção de Belo Monte, ONGs estrangeiras - em sua maioria estadunidenses - mostram-se preocupadas com indígenas afetados pela construção da usina. 


Estranho. Porque os estadunidenses praticamente exterminaram os índios que ocupavam seu território. 


Gerônimo (na foto) foi o último chefe apache, antes do massacre. No século XIX, o governo dos Estados Unidos começou uma guerra de extermínio aos apaches para facilitar a colonização do oeste. 


Chefes como Mangas Coloradas, Cochise e Geronimo comandaram os apaches nas batalhas contra os Estados Unidos. Mas, isso é passado!... - você pensa. Não é, não. 


Até recentemente, o maior inimigo dos EUA era Osama Bin Laden. Pois a Operação que o teria executado no Paquistão recebeu o nome de Operação Gerônimo, o que gerou protestos. 


A frase é de Keith Harper, um membro da Nação Cherokee, ao The Washington Post. 


Gerônimo foi o nome de código escolhido pelas tropas americanas para se referirem a Bin Laden durante a operação que teria resultado em sua morte. Gerônimo (1823-1909), na foto aí ao lado, foi um chefe Apache que, na segunda metade do século XIX, enfrentou os "homens brancos" numa guerra sem prisioneiros, cruel, que fez dele um herói para seu povo e um maldito entre os brancos. 


"Ninguém teria concordado com o uso como codinome para um terrorista de Mandela, Revere ou Ben Gurion. 


Um herói extraordinário e um herói nativo americano merece o mesmo tratamento", prosseguiu Harper na entrevista ao The Washington Post. 


"Isso mostra até que ponto a ideia de índio / inimigo está incorporada na mentalidade deste país", disse ao mesmo jornal Suzan Harjo, de um grupo de advogados indígenas. 


[Fonte: El Pais, onde você pode ler mais sobre Gerônimo] 


Se não se preocuparam com seus índios, por que dizem estar preocupados com os nossos?


O indigenista Orlando Villas Boas tem uma opinião sobre isso:

A jornada de Santos Dumont

Por Marco Antonio L.

 20 de JULHO, 139 ANOS DO NASCIMENTO DE SANTOS DUMONT

Do Blog Democracia e Política


[Trechos do texto de Aluizio Weber publicado em 2006 no site da comissão interministerial que coordenou as comemorações do centenário do voo do 14-Bis].

Se vivo, faria 139 anos.

"É o maior símbolo brasileiro de criatividade, inovação tecnológica e persistência no objetivo.

"É impressionante Santos-Dumont ter sido, ao mesmo tempo, o genial inventor, o inteligente construtor dos próprios inventos surpreendentemente simples, eficientes e leves, o corajoso piloto de provas de seus artefatos futuristas inusitados e o competidor vencedor. Mais impressionante ainda é ele não ser devidamente reconhecido por isso.
A PRIMAZIA DO VOO AUTÔNOMO

A principal conquista de Santos-Dumont foi ser o primeiro homem no mundo a voar em aparelho mais pesado que o ar utilizando unicamente os recursos do próprio aparelho, sem auxílios externos(diferentemente dos celebrados irmãos Wright, que eram lançados no ar por maquinária externa).

Foi o primeiro a construir e pilotar avião que, usando apenas os meios de bordo, cumpriu todos os requisitos básicos de voo: táxi, decolagem, voo nivelado e pouso. 

Além disso, foi o primeiro que isso demonstrou em público (os irmãos Wright dizem que voaram, mas sem testemunhas). Seu voo pioneiro contou com o testemunho de multidão, a filmagem por companhia cinematográfica e o reconhecimento e a homologação dos órgãos oficiais de aviação da época, ‘L’Aéro-Club de France’ e ‘Fédération Aéronautique Internationale’ -FAI. 

O voo histórico aconteceu há 106 anos, em 23 de outubro de 1906, com o 14-bis, em Bagatelle, Paris, França.

VOO DO 14-bis EM 23 DE OUTUBRO DE 1906
 
 


Esse dia veio a ser de grande significado para a humanidade.

Em 23/10/1906 (16h45), após corrida no solo de 200 m, o 14-bis voou a distância de 60 m, à altura de 2 a 3 m, em 7 segundos. 

A notícia rapidamente espalhou-se e foi muito publicada nos jornais do planeta. Por exemplo, o “The Illustrated London News”, de Londres, em 03/11/1906, publicou: “The first flight of a machine heavier than air: Mr. Santos-Dumont winning the Archdeacon Prize”. Na mesma ocasião, o norte-americano Gordon Bennet, fundador e proprietário do famoso “New York Herald”, escreveu no seu jornal sobre a façanha de Santos-Dumont: "The first Human mechanical flight". Assim também foram as manchetes de vários outros grandes jornais em todo o mundo. 

VOO DO 14-BIS em 12 DE NOVEMBRO DE 1906:

PRIMEIRO RECORDE OFICIAL DE AVIAÇÃO

Vinte dias após o seu grande feito de 23 de outubro, Santos-Dumont prosseguiu em 12 de novembro na tentativa de vencer desafio lançado pelo Aeroclube da França. O Prêmio do Aeroclube da França, de 1500 francos foi destinado ao primeiro homem no mundo que realizasse, com os próprios meios do aparelho, voo de mais de 100 m de distância com ângulo máximo de desnivelamento de 10 graus. 

O 14-bis, nessa data, apareceu aperfeiçoado com a novidade tecnológica “ailerons”, superfícies móveis colocadas nas asas, uma em cada lado, para melhorar o controle lateral do avião (em “rolamento”).

Às 16h45: Santos-Dumont decolou contra o vento. O 14-bis voou a distância de 220 m, à altura de 6 m; duração: 21 s e 1/5; velocidade média de 37,4 km/h.

A CONQUISTA DOS PRIMEIROS RECORDES DA AVIAÇÃO MUNDIAL

O voo de 220 m foi homologado pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI) como o primeiro recorde mundial de aviação. Recorde mundial de distância de voo, sem escala, de aparelho mais pesado que o ar. A FAI também considera o penúltimo voo do 14-bis naquela data (12/11/1906) como o primeiro recorde mundial de velocidade em voo, 41,292 km/h. 

A revista norte-americana “National Aeronautics” (nº 12, volume 17, de 1939), órgão oficial da “National Aeronautics Association” sediada em Washington-EUA, também registrou aquele voo de 220 m de Santos-Dumont como o primeiro recorde de aviação do mundo. A revista descreveu os posteriores recordes de distância de voo. Somente em oitavo lugar aponta o recorde de Wilbur Wright, dois anos após, em 21/09/1908, na França (comentado em outro tópico deste texto, a seguir). A reinvenção norte-americana da história para dar a falsa primazia aos irmãos Wright ocorreu depois. 

O REVOLUCIONÁRIO AVIÃO “DEMOISELLE”

Santos-Dumont não esmorecia. Continuou em 1907 apresentando ao mundo novos inventos. 
 
 


Em 16 de novembro de 1907, em Bagatelle, apenas sete meses depois do último voo do 14-bis, Santos-Dumont já fazia o voo inaugural (200 m) do seu revolucionário modelo nº 19, o “Demoiselle”; minúsculo, simples e leve. O Demoiselle tinha área alar de 10 m² (oito vezes menor que a do 14-bis), envergadura de ínfimos 5,60 m e pesava somente 60 kg (68 kg nos modelos nº 21 e 22), quase 1/3 do peso do já levíssimo 14-bis. Era avião muito avançado, de alto desempenho, veloz e extremamente simples e compacto. Decolava em pista de somente 70 m.

Com o modelo “Demoiselle nº 22”, estreado em Issy em 06/03/1909, Santos-Dumont voou, em 06/04/1909, a distância de 3 km. Em 13/09/1909, voou 8 km em cinco minutos, alcançando velocidade impressionante para a época: 96 km/h. Chegou a realizar voos de até 18 km de distância, como o ocorrido em 17/09/1909. Na véspera, 16 de setembro, havia estabelecido um recorde mundial, ao decolar após uma curta corrida de apenas 70m, em 6 segundos.

No dia seguinte, em 18/09/1909, aos 36 anos de idade, após 12 anos de intensos, ininterruptos, perigosos e estressantes trabalhos, Santos-Dumont realizou o seu último voo como piloto. Foi em Saint Cyr, Paris. Sobrevoou o público com os dois braços abertos e fora dos comandos, um lenço em cada mão. Soltou os lenços em voo, aplaudido. Foi a sua despedida.

Santos-Dumont colocou esse modelo de avião à disposição pública, com todos os detalhes e especificações, para livre reprodução, sem nenhum direito comercial para o seu inventor. 

O Demoiselle foi o primeiro avião fabricado em série no mundo. No final de 1909, mais de 40 já haviam sido construídos e vendidos (ao preço de 5.000 a 7.500 francos, valor, na época, de automóvel de tamanho médio). 

Alguns livros registram já terem sido até hoje construídos mais de 300 Demoiselles, e com a surpreendente marca de não ter ocorrido com o modelo um só acidente fatal. 

A PRIMAZIA DE SANTOS-DUMONT e os IRMÃOS WRIGHT

Os irmãos Wright conseguiram em 21/09/1908, em Anvours (França), voar publicamente e até superar em muito as marcas de Santos-Dumont com o 14-bis.

Porém, isso ocorreu dois anos após Santos-Dumont já ter conquistado os primeiros recordes aeronáuticos oficiais do mundo. Em 1908, o nosso pioneiro já voava há um ano o seu genial e avançado Demoiselle, e a aviação já demonstrava progresso acelerado em várias partes do mundo.

Ainda mais, o avião “Flyer” dos Wright voado na França em 1908 ainda dependia de lançamento por grande catapulta externa, de vento forte e de trilho em ladeira para poder decolar. O trilho poderia ficar na horizontal se houvesse vento frontal superior a 36 km/h, explicou a instituição norte-americana “National Aeronautics Council” (livro de N. H. Randers-Pehrson, pág. 35, Biblioteca do Congresso, EUA, 1944). 

O que era a catapulta? Era uma grande estrutura que, por meio de queda de 5 m de altura de um grande peso de mais de 300 kg, tracionava violentamente o avião sobre um trilho e, assim, o lançava no ar em decolagem.

Essa dependência da catapulta perdurou até 1910. Anatole France publicou em 1909: “Wright détient le record de la distance, seul ou à deux. Il ne s’est point encore envolé par ses propres moyens” (Whright detém o recorde de distância, só e em dupla. Ele ainda não voou por seus próprios meios).

Na prática, o “Flyer” era muito bom planador e um avião com insuficiente motorização que o fizesse decolar sem auxílio externo.

As “provas” dos voos secretos que teriam sido feitos desde 1903 foram apresentadas pelos irmãos Wright extemporaneamente. Somente em 1908 mostraram: uma foto sem data do Flyer (sem rodas, a alguns palmos de altura sobre o trilho lançador); o diário deles, onde diziam terem voado “n” metros por “t” segundos nas datas “x”, “y”, “z”; e um telegrama passado por eles mesmos ao pai com o texto: “Quinta-feira, de manhã, tivemos sucesso em quatro voos, graças a ventos de 40 km/h”.

Essas “evidências” eram consideradas insubsistentes pelos órgãos oficiais de aviação e pela imprensa em geral, inclusive a norte-americana, que então, desde 1906, divulgava a primazia de Santos-Dumont.

A imprensa norte-americana havia sido acionada pelos dois irmãos para uma demonstração em abril de 1904. Porém, após cinco dias de tentativas, o que os repórteres viram os fez descrer da capacidade de voo do ‘Flyer’. Em 1905, a imprensa foi novamente convidada à fazenda “d’Huffman Prairie”, Dayton. Contudo, como nada aconteceu de interessante, os jornalistas apenas publicaram comentários muito sucintos (segundo o livro “Chronique de l’Aviation”, de Edouard Chemel, pág. 39, Editora Jacques Legrand, Paris, 1991). O próprio War Department dos EUA, em 1905, ainda não dava crédito às alegações dos Wright, por falta de provas. 

As poucas notícias que surgiram naquela época em jornais e revistas norte-americanas e europeias foram decorrentes de matérias enviadas pelos próprios Wright. Todavia, não há registro de qualquer vizinho dos Wright, ou de qualquer dos transeuntes da estrada próxima (de intenso movimento), que ligava Springfield a Dayton, ter visto ao menos um dentre as centenas de voos que eles (Wright) afirmaram ter realizado de 1903 a 1908. 

Nem uma única reportagem comprovando aqueles voos havia sido, até 1908, publicada pela perspicaz, eficiente e já mundialmente atuante imprensa norte-americana. Nem mesmo em Kitty Hawk, North Carolina, e em Dayton, Ohio, onde eles teriam realizado os alegados “pioneiros, surpreendentes, fantásticos e longos vôos” [sic]. Caso houvesse crédito sobre a realização dos aludidos voos, eles teriam merecido, inevitável e imediatamente, gigantescas manchetes nos jornais dos EUA e do mundo inteiro.

Uma das poucas testemunhas citadas, o telegrafista Alpheus W. Drinkwater, que trabalhava na estação do local dos supostos voos dos Wrights, e que expediu o já citado telegrama dos dois irmãos para o pai em 17/12/1903, declarou que, naquela data, os Wright apenas planaram e que o primeiro voo somente aconteceu em 06/05/1908, isto é, cinco anos depois (entrevista dele publicada no “The New York Times” de 17/12/1951, na data de comemoração do cinquentenário do suposto voo pioneiro).

O primeiro voo dos Wright realmente testemunhado nos EUA foi em 4 de setembro de 1908 (Fort Myer, Virginia). O fotos e filmes desse voo em Fort Myer ainda hoje são muitas vezes repetidos nas televisões do mundo (até nas brasileiras!) como sendo do suposto primeiro voo de 1903...

Observa-se que apenas voar e pousar (sem decolar pelos próprios meios) não era novidade na época. Otto Lilienthal já o fizera com êxito na Alemanha desde 1891 com planadores. Lilienthal não tivera sucesso com a motorização. Experimentou motor (a vapor) sem resultados positivos. 

O fato é que os EUA resolveram, mais fortemente a partir dos anos quarenta, elevar, com o poder de sua mídia, os irmãos Wright à condição de primazia no mundo e aquelas “provas”, antes depreciadas, passaram a ser citadas como “documentos históricos comprovadores” [sic] dos voos pioneiros. Fruto de grande esforço institucional e de mídia, as desacreditadas alegações pouco a pouco viraram “fatos verdadeiros” para o povo norte-americano e para muitos outros americanófilos em todo o mundo, até hoje.

Porém, com ou sem a propaganda dos EUA, permanecem indiscutíveis os seguintes fatos:

• Santos-Dumont foi o primeiro homem que comprovadamente voou aparelho mais pesado que o ar (o 14-bis) utilizando unicamente os recursos do próprio aparelho.

• Foi o primeiro que comprovadamente cumpriu todos os requisitos básicos de voo de avião usando apenas os meios de bordo: táxi, decolagem, voo nivelado e pouso.

• Foi o primeiro homem a isso demonstrar oficial e publicamente. Sua vitória ocorreu com o testemunho de multidão, da imprensa, de filmagem por companhia cinematográfica e de comissão oficial previamente convocada. 

• Sua conquista mereceu o reconhecimento e a homologação como primeiro voo autônomo no mundo pelos órgãos oficiais de aviação da época, ‘L’Aéro-Club de France’ e ‘Fédération Aéronautique Internationale’ -FAI.

A distorção da história por motivações ufanistas nacionalistas norte-americanas, mesmo que conduzida mundial e persistentemente pela mídia, não pode apagar esses fatos históricos oficialmente registrados, que certificam e glorificam os feitos pioneiros de Santos-Dumont.

Em 2006, ano em que se comemorou o centenário do grande feito de Santos-Dumont com o 14-bis, ocorreu o registro em monumento, na cidade de Santos Dumont-MG, do reconhecimento feito pelo renomado ‘Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica’ (American Institute of Aeronautics and Astronautics – AIAA), da primazia do voo de Santos-Dumont utilizando somente os meios próprios da aeronave. 

A homenagem da AIAA a Santos-Dumont em 2006 incluiu uma placa de bronze, de aproximadamente 60 x 42 cm, com os seguintes dizeres:

Born 20 July 1873 in state of Minas Gerais, Alberto Santos Dumont moved to Paris in 1891 but never forgot his birthplace. He soon began experimenting with flying, and designed his first balloon, the Brasil, in 1898. He later built and flew 11 dirigibles, including the prize-winning Number 6. He flew his first airplane, the 14-bis, on October 1906, the first aircraft to take off and land without any external assistance (*). His many other contributions to aviation included his 1907 Demoiselle, the precursor to modern light airplanes. He returned definitely to Brazil in 1931 and died in 1932”.
(*) o primeiro avião a decolar e pousar sem qualquer auxílio externo.

Essa placa foi colocada sobre pedestal erigido em frente à casa natal de Santos-Dumont, em Cabangu, município de Santos Dumont-MG. 

PRÊMIO “DEUTSCH DE LA MEURTHE”

É oportuno também relembrar outro grande feito (anterior a esses citados vôos) de Santos-Dumont. Ele já havia granjeado a glória e a fama em todo o planeta, cinco anos antes do voo do 14-bis. A idolatria por Santos-Dumont já era tanta que ele ditava a moda masculina em Paris e no mundo. Copiavam o seu modelo de chapéu, de colarinho, de bainha de calças, de penteado. Até lançou e popularizou o uso masculino civil do relógio de pulso (tal modelo de relógio foi por ele concebido e usado, mas o relógio de pulso não foi uma “invenção” sua).
 
 


Aquele ápice da celebridade ele alcançara em 19/10/1901. Conquistara desde então a fama, ao realizar aprimeira viagem no mundo de balão dirigível em circuito fechado e dentro de trajeto (11 km, que abrangia rodear a Torre Eiffel) e de tempo (limite de 30 minutos) pré-estabelecidos, tudo testemunhado por multidão e pela comissão oficial previamente convocada, merecendo o vultoso prêmio “Deutsch de la Meurthe” (total de 129.000 francos da época. Ele distribuiu esse prêmio entre os seus mecânicos e os pobres de Paris). O seu feito significou o domínio completo e prático da dirigibilidade dos balões.

O OCASO

Por tudo isso, Santos Dumont sacrificou a sua vida. 

Desde os 40 anos de idade, envelhecido prematuramente, pouco a pouco ficou mais evidente que Santos-Dumont padecia de doença pouco conhecida na época. Cada vez mais recluso, com tristeza, angústia, remorso, sentia-se culpado da guerra aérea e pelos acidentes aeronáuticos. Hoje, com o avanço da medicina, sua moléstia seria diagnosticada, provavelmente, como depressão, tratável inclusive com medicamentos. Em muitos casos, a depressão resulta da interação entre uma predisposição genética e fatores ambientais, como traumas emocionais e o estresse, os quais, por certo, estiveram fortemente presentes na sua obcecada, tensa, destemida e acidentada vida. Não é raro o suicídio em sofredores dessa doença, quando não medicados. Santos-Dumont assim morreu em 23 de julho de 1932, aos 59 anos. 

CONCLUSÃO

Em resumo, Santos-Dumont foi um grande benfeitor para a humanidade e ser humano extraordinário. É o símbolo maior brasileiro de criatividade, inovação tecnológica e persistência no objetivo.

FONTE: trechos do texto de Aluizio Weber publicado em 2006 no site da comissão interministerial que coordenou as comemorações do centenário do voo do 14-Bis. Já publicado neste blog ‘democracia&política’ em: (http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2011/07/santos-dumont-hoje-seu-aniversario.html).[Texto mais ampliado já publicado por este blog em 20/10/2008: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8732285301380128557#editor/target=post;postID=726369723285716853]
*Nassif 

Rei da Espanha é deposto mas não decapitado, ainda

Rei Juan Carlos posa para foto durante um safári de caça a elefantes
O braço espanhol da ONG World Wildlife Funds (WWF) anunciou neste sábado que depôs o rei Juan Carlos como seu presidente honorário, um título conferido ao monarca em 1968. A ação é decorrente do flagrante de um safári realizado por Juan Carlos em abril, em Botsuana.
Segundo a organização, a caça a elefantes registrada nas fotos é incompatível com os objetivos do conservação de espécies ameaçadas de extinção. A ONG também disse, em comunicado oficial, que "embora este tipo de caça seja legal e regulamentada, tem recebido muitas manifestações de protesto dos membros afiliados e da sociedade em geral".
A votação para a retirada do título do rei foi realizada em uma assembleia extraordinária em Madrid. Foram 226 votos a favor da decisão e apenas 13 contra. Para a ação ser aprovada era preciso contabilizar os votos favoráveis de mais de dois terços dos participantes.
Na época, o safári em Botsuana revoltou os espanhóis não apenas pela caça em si, mas se tratar de uma extravagância em tempos de crise econômica no país. O Palácio Real da Espanha não quis se pronunciar sobre o anúncio da WWF.
Na prática, o que o braço espanhol da ONG decidiu foi eliminar o artigo 6 de seu estatuto, que institui a presidência honorária ao rei Juan Carlos.
*Aposentado Invocado

De reis inúteis e de seus vassalos

Um dos mais ácidos panfletos da História, contra a monarquia, é o livro de Étienne de la Boétie, Discours de la Servitude Volontaire. É texto de um adolescente prodígio, que o redigiu antes dos 18 anos, conforme seu amigo maior, e a quem o autor confiou os originais, Michel de Montaigne. Étienne morreu aos 33 anos, e Montaigne não se atreveu a publicar o texto famoso, que ficou conhecido anos depois de sua própria morte. Redigido no século 16, só no século 17 o livro passou a ser editado e a ser lido, assim mesmo com muitas cautelas.
La Boétie, no fabuloso talento prematuro, em que se misturam, ao mesmo tempo, certa ousadia que só a boa fé juvenil autoriza, e fantástica erudição clássica, pergunta-se por que os homens se submetem à vontade de um só, sem que nada, nem na natureza, nem na razão, determine essa submissão.
A monarquia de hoje não é a mesma daqueles séculos, em que os reis, não todos, mas muitos deles, comandavam seus exércitos e corriam todos os riscos nas batalhas, como, entre outros soberanos franceses, fizeram Francisco I e Henrique IV. As famílias reais de nosso tempo estão mais para a comédia do que para a tragédia; mais para a farsa do que para o drama. Luis 16 foi o último dos reis a ter a sua cabeça decapitada. Antes dele, Carlos I da Inglaterra, também conheceu o cepo e a lâmina do carrasco. Os Romanov, dominados por um grande embusteiro, que foi Rapustin, eram de um terceiro tipo, o de retardados mentais, não obstante a crueldade com que reprimiam seu povo, e não foram decapitados, mas fuzilados.
Hoje, os poucos príncipes destronados são meros adornos de festas milionárias. Ninguém se preocupou, nem se preocupa mais, em cortar as cabeças coroadas, porque elas não valem muita coisa, a não ser a despesa que os povos pagam, para que encabecem a lista das celebridades inúteis.
Os escândalos da família real espanhola, que estão na ordem do dia, fermentam novamente a reivindicação republicana na península, oitenta e um anos depois da abdicação de Afonso XIII. O retorno da monarquia foi útil ao processo de normalização espanhola, depois da morte de Franco. Todas as forças políticas aceitaram a fórmula, a fim de evitar nova guerra civil. Cumprido esse papel positivo, a instituição começa a ser um estorvo. O rei, neto de Alfonso XIII, nunca aceitou, em sua alma, o regime democrático e, em fevereiro de 1981, segundo indícios fortes, esteve à frente da conspiração militar contra o governo democrático, que levou à invasão do parlamento pelo tenente-coronel Antonio Tejero Molina. O monarca só interveio, com visível contragosto, pela televisão, depois que a reação dos militares democráticos, no interior dos quartéis, e o pronunciamento dos governos vizinhos inviabilizaram o golpe.
Agora, os escândalos reais se sucedem. Enquanto o governo conservador de Mariano Rajoy corta o orçamento social e a Espanha se submete aos ditados da Alemanha, com o povo em desespero protestando nas ruas, revela-se que as despesas da Casa Real chegam a quase seiscentos milhões de euros, incluídos os gastos com as viagens, a manutenção dos numerosos palácios, a segurança da família do soberano pelas forças armadas e outras despesas indiretas.
A insensibilidade do Rei diante do sofrimento do povo que chega, até mesmo, ao escárnio, em certos momentos, como nas caçadas aos elefantes da África e aos ursos da Romênia, vem retirando a credibilidade de seus súditos. Tanto nos meios intelectuais, quanto entre os trabalhadores espanhóis, começa a adensar-se um movimento para o fim do sistema monárquico e a instauração de uma república democrática.
Ontem, a Espanha foi às ruas, em oitenta cidades, para protestar contra a aprovação de medidas de arrocho contra os trabalhadores, entre elas o fim do 13º salário. Em Madri, os bombeiros e os policiais civis, chegaram a solidalizar-se com os manifestantes, e se opuseram a participar da repressão. Um grupo, com seus capacetes postos, desnudou-se. Um cartaz explicava que o governo os deixara “en pelotas”. O clima era o da véspera de grandes acontecimentos.
As nossas relações com a Espanha monárquica devem ser reavaliadas. Com todas as suas dificuldades atuais, as elites espanholas continuam a tratar-nos como se fôssemos colônia de Madri – o que só fomos, e por acidente histórico, entre 1580 e 1640. Em 1580, depois da morte de D. Sebastião, no norte da África, e de seu sucessor, o Cardeal D. Henrique, o trono de Portugal foi ocupado por Felipe II, tio de D. Sebastião. A coroa só foi recuperada para os portugueses, em 1640, pelo Duque de Bragança.
As grandes virtudes do povo espanhol sempre foram, e continuam a ser, insultadas pela sua anacrônica, cara e ociosa nobreza, por nascimento ou pelo êxito nos negócios. E, ao longo de sua história, talvez a Espanha não tenha tido família real tão insignificante, e tão corrompida como a de agora.
As dificuldades econômicas da Espanha de hoje são o resultado desse espírito de presunçosa superioridade de suas elites. Ao entrar para a Comunidade Econômica Européia, e obter vultosos recursos do grupo, os espanhóis, em lugar de investi-los no interior do país, usaram-nos para adquirir empresas na América Latina, principalmente no Brasil. Era uma nova forma de colonialismo que, apesar do saqueio, manso e “legal” de nossos recursos, principalmente depois da embasbacada regência de Fernando Henrique Cardoso, não serviu ao povo espanhol, embora tenha enriquecido muitos banqueiros.
Agora, o próprio genro do Rei é acusado de agir como criminoso, ao lavar dinheiro mal havido e transferir, só para Luxemburgo, mais de 700.000 euros. Suspeita-se de que muito mais dinheiro não honrado foi remetido para o Exterior. Esse genro, Iñaki Undagarin, recebe mais de um milhão de euros por ano, como conselheiro da Telefónica de Espanha para a América Latina. E na América Latina, quem contribui com mais lucros para a empresa espanhola é exatamente o Brasil.
A nossa postura é de solidariedade para com o povo espanhol. Esse grande povo nada tem a ver com esses señoritos que ainda se imaginam no tempo de Carlos V e de Felipe II. Estar com o povo espanhol é não favorecer aqueles que o oprimem.

ESPANHA DESOLADA

Espanha: rumo à loja de penhores.
Por Paixão.

Fuga de capitais: Espanha agoniza

Os capitais ariscos saíram em massa da Espanha nesta 6ª feira; a fuga refletiu-se em vendas maciças de ações que derrubaram em quase 6% a Bolsa de Madrid, mas também no salto dos juros pagos pelos títulos públicos, que romperam a fronteira de 7% na tentativa suicida de equilibrar uma equação fiscal insustentável. A direita espanhola reduziu o Estado a um apêndice dos mercados trazendo uma crise que era dos bancos e do setor privado para o coração das finanças públicas. Criou-se um país à deriva: o setor público se anulou e a esfera privada encontra-se em depressão, encalacrada em dívidas de longa digestão. Mais de 100 mil pessoas ocuparam a praça do Sol, em Madrid, na noite desta 5ª feira. Protestos tomaram as ruas de outras 80 cidades do país. As centrais sindicais exigem um plebiscito para definir o futuro da sociedade e da economia. O governo conservador de Mariano Rajoy já não comanda; o Palácio de Moncloa está sob intervenção dos homens de negro de Bruxelas, centuriões dos credores. O que as ruas de Madrid estão dizendo é que os espanhóis querem o Estado de volta, para defendê-los contra a irracionalidade dos mercados; não como aguilhão para dilapidá-los. Eis uma agenda universal. (Fonte: Carta Maior).

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Enquanto isso, as conquistas sociais são reduzidas/extintas, e o governo espanhol acaba de proibir a veiculação, pela Internet, de mensagens sobre convocação de manifestações...
*Dodómacedo

O ópio do povo

 

Vai começar tudo de novo. Embora o Brasil seja, pelo menos constitucionalmente, um Estado laico, não há um candidato a qualquer cargo público que não queira ficar de bem com católicos, evangélicos, budistas, espíritas, muçulmano, ou seja lá que religioso for. Parece que acreditar em algum deus é condição sine qua non para ser eleito. Do jeito que as coisas são no Brasil, se um candidato se declarar ateu é capaz de ser, no mínimo, apedrejado.
É incrível como as pessoas dão mais importância ao fato de o sujeito ir à missa, frequentar cultos, rezar direitinho nas horas certas, do que ter uma biografia impecável ou um programa de governo que contemple as necessidades mais prementes da comunidade à qual pretender servir.
Para muitas pessoas é mais importante saber se o fulano acredita em deus do que, por exemplo, quais são seus planos para a educação, para a saúde ou para o transporte urbano.
Coisa de louco.
Exemplo dessa verdadeira patologia social que é obrigar a pessoa a ser religiosa, é o candidato do PRB à prefeitura paulistana, o dublê de deputado e apresentador de TV Celso Russomano, que foi a uma missa para mostrar ao eleitorado que ele acredita no deus católico e não em outro qualquer. Depois do ofício, Russomano falou aos repórteres que o seguiram até a igreja. E a sua declaração revela não só o que ele pensa sobre o assunto, mas, provavelmente, também o que pensam os seus adversários:
- Vou em todas as igrejas e vou com muito prazer. E desde que estejam fazendo o bem, quero proteger essas igrejas como prefeito. Quero que todos os templos que estejam abertos em São Paulo sejam preservados, porque dão linha de conduta para a sociedade. As pessoas não matam e não roubam porque a lei proíbe, mas porque elas têm uma linha de conduta religiosa - afirmou.
Destaco essa última parte de sua afirmação: para Russomano, as pessoas não matam e não roubam porque a lei proíbe, mas "porque elas têm uma linha de conduta religiosa".
É incrível como esse tipo de raciocínio distorcido se espalha e acaba contaminando toda a sociedade. E isso é um perigo para a construção de uma nação plural, que abrigue sem distinção todo o tipo de pensamento, que não incentive o preconceito e o ódio pelas minorias.
O deputado/apresentador de TV Russomano, ao declarar que a virtude e a boa conduta são privilégio apenas dos religiosos insulta a história da humanidade, que tem provas inequívocas de assassinatos em massa e tantos outros crimes bárbaros cometidos em defesa de algum entre os milhões de deuses existentes. Além disso, ofende os milhões de seres humanos que vivem pacificamente respeitando e amando os semelhantes, produzindo obras de arte, desenvolvendo a ciência, ajudando a civilização a evoluir material e espiritualmente, sem que para tanto acreditem na existência dessas entidades invisíveis e incorpóreas que tantos sacrifícios exigem dos pobres mortais.
Certa vez, há muito tempo, um alemão barbudo fez uma afirmação que até hoje faz muita gente refletir: "A religião é o ópio do povo."
Cá entre nós, esse alemão entendia das coisas. Os nossos políticos aprenderiam muito se dessem uma espiadinha naquilo que ele escreveu. 
*GilsonSampaio

La condición humana del Che Guevara


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Una de las dimensiones de la revolución cubana que más preocupa a sus enemigos es la identificación que logra y mantiene el proceso cubano con los pueblos de todo el mundo, pese a la ya cincuentenaria campaña de descrédito que pagan el imperialismo y las oligarquías.
Entre las muchas razones que avalan este criterio está el absoluto respeto por la vida humana que ha caracterizado a la revolución cubana desde la lucha insurreccional contra la tiranía de Fulgencio Batista hasta nuestros días.
Por eso, indigna que, en el Sur de la Florida, los herederos de aquellos torturadores y asesinos que huyeron a Estados Unidos en 1958 con hasta el último de los 400 millones de dólares que había en la tesorería nacional -algunos de ellos son hoy congresistas en Washington o parásitos multimillonarios engordados con los aportes estadounidenses a la lucha por el regreso de la democracia a Cuba- osen calificar de dictadura al gobierno cubano de hoy.
Y, peor aún, que conceptúen como violador de los derechos humanos a una personalidad tan pura y limpia de la historia de Latinoamérica y del mundo como Ernesto Che Guevara.
La identificación del Che Guevara con las masas populares conscientes del continente, y de muchas otras partes del mundo, se patentiza en el hecho de que, no obstante los recursos invertidos por el imperio y la reacción intentado desprestigiarlo mediante la vulgarización de su imagen cual objeto comercializable, no han podido evitar que ésta siga acompañando a cuanta acción justa de rebeldía promovida por los más diversos segmentos populares tiene lugar en el mundo.
El Che es hoy estandarte de lucha de millones de jóvenes estudiantes, mujeres, obreros, campesinos, huelguistas, indignados y ocupantes de espacios públicos en todas partes, sin que las mentiras fabricadas en Miami y pagadas por Washington mellen su prestigio y la capacidad movilizadora de su ejemplo y sus ideas enraizadas en la revolución cubana.
Che estuvo vinculado a una de las más significativas acciones humanitarias de la revolución cubana cuando, ejerciendo la jefatura del Castillo de la Cabaña, en La Habana, garantizó que el principal tribunal creado para enjuiciar los crímenes de guerra de la tiranía derrotada realizara un trabajo ejemplar por su organización, limpio desarrollo y respeto a los veredictos de los jueces.
Cuando se acercaba la victoria, el líder de la revolución y jefe del Ejercito Rebelde, Comandante Fidel Castro, llamó a la población a que no se tomara la justicia por mano propia y prometió que todos los acusados de crímenes serían juzgados con todas las garantías que dan las leyes y sancionados conforme a la gravedad de sus delitos.
Con ello, la revolución cubana evitó que se repitiera lo ocurrido a la caída del tirano Gerardo Machado en 1933, cuando centenares de acusados vinculados a la cruenta dictadura fueron muertos y sus cuerpos arrastrados por las calles por la ira popular sin oportunidad de defenderse ante un tribunal, porque faltó una autoridad que garantizara al pueblo, como ocurrió esta vez, que se haría justicia.
Se conoce que el tratamiento al vencido con humanidad resultó una de las armas más poderosas que tuvo el Ejercito Rebelde en su combate contra las fuerzas de la tiranía de Batista.
Mientras las fuerzas de la tiranía -apoyadas, entrenadas y asesoradas por militares estadounidenses- mataban, torturaban y cometían toda clase de abusos contra los detenidos sospechosos de ser revolucionarios, los combatientes rebeldes respetaban los derechos humanos de los militares que hacían prisioneros.
Esta conducta provocó en las fuerzas gubernamentales una marcada disposición a rendirse a los combatientes revolucionarios cuando eran conminados a ello, lo que contrastaba con la actitud de los rebeldes de resistir siempre hasta la muerte.
El propio Che Guevara, que era médico, se vio muchas veces en situación de atender heridos del enemigo hechos prisioneros antes que a los propios. Como dirigente administrativo y como jefe militar destacó por su exigencia en el cumplimiento de los deberes por sus subalternos, que lo acataban más por la excepcional fuerza moral que le confería su ejemplar auto exigencia que por la autoridad de que estaba ungido por su jefatura.
La dimensión humana en la personalidad política de Guevara y su pensamiento crítico y polémico acerca de la construcción del socialismo dejaron una huella trascendental que se aprecia hoy en cada momento y en cada estrategia cubana.
Arremeter con infundios contra la conducta ejemplar del Che, tanto en su vida privada como pública, retrata a sus detractores.
*GilsonSampaio

sábado, julho 21, 2012

Causadas pela própria humanidade, enchentes, furacões e uma série de tragédias assolam o planeta cotidianamente. O documentário mostra como a Terra chegou nesse ponto: de que forma o ecossistema tem sido destruído e, principalmente, o que é possível fazer para reverter este quadro. Entrevistas com mais de 50 renomados cientistas, pensadores e líderes ajudam a esclarecer estas importantes questões e a indicar as alternativas ainda possíveis.

Frente a Frente TVE Porto Alegre 26 junho 2012



Este é o vídeo do programa Frente a Frente, da TVE de Porto Alegre, gravado em 25 de junho de 2012, um dia após o Dia Mundial dos Discos Voadores.

A história deste programa é bizarra. Simplesmente, depois de gravado, editado, formatado e absolutamente pronto para ir ao ar, ele foi CANCELADO com o mínimo de explicações. Em e-mail, o diretor de jornalismo da TVE, Gilmar Eitelwein, disse que ele não seria exibido, apesar de pronto. "Infelizmente, a direção da TVE entendeu que o programa Frente a Frente que realizamos contigo não será exibido, por não se adequar à temática e filosofia do programa. Lamento, ao mesmo tempo em que agradeço tua disponibilidade e participação". Por não se adequar à temática e filosofia do programa? Então por que convidaram um ufólogo? Por que escolheram este tema?

Bem, dizem que há uma primeira vez pra tudo na vida, e esta foi a primeira na minha em que vi algo assim acontecer...

Convidado -- praticamente convocado -- com semanas de antecedência, tendo a pauta sido exaustivamente discutida via e-mail e telefone, inclusive eu estando em viagem ao exterior e pagando deslocamento caríssimo, compareci com muito boa vontade e com tudo o que me foi solicitado à sede da emissora, na capital gaúcha, naquela data. Gravei o programa de uma hora com quatro debatedores, três reputados jornalistas locais e uma professora de astronomia (cética) da UFRGS. Tudo transcorreu normalmente, as discussões foram de alto nível e a equipe presente -- entre jornalistas, produtores, convidados etc -- se mostrou satisfeita com o resultado.

No entanto, com uma explicação absolutamente rasa, sem qualquer sentido, o programa foi cancelado...

Nunca vi coisa igual em toda a minha vida, e nem mesmo muitos outros colegas ufólogos e jornalistas -- inclusive gaúchos - consultados. "É um desrespeito", resumiu um deles. Por fontes seguras, ouvi o rumor de que se tratou de preconceito da referida diretoria, o que me surpreendeu. Ora, estamos em 2012! Como todo mundo que me conhece sabe, já participei de inúmeros debates de todos os tipos, no Brasil e exterior, e confesso nunca ter experimentado uma situação dessas. Foi realmente estranho!

Mesmo assim, eis o vídeo, disponibilizado pelo jornalista Gilmar, para que vejam seu conteúdo.

-- Gevaerd.