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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 13, 2012

Obras de Arte no Metro de Teerã (qui nem no metrô do Serra)

 do Jader Resende
via GilsonSampaio
buscado no Cha de Lima da Persia
O Metro de Teerã que opera desde 1999, além de ser um dos maiores do Oriente Médio também é uma verdadeira galeria de arte moderna, a qual milhares de pessoas que transitam pela cidade visitam diariamente. Esse sistema de transporte subterrâneo que é muito mais limpo e organizado do que as ruas que ficam logo acima, contém um estilo decorativo único. São interessantes relevos esmaltados, gravuras e esculturas que misturam diferentes estilos que vão das escolas de arte clássica ao futurismo.
Veja alguns exemplares das obras de arte que embelezam a Linha 2 do Metro de Teerã.

Estação Navab
Bazaar de Teerã, por Parchami
Relevo em cimento,  5 x 1,90 m


Estação Tarasht
Touro Alado, por Elham Ashrafi
Painel de concreto,  5,40 x 2,22 m


Estação Universidade de Sharif
Simorgh, por Hayedeh Seirafi,
Painel de cerâmica esmaltada, 5,40 x 2,40 m


Estação Universidade  de Sharif
Jarros, por Hayedeh Seirafi
Painel de cerâmica esmaltada,  5,40 x 2,40 m


Estação  Sadeghieh:
Deserto Salgado por Jamali
Painel de cimento,  5 x 2 m


Estação  Sadeghieh
Dia, por Katayoun Moghadam
Painel em cerâmica esmaltada, 3 x 2 m


Estação Sadeghieh
Perspectiva, por Abbas E Moghadam
Painel em cerâmica esmaltada, 3 x 2 m


Estação Sadeghieh
Takht-e Jamshid (Persepolis), por Jamali
Painel de cimento, 5,20 x 2,20 m


Estação Sadeghieh
Combinação,  por MR Vakili,
Painel em cerâmica,  6 x 3 m


Estação Azadi
Combinção de pintura e linhas, por Reza Jamiyan
Painel em metal,  5,40 x 2,40 m


Estação Azadi
Tempo de Verão, por  Mehdi Heidari
Painel em cerâmica,  4,95 x 2,40 m


Estação Imam Khomeini
Teerã no Passado, por  Abbas E Moghadam
Painel em cerâmica, 4 x 2,40m


Estação Majles
Shams-ol Emareh, por Ghahremani
Painel de azulejos,  5 x 2,40 m


Estação Majles
Vôo, por Mohammad Salariyan
Painel em Metal, 5 x 2,40 m


Estação Hassan Abad
Maçã, por Ali Asghar Golnari
Painel em Metal, 4,80 x 2,20 m

Fotos tiradas do site de Sohail Forouzan-sepehr
Outras fotos abaixo buscadas por Jader Resende no  Sohail Forouzan-sepehr

Estação Khordad 15 - Hall de Bilheteira


sexta-feira, outubro 12, 2012

Celso Giglio (PSDB), ao contrário do que diz a Corrupta: é do PSDB, é Ficha Suja.

 

TSE nega candidatura de Celso Giglio (PSDB), e mantém eleição de Jorge Lapas (PT) em Osasco (SP)

Do UOL, em São Paulo

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou nesta quinta-feira (11) recurso do candidato à Prefeitura de Osasco (SP)
Celso Giglio (PSDB) contra decisão do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) que negou seu registro de candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. A decisão do TSE mantém o resultado das eleições na cidade paulista, que no último domingo (7) elegeu o candidato petista Jorge Lapas.

Lapas
foi eleito com 60% dos votos válidos. O resultado, no entanto, não computa os votos de Giglio, que continuava com o registro de candidatura sem julgamento pelo TSE, mas pôde concorrer com a eleição em andamento.

Giglio teve sua candidatura indeferida pelo TRE-SP por causa da reprovação pela Câmara das contas de sua gestão como prefeito da cidade, do ano de 2004.
A cassação ocorreu com base na Lei da Ficha Limpa, que prevê que não podem se candidatar a cargos públicos políticos que "tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa".
O tucano recorreu, mas o processo não foi julgado pelo TSE antes do primeiro turno das eleições, no último domingo (7), e Giglio continuou na disputa com o registro da candidatura na condição de “indeferido com recurso”. Assim, o nome de Giglio apareceu nas urnas, e o eleitor pôde votar no candidato.
Seus votos foram contados em separado pela Justiça Eleitoral, não integrando o contingente dos votos válidos. O tucano recebeu 149.579 votos na eleição e Jorge Lapas (PT) obteve 138.435.

O advogado Eduardo Alckmin, que representa o candidato tucano no TSE, afirmou em sua sustentação oral durante o julgamento que seria preciso um "ato doloso de improbidade administrativa" para declarar a inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa. "Não é susficiente que o ato seja irregular ou praticado em desconformidade com a lei. Se não existe indício de má fé, esse ato nao pode ser considerado de improbidade", afirma o advogado.


A relatora do processo no TSE, ministra Luciana Lóssio, afirmou que foram encontradas irregularidades graves na prestação de contas de 2004 de Giglio, e que a jurisprudência considera tais fatos suficientes para declarar a inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa.
"Não se tratam de fatos isolados, de menor gravidaee ou de mera irregularidade adminstrativa, mas sim, em meu sentir, de condutas gravíssimas, capazes de comprometer a finança do muncípio", afirmou a ministra.

Entre as irregularidades citadas pela ministra, apontadas pela Câmara de Osasco, está o desrespeito ao limite de gastos imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o não recolhimento de verbas previdenciárias, e a emissaõ de restos a pagar sem cobertura financeira. Ainda cabe recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal).


Candidato do PT

O engenheiro Jorge Lapas foi lançado como candidato do PT no dia 3 de setembro após a renúncia do deputado João Paulo Cunha (PT), o primeiro político petista condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no caso mensalão.
Lapas, que já foi secretário de Obras e de Governo do atual prefeito, Emídio de Souza (PT), contou com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também concorreram à Prefeitura de Osasco os candidatos Delbio Teruel (PTB), Alexandre Castilho (PSOL) e Reinaldo Mota (PMN).

Obeidi fala sobre a execução de Khaddafi

 

Por Adir Tavares
Do Jornal de Angola
A compra do silêncio
por José Goulão [*]
Sarkozy e KadafiChama-se Rami el Obeidi, o nome talvez não diga nada à maioria dos leitores, mas ficam um pouco mais informados se lhes disser que foi o chefe dos serviços de espionagem do Conselho Nacional de Transição (CNT), a organização montada por países europeus e da Península Arábica e sustentada militarmente pela OTAN que derrubou Muammar Khaddafi na Líbia há um ano. Obeidi, segundo reza a biografia sintética publicada em algumas agências e jornais europeus, era uma espécie de interface com os serviços secretos europeus envolvidos na operação de mudança de regime em Tripoli. Obeidi não era, portanto, uma pessoa qualquer, e muito menos desinformada nos assuntos que diziam respeito à sua actividade. 

Rami el Obeidi falou durante os últimos dias. E disse, sem hesitar, que Khaddafi "foi executado directamente por agentes franceses" numa "operação comandada pela DGSE (os serviços franceses de espionagem externa) e por responsáveis do Eliseu", o palácio presidencial de Paris, então habitado por Nicolas Sarkozy. Em português directo e sem rodeios, o ex-chefe de Estado da Líbia foi executado por altos responsáveis do Estado francês, com envolvimento do próprio palácio presidencial. 
Para Obeidi, dirigentes líbios actuais e jornalistas que investigaram o escândalo, o móbil do crime também não é segredo: Sarkozy recebeu do seu antigo amigo Khaddafi a módica quantia de 50 milhões de euros com que financiou a campanha e se fez eleger Presidente de França em 2007. A justiça francesa está, aliás, a tratar do assunto e o ex-espião do CNT líbio não tem dúvidas de que o assunto, e também a escusa de Khaddafi em honrar alguns contratos milionários de energia e armamento combinados com Sarkozy, fizeram com que "alguém no Eliseu quisesse a morte rápida" do antigo dirigente máximo da Líbia. Tanto mais que – o que acelerou o processo – Khaddafi fez saber que ou o deixavam em paz ou, em português vernáculo, punha a boca no trombone sobre os financiamentos.

A execução extrajudicial de Khaddafi às mãos de agentes franceses funcionou assim como uma "compra de silêncio", uma atitude que os italianos se habituaram a qualificar como "de matriz mafiosa" e que na Mafia se reduz a uma palavra: "omertà", boca calada.

Até aqui tínhamos vindo a discorrer sobre questões, peculiares é certo, de política internacional e, num ápice, entrámos com naturalidade por terrenos mafiosos.

Deveríamos supor que assuntos internacionais e Mafia não poderiam confundir-se, são até antagónicos, por definição. A realidade, como se percebe, é outra. Há comportamentos de "matriz mafiosa" na política internacional envolvendo entidades que deveriam encarnar em si mesmas as virtudes da democracia e da transparência. O que é não apenas escandaloso como inquietante.

Mahmmud Jibril, antigo superior hierárquico de Obeidi e ex-presidente do Conselho Nacional de Transição disse um dia destes a uma televisão egípcia que "muitos serviços secretos árabes e ocidentais estavam interessados em que Khaddafi se calasse para sempre". Afinal os podres conhecidos pelo ex-chefe líbio não se limitavam ao financiamento da campanha de Sarkozy e contratos de armas e petróleo não cumpridos.

O pelotão de fuzilamento comandado pela DGSE francesa serviu muitos outros interesses. Afinal, a velha tradição mafiosa da "omertà" está viva e recomenda-se, alargou horizontes para os assuntos internacionais e graças a ela presidentes, reis, emires e sheiks podem reinar e dormir de consciência tranquila. 
Outubro/2012

[*] Jornalista, especialista em Médio Oriente.

O original encontra-se em http://jornaldeangola.sapo.ao/19/46/a_compra_do_silencio 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Assange promove debate entre comunista e sionista



Julian Assange realizou a entrevista entre os dois pensadores durante a sua prisão domiciliar, em Londres

No segundo episódio da série “O Mundo Amanhã”, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, entrevista Slavoj Žižek e David Horowitz. Žižek, que foi candidato à Presidência da Eslovênia nos anos 1990, é conhecido como um “intelectual superstar” e se define como leninista, apesar de ter um retrato de Stálin em sua casa. David Horowitz, por sua vez, é um expoente do pensamento conservador norte-americano – e um sionista sem o menor pudor. Atualmente, seu instituto faz campanhas contra influências islâmicas e de esquerda na mídia, na academia e na política.
O encontro, entre pensadores que defendem causas completamente diferente, foi acalorado. “Você é um apoiador da coisa mais próxima que temos do nazismo. Você apoia os palestinos. Eu não vejo como diferenciar os palestinos, que querem matar os judeus, dos nazistas”, diz Horowitz.
Irritado, o esloveno dispara: “Desculpe, você já foi à Cisjordânia?”. Em alguns momentos, Assange tem que segurar o exaltado Žižek, embora seu adversário esteja em outro continente.
O tom da conversa varia entre o antagônico e o bem humorado; os três falam de personalidades que vão de Stalin a Obama, do conflito entre Israel e Palestina, do desejo da liberdade ao Estado de vigilância,– passando, é claro, pelo trabalho do WikiLeaks, considerado “perigoso” por Horowitz. No final, Žižek conclui: “Isso foi uma loucura!”.



O projeto “O Mundo Amanhã” foi produzido pelo WikiLeaks em parceria com o canal RT, da Rússia. A publicação foi autorizada pela Agência Pública
 
 
Fonte: Análise de Conjuntura

No mundo das ilusões da velha mídia 

 


 

Emir Sader, Blog do Emir

 a velha mídia. Que vis“Imaginemos alguém que só lesse, escutasse ou visseão teria do Brasil e do mundo?
Em primeiro lugar, não poderia entender por que um governo –  corrupto, incompetente, com a economia à deriva, nomeando ministros como troca-troca eleitoral, que cobra muitos impostos, que está atrasado na entrega de todos as obras, do PAC, do Mundial e das Olimpíadas, que tem politica exterior aventureira, etc., etc. – tem 75% de apoio do povo.
Não entenderia como um líder como o Lula – que tem 80% de referências negativas na mídia – consegue que 69,8% dos brasileiros queiram que ele volte a ser o presidente do Brasil em 2014.


Não poderiam entender como o PT – partido corrupto, protagonista do maior escândalo da historia do Brasil – sai fortalecido das eleições municipais, eleja mais prefeitos e mais vereadores e ameace tirar dos tucanos a prefeitura mais importante do Brasil, a de São Paulo – tão bem administrada pela competência dos tucanos.

Não saberiam por que a economia brasileira não naufraga, se leem todos os dias que tudo vai mal, que o governo faz tudo errado, que a economia não cresce. Por que o governo continua a estender as políticas sociais, sem os recursos que a economia deveria lhe dar.”

Não entende por que o FHC dá seu apoio e participa da campanha do candidato tucano no Rio – junto com o Aécio e o Álvaro Dias -, mas o candidato tem apenas 2,47% dos votos. Como os tucanos e o DEM perderam 332 prefeituras, sendo os mais preparados para governar.

Leem numa revista semanal que a Argentina é “governada por autoridades cada vez mais repressoras”, que “bloqueiam as liberdades individuais, como o acesso à livre informação, a bens de consumo e ao capital”. Que o governo “já tem o controle autoritário de 80% (sic) dos canais de radio e tv do país”. Que “na ilha de Cristina, os cidadãos só leem o que ela quer”.

Que as grifes “Escada, Armani e Yves Saint-Laurent fecharam suas lojas no país”, assim como a Vuitton e a Cartier. Que a “Avenida Alvear está com ares de fim de feira”. Que “na ilha de Cristina os investidores são tratados como piratas”.


E, no entanto, a Cristina é reeleita no primeira turno. Como entender isso, vendo a velha mídia?

Como entender que a Venezuela está se desfazendo, entre a ineficiência da sua economia, a corrupção e a violência, mas o Hugo Chavez é reeleito para um quarto mandato?


Que a América Latina vai bem enquanto os EUA e a Europa vão mal?

Tudo parece de cabeça pra baixo, o mundo parece absurdo, incompreensível, para quem depende da velha mídia, dos seus jornais, das suas revistas, dos rádios e da suas TVs.

Nobel da Paz para a guerra da austeridade



A União Europeia foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz na fase da sua história em que a política de austeridade, instituída como política única da instituição, criou mais de 25 milhões de desempregados, lança milhões na miséria, reprime e suprime direitos humanos elementares.
Merkel e Barroso estão em guerra, não em paz com os eurpeus.

"A União Europeia e as suas antepassadas contribuem há seis décadas para promover a paz, a reconciliação, a democracia e os direitos humanos na Europa", declarou Thorbjoern Jagland, presidente do Comité Nobel.
Nos fundamentos da atribuição, o Comité Nobel afirma que "a União Europeia atravessa actualmente graves dificuldades económicas e considerável inquietação social. O Comité Nobel", acrescenta, "deseja salientar o que vê como mais importante resultado da UE: a luta com êxito pela paz e reconciliação e pela democracia e direitos humanos". Ainda segundo a explicação oficial, "o papel estabilizador desempenhado pela UE ajudou a transformar a maior parte da Europa de um continente de guerra num continente de paz".
O Comité salienta como contributos para a paz as integrações de Portugal, Grécia e Espanha, a integração dos países de Leste a seguir à queda do Muro de Berlim, o papel desempenhado pela pacificação dos Balcãs, traduzido pela próxima entrada da Croácia e os progressos que a Turquia tem registado em matéria de direitos humanos.
Os fundamentos da atribuição do Prémio Nobel da Paz, anteriormente atribuído a Barack Obama mal acabara de tomar posse do cargo de presidente dos Estados Unidos, omitem o papel da União Europeia e de países membros no desencadeamento das guerras nos Balcãs, nas guerras do Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria, onde a Turquia, que ocupa o norte de Chipre, persegue os curdos, é o agente que mais alimenta a guerra civil e a agressão externa.
O presidente do Parlamento Europeu, o social democrata alemão Martin Schulz considera "uma grande honra que a União Europeia tenha vencido este ano o Prémio Nobel da Paz". Presidente da única instituição diretamente eleita pelos cidadãos, e que por isso tem um papel secundário nas decisões da União, Schulz entende que "este prémio é para todos os cidadãos da União Europeia".

Exemplo de paz e tolerância na Grécia
Respeito a democracia na Espanha
Louvação a paz e a dignidade humana na Líbia

Nota do Blog: primeiro eles contemplaram Obana e seu complexo militar apocalíptico  Agora eles premiam a UE. Quem sera o próximo, o Mossad?
*Cappacete

APOIO A SERRA ISOLA PAULINHO, DA FORÇA

Centrais sindicais organizam ato de apoio a Fernando Haddad, com o apoio de Brizola Neto, que, além de ministro do Trabalho, é do PDT, de Paulinho


247 – Com uma votação minúscula em São Paulo, Paulinho da Força fez com que o PDT perdesse sua única vaga na Câmara de Vereadores em São Paulo. Depois, formalizou o apoio do PDT a José Serra, mas a decisão não tem respaldo nem entre sindicalistas, nem no próprio PDT. Leia na coluna de Vera Magalhães, na Folha:

Rebelião sindical

Contrariados com o apoio do PDT paulistano a José Serra no segundo turno, dirigentes de seis centrais sindicais marcaram para quarta-feira ato no qual expressarão repúdio ao candidato tucano e embarcarão na campanha de Fernando Haddad. Articulado ontem, o movimento é liderado pela CTB e CUT e terá reforço de alas dissidentes da Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB. O manifesto dos sindicalistas pró-Haddad será lido pelo pedetista Brizola Neto, ministro do Trabalho.


O que é isso... Idealizadores do evento, previsto para o Sindicato dos Eletricitários, querem sublinhar as razões do apoio. "Serra tem histórico de enfrentamento com movimentos sociais e demissão de grevistas", diz Wagner Gomes, que preside a Central dos Trabalhadores do Brasil.

... companheiro? Um dos objetivos da manifestação é isolar Paulinho (PDT), enfraquecido com a votação inferior à esperada e apontado como responsável pela perda da única vaga da sigla na Câmara. Foi dele a iniciativa de levar o partido a Serra.

A Democracia em Risco

Por Marcos Coimbra, na CartaCapital
Enquanto a democracia brasileira dá mais uma mostra de saúde, com as belas eleições do domingo 7, uma tempestade se arma contra ela. É bom estarmos prevenidos, pois seus efeitos podem ser graves.

Faz tempo que uma doença atinge nossas instituições. Os especialistas a chamam de judicialização.

A palavra não existia até há pouco. Mas teve de ser criada, pois um fenômeno novo e relevante surgiu e precisava ser batizado.

Designa a hipertrofia do judiciário e sua invasão das atribuições dos demais Poderes. A judicialização acontece quando esse poder submete, ou quer submeter, o Legislativo e o Executivo.

No mundo de hoje, é mais comum que o Executivo seja a ameaça. As queixas são generalizadas contra a perda de funções do Legislativo, subtraídas por seu crescimento desmesurado. Administrações cada vez mais complexas e burocratizadas, que atuam como se estivessem em campo oposto aos parlamentos, são regra e não exceção.

O que estamos presenciando é outro fenômeno. A “judicialização” nada tem a ver com as tensões tradicionais e necessárias que existem entre os Poderes.

Na democracia, a fonte da legitimidade do Executivo e do Legislativo é a mesma: o voto popular. O primeiro reflete a maioria, o segundo, a diversidade, pois nele todas as minorias relevantes podem se expressar.

O Judiciário é diferente, por ser o único poder cujos integrantes são profissionais de carreira e não representam ninguém. E é especialmente grave o risco de que invada a esfera dos outros. De que queira subordiná-los ao que seus titulares eventuais, na ausência de um mandato popular autêntico, supõem ser o interesse coletivo.

O julgamento do “mensalão” tem sido o mais agudo exemplo da judicialização que acomete nossas instituições.

Já tínhamos tido outros, um de consequências nefastas nas questões de fundo suscitadas pelo episódio do mensalão. A proliferação artificial de partidos, encorajada por uma legislação que há muito precisa ser revista, foi limitada por lei emanada do

Congresso Nacional, que a Presidência da República sancionou. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) a restaurou.

Em nome de um “democratismo”, manteve normas que complicam o voto para o eleitor e dificultam a formação de maiorias parlamentares menos voláteis, problema que todos os presidentes enfrentaram e enfrentam.

Isso é, porém, café pequeno perante o que estamos vendo desde o início do julgamento.

Sem que tenha recebido da sociedade mandato legítimo, o STF resolveu fazer, à sua maneira, o que entende ser o “saneamento” da política brasileira. Ao julgar o mensalão, pretende fixar o que o sistema político pode fazer e como.

Imbuído da missão autoatribuída, faz o que quer com as leis. Umas ignora, em outras inova. Alarga-lhes ou encurta o alcance conforme a situação. Parece achar que os fins a que se propõe são tão nobres que qualquer meio é válido.

O problema desse projeto é o de todos que não obedecem ao princípio da representação. É o que esses ministros querem.

São 11 cidadãos (agora dez) com certeza capazes em sua área de atuação. Mas isso não os qualifica a desempenhar o papel que assumem.

Pelo que revelam em seus votos e entrevistas, conhecem mal a matéria. Falta-lhes informação histórica e têm pouca familiaridade com ela. Pensam a política com as noções de senso comum, com preconceitos e generalizações indevidas.

Acreditam que a democracia deve ser tutelada, pois o povo precisaria da “proteção”de uma elite de “homens de bem”.

Acham-se a expressão mais alta da moralidade, que vão “limpar” a política e dela expulsar os “sujos”. Estão errados.

Mas não é isso o que mais preocupa. Ainda que fossem dez ministros com notável conhecimento, ótimas idéias e nenhuma pretensão, que delegação teriam?

Na democracia, quem quer falar pelo povo tem um caminho: apresentar-se, defender o que pensa e obter um mandato.

Fora disso, não há regras. Generais já se acharam melhores que os políticos, mais “puros”. Como os juízes de hoje, os generais estavam preparados e eram patriotas. Desconfiavam dos políticos. Viam-se como expressão da sociedade. Liam na grande mídia que “precisavam responder aos anseios do País” e moralizar a política. Tinham um deles para pôr no poder.

O final daquele filme é conhecido. E o de agora?


 O Esquerdopata

*Ajusticeiradeesquerda

STF E A MÍDIA - O conceito de prova foi reinventado

José Dirceu no julgamento de Alice

Via Direto da Redação 


Urariano Mota 


Recife (PE) - Não se enganem os leitores. 


O mensalão no STF é, na essência, um julgamento político. E se ainda têm dúvida, observem a mídia massificada, o abuso de imagens na televisão, a telenovela em que se tornou o tribunal cuja chamada é punição aos corruptos para um novo Brasil. 


Um leitor calejado diria que as notícias se fabricam como as salsichas, com sangue e gordura fartos em ambiente de náusea. 


No entanto, o que há de mais pedagógico nesse julgamento é o fim das ilusões de como age o Supremo Tribunal Federal. 


Ali também se produzem salsichas, a saber, votos e juízos se fazem em obediência à sociedade de classes, na feroz luta política. 


Se ainda têm dúvida, observem que o conceito de prova foi reinventado. 


Indícios, que possuem a natureza, por definição, de serem hipóteses, viraram fatos, sob o especioso argumento de “é impossível que ele não soubesse”. 


Houve provas como deduções de retórica, digna de sofistas, na base do se isso, então aquilo. O elementar de qualquer tribunal do mundo civilizado, do não basta supor, não basta desconfiar, não basta ter como provável, foi jogado às favas. 


E por que ministros tão ilustres, pelo menos no brilho de suas ideais funções, sepultaram as nossas melhores ilusões de justiça acima de classes? 


O alvo do julgamento é Lula. O alvo são as conquistas de um governo de esquerda, que se trouxe ganhos maiores para o capital, também redistribuiu renda, e no que tem de pior, ameaça uma permanência no poder que pode gerar insuportável democracia: leis de regulação da mídia, perdas irreparáveis de privilégios. 


Daí que foi dado o passo necessário para a condenação do ex-presidente Lula: a punição de José Dirceu. Falta só mais um degrau. 


Na verdade, muito antes desta semana, o julgamento de Zé Dirceu estava escrito desde o século dezenove. Em escrita criadora, o seu julgamento já havia sido feito desde 1865. Mais precisamente, sob a pena de Lewis Carrol, em Alice no País das Maravilhas. 


O leitor por favor acompanhe estas linhas de Alice. 


“- Não, não! - berrou a Rainha. - Primeiro a sentença, depois o veredicto”.  


Se substituímos a Rainha pelo conjunto imprensa e tribunal do Brasil, perceberemos que aqui também a condenação estava antes sentenciada. 


Mas continuemos com Alice: 


“Neste momento o Rei, que estivera ocupado por algum tempo escrevendo em seu caderno de notas, gritou: 


- Silêncio! - e leu: ‘Artigo Quarenta e Dois: Todas as pessoas com mais de um quilômetro e meio de altura devem deixar o tribunal.’ 


Todo o mundo olhou para Alice. 


- E não irei de jeito nenhum - disse Alice; 


- além do mais, este artigo não é legal: você acabou de inventá-lo. 


O Rei empalideceu e fechou apressadamente seu caderno de notas. ‘Façam o seu veredicto’, disse ao júri, com voz baixa e trêmula”. 


Se fazemos a diferença de que no Brasil os ministros do Supremo não empalideceram, os procedimentos criados pelo STF para esse julgamento repetem à perfeição Alice. 


Mas continuemos com o julgamento de José Dirceu, agora de modo mais claro: 


“- Com licença de Vossa Majestade, ainda há provas a examinar - disse o Coelho Branco dando um salto: - este documento acaba de ser encontrado. 


- Do que se trata? - indagou a Rainha. 


- Ainda não abri - respondeu o Coelho Branco. 


- Mas parece ser uma carta, escrita pelo prisioneiro para alguém. 


- Só pode ser isso - disse o Rei, -a menos que tenha sido escrita para ninguém, o que não é muito usual. 


- A quem é endereçada? - perguntou um dos ministros. 


- Não é propriamente endereçada...- disse o Coelho Branco, - na verdade, não há nada escrito do lado de fora. Enquanto falava, desdobrou o papel, acrescentando: - Nem é uma carta, afinal de contas: são versos. 


- Estão escritos com a caligrafia do prisioneiro? – perguntou outro. 


- Não, não estão - respondeu o Coelho Branco - e isso é o mais estranho de tudo. (Todos pareciam perplexos.) 


- Ele deve ter imitado a caligrafia de outra pessoa – disse o Rei. (Todos animaram-se outra vez.) 


- Com licença de Vossa Majestade - disse o réu, - eu não escrevi isso, e ninguém poderá provar o contrário: não há nenhum nome assinado embaixo. 


- Se você não assinou - disse o Rei - isso só piora a situação. Você certamente deve ter feito algo de errado, ou então teria assinado seu nome como qualquer pessoa honesta... 


- Isso prova a sua culpa, é claro - disse a Rainha: - Logo, cortem a sua cabeça!” 


O logo acima foi conjunção para Lula e advérbio de tempo, urgente, em uma só palavra. Logo, cortem a cabeça da esquerda, foi, é a sentença. Provas para quê? 


Urariano Mota – Recife 


É pernambucano, jornalista e autor de "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do cabo Anselmo, executada pela equipe do Delegado Fleury com o auxílio de Anselmo.


POSTADO POR GILSONSAMPAIO

Serra se debate

Força na peruca!!!
*cutucandodeleve