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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, outubro 01, 2012
Karl Marx manda lembranças
Por César Benjamin no GRABOIS
As
economias modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata
mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas.
Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os
economistas chamam "comportamento racional". Dizem coisas complicadas,
pois a defesa de uma estupidez exige alguma sofisticação.
Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi
Karl Marx. Em meados do século 19, ele destacou três tendências da
sociedade que então desabrochava: (a) ela seria compelida a aumentar
incessantemente a massa de mercadorias, fosse pela maior capacidade de
produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou
simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em
mercadoria; (b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico
inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais
populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o
planeta; (c) ela seria compelida a inventar sempre novos bens e novas
necessidades; como as "necessidades do estômago" são poucas, esses novos
bens e necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados
à fantasia, que é ilimitada. Para aumentar a potência produtiva e
expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução
técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo
mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador
daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a
cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a
deteria.
Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente,
superados e repostos. Pois, para valorizar-se, o capital precisa
abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela
produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em
coisas e valores de uso. Só assim pode ressurgir ampliado, fechando o
circuito. É um processo demorado e cheio de riscos. Muito melhor é
acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o
próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D - D" essa forma
de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse
a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem
trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a
esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao
afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um
agente organizador da sociedade.
Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria
sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito mais
desenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais
forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia
ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos
cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da
cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a
intensificação de conflitos). Maior o poder criativo, maior o poder
destrutivo.
O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o
sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial,
com ampla predominância da acumulação D - D". Abandonou as mediações de
que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e
externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí.
Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação
predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.
* César Benjamin, 53, é editor da Editora Contraponto e doutor honoris
causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de
"Bom Combate" (Contraponto, 2006)
*Turquinho
Vladimir Safatle, Antônio Cândido, José Miguel Wisnik, Marilena Chauí, Maria Vitória Benevides: intelectuais com Fernando Haddad e o PT nesta terça-feira, 19 horas
Intelectuais e artistas com Fernando Haddad
Antonio Candido | Dalmo Dallari | Marilena Chauí |Paul Singer| Ricardo Abramovay | Gabriel Cohn | Sérgio Miceli | Vladimir Safatle | Heloísa Fernandes | Ismail Xavier | Márcia Denser | José Miguel Wisnik | André Singer | Ricardo Musse | Sérgio de Carvalho e Cia. do Latão| Maria Vitória Benevides | João Adolfo Hansen
Terça-feira, dia 02 de outubro 19h
Novotel Jaraguá
Rua Martins Fontes,71 – Centro
*Opensadordaaldeia
Leandro Fortes: "Hebe era conservadora e reacionária, malufista de carteirinha e usava aquele sofá cheio de subcelebridades para se autopromover como rainha da felicidade e da alegria de viver"
por Paulo Jonas de Lima Piva
Na foto acima, de preto, segurando uma bandeira do Brasil, a
apresentadora Hebe Camargo, enterrada ontem, discursando em 2007, na
Praça da Sé, na manifestação do "Cansei", movimento organizado pelo vice
de Celso Russomano, por socialites e outros setores ultradireitistas da
elite paulistana, para derrubar o governo Lula. Não passou de uma
malsucedida e grotesca tentativa de ressuscitar a famigerada "Marcha da
Família com Deus pela Liberdade" que levou ao golpe militar de 1964.
*********************
Hebe e o efeito manada
por Leandro Fortes
A quantidade de homenagens em programas de TV e chororôs ensaiados pela
morte de Hebe Camargo nada tem a ver com o tamanho da personagem em
questão, mas com o senso comum que se criou em torno da "rainha" da TV
brasileira - o que, aliás, revela muito sobre o tema.
Eu não acredito que pessoas inteligentes achassem Hebe Camargo
minimamente interessante. Tinha, claro, seus méritos no mundo da
televisão, muito mais por ter sido longeva do que, de fato, relevante.
Eu, particularmente, jamais consegui assistir um programa dela inteiro.
As entrevistas eram primárias e afetadas, e toda aquela encenação de
perua loira enlouquecida era mais do que falsa: Hebe era conservadora e
reacionária, malufista de carteirinha e usava aquele sofá cheio de
subcelebridades para se autopromover como rainha da felicidade e da
alegria de viver.
Para mim, sempre foi uma triste figura.
Fonte: http://www.facebook.com/leandro.fortes.146
No Dia do Idoso, especialistas cobram políticas públicas
marceneiro e artista plástico Lair Moreira, 75 anos, não sabia que
nesta segunda-feira é celebrado o Dia Internacional do Idoso. Mas
segundo ele há poucos motivos para comemorar.“Hoje
está mais fácil de se viver, tem mais conforto, televisão, computador.
Mas acho que o ser humano foi mal programado. Você nasce, trabalha,
depois fica velho, dependendo dos outros, incapaz, cheio de doença.
Devíamos ser como a lâmpada: apagou, morreu.”
A costureira Maria Ferreira de Souza, 61 anos, é mais otimista e acredita que o segredo para uma boa velhice é estar sempre ativa e produzindo. “Trabalho desde meus 8 anos de idade, na roça. Quero trabalhar até quando puder. Não me entrego não, sou igual a minha mãe: está com 87 anos e ainda mexe com seus fuxicos e não fica parada. Faço escalada, subi no Cristo (Redentor).”
A situação do idoso fragilizado no Brasil
Novo envelhecimento
Cuidador: profissão ou missão?
Lair e Maria vivem no Rio de Janeiro, a capital do País com a maior proporção de idosos (cerca de 15% da população têm mais de 60 anos). No Brasil, a média é 12% e, no total, são 23,5 milhões de idosos no Brasil.
Pesquisas comprovam ano a ano a tendência de envelhecimento da população – resultado da melhoria na qualidade de vida, queda na taxa de natalidade, acesso à assistência médica e a remédios, alimentação e prática de atividade física. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), divulgados no mês passado, o número de idosos no País mais que duplicou desde 1991, quando essa faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas acima dos 60 anos.
A aposentada Akemi Oura, 61 anos, cobra acessibilidade nas ruas da cidade e equipamentos sociais para os mais velhos. “Quando quero me exercitar nesses equipamentos que a prefeitura fez, tenho que ir para a zona sul, pois aqui onde moro não há.”
Para a geriatra Ana Lúcia de Sousa Vilela, faltam políticas públicas eficazes para os idosos, que são comuns em países desenvolvidos, onde representam quase maioria da população. “O país do futuro envelheceu. O Brasil tem hoje mais idosos que crianças, embora as políticas para as crianças, gestantes, sempre foram maiores. Mas não temos serviços preparados para os idosos e faltam profissionais de saúde para atender o idoso.”
A médica ressaltou o preconceito contra os idosos, considerados por muitos indivíduos inúteis, “como se estivessem aposentados não só do trabalho, mas também do convívio social. O idoso está conquistando seu espaço e está mudando o modo de pensar”, comentou, ao citar o Estatuto do Idoso (criado em 2003), como avanço na legislação.
Na opinião do geriatra Salo Buksman, o estatuto não tem sido colocado em prática. “O estatuto é completo e bonito, mas não funciona, pois não há mecanismos para garantir que ele funcione. Como o estatuto vai assegurar, por exemplo, o atendimento, a reabilitação, o atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios, unidades geriátricas de referência, sem profissionais suficientes? A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem no máximo 1,5 mil sócios no País inteiro.”
Buksman concorda que os idosos estão mais ativos e participativos na esfera social e ganhando respeito da sociedade. “Temos agora um cidadão idoso que procura trabalhar, procurar ser útil na administração do seu prédio, veste-se com roupas da moda, com um comportamento bem diferente do idoso de antigamente. A autoestima e a valorização do idoso têm melhorado.”
Fonte: Portal: Terra
*Deficienteciente
A costureira Maria Ferreira de Souza, 61 anos, é mais otimista e acredita que o segredo para uma boa velhice é estar sempre ativa e produzindo. “Trabalho desde meus 8 anos de idade, na roça. Quero trabalhar até quando puder. Não me entrego não, sou igual a minha mãe: está com 87 anos e ainda mexe com seus fuxicos e não fica parada. Faço escalada, subi no Cristo (Redentor).”
A situação do idoso fragilizado no Brasil
Novo envelhecimento
Cuidador: profissão ou missão?
Lair e Maria vivem no Rio de Janeiro, a capital do País com a maior proporção de idosos (cerca de 15% da população têm mais de 60 anos). No Brasil, a média é 12% e, no total, são 23,5 milhões de idosos no Brasil.
Pesquisas comprovam ano a ano a tendência de envelhecimento da população – resultado da melhoria na qualidade de vida, queda na taxa de natalidade, acesso à assistência médica e a remédios, alimentação e prática de atividade física. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), divulgados no mês passado, o número de idosos no País mais que duplicou desde 1991, quando essa faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas acima dos 60 anos.
A aposentada Akemi Oura, 61 anos, cobra acessibilidade nas ruas da cidade e equipamentos sociais para os mais velhos. “Quando quero me exercitar nesses equipamentos que a prefeitura fez, tenho que ir para a zona sul, pois aqui onde moro não há.”
Para a geriatra Ana Lúcia de Sousa Vilela, faltam políticas públicas eficazes para os idosos, que são comuns em países desenvolvidos, onde representam quase maioria da população. “O país do futuro envelheceu. O Brasil tem hoje mais idosos que crianças, embora as políticas para as crianças, gestantes, sempre foram maiores. Mas não temos serviços preparados para os idosos e faltam profissionais de saúde para atender o idoso.”
A médica ressaltou o preconceito contra os idosos, considerados por muitos indivíduos inúteis, “como se estivessem aposentados não só do trabalho, mas também do convívio social. O idoso está conquistando seu espaço e está mudando o modo de pensar”, comentou, ao citar o Estatuto do Idoso (criado em 2003), como avanço na legislação.
Na opinião do geriatra Salo Buksman, o estatuto não tem sido colocado em prática. “O estatuto é completo e bonito, mas não funciona, pois não há mecanismos para garantir que ele funcione. Como o estatuto vai assegurar, por exemplo, o atendimento, a reabilitação, o atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios, unidades geriátricas de referência, sem profissionais suficientes? A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem no máximo 1,5 mil sócios no País inteiro.”
Buksman concorda que os idosos estão mais ativos e participativos na esfera social e ganhando respeito da sociedade. “Temos agora um cidadão idoso que procura trabalhar, procurar ser útil na administração do seu prédio, veste-se com roupas da moda, com um comportamento bem diferente do idoso de antigamente. A autoestima e a valorização do idoso têm melhorado.”
Fonte: Portal: Terra
*Deficienteciente
Delegacias da mulher são insuficientes e a mulher não é bem tratada e orientada
a segunda parte da entrevista com Sílvia Ferraro, candidata do PSTU à prefeitura de Campinas, em que fala sobre a violência da mulher e machismo.
*EducaçãoPolítica
domingo, setembro 30, 2012
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