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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 26, 2012

Notícias do paraíso neoliberal: a escolha do presidente dos EUA é por voto INDIRETO. Depois a ditadura é em Cuba...

*Opensadordaaldeia

Falsa intimidade

 


por Vladimir Safatle*
da Folha



A moralidade é uma virtude disputada. Mesmo aqueles que dela conhecem apenas o nome gostam de falar sobre virtudes morais como se fossem íntimos de longa data.

Em época eleitoral, por exemplo, somos obrigados a acompanhar o espetáculo lamentável de moralistas de última hora, que parecem acreditar no pendor infinito da população ao esquecimento e à indignação seletiva.

Melhor seria que eles se abstivessem de falar de moral antes de meditar profundamente a respeito da passagem do Evangelho que exorta a primeiro tirar a trave no seu próprio olho antes de retirar o cisco no olho do próximo.

Por exemplo, o Brasil vive um momento importante com o corajoso julgamento do chamado mensalão. Espera-se, com justiça, que daí nasça uma nova jurisprudência para crimes de corrupção eleitoral. Espera-se também que ninguém saia impune desse caso vergonhoso.

No entanto é tentar resvalar a moralidade à condição de discurso da aparência e da esperteza ver políticos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu candidato à Prefeitura de São Paulo tentarem utilizar a justa indignação popular em benefício eleitoral próprio.

Caso eles realmente amem os usos das virtudes morais em política, melhor seria se começassem por fazer uma profunda autocrítica sobre o papel de seu partido na criação do próprio mensalão, da acusação de compra de voto na emenda da reeleição, assim como fornecer uma resposta que não fira a inteligência quando membros de seu partido --como Marconi Perillo, Yeda Crusius e Cássio Cunha Lima-- aparecem envolvidos até a medula em casos de corrupção.

Seria bom também que eles explicassem por que apoiam incondicionalmente um prefeito que chegou a ter seus bens apreendidos pela Justiça no ano passado devido ao caráter da contratação da empresa Controlar, e por que a Justiça suíça e a francesa investigam propinas que a empresa Alstom teria pago a políticos do governo paulista em troca de contratos com a Eletropaulo.

Por fim, seria uma boa demonstração de respeito aos eleitores que o candidato Serra se defendesse, de preferência sem impropérios, a respeito das acusações sobre o processo de privatização de empresas federais no período FHC.

Sem isso, toda essa pantomima lembrará uma velha piada francesa sobre um sujeito que dizia a todos em sua pequena cidade ser amigo de Charles de Gaulle. Eis que um dia, De Gaulle aparece na cidade. Para não ser desmascarado, o sujeito resolve chegar perto do presidente e, com um tom de cumplicidade, perguntar: "E aí, Charles, o que há de novo?". "De novo", respondeu De Gaulle,"só mesmo essa intimidade".

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*Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo).

terça-feira, setembro 25, 2012

TEDxSudeste - Viviane Mosé - O valor da mudança

Licença poética

Mário Quintana: A criação da xoxota




Peço licença para Mário Quintana, um de meus (poucos) verseiros de cabeceira:

Sete bons homens de fino saber
Criaram a xoxota, como pode se ver:

Chegando na frente, veio um açougueiro
Com faca afiada deu talho certeiro.

Um bom marceneiro, com dedicação
Fez furo no centro com malho e formão.

Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno
Forrou com veludo o lado interno.

Um bom caçador, chegando na hora
Forrou com raposa, a parte de fora.

Em quinto chegou, sagaz pescador
Esfregando um peixe, deu-lhe o odor.

Em sexto, o bom padre da igreja daqui.
Benzeu-a dizendo: “É só pra xixi!”

Por fim o marujo, zarolho e perneta
Chupou-a, fodeu-a e chamou-a…
Buceta!
*Nassif

Em discurso na ONU, Dilma defende pacto pelo crescimento internacional


A presidenta Dilma discursou na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, onde atacou os principais pontos da política externa brasileira:

- criticou a irresponsável a guerra cambial promovida pelos países ricos;


- rebateu acusações recentes de protecionismo pelo Brasil, dizendo alto e em bom som que são medidas de legítima defesa comercial;


- pregou um pacto internacional entre os países para retomada do crescimento mundial;


- pediu o fim do embargo à Cuba, chamando de anacronismo;


- condenou, nas entrelinhas, o golpe paraguaio contra o ex-presidente Lugo;




- demarcou posição pelo desarmamento dos países imperialistas, e mais investimentos em países pobres para erradicar a fome e a pobreza;


- defendeu o reconhecimento pleno do Estado Palestino;


- defendeu a tolerância, o respeito pelas diferenças, a igualdade;


- repudiou o preconceito contra o islamismo, assim como repudiou a retaliação através de atentados contra embaixadas estadunidenses;


- lançou um apelo para as partes em conflito na Síria substituam as armas pelo diálogo político, através da mediação do representante especial da ONU e da Liga Árabe;


- defendeu as reformas das instituições multilaterais de governança global, em especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


- Chamou às falas os países ricos para cumprirem suas metas de preservação ambiental;


Dilma foi muito aplaudida ao defender os países do Oriente Médio. 


Com Dilma na ONU, Brasil fala grosso com EUA, defende Cuba e condena preconceito 'islamofóbico'

O mundo pede, em lugar de armas, alimentos,
Dilma Rousseff

Charge do Dia


Cuba apresenta vacina contra câncer de próstata
25 de setembro de 2012 

A Labiofam, farmacêutica estatal cubana, apresentou nesta terça-feira durante um congresso em Havana, seus novos produtos contra o câncer, entre os quais uma vacina e um medicamento terapêutico. As informações são da agência Ansa.
De acordo com a empresa, que entre seus produtos estão cerca de 30 vacinas virais e bacterianas, a nova vacina teria sido testada com sucesso em pacientes com câncer de próstata. Além disso, a Labiofam anunciou o lançamento de um produto anticancerígeno, a base do veneno de um escorpião cubano.
Segundo a Labiofam, a vacina contra o câncer de próstata, batizada de Heber Provac, teria sido capaz de melhorar o estado de 56 pacientes ainda não submetidos à radioterapia ou quimioterapia, em dois hospitais de Cuba.
O medicamento tem como objetivo tratar carcinomas de estágios três e quatro. A estatal espera que no futuro a vacina substitua os tratamentos tradicionais em todo o mundo. O outro produto, obtido através do veneno do escorpião azul e comercializado como Vidatox, teria propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e anticancerosa.
Segundo os resultados apresentados pela empresa no congresso, o medicamento melhorou a qualidade de vida de 65 mil pacientes com câncer. "Ao contrário de qualquer outro, o Vidatox atravessa a barreira hemo-encefálica", ressaltou o presidente da Labiofam, José Antonio Fraga Castro.
*TERRA

segunda-feira, setembro 24, 2012


Dilminha finaliza detalhes do discurso que fará na Assembleia Geral da ONU




A presidente Dilma Rousseff finaliza hoje (24), em Nova York, os últimos detalhes do discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Dilma deve enviar uma série de mensagens, como a defesa da busca pelo fim dos conflitos por meio da paz,  a não intervenção militar como solução para confrontos, a relevância dos esforços em favor do desenvolvimento sustentável e o empenho para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse ontem (23), em entrevista coletiva, que a presidente deverá fazer um discurso no qual o multilateralismo predomina. “O impulso político muito importante será dado aqui”, ressaltou. “Não polarizar [é a alternativa], que tem um grande perdedor que é o sistema multilateral, a ONU [Organização das Nações Unidas]”.
A presidente chegou ontem de manhã e não teve agenda oficial. Ela viajou acompanhada pela filha, Paula, e mais seis ministros. Dilma almoçou com a filha e alguns assessores e depois voltou ao hotel no qual está hospedada.  A presidente abre amanhã (25) a Assembleia Geral, quando vai destacar os avanços obtidos na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho.
Antes, ela se reúne com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo assessores, não há audiências organizadas com o presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
No seu discurso, a presidente deverá reiterar a necessidade de respeitar a soberania interna e a ordem democrática, referências que dizem respeito diretamente à Síria e ao Paraguai. Na Síria, Dilma deverá defender o fim da violência, a busca da paz por meio do diálogo, o respeito aos direitos humanos e a não intervenção militar.
 
Dilma deverá, mais uma vez, apoiar o direito de a Palestina ser Estado autônomo. Ela deve mencionar também a necessidade de buscar um acordo de paz dos palestinos e israelenses por meio das negociações.
No âmbito regional, a presidente deve ressaltar que atualmente na América Latina a integração está diretamente relacionada ao respeito à democracia. É uma referência à necessidade de preservar a ordem democrática, algo que os líderes latino-americanos suspeitam que não ocorreu no Paraguai durante a destituição do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.
 
É possível que a presidente cite também a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que acompanha Dilma, tem uma agenda paralela cujo principal tema é o esforço para a ampliação do órgão.
O conselho é formado por 15 países – cinco ocupam vagas permanentes e dez rotativas. O Brasil defende a ampliação para pelo menos 25 lugares no total. O assunto deve ser discutido durante reunião de Patriota  com representantes do G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão) e do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).*MilitânciaViva

Charge do Dia