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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, setembro 22, 2012
Dilma viaja para EUA para abrir assembleia da ONU na terça
A presidente Dilma Roussef embarca neste sábado (22), às 22h para Nova Iorque, onde abrirá sessão da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. É a segunda vez que realiza discurso de abertura da conferência, onde deverá abordar temas como crise financeira, Oriente Médio e meio-ambiente.
Este ano, o tema da conferência será a prevenção e a resolução pacífica dos conflitos ao redor do mundo. A adoção dos compromissos firmados durante a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A abertura da assembléia é sempre feita pelo Brasil, já que o país foi a primeira nação a aderir ao organismo internacional. Em 2011, Dilma foi a primeira mulher a fazer o discurso inaugural da ONU.
Dentre os assuntos que serão abordados pela presidente, segundo a assessoria do Planalto, estão o meio-ambiente, a violência no Oriente Médio além de destacar os pontos positivos do modelo brasileiro de crescimento econômico, baseado inclusão social e fortalecimento do mercado interno.
Antes da abertura, Dilma terá uma reunião bilateral com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki Moon. A presidente também faz participação em um evento do Council on Foreing Relations, uma organização norte-americana independente dedicada a pesquisa e a estudos de relações internacionais.
A assessoria do Planalto informou também que a presidente retorna ao país já nesta quarta-feira (26) e que, não está previsto, nenhum reunião bilateral com o presidente norte-americano, Barack Obama.
*JB
sexta-feira, setembro 21, 2012
Ao PT a lei, ao PSDB a impunidade: processo contra José Serra sobre rombo no Banco Econômico na era FHC se arrasta na justiça desde 2003. Grande mídia beneficiada por verbas publicitárias milionárias concedidas pelo governo tucano paulista se silencia a respeito
Julgamento de Serra está na fila, na frente do "mensalão"
do Brasil Atual
Seria compreensível se a velha imprensa cobrasse celeridade do
Judiciário como um todo. Mas causa estranheza quando, em ano eleitoral,
essa velha imprensa só bate o bumbo sobre o processo do chamado
"mensalão".
Por que então não cobrar o julgamento também do processo que José Serra
responde por atos praticados ainda no governo FHC e que se arrasta até
hoje? Em termos de réus ilustres supera o chamado "mensalão", e em
termos de valores também, além de ser bem mais antigo, pois se arrasta
desde 2003.
Não é um processo qualquer. Trata-se do rombo no Banco Econômico,
socorrido com R$ 3 bilhões no âmbito do PROER, quando Serra era ministro
do planejamento. São réus também praticamente toda a equipe econômica
do governo FHC, incluindo o ex-ministro Pedro Malan, ex-ministro e
banqueiro Ângelo Calmon de Sá e os ex-presidentes do Banco Central
Gustavo Loyola e Gustavo Franco.
A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do
Distrito Federal, acatou a denúncia apontando dano ao erário,
enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no
caso.
Note-se que Serra é o candidato mais célebre destas eleições de 2012, e a
celeridade no julgamento seria uma oportunidade para o tucano sair
inocentado, ou para o eleitor saber se estará votando em alguém
condenado em primeira instância.
O processo corre no TRF1-DF, e os detalhes da ação estão aqui, íntegra:
http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=200334000391407&secao=DF&enviar=Pesquisar
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/blog/helena/julgamento-de-serra-esta-na-fila-na-frente-do-mensalao
*Opensadordaaldeia
A obsessão da mídia
Por: Mino Carta, no CartaCapital
Por
que Lula se tornou a obsessão da mídia nativa? Por que tanta raiva
armada contra o ex-presidente? Primeiro é o ódio de classe, cevado há
décadas, excitado pelo operário metido a sebo, tanto mais no país da
casa-grande e da senzala. Onde já se viu topete tamanho? Se me permitem,
Lula é personagem de Émile Zola, assim como José Serra está nas páginas
de Honoré de Balzac. O sequioso da emergência que chegou lá.
Depois
vem a verdade factual, a popularidade de Lula, avassaladora. E vem o
confronto com os tempos de Presidência tucana, e o triste fim de
Fernando Henrique Cardoso, o esquecido, no Brasil e no mundo. Assim
respondem os meus meditativos botões às perguntas acima. E as respostas
geram outra pergunta.
Por que a mídia
nativa, intérprete da casa-grande, goza ainda de prestígio até junto a
quem ataca diária e obsessivamente se seus candidatos perdem os embates
eleitorais decisivos? Memento 2002, 2006, 2010. Mesmo agora,
véspera dos pleitos municipais, as coisas não estão bem paradas para os
preferidos de jornalões e revistões. Será que o jornalismo brasileiro
dos dias de hoje faz apostas erradas? Defende o indefensável?
Na
semana passada publiquei os números da verba publicitária governista
distribuída entre as empresas midiáticas. Mais de 50 milhões para a
Globo. Para nós, pouco mais de 100 mil reais. E sempre há quem apareça
para nos definir como “chapa-branca”… E a Editora Abril, então? Na
compra de livros didáticos, fica com a parte do leão em um negócio
imponente que em 2012 já lhe assegurou a entrada de 300 milhões. Pode-se
imaginar o que seus livros ensinam. Enquanto isso, a Petrobras acaba de
cancelar um contrato de 11 milhões que estava para ser fechado com a
casa do Murdoch brasileiro. Vem a calhar, a confirmar-lhe tradições e
intentos, a última capa da sua querida Veja, ponta de lança na estratégia da guerra contra Lula.
A
revista de Policarpo Jr., parceiro de Carlinhos Cachoeira em algumas
empreitadas, produz esta semana mais uma obra-prima de antijornalismo.
Formula acusações gravíssimas contra Lula sem esclarecer quem as faz
(Marcos Valério ou seus pretensos apaniguados?), mas nome algum é
citado, e o advogado do publicitário mineiro desmente a publicação
murdoquiana. Ricardo Noblat (porta-voz de Veja?) informa no seu
blog que a Abril vai divulgar o áudio de uma entrevista com Valério, e
horas depois comunica que Policarpo Jr. convenceu a direção da Abril a
deixar para lá, ao menos por ora.
Quanta ponderação, por parte de Policarpo… Suas relações com Cachoeira CartaCapital provou
com documentos tão irrefutáveis quanto inúteis: a CPI não vai
convocá-lo para depor, como seria digno de um país democrático, porque o
solerte presidente-executivo abriliano foi ter com o vice-presidente da
República para lembrá-lo de que se Veja for julgada, todos os demais da mídia nativa entram na dança.
Este específico
enredo prova as dificuldades de governar o país da casa-grande e da
senzala. É preciso recorrer a alianças que funcionam como a bola de
ferro atada aos pés do convicto e padecer como vice o representante de
um partido pronto a ceder diante das pressões da Abril. E da Globo, como
CartaCapital relatou ao longo da cobertura da CPI do
Cachoeira. Resta o fato: a mídia nativa é bem menos poderosa do que os
graúdos supõem, inclusive os do próprio governo.
Uma
exceção talvez seja São Paulo, com sua capital dos shoppings
milionários, da maior frota de helicópteros do mundo depois de Nova
York, de favelas monstruosas a rodear os bairros endinheirados, de mil
homicídios anuais (5 mil no estado). Refiro-me à cidade e ao estado mais
reacionários do Brasil. Aqui tudo pode acontecer. De todo modo, os
senhores, de um lado e do outro, caem na mesma esparrela dos jornalistas
que os apoiam ou os denigrem. Os jornalistas e seus patrões, na certeza
da ignorância da plateia, acabaram por assumir o nível mental que
atribuem a seus leitores, ouvintes e assistentes. Os graúdos apoiados
agarram-se em fio desencapado, os ofendidos temem um poder em vias de
extinção. E não percebem que a tentativa de demonizar Lula consegue é
endeusá-lo.
*Ocarcará
Será que Civita vê o Brasil como um grande Paraguai?
Uma nota assinada por seis
partidos políticos enxergou na última capa de Veja o embrião de um
golpe, semelhante ao que levou Getúlio Vargas ao suicídio e afundou o
Brasil numa ditadura de 21 anos. Um precedente acaba de ocorrer no país
vizinho, agora governado por Federico Franco. Acusada de golpista, Veja
tem, agora, a obrigação de provar suas acusações contra Lula,
apresentando a fita que, aparentemente, não tem
No: Brasil 247
O
empresário Roberto Civita, dono do grupo Abril, decidiu jogar truco com
a democracia no Brasil. Na semana passada, Veja publicou uma capa em
que o ex-presidente Lula é acusado de chefiar o mensalão, numa
“entrevista” já negada pelo próprio “entrevistado”, o empresário Marcos
Valério de Souza. Ato contínuo, diversos colunistas de meios de
comunicação relevantes passaram a tratar como “declarações”, aquilo que o
próprio “declarante” negava. Na terceira etapa, presidentes de três
partidos políticos (PSDB, DEM e PPS), anunciaram a propositura de ações
judiciais contra o ex-presidente Lula após o período eleitoral.
Há, portanto, um movimento em marcha para conter a força de Lula, que, segundo uma pesquisa recente da CNT/Sensus, se reelegeria com quase 70% dos votos,
caso fosse candidato em 2014. Essa manobra acaba de ser denunciada numa
nota conjunta assinada por seis partidos: PT, PSB, PMDB, PDT, PC do B e
PRB. “Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada por Veja,
pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices
colecionado a partir de fontes sem identificação. As forças
conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em
recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem
prova”, diz o documento, dirigido pelos partidos à “sociedade brasileira”.
O
documento compara ainda a situação atual a dois momentos trágicos da
história brasileira: o que levou Getúlio Vargas ao suicídio, com as
denúncias udenistas do “mar de lama”, e o que derrubou João Goulart,
empurrando o Brasil para uma ditadura de 21 anos. Há, ainda, na América
Latina, um ambiente neogolpista, desde a deposição de Fernando Lugo, no
Paraguai, que foi sucedido por Federico Franco – personagem que, com
cara de bom moço, concedeu entrevista às páginas amarelas de Veja
dizendo que “os generais foram leais à pátria”.
No
jogo de truco, a carta mais forte é o Zap. E Veja, aparentemente, não a
possui. A tal “entrevista” com Marcos Valério, ao que tudo indica, não
possui fita ou registro. Seria apenas um amontoado de declarações
supostamente ditas a supostos interlocutores. Como tudo indica que Veja
blefou no seu truco antidemocrático, os partidos agora devolveram a bola
para a revista Veja. Para negar suas intenções golpistas, a revista,
desafiada por várias forças políticas, só tem uma alternativa:
apresentar a fita e provar suas acusações contra Lula.
Caso contrário, a tentativa de golpe paraguaio terá sido desmascarada já no nascedouro.
*Ocarcará
Eu já vi e vivi esse filme antes... o cheiro é o mesmo
Lido no Viomundo
Nesta quinta-feira, 20, seis partidos de sustentação do governo Dilma (PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B e PRB), em nota pública, acusaram a oposição de estar “disposta a qualquer aventura” e a “práticas golpistas”. Segundo a nota, “em defesa da honra e dignidade” do ex-presidente Lula, assinada pelos presidentes dos seis partidos, “assim foi em 1954, quando inventaram um ‘mar de lama’ para afastar Getúlio Vargas” e “assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a uma ditadura de 21 anos”. Para uma reflexão sobre o momento, e o passado, Terra Magazine foi ouvir alguém com idade, história e autoridade para tanto.
Entre os dias 31 de Março e 1 de Abril de 1964, um golpe militar derrubou o governo João Goulart, o Jango. Dois funcionários foram os últimos a deixar o Palácio do Planalto depois do golpe. Um deles, o chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro. O outro, o Consultor-Geral da República, Waldir Pires. Ex-secretário de Estado, deputado estadual e federal, governador e senador, criador da Controladoria-Geral da União e ex-ministro da Defesa no governo Lula, Waldir Pires, aos 85 anos, é candidato a vereador pelo PT em Salvador. Na conversa que se segue, Waldir Pires discorre sobre o que já viveu e as relações ou semelhanças com o momento. Em um trecho da conversa, o ex- ministro da Defesa diz:
- Vamos ser claros: a oposição quer fazer com Lula o mesmo que fez com Getúlio Vargas e com Jango…até as expressões que usam são as mesmas, “mar de lama” é uma delas…
Em outro momento, avança:
- Eu já vi e vivi esse filme antes, e há amarras extraordinariamente suspeitas em tudo isso… o cheiro é o mesmo…
Abaixo, a entrevista .
Terra Magazine: Onde o senhor estava no dia do golpe que levou à ditadura em 1964?
Waldir Pires: Em Brasília, no Palácio do Planalto. Eu era o Consultor Geral da República… eu e o Darcy Ribeiro, Chefe da Casa Civil, fomos os últimos a deixar o Palácio quando derrubaram o presidente João Goulart, o Jango..
Seis partidos, PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B e PRB, todos de sustentação ao governo Dilma, assinaram e lançaram uma nota pública. Nesta nota, acusam os partidos de oposição, PSDB, DEM e PPS, de estarem “dispostos a qualquer aventura” e de “não hesitarem em práticas golpistas”. O documento é apresentado em defesa “da honra e dignidade” do ex-presidente Lula…
…sim, eu tomei conhecimento da nota…
Como o senhor, aos 85 anos, tendo vivido o que já viveu e viu, vê esse momento?
Me parece evidente que a oposição, ao menos setores da oposição, estão agindo em relação ao ex-presidente Lula como um dia agiram em relação a Getúlio Vargas e João Goulart…
O senhor diria que já viu esse filme antes ou isso é um exagero dessa nota dos seis partidos?
Eu já vi e vivi esse filme antes, e há amarras extraordinariamente suspeitas em tudo isso…o cheiro é o mesmo…
Em que termos o senhor faz essa comparação?
Vamos ser claros: a oposição quer fazer com Lula o mesmo que fez com Getúlio Vargas e com Jango…até as expressões que usam são as mesmas, “mar de lama” é uma delas…
Mas não existiriam outros fatores objetivos no discurso da oposição? Assim como existem fatos que são objetos das críticas e denúncias e até do julgamento no Supremo…
Existem razões e fatos, mas o Brasil tem instituições funcionando e que são capazes de examinar os fatos sem que seja preciso pressão e a criação de um ambiente artificial. E diga-se que instituições fortalecidas exatamente durante os dois mandatos do governo Lula. Eu mesmo fui ministro-chefe da Controladoria-Geral da União que não existia até Lula. O governo Fernando Henrique tinha uma Corregedoria…
E qual a diferença?
A Controladoria fiscaliza e dá absoluta transparência a todos os gastos federais, está tudo na internet, cada centavo dos bilhões gastos pelo governo federal está no site. E mais. Tudo isso numa ação coordenada com o Ministério Público, no plano federal e nos Estados, com o Coaf, a Receita Federal, Polícia Federal…ora, quando falam no resultado disso, do aprofundamento das investigações nos casos de corrupção, como esquecem de dizer que isso, que essa coordenação de esforços, é obra exatamente dos governos de Lula e agora de Dilma?
Mas…
…a montagem dessa teia de acessos às informações e absoluta transparência, que leva a sociedade a ter acesso às informações, é obra de Lula, do governo Lula. Como é possível ignorar isso, esconder essa informação enquanto, ao mesmo tempo, se valem das informações que esse sistema coordenado de fiscalização e transparência permite obter?
Isso foi decisão pessoal dele ou foi acontecendo?
Decisão pessoal dele. Quando o presidente me convidou para o Ministério da Defesa me preocupei se poderia haver alguma modificação na atuação da Controladoria…o presidente Lula não apenas me garantiu que não como manteve minha equipe, e Jorge Hage está até hoje à frente da equipe com resultados e um trabalho que não apenas o Brasil reconhece. A ONU, a OEA e outros organismos internacionais já reconheceram e deram destaque a esse trabalho modernizador no setor de controle e transparência de informações…
Voltemos ao momento…
Vejo esse momento com preocupação, com inquietação. É um erro, e mais do que isso, não condiz com a verdade esse ambiente de que vivemos num “mar de lama”, que há “corrupção generalizada” desde o governo Lula…
Por que um erro?
Porque nossas instituições democráticas ainda são frágeis…porque isso não é verdade…a transparência, o acesso às informações, a atuação do Ministério Público, da Polícia Federal, a atuação conjunta nos últimos anos e os resultados disso mostram que esse ambiente desejado por certos setores é irreal, não é verdadeiro…o que há é que agora, depois de séculos, as informações, pela primeira vez na história, vêm a público…
O que lhe preocupa?
Me preocupa… há uma tendência nos últimos anos…os setores conservadores, ao invés de articularem golpes militares, agora dão golpes parlamentares… como se viu em Honduras, como se viu há pouco no Paraguai, e isso é precedido pela fomentação de um ambiente adequado para esses golpes parlamentares…
O que o senhor, objetivamente, detecta nessa “ambientação”…
A generalização, o procurar atingir os adversários a esse nível que estão fazendo e como estão fazendo ao invés do enfrentamento político democrático, enfrentamento com críticas duras, críticas e denúncias severas e tudo o mais, mas não com a criação de um ambiente artificial, e ainda mais quando isso parte dos setores de onde isso tem partido…
Ou seja…
Setores com figuras, instituições que construíram fortunas incalculáveis, que estão aí, e sem que nada ou quase nada fosse dito ou apurado… alguns desses personagens até já se foram e deixaram fortunas, até porque não existiam os mecanismos de fiscalização e transparência de agora, mas outros, bem mais recentes, estão por aí…como é possível querer que se acredite que a “corrupção nasceu ou cresceu” nos últimos anos, se foi exatamente nos governos de Lula e Dilma que iniciou o combate verdadeiro e eficaz, combate articulado e com o resultados que se conhece…isso é irreal e é uma farsa…
Por que irreal e…
É irreal fazer de conta que a corrupção é algo apenas “atual”, é irreal fazer de conta que não se conhece os fatos conhecidos, do passado distante e também do passado recente… é uma farsa desconhecer a história do mundo e do Brasil, e desconhecer o combate que vem sendo travado exatamente desde a consolidação de todos esses mecanismos de controle e transparência… A corrupção existe, ninguém está negando isso, mas existem mecanismos de controle e eles estão funcionando…
O senhor sabe que tentarão desqualificar, rotular suas observações…
Certamente, isso é parte desse processo todo…
Que papel a mídia tem e deveria ter diante disso? Como o senhor percebe a atuação da mídia?
O papel é o de dizer como as coisas realmente são e foram, dizer quais são os fatos verdadeiros…e por isso vejo com preocupação a atuação de certos setores…
Que setores?
Os setores conservadores. Há certas coisas muito parecidas, inclusive a expressão “mar de lama”, com a coisa terrível que a oposição fez com Getúlio… tentam fazer o que fizeram com Getúlio e depois com João Goulart, e tudo isso para impedir os avanços, querem, com Lula ou sem Lula, interromper os avanços do processo democrático, e o verdadeiro avanço se deu com a inclusão social. Esse é o avanço. Democracia é também, mas não apenas, o compromisso de liberdades formais. Democracia é, foi a inclusão social de 40 milhões de brasileiros que acontece desde Lula, e esse é o grande incômodo dos setores conservadores. Se a oposição quer vencer, que tenha um ideário e busque votos.
Quanto à imprensa, à mídia, o senhor pode ser mais específico quanto ao que pensa?
Eu era ministro da Defesa no governo Lula e fui a um programa de televisão para ser entrevistado. Por três ou quatro vezes o apresentador, que me recebeu de maneira muito gentil, repetiu “mas que vergonha o mensalão, hein?”, “mas que surpresa um mensalão”. Na quarta vez, respondi: “Mas como surpresa com um mensalão? Você não se lembra do ‘mensalão’ do IBAD, aquele que terminou em CPI em 1962?”. Aquilo era uma trama, uma articulação e preparação para um golpe de estado (NR: Instituto Brasileiro de Ação Democrática. Financiado por setores do empresariado e pela agência norte-americana CIA, o IBAD teve como objetivo financiar a eleição de opositores ao governo João Goulart e também setores da mídia. Por decisão judicial, o IBAD foi fechado em 1963). Se querem usar a expressão “mensalão”, como ignorar tantos mensalões da história do Brasil, inclusive os bem mais recentes? Se falam em “mensalão”, como se esquecem que isso de agora veio de Minas Gerais, e do PSDB?
O senhor já foi secretário estadual, deputado estadual e federal, consultor-geral da República, ministro, governador, o ministro que criou a Controladoria-Geral da União, foi exilado por seis anos e agora é candidato a vereador pelo PT em Salvador, aos 85 anos. Por quê?
Por dever de gratidão. Dever de consciência, por ver minha cidade maltratada, a administração pública indiferente e sem nenhum projeto consistente para seu desenvolvimento, submetida a um processo de corrosão moral que a todos causa indignação. Porque não há como olhar para o espelho e admitir para si mesmo não participar das grandes preocupações. As capitais, a nossa capital, são ou deveriam ser um núcleo de organização da vida, de inclusão social… Salvador foi a cidade onde conheci o mar. Isso já é muito…
*Tecedora
Dilma desmente Joaquim Barbosa
Joaquim Barbosa está procurando sarna para se coçar.Barbosa, depois de
estuprar o processo do mensalão, depois de fazer prejulgamento dos réus
do mencionado processo, depois de mentir descaradamente, agora tenta
jogar Dilma no meio do mensalão.Dilma, que de inocente não tem nada,
assim como rebateu as mentiras de FHC, desmentiu imediatamente Joaquim
Barbosa.Barbosa tem que parar com essa mania de se arvorar no direito de
impor suas opiniões, Dilma não é de se submeter a isso.Vislumbra-se
grandes conflitos entre os Poderes da República a partir de dezembro de
2012 quando Joaquim Barbosa presidir o STF.
A presidenta Dilma Rousseff divulgou na tarde desta sexta-feira 21 uma
nota oficial na qual afirma que o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Joaquim Barbosa, relator do chamado “mensalão”, interpretou de
forma errada um depoimento que ela concedeu à Justiça em outubro de
2009, como testemunha do caso. Na sessão de quinta-feira 20, Barbosa
disse que a “surpresa” de Dilma com a rapidez da aprovação de uma medida
no Congresso era prova da existência de compra de votos por parte do
PT. Segundo a presidenta, sua surpresa se devia ao “histórico acordo”
firmado no Legislativo, entre governo e oposição.
A polêmica entre Dilma e Barbosa é referente às Medidas Provisórias 144 e
145, que tratavam sobre o setor elétrico, na época fragilizado após a
crise do “apagão” ocorrida no fim do governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). Em depoimento à Justiça em 2009, Dilma se disse surpresa com a
velocidade da aprovação dos projetos. Para Barbosa, isso seria uma prova
da existência do esquema. “(Dilma) disse que se surpreende, vendo com
os olhos de hoje, com a rapidez da aprovação desse projeto. É possível
assim avaliar a dimensão (do esquema)”, afirmou Barbosa na quinta-feira
20.
Em nota, Dilma que a interpretação de Barbosa é deturpada. Segundo a
presidenta, as MPs foram enviadas ao Congresso por Lula em dezembro de
2003 e em março já tinham passado pela Câmara e estavam no Senado, onde
“o relator, senador Delcídio Amaral, construiu um histórico acordo entre
os líderes de partidos, inclusive os da oposição”.
Afirma Dilma: “Na sessão do STF, o senhor ministro Joaquim Barbosa
destacou a ‘surpresa’ que manifestei no meu depoimento judicial com a
agilidade do processo legislativo sobre as MPs. Surpresa, conforme
afirmei no depoimento de 2009 e repito hoje, por termos conseguido uma
rápida aprovação por parte de todas as forças políticas que
compreenderam a gravidade do tema. Como disse no meu depoimento, em
função do funcionamento equivocado do setor até então, “ou se reformava
ou o setor quebrava. E quando se está em situações limites como esta, as
coisas ficam muito urgentes e claras”.
Confira abaixo a nota oficial da Presidência:
“Na leitura de relatório, na sessão de ontem do Supremo Tribunal
Federal, o senhor ministro Joaquim Barbosa se referiu a depoimento que
fiz à Justiça, em outubro de 2009. Creio ser necessário alguns
esclarecimentos que eliminem qualquer sombra de dúvidas acerca das
minhas declarações, dentro dos princípios do absoluto respeito que
marcam as relações entre os Poderes Executivo e Judiciário.
Entre junho de 2001 e fevereiro de 2002, o Brasil atravessou uma
histórica crise na geração e transmissão de energia elétrica, conhecida
como “apagão”.
Em dezembro de 2003, o presidente Lula enviou ao Congresso as Medidas
Provisórias 144 e 145, criando um marco regulatório para o setor de
energia, com o objetivo de garantir segurança do abastecimento de
energia elétrica e modicidade tarifária. Estas MPs foram votadas e
aprovadas na Câmara dos Deputados, onde receberam 797 emendas, sendo 128
acatadas pelos relatores, deputados Fernando Ferro e Salvador Zimbaldi.
No Senado, as MPs foram aprovadas em março, sendo que o relator, senador
Delcídio Amaral, construiu um histórico acordo entre os líderes de
partidos, inclusive os da oposição. Por este acordo, o Marco Regulatório
do setor de Energia Elétrica foi aprovado pelo Senado em votação
simbólica, com apoio dos líderes de todos os partidos da Casa.
Na sessão do STF, o senhor ministro Joaquim Barbosa destacou a
‘surpresa’ que manifestei no meu depoimento judicial com a agilidade do
processo legislativo sobre as MPs. Surpresa, conforme afirmei no
depoimento de 2009 e repito hoje, por termos conseguido uma rápida
aprovação por parte de todas as forças políticas que compreenderam a
gravidade do tema. Como disse no meu depoimento, em função do
funcionamento equivocado do setor até então, “ou se reformava ou o setor
quebrava. E quando se está em situações limites como esta, as coisas
ficam muito urgentes e claras”.
Dilma Rousseff
Presidenta da República”
Com informações de CartaCapital
*Oterrordonordeste
Presidenta da República”
Com informações de CartaCapital
*Oterrordonordeste
Não há tempo a perder
MARC #3, Tucson, Arizona, USA, 2006. By Edward Burtynsky, from edwardburtynsky.com |
O imperialismo não tem as mãos inteiramente livres para consumar todos os seus planos de opressão mundial. Há forças suficientes para travar e fazer retroceder esta marcha sanguinária. Mas não há tempo a perder. É tempo de os povos tomarem consciência e agirem, antes que seja demasiado tarde.
Aqueles que foram ludibriados pelas pregações de Obama e não se aperceberam de que o actual presidente foi eleito para lavar a cara ao imperialismo norte-americano completamente desacreditado pelos mandatos de Georg Bush, ainda estão a tempo de compreender que os Estados Unidos procuram a todo o custo uma saída militar para a crise do capitalismo. Saída que não sendo travada atempadamente poderá representar grandes perigos para a Humanidade.
Por Rui Paz
Artigo integral: ODiário.info
A descida da América para a pobreza
A concentração de riqueza e poder nos EUA de hoje vai muito
além de qualquer coisa que os meus professores de ciência
económica pudessem imaginar na década de 1960. Em quatro das
melhores universidades do mundo que frequentei, a opinião [predominante]
era que a competição no mercado livre impediria grandes
disparidades na distribuição do rendimento e da riqueza. Como vim
a aprender, esta crença era baseada numa ideologia – não na
realidade.
O Congresso, ao actuar com base nesta crença errónea da perfeição do mercado livre, desregulamentou a economia dos EUA a fim de criar um mercado livre. A consequência imediata foi o recurso a toda acção que anteriormente era ilegal para monopolizar, cometer fraudes financeiras e outras, destruir a base produtiva dos rendimentos do consumidor americano e redireccionar rendimento e riqueza para os um por cento.
A "democrática" administração Clinton, tal como as administrações Bush e Obama, foi subornada pela ideologia do mercado livre. A administração Clinton, vendida ao Big Money, aboliu a Ajuda a Famílias com Crianças Dependentes. Mas esta liquidação de americanos lutadores não foi suficiente para satisfazer o Partido Republicano. Mitt Romney e Paul Ryan querem cortar ou abolir todo programa que amenize a situação de americanos atingidos pela crise e que os impeça de caírem na fome e ficarem sem casa.
Republicanos afirmam que a única razão para a existência de americanos carentes é o governo utilizar dinheiro dos contribuintes para subsidiar os que não querem trabalhar. Tal como os republicanos vêem isto, enquanto nós trabalhadores esforçados sacrificamos nosso lazer e tempo com nossas famílias, a ralé do estado previdência desfruta o lazer que os nossos dólares fiscais lhes proporcionam.
Esta crença vesga, de presidentes de corporações que maximizam seus rendimentos deslocalizando empregos classe média de milhões de americanos, deixou cidadãos na pobreza e cidades, municípios, estados e o governo federal sem uma base fiscal, o que resulta em bancarrotas ao nível estadual e local bem como défices orçamentais maciços ao nível federal que ameaçam o valor do dólar e o seu papel como divisa de reserva.
A destruição económica da América beneficiou os mega-ricos com muitos milhares de milhões de dólares com os quais desfrutam a vida e o seu séquito de acompanhamentos caros sempre que queiram. Enquanto isso, longe da Riviera francesa, o Ministério do Interior (Homeland Security) está a acumular munição suficiente que chegue para manter americanos pauperizados sob controle.
O Congresso, ao actuar com base nesta crença errónea da perfeição do mercado livre, desregulamentou a economia dos EUA a fim de criar um mercado livre. A consequência imediata foi o recurso a toda acção que anteriormente era ilegal para monopolizar, cometer fraudes financeiras e outras, destruir a base produtiva dos rendimentos do consumidor americano e redireccionar rendimento e riqueza para os um por cento.
A "democrática" administração Clinton, tal como as administrações Bush e Obama, foi subornada pela ideologia do mercado livre. A administração Clinton, vendida ao Big Money, aboliu a Ajuda a Famílias com Crianças Dependentes. Mas esta liquidação de americanos lutadores não foi suficiente para satisfazer o Partido Republicano. Mitt Romney e Paul Ryan querem cortar ou abolir todo programa que amenize a situação de americanos atingidos pela crise e que os impeça de caírem na fome e ficarem sem casa.
Republicanos afirmam que a única razão para a existência de americanos carentes é o governo utilizar dinheiro dos contribuintes para subsidiar os que não querem trabalhar. Tal como os republicanos vêem isto, enquanto nós trabalhadores esforçados sacrificamos nosso lazer e tempo com nossas famílias, a ralé do estado previdência desfruta o lazer que os nossos dólares fiscais lhes proporcionam.
Esta crença vesga, de presidentes de corporações que maximizam seus rendimentos deslocalizando empregos classe média de milhões de americanos, deixou cidadãos na pobreza e cidades, municípios, estados e o governo federal sem uma base fiscal, o que resulta em bancarrotas ao nível estadual e local bem como défices orçamentais maciços ao nível federal que ameaçam o valor do dólar e o seu papel como divisa de reserva.
A destruição económica da América beneficiou os mega-ricos com muitos milhares de milhões de dólares com os quais desfrutam a vida e o seu séquito de acompanhamentos caros sempre que queiram. Enquanto isso, longe da Riviera francesa, o Ministério do Interior (Homeland Security) está a acumular munição suficiente que chegue para manter americanos pauperizados sob controle.
Paul Graig Roberts Ex-secretário do Tesouro dos EUA e antigo editor associado do
Wall Street Journal.
Artigo integral: resistir.info
*Guerrasilenciosa
Essa foi boa
- Anônimo disse...
- Então esta foto é histórica: Um imortal da academia de letras que
nunca escreveu um livro com um engenheiro/economista sem diploma!
Machado de Assis foi obrigado a engolir Merval Pereira por causa da Globo. Machado, triste, pergunta para a ABL: Por que vocês me trairam e tornaram 'imortal' esse sujeito que nunca escreveu um livro?
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